Hipócrates


Médico grego, nasceu na Ilha de Cós, aproximadamente em 460a.C.. Considerado o pai da Medicina, é o mais célebre médico da Antiguidade e o iniciador da observação clínica. Filho de Heráclides e Fenareta, ligados à família dos Asclepíades – que se julgavam descendentes do herói Asclépio (Esculápio) e, para alguns, de Hércules. Viajou, a serviço de sua profissão, quase todo o mundo Grego: Tasos, Abdera (onde estudou filosofia com Demócrito), Císio, Selímbria (onde praticou ginástica com Heródico), Melibéia, entre outros.
Em Atenas, praticou e ensinou, aprendendo ao mesmo tempo, lógica com Górgias de Leontino.
De volta à cidade natal, passa a ensinar e praticar Medicina na escola do Templo de Esculápio.
Seu trabalho marca o fim da Medicina como manifestação mágica e divina e inaugura a ciência baseada na observação clínica.
Considera que as doenças resultam do desequilíbrio entre o que chama de humores: o sangue, a fleuma (estado de espírito), a bílis (amarela) e a atrabile (bílis negra). Para ele, todo corpo traz em si os elementos para a sua recuperação. Mas o conhecimento do corpo só é possível a partir do conhecimento do homem como um todo.
Seus escritos, reunidos nos 72 livros do Corpus Hippocraticum (Coleção Hipocrática), tratam de epidemias, articulações e fraturas. O Juramento , trabalho que resume sua ética, é pronunciado até hoje pelos formandos de Medicina.
Morreu em Larissa, Tessália, entre 375 e 351a.C.

Juramento de Hipócrates: Este juramento é recitado cada vez que no Ocidente os estudantes de medicina colam grau em sua formatura.

"Juro por Apolo, médico, por Esculápio, por Higéia e Panacéia,
por todos os deuses e deusas tomados como testemunhas,
que cumprirei, no limite de minhas forças e capacidade,
o seguinte juramento e compromisso: colocarei meu mestre no nível dos meus pais,
dividirei com ele o meu haver e proverei às suas necessidades,
quando for o caso. Terei seus filhos como irmãos e lhes ensinarei a medicina,
se o desejarem, sem remuneração ou recompensa.
Por preceitos, lições orais e todo outro meio de instrução,
transmitirei o conhecimento dessa arte a meus filhos,
aos filhos do meu mestre e a discípulos ligados por compromisso
e juramento segundo as leis da medicina mas a ninguém mais.
Seguirei o regime que for mais benéfico para os doentes,
segundo minhas luzes e meu critério, abstendo-me de todo mal
e injustiça. Não administrarei veneno a quem quer que me peça,
nem tomarei a iniciativa de sugerir seu uso; da mesma forma,
não darei a mulher alguma pessário abortivo. Viverei minha vida
e exercerei minha arte na pureza e na inocência. Não praticarei operações
para extração de cálculo, deixando-as aos que disso se ocupam.
Entrarei nas casas para o bem dos enfermos, preservando-me
de qualquer ato voluntário de maldade e corrupção, sobretudo
da sedução de mulheres e rapazes, livres ou escravos. No exercício da
minha arte ou fora dele, silenciarei sobre tudo o que vir e ouvir em sociedade e
que não precise tornar-se público, considerando sempre a discrição como
um dever. Que me seja dado gozar da vida e da profissão,
honrado entre os homens, se bem cumprir este voto; se o
violar e perjurar, que tenha a sorte adversa".


Fim