domingo, 20 de junho de 2021

OS PREFEITOS COVEIROS DE ITARARÉ

A OPINIÃO DE HELIO PORTO
Na história de Itararé, já registramos um total de 40 políticos que desempenharam o papel de prefeito da cidade, incluídos os intendentes, nome atribuído originalmente ao mesmo cargo. Foram 54 períodos administrativos cumpridos, mas alguns prefeitos atuaram por mais de um mandato. Algumas administrações ficaram notáveis pela eficiência demonstrada em alguns setores, que dominaram com incrível competência. Francisco Alves Negrão marcou sua passagem pelo Palácio Municipal pela sua dedicação à zona rural, eixo principal da economia do município em seu tempo e calçamentos das principais vias urbanas. José Carlos Magno Neto (Tico) investiu nas obras subterrâneas com a construção de galerias, redes de esgoto e água em toda a área urbana e na revitalização das praças públicas. Ao Floriano Cortes se deve a expansão urbana que teve um crescimento significativo em suas gestões abrindo as divisas com a implantação do Jardim Alvorada, Jardim Claudina, Santa Terezinha e tantas mais. Walter Coquemala teve a pioneira iniciativa de criar um Distrito para fomentar as atividades industriais. Nehir Carneiro foi o prefeito da Assistência Social que junto ao Floriano ofereceu a cidade, dinâmicas Primeiras Damas, nas figuras da Dulce e da Maria Cecília que fizeram um trabalho memorável no setor. Verginio Holtz marcou sua gestão pelo incentivo ao esporte. Cesar Perucio foi marcado pelo estimulo as atividades agrícolas e da agricultura familiar. No entanto de todos eles, dois prefeitos ostentam o “Titulo de Coveiros” do progresso. Laércio Antonio Amado, de forma tresloucada, meteu ferramentas e arrancou os trilhos da ferrovia, enquanto ainda existia a esperança do retorno do trafego ferroviário na cidade. Seu gesto foi o golpe final no fim do Ciclo do Trem em Itararé, tornando-se o Coveiro Ferroviário. que sepultou de vez a chance de um retorno ao transporte, que no seu auge, manteve quatro trens diários que subiam para capital paulista e outras quatro composições que desciam para o Paraná e Uruguai, fora os trens de carga que eram intensos. Da sua fatídica decisão sobrou apenas o aspecto positivo da integração da Vila Santa Terezinha com o resto da cidade, pela implantação da Rua do Centenário. O segundo Prefeito Coveiro é o atual alcaide, Heliton do Valle que sem um propósito viável desativou o Aeroporto Municipal que ainda servia para pouso e decolagem de aeronaves de pequeno porte e já somava a sua história, o mérito de abrigar uma linha regular de vôos diários da antiga Companhia aérea Cruzeiro do Sul e que foi violada para favorecer empresários de uma suposta empresa avícola com doação desse terreno sem apresentar nenhuma utilidade até os dias atuais. Um crime que agora busca redimir querendo criar outro aeroporto, ainda no campo das suposições e nas promessas de um deputado desconhecido. A história é cruel com quem se elege para construir e que num rasgo de inversão, destrói ou aniquila o que com sacrifício já existia. Aos Coveiros que sepultam importantes conquistas da cidade sempre estará reservado um espaço para a repulsa coletiva.

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