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A intertextualidade nos poemas

 

20/05/2014

Autor e Coautor(es)
ROGERIO DE CASTRO ANGELO
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UBERLANDIA - MG ESC DE EDUCACAO BASICA

Eliana Dias, Lazuita Goretti de Oliveira

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Fundamental Inicial Língua Portuguesa Língua escrita: prática de leitura
Ensino Fundamental Inicial Língua Portuguesa Língua escrita: gêneros discursivos
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Língua oral e escrita: prática de escuta e de leitura de textos
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula
  • compreender o que é a intertextualidade;
  • conhecer exemplos de intertextualidade nos poemas.
Duração das atividades
3 aulas de 50 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
  • O que são poemas.
Estratégias e recursos da aula

Estratégias

  • Apresentação oral pelo professor;
  • Discussão oral (em duplas);
  • Análise de textos verbais e não verbais (em duplas ou pequenos grupos);
  • Leitura de textos literários (poemas);
  • Cópia e produção de poemas.

Recursos

  • Datashow + computador (para apresentação de imagens) ou handout impresso com as imagens.
  • Coletânea de textos;
  • Livros de poemas (selecionados na biblioteca da escola) ou pesquisa na internet;
  • Folhas avulsas (para cópia e produção de textos)

 

Módulo 1

Atividade 1

O professor apresentará aos alunos as imagens abaixo, para explicar o que é intertextualidade.

 

monalisa

Disponível em <http://redacaoressucat.files.wordpress.com/2010/02/monicalisa1.jpg>. Acesso em: 19 mai. 2014.

abap

Disponível em: <http://priscilapantaleao.files.wordpress.com/2013/06/md-0000042391.jpg>. Acesso em: 19 mai. 2014.

intertextualidade

Disponível em: <http://i28.photobucket.com/albums/c239/julianabsb/129_228-ABAPORU50.jpg>. Acesso em: 19 mai. 2014.

 

A partir das imagens acima, o professor explicará aos alunos que intertextualidade é o diálogo entre dois textos, ou seja, quando um texto é produzido a partir de outro já existente.

Tendo explicado isso, o professor pedirá aos alunos para analisarem as imagens acima, em duplas,. Deverão explicar quais as semelhanças existentes entre as imagens da Mona Lisa e a Mônica Lisa, e também entre a obra "O Abaporu", de Tarsila do Amaral e a propaganda da Havaianas.

 

Atividade 2

 

O professor apresentará outras imagens, da empresa Hortifruti, a qual fez várias campanhas de marketing baseadas em intertextualidade com filmes. Os alunos deverão descobrir qual o filme foi o texto base para que eles fizessem o cartaz e quais elementos presentes no cartaz podem ser associados ao filme.

hortifruti 1

Disponível em: <http://2.bp.blogspot.com/-5fQCr7KCtnY/UVNUFacRHHI/AAAAAAAACAk/VvFpcumqWzU/s1600/hortifruti-19.jpg>. Acesso em: 19 mai. 2014.

h 2

Disponível em: <http://2.bp.blogspot.com/_MfnX51I9FHk/S-H1BXEpjxI/AAAAAAAAAFQ/qB-nhbKPAqE/s1600/batatas+2.jpg>. Acesso em: 19 mai. 2014.

h 3

Disponível em: <http://www.costaesmeraldaonline.com.br/nex/images/stories/blogs/Hortifruti-milhoes.jpg>. Acesso em: 19 mai. 2014.

h4

Disponível em: <http://www.costaesmeraldaonline.com.br/nex/images/stories/blogs/Hortifruti-elite.jpg>. Acesso em: 19 mai. 2014.

H5

Disponível em: <http://2.bp.blogspot.com/-8ib3CO6RDIs/T43zXscPBKI/AAAAAAAAAps/QnD7N8Cb59I/s400/chu.jpg>. Acesso em: 19 mai. 2014.

 

Módulo 2

Após ter trabalhado com a intertextualidade em textos não verbais, o professor explicará aos alunos que, esse recurso de autores partirem de um texto já produzido para produzir outro, não acontece apenas na pintura, mas também nos diversos tipos de texto.

Nessa proposta, o trabalho se dá especificamente com a intertextualidade nos poemas.

 

Atividade 1

O professor entregará para os alunos cópia dos textos abaixo, para que eles possam identificar quais elementos nos permitem dizer que existe uma relação de intertextualidade entre eles.

Os alunos deverão fazer relação entre os textos 1 e 2; 3 e 4; 5 e 6.

Para sistematizar a relação entre os textos, os alunos deverão observar os textos e comentar sobre os seguintes aspectos (para cada dupla de textos comparados):

 

  1. Qual a relação existente entre o título dos textos?
  2. Existem palavras ou expressões que estão presentes nos dois textos? Quais?
  3. Quais as semelhanças existentes entre os textos no que se refere à forma do poema? (número de versos/estrofes presença ou não de rimas)
  4. Qual a relação existente entre o tema dos poemas?

 

Texto 1

Poema de sete faces

(Carlos Drummond de Andrade)

 
Quando nasci, um anjo torto 
desses que vivem na sombra 
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.
 
As casas espiam os homens 
que correm atrás de mulheres. 
A tarde talvez fosse azul, 
não houvesse tantos desejos.
 
O bonde passa cheio de pernas: 
pernas brancas pretas amarelas. 
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração. 
Porém meus olhos 
não perguntam nada.
 
O homem atrás do bigode 
é sério, simples e forte. 
Quase não conversa. 
Tem poucos, raros amigos 
o homem atrás dos óculos e do bigode,
 
Meu Deus, por que me abandonaste 
se sabias que eu não era Deus 
se sabias que eu era fraco.
 
Mundo mundo vasto mundo, 
se eu me chamasse Raimundo 
seria uma rima, não seria uma solução. 
Mundo mundo vasto mundo, 
mais vasto é meu coração.
 
Eu não devia te dizer 
mas essa lua 
mas esse conhaque 
botam a gente comovido como o diabo. 

Disponível em: <http://www.horizonte.unam.mx/brasil/drumm1.html>. Acesso em: 19 mai. 2014.

 

Texto 2

Com licença poética

(Adélia Prado)

 
Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou tão feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
-- dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.
 
Disponível em: < http://pensador.uol.com.br/frase/MTY4MzUz/>. Acesso em: 19 mai. 2014.
 
 
Texto 3
 
Canção do exílio
(Gonçalves Dias)
 
 
Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o Sabiá; 
As aves, que aqui gorjeiam, 
Não gorjeiam como lá.
 
Nosso céu tem mais estrelas, 
Nossas várzeas têm mais flores, 
Nossos bosques têm mais vida, 
Nossa vida mais amores.
 
Em  cismar, sozinho, à noite, 
Mais prazer eu encontro lá; 
Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o Sabiá.
 
Minha terra tem primores, 
Que tais não encontro eu cá; 
Em cismar –sozinho, à noite– 
Mais prazer eu encontro lá; 
Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o Sabiá.
 
Não permita Deus que eu morra, 
Sem que eu volte para lá; 
Sem que disfrute os primores 
Que não encontro por cá; 
Sem qu'inda aviste as palmeiras, 
Onde canta o Sabiá.  
 
Disponível em: < http://www.horizonte.unam.mx/brasil/gdias.html>. Acesso em: 19 mai. 2014.
 
 
Texto 4
 
Canção do exílio
(Murilo Mendes)
 
 
Minha terra tem macieiras da Califórnia 
onde cantam  gaturamos de Veneza. 
Os poetas da minha terra 
são pretos que vivem em torres de ametista, 
os sargentos do exército são monistas, cubistas, 
os filósofos são polacos vendendo a prestações. 
A gente não pode dormir 
com os oradores e os pernilongos. 
Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda. 
Eu morro sufocado 
em terra estrangeira. 
Nossas flores são mais bonitas 
nossas frutas mais gostosas 
mas custam cem mil réis a dúzia.
 
Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade 
e ouvir um sabiá con certidão de idade! 
 
Disponível em: < http://www.horizonte.unam.mx/brasil/murilo1.html>. Acesso em: 19 mai. 2014.
 
 
Texto 5
 
Quadrilha
(Carlos Drummond de Andrade)
 
 
João amava Teresa que amava Raimundo 
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili 
que não amava ninguém. 
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento, 
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia, 
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes 
que não tinha entrado na história.
 
Disponível em: < http://pensador.uol.com.br/frase/Mzk0MDY/>. Acesso em: 19 mai. 2014.
 
 
Texto 6
 
Quadrilha da sujeira
(Ricardo Azevedo)
 
 
João joga um palitinho de sorvete na
rua de Teresa que joga uma latinha de
refrigerante na rua de Raimundo que
joga um saquinho plástico na rua de Joaquim que joga uma garrafinha velha na rua de Lili.
Lili joga um pedacinho de isopor na
rua de João que joga uma embalagenzinha
de não sei o quê na rua de Teresa que
joga um lencinho de papel na rua de
Raimundo que joga uma tampinha de
refrigerante na rua de Joaquim que joga
um papelzinho de bala na rua de J.Pinto
Fernandes que ainda nem tinha entrado na história.
 
 
 

Atividade 2

O professor levará os alunos para a biblioteca da escola, onde  pegarão emprestados livros de poesia. Em seguida, cada aluno deverá copiar um poema, anotando seu respectivo autor e criar, ao lado do poema que foi copiado, um outro poema, que se relacione com o mesmo, numa relação de intertextualidade.
 
 

Atividade 3

Os alunos lerão para a classe, tanto o poema "original" quanto o outro poema, criado por eles, para que os colegas percebam se há realmente ou não uma relação de intertextualidade (explícita) entre os dois textos.
 
 
 
 
Recursos Complementares

Material sobre intertextualidade:

Disponível em: <http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/intertextualidade-textos-conversam-entre-si.htm>. Acesso em: 19 mai. 2014.

 

Trailer do filme "Shrek Terceiro" (o qual faz intertextualidade com vários contos de fadas)

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=ev8N_mGPqCI>. Acesso em: 19 mai. 2014.

Avaliação

Os alunos poderão ser avaliados processualmente quanto à participação nas discussões e trabalhos em duplas para a análise dos textos verbais e não verbais.

 

Quantitativamente, o professor poderá avaliar os poemas produzidos pelos alunos, observando:

  • se há realmente relação de intertextualidade entre o texto produzido e o texto "de origem";
  • se o texto produzido pertence ao gênero poema.
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