Como é descer a Serra do Corvo Branco

Em outubro de 2017  resolvemos conhecer as serras Gaúcha e Catarinense. Preparamos o fusca para mais uma aventura, novas estradas e experiências. Passamos pelo Itaimbezinho, em Cambará do Sul, pela região de Gramado e Canela (tudo isso conto daqui uns dias) e chegamos em Urubici, Santa Catarina.

Lá nos hospedamos no programa Acolhida da Colônia (que eu já contei no blog e você pode ver aqui) e conhecemos a Serra do Corvo Branco. Da pousada até o começo da serra são 40 km, alguns deles em estrada de chão. Era início de outubro e o tempo estava nublado, com uma certa neblina.  

Quando chegamos, o fusca ficou pequeno perto dos paredões de 90 metros de altura. A paisagem, conhecida como garganta, impressiona os olhos e é o início da serra. A Serra do Corvo Branco, de acordo com as informações da prefeitura de Urubici, tem o maior corte em rocha no Brasil e a estrada passa pelo meio, ligando as cidades de Urubici e Grão Pará.

A obra foi feita para encurtar a distância entre as duas cidades, mas até hoje não foi concluída. Oficialmente é a SC-370, mas popularmente é conhecida como Serra do Corvo Branco porque os moradores antigos viram por ali o urubu-rei: uma ave rara que tem penas brancas e foi confundida com um corvo.  

A impressão era que rodovia acabava ali, logo depois da neblina.

 

Com o pouco movimento, estacionamos o fusca no meio da estrada para tirar fotos e enxergar melhor aquela beleza toda.  Conforme a gente descia, a neblina abria espaço a paisagem. Lá de cima, deu frio na barriga: é uma serra curta, com cerca de 5 km, mas bastante íngreme.  

O asfalto é precário e em alguns pontos é quase igual a uma estrada de chão. Não tem espaço para dois carros ao mesmo tempo e alguns trechos estão sem proteção lateral. É necessário reduzir a velocidade para seguir com segurança. Tivemos a sorte de não encontrar nenhum carro no sentido oposto, mas se isso acontecer, é preciso ter paciência e manobrar com cuidado as curvas de 180 graus. 

Não levou 20 minutos para descermos a serra toda. Paramos lá embaixo, num lugar seguro e com espaço para estacionar, para tirar fotos e ficamos por alguns minutos imaginando como o homem conseguiu fazer a estrada. Se vale a pena a aventura? Claro, mas com cuidado!

Depois, paramos para um café na cidade de Grão Pará e seguimos para a Serra do Rio do Rastro. Escrevi sobre essa aventura aqui.

 

É importante testar os freios antes de descer

 

Todo cuidado é pouco, mas a experiência é única!

 

Consegue ver a estrada ali? 🙂

 

Curiosidades sobre a Serra do Corvo Branco:

  • Faz parte da Serra Geral, uma cadeia rochosa que começa no Paraguai, passa pelo Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e vai até a Argentina e Uruguai.
  • Um lado do paredão é úmido e o outro seco. Isso por conta do corte da rocha e da inclinação do  Arenito Botucatu, que forma o Aquífero Guarani.

 

Dicas para melhor aproveitar melhor sua experiência:

  • Evite conhecer em dias de chuva, porque a estrada fica escorregadia e com queda de rochas.
  • O melhor horário é durante o dia, tanto para fotos, quanto pela segurança. É recomendado antes das 15h. 
  • Leve água e lanchinhos, porque não tem muitos lugares para comprar comida por lá.
  • Evite parar no meio da rodovia, quando estiver descendo ou subindo a serra.
  • A estrada não é recomendada para caminhões e ônibus.

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