domingo, 12 de agosto de 2012

Minueto + Capoeira = A dança do Mestre-sala e Porta-bandeira

O casal de Mestre-sala e Porta-bandeira carrega o símbolo mais importante da escola: o pavilhão. Essa dança nasceu no Brasil Colonial, nos tempos da escravidão, quando os negros nas senzalas imitavam as danças das festas que aconteciam na casa-grande. Nessas festas dançava-se o minueto - dança aristocrática de origem francesa, popular na côrte de Luis XIV - essa dança caracteriza-se pelos passos miúdos (menus), delicadeza dos movimentos e, principalmente, elegância e graça. Além da nobreza dos movimentos do minueto, outra característica que o bailado dos Mestre-salas e Porta-bandeiras recebeu do minueto é que a dança dos bailes europeus era sempre dançada em pares. Os trajes também sofreram forte influência do minueto.




Quando a festa terminava, claro que sobrava aos escravos a tarefa de limpar a casa grande. As negras pegavam a toalha rendada da mesa e enrolavam à cintura, daí surgiu uma das principais regras da porta-bandeira: ela nunca poderá segurar o pavilhão sem vestir saias. Assim, os escravos ao imitarem o minueto nas senzalas adicionaram o seu "toque especial" incorporando movimentos de capoeira e conferindo um gingado especial à dança, além de que o mestre-sala também se valia dos "golpes" de capoeira (mais adiante, já no carnaval, na época em que as agremiações se enfrentavam tentando uma roubar ou pelo menos rasgar o pavilhão uma da outra - assim, ficava a cargo dele evitar qualquer dano à bandeira).




Em resumo, assim nasceu o casal de Mestre-sala e Porta-bandeira e a sua dança. Hoje em dia, são talvez um dos principais elementos de uma escola de samba. O charme, a elegância e a graciosidade dessas figuras é fundamental e deve ser verificado tanto na dança quanto nas suas vestimentas. Em especial, as portas-bandeiras podem ser consideradas verdadeiras divas do samba (quanto se esforçam pra isso, é claro). Lucinha Nobre e Rute, são exemplos disso, têm se destacado não só pelo talento, dedicação e profissionalismo quanto pelo capricho de suas fantasias e pela beleza e simpatia.









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