sábado, 24 de setembro de 2016

Santo Amaro da Purificação

A história


Em 1557, nascia e crescia à margem do rio Taripe, próximo ao mar, a povoação de Santo AmaroAntes de firmarem o seu domínio na região, tiveram os colonizadores lusos de travar sucessivas guerrilhas com os primitivos habitantes - os tupinambás - que, no entanto, vieram mais tarde prestar inestimáveis serviços aos colonos. O nome Santo Amaro é devido aos monges beneditinos, aos quais foram doadas grandes áreas, numa delas se localizara a cidade, e se erigiu a Capela, sob a invocação de Santo Amaro, ficando esse Santo como padroeiro local. 


Ruínas da Capela Jesuítica, Santo Amaro da Purificação, Bahia.

Entre 1557 à 1572 deu-se uma maior expansão colonizadora, e em 1592, um dos primeiros engenho a ser instalado na região de propriedade do Conde de Linhares. E o Major João Ferreira de Araujo, foi um dos fundadores da cidade notável colaborador para o desenvolvimento material e econômico da região.

A colonização de Santo Amaro teve por base o engenho e a cana de açúcar e por isso a coroa estabeleceu direito de propriedade a todos aqueles a todos aqueles que pudesse estabelecer benefícios para o reino. Nisso a lavoura progrediu sem assistência técnica favorecida pela constituição das terras do massapê.  O progresso de Santo Amaro nessa época teve como acesso os rios Traripe, Pitinga e Subaé. Mais engenhos surgiram, e os mais importantes da região foram: o engenho do Conde e Marapé, sendo o engenho do Conde fundado por Mem de Sá.

Após a morte de Mem de Sá, ocorrida em 2 de março de 1572, o engenho passou a pertencer a sua filha, esposa do Conde de LinharesPode-se dizer que esse engenho era a segunda residência do então governador Mem de Sá, dada a frequência das suas visitas. Nesse local foi edificado o ancoradouro do Conde, o porto onde os navios da Navegação Baiana, faziam o transporte de passageiros e cargas entre Santo Amaro e Salvador. 

Foi elevada a vila e município em 5 de janeiro de 1727. Tornou-se cidade em 13 de março de 1837, denominada de "Leal e Benemérita". Em 1847, foi estabelecida ligação marítima regular com a capital da província, Salvador, por navio a vapor. Em 1855, uma epidemia de cólera dizimou metade da população.



Santo Amaro foi sem dúvida o município que mais escravos possuiu e duas raças negras que vieram para Santo Amaro, os Haussás e os Malés. Os Haussás habitavam o Sudão Central ao norte do Rio Niger e Binue. Os Malés eram africanos Islanizados, possuidores de mediana cultura, e portadores de ofícios de pedreiro e carpinteiro e ótimos agricultores, exercendo influência sobre os escravos das diversas procedências. Os Malés foram instigadores das diversas rebeliões. Pelo seu temperamento mais perigosos, mais rebeldes por várias vezes incentivaram e provocaram revoltas, algumas das quais de funestas consequências. Estes eram dominados pelos colonizadores brancos que, recorriam aos métodos mais bárbaros como surras, castigos de tronco, a cujos padecimentos muitos não resistiram. Eram considerados na Bahia como hereges e excomungados por serem considerados inimigos da religião católica. Esse contingente humano de africanos, construíram a máquina  do progresso da lavoura e da indústria no Recôncavo Baiano.

Santo Amaro e a Escravatura


A história de Santo Amaro nos revela ter sido o município que mais escravos possuiu, desde as primeiras levas de africanos que foram trazidos para o Brasil pelos navios negreiros. O contingente humano de africanos, construíram a máquina do progresso da lavoura e da indústria no Recôncavo baiano.
Em 1814 houve na capital uma tentativa de levante, com fuga em massa dos escravos de Itapoan, e dois anos depois, em 1816, na vila de São Francisco, houve uma ruidosa rebelião promovida por escravos, e Santo Amaro que possuía milhares de escravos, ciente dessa rebelião na vila próxima, tomou severas medidas a fim de evitar qualquer manifestação de revolta entre os escravos.
No dia 24 de janeiro de 1835, uma estrondosa rebelião abalou o Recôncavo e Santo Amaro foi palco de doloroso acontecimento entre os quais o assassinato no Tanque de Senzala, do senhor Manoel Gomes de Meneses, administrador daquelas e se não houvesse a intervenção de escravos que prestavam serviços, seriam trucidados todos os membros da família e a propriedade devastada.
O que a história nos conta é que desta data em diante cessaram por toda a parte as rebeliões cativas, proporcionando o negro as hedionda vida desumana que os "Senhores de Engenhos" lhe proporcionava. O homem negro era a máquina que acionava e multiplicava a lavoura, principalmente da cena de açúcar. A mulher negra além de assumir as responsabilidades de "Mãe Preta", representava o alvo de voluptuosidade sexual dos senhores brancos.
Santo Amaro sempre se manisfestou hostil a redenção dos escravos.

Trilhos Urbanos e a Estrada de Rodagem

Pensando nos transporte, Santo Amaro juntamente com Cachoeira, foram as primeiras cidades interioranas que cuidaram de transporte coletivos. Em 1 de janeiro de 1874, foi inaugurada a Companhia de Trilhos Urbanos.


A Estrada de Ferro de Santo Amaro


Autorizada  em 26 de maio de 1863, porém esse empreendimento não deu certo. E em 1867, o governo ordenou uma comissão para fazer estudos de uma estrada que foi projetada pela Empresa Animação de Santo Amaro. No dia 14 de março de 1880 o Presidente da Província Barão de São Francisco inaugura o tráfego até Terra Nova. Em 26 de maio de 1908, foi inaugurado  o trecho da Estrada de Ferro Centro Oeste, no trecho de Candeias, onde foi feito o entroncamento de ferro de Santo Amaro. De 1918 à 1924 a Estrada de Ferro de Santo Amaro esteve arrendada aos usineiros da Lavoura Indústria Reunidas S/A.



Refências:

Acesso em 15 de Setembro de 2016 <http://santoamarohistorico.blogspot.com.br/>
Acesso em 15 de Setembro de 2016 <http://www.jacuipenoticias.com/historia/amaro.htm>
PAIM, Zilda. Isto é Santo Amaro. 1974.


2 comentários:

  1. Santo Amaro, minha terra!! Cheia de encantos e contradições... Tanto fel, tanto mel. Inesquecível!!

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  2. Santo Amaro, minha terra!! Cheia de encantos e contradições... Tanto fel, tanto mel. Inesquecível!!

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