Francis Pelichek (Praga, 1896 – Porto Alegre, 1 de agosto de 1937), também chamado Franz Pelichek, nascido František Pelíšek, foi um pintor, desenhista e professor tcheco naturalizado brasileiro. Nascido em Praga em 1896, então parte do Império Austro-Húngaro, Pelichek imigrou para o Brasil por volta de 1920, com cerca de vinte e quatro anos, instalando-se em Porto Alegre. Na época a Primeira República da Checoslováquia havia sido proclamada há pouco tempo. Estudou pintura com Francis Kysela (1881-1941) e Emilio Dité. Lecionou no Instituto de Belas Artes da UFRGS de 1922 até sua morte. Trabalhando como ilustrador na Revista do Globo, produziu capas e imagens para textos literários, juntamente com João Fahrion e Sotero Cosme. Fez, em 1928, uma exposição individual na Casa Jamardo e participou de mostras coletivas como a do Salão de Outono, em 1925, do Salão da Escola de Artes, em 1929, e da Exposição do Centenário da Farroupilha, em 1935, criando cartões-postais para este evento e para a I Exposição Agrícola, Pastoril e Industrial, em 1931. É autor de obra sólida e interessante mas pouco conhecida, tendo deixado uma produção relativamente reduzida. Suas obras são encontradas nos acervos do Centro Cultural APLUB, da Pinacoteca Aldo Locatelli, da Pinacoteca Barão de Santo Ângelo, do MARGS e do MASP, assim como em coleções particulares. As obras de maior valor artístico de Pelichek, que também pintava retratos, são as paisagens do Rio Grande do Sul, das quais se destacam: Parando RodeioMarcaçãoRebanho de OvelhasVisita no PousoRonda de GalpãoApartando e Uma Toada Nova na Coxilha.

Pelichek era amigo pessoal do poeta Mario Quintana (1906-1994), tendo sido mencionado em um de seus sonetos. Integrava um grande grupo de boêmios, poetas e artistas, na capital gaúcha dos anos 1920 e 1930.

 

Hélio de Castro (SP, 1960) Artista de marinhas e barcos, premiado e catalogado por Julio Louzada. Iniciou-se na pintura aos 15 anos de idade, tendo como mestre e incentivador o seu pai, artista plástico Celson de Castro, com quem aprendeu a arte acadêmica e impressionista. Com o seu talento e técnica apurada, nos mostra uma arte delicada que nos conduz a um passado distante. Depois de vários estudos, o pintor chegou a tonalidades que lembram paisagens europeias, motivo pelo qual suas obras são tão admiradas na Europa, América do Norte, e até mesmo no Japão.

Com juntar – com meçar – com olhar – com fazer

A hora é de resgate do trajeto. Em Um(meu) caminho de expressão mostro trabalhos de vários tempos, uma espécie de retrospectiva são cronológica do meu fazer como artista. São pinturas, desenhos e objetos têxteis onde me coloco como ser contemporânea, uma mulher aqui e agora. Trago trabalhos antigos e pinturas realizadas e não mostradas para estabelecer uma relação entre tempos diferentes do meu processo criativo, coisas que fui guardando semmostrar, mas que são, na verdade, sua base. A partir delas, sigo meu voo. O mecanismo de fazer espontâneo e o uso, por meio de técnicas e linguagens diferentes e múltiplas, trazem para o material a minha relação com o universo do qual faço parte, meus personagens trazem consigo um pouco da realidade sensorial de mulher, com deficiência, vivendo neste tempo e lugar. Conto aqui uma boa parte da minha história. Mostro que, apesar da evolução técnica e liberdade de expressão conquistada na intensidade do fazer e pensar arte neste período de tempo, o trabalho mantém um núcleo de coerência demonstrada na verdade que propõe comunicar. Cores intensas, fortes, primárias no uso imediato, no gesto da mão. Espelhos, retratos abstratos, permissão da liberdade, do sonho, do desejo, do vazio. O depois no olho, na leitura, no entendimento.

Daisy Viola

Artista plástica

Curadora da Galeria Espaço Cultural Duque

COSMOS – ZicaFortini

Ceramista que apresenta produção recente em sua primeira individual na Galeria Duque. Em uma perspectiva tridimensional inovadora a artista produziu esculturas de parede compostas em materiais inusitados como ferro, placas acrílicas, placas cerâmicas, papier maché, elementos naturais e outros.

Teresas – Roberto Freitas

Teresas são chamadas as cordas feitas de lenções usadas pelos presos para fugas. A instalação Teresas, na fachada da galeria Duque remete a ideia da arte como caminho de fuga, um escape.

 

Acervo da Galeria Duque – Celebrando o 11º ano de criação da Galeria Duque Espaço Cultural, 2012 – 2023 a exposição traz nova seleção de obras de artistas brasileiros e internacionais.

Curadoria Ana Zavadil

De 19/dez/2022 a 10/mar/2023

As obras reunidas nesta exposição, 68 obras de 46 artistas,   discutem o conceito natureza-morta em sua abrangência e diversidade, e vamos encontrar obras clássicas com arranjos de frutas ou flores, bem como objetos, fotografias, instalações e outras linguagens em outros patamares de representação para o assunto, evocando outras ideias associativas.   Uma abordagem contemporânea do gênero clássico. Das antigas tumbas egípcias aos murais romanos, do realismo das Vanitas holandesas ao hiper-realismo das fotografias contemporâneas – todas retratando objetos inanimados – uma categoria fundamental no universo das artes visuais.

Artista plástica, pesquisadora, professora. Doutora em Artes Visuais, PPGAV, UFRGS/RS; Doutorado/sanduíche, na Université Pantheon-Sorbonne – Paris I, França; Associada à ANPAP – Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas; Membro do Conseil National Français des Arts Plastiques – CNFAP. Realiza curadoria de exposições; atua na pesquisa artística na área da gravura, fotografia, livros de artista, instalação.

Haydéa Santiago (1896 – 1980)

Frequentou cursos livres na Escola Nacional de Belas Artes (Enba), com Modesto Brocos (1852-1936) e Rodolfo Amoedo (1857-1941). Aperfeiçoa-se ainda com Eliseu Visconti (1866-1944). Entre 1928 e 1932, vive em Paris, onde estuda sob a orientação de Louis-François Biloul (1874-1947) e R. Primet. Participa, na mesma cidade, do Salão dos Artistas Franceses. Integra a Exposição Geral de Belas Artes (Egba), no Rio de Janeiro, desde 1921, recebendo prêmios entre 1923 e 1927. Em 1934, é premiada no Salão Nacional de Belas Artes, evento que substitui a Exposição Geral. Expõe nos Salões do Núcleo Bernardelli em 1932 e 1935. Em 1936, é agraciada no 4º Salão Paulista de Belas Artes, em São Paulo.
Em 1939, ganha prêmio no 1º Salão de Belas Artes do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, e, no ano seguinte, é premiada no 7º Salão Paulista de Belas Artes. Em 1947, participa do Salão de Outono, em Paris. Integra a mostra Um Século da Pintura Brasileira: 1850-1950, no Museu Nacional de Belas Artes, em 1950, no Rio de Janeiro, e a 1ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1951. Em 1971, é convidada especial do 6º Salão de Maio, realizado na Sociedade Brasileira de Belas Artes, na mesma cidade. Na ENBA, Haydéa foi aluna de pintores renomados como Modesto Brocos (1852-1936), Rodolfo Amoêdo (1857-1941) e Eliseu Visconti (1866-1944), tendo participado com frequência das Exposições Gerais de Belas Artes, promovidas pela Escola. Foi também na academia que a artista conhecera seu futuro marido, o pintor Manoel Santiago (1897-1987). Nas Exposições Gerais, a artista recebeu uma menção honrosa de 2º grau em 1923 e outra de 1º grau em 1924, além da Medalha de Bronze em 1925, a Pequena Medalha de Prata em 1926 e a Grande Medalha de Prata em 1927. Já casados, neste mesmo ano de 1927, Manoel recebeu a principal premiação ofertada nas Exposições: o Prêmio de Viagem, que consistia em uma bolsa para estudos na França, epicentro da arte acadêmica na qual o Brasil se inspirava. É também na década de 1950 que começamos a identificar Haydéa e Manoel como parte de um grupo de grande importância na transição da arte acadêmica para os modernismos que já haviam despontado nas décadas anteriores.

François Auguste René Rodin (Paris/FR, 1840 — Meudon/FR, 1917)

Mais conhecido como Auguste Rodin, foi um escultor francês. Apesar de ser geralmente considerado o progenitor da escultura moderna, não se propôs a rebelar contra o passado. Foi educado tradicionalmente, teve o artesanato como abordagem em seu trabalho, e desejava o reconhecimento acadêmico, embora nunca tenha sido aceito na principal escola de arte de Paris. Esculturalmente, Rodin possuía uma capacidade única em modelar uma superfície complexa, turbulenta, profundamente embolsa em argila. Muitas de suas esculturas mais notáveis ​​foram duramente criticadas durante sua vida. Eles entraram em confronto com a tradição da escultura da figura predominante, onde as obras eram decorativas, estereotipadas ou altamente temáticas. Seu trabalho mais original partiu de temas tradicionais da mitologia e da alegoria, modelando o corpo humano com realismo e celebrando o caráter individual e fisicalidade. Rodin era sensível às controvérsias em torno de seu trabalho, mas se recusou a mudar seu estilo. Sucessivas obras trouxeram aumentos de favores do governo e da comunidade artística.

Fonte: Google Arts & Culture.

Laura Anderson, 1958, Ciudad de Mexico, México. É uma artista multidisciplinar autodidata mexicana.  Criou o conceito de «transcomunalidade» para definir um espaço no qual não existam fronteiras geográficas e territoriais. É considerada pioneira em arte social entendendo por isto propostas artísticas em que subjaz o trabalho colaborativo e comunitário. Estudou escultura e gravura na Escola de Artes Visuais da Universidade do Rio de Janeiro,  arquitetura na Ciudad de México, e sociologia na Universidade da California en San Diego ​ e arquitetura na Universidad Motolinia do México. Foi professora na Escuela Nacional de Pintura, Escultura y Grabado “La Esmeralda” pertencente ao Instituto Nacional de Bellas Artes do México. Atualmente reside em Nueva York.

M.Dubois (França, século XIX/XX)

Ubi Bava (Santos SP 1915 – São Paulo SP 1988). Pintor, desenhista e professor. Freqüenta a Escola Nacional de Belas Artes, formando-se em arquitetura em 1939 e pintura em 1940, no Rio de Janeiro. É aluno de Lucilio de Albuquerque e Henrique Cavalleiro. Em 1947, torna-se professor de desenho artístico da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro, FAU/UFRJ. Nos anos 40 e 50 desenvolveu um abstracionismo geométrico a partir do qual foi caminhando a passos largos para a arte cinética e a arte ótica. Em 1961, ganha o Prêmio de Viagem ao Estrangeiro do Salão de Arte Moderna e segue para a Europa, fixando-se, principalmente, na Itália. Viveu na Europa de 1962 a 1963, entre Espanha, França e Itália. Já nos anos 70, trabalhando com espelhos recortados e modulados, calotas de alumínio e canos plásticos, chamava o espectador a participar da obra. No espelho, a nossa imagem (“essência da imagem”), multiplicada ou deformada, passa a ser a proposta “fenomenológica” do artista. Construtivista, ele próprio chegou a se considerar uma espécie de concretista lírico, o que naturalmente o colocou à margem dos movimentos concretista e neoconcretista. Individuais no Rio de Janeiro (com destaque para a realizada no Museu Nacional de Belas Artes, em 1984) e em São Paulo. Entre as premiações atribuídas à sua obra podemos destacar: 1949, medalha de prata no Salão Nacional de Arte Moderna; 1961, viagem ao estrangeiro no mesmo salão; 1981, prêmio IBEU de melhor exposição realizada no ano de 1980, Rio de Janeiro. Presente à Bienal de São Paulo desde 1951, dedicaram-lhe sala especial em 1973. Foi também professor de arte durante muitos anos.

Desenhista, pintor, artista intermídia.

Em 1977, Fernando Luiz Lucchesi Cunha(Belo Horizonte, MG, 1955) trabalhou no setor de artes plásticas da Fundação Clóvis Salgado em Belo Horizonte. Participa de sua primeira exposição coletiva, A Paisagem Mineira, em 1977. Dois anos depois, realiza sua primeira exposição individual na Fundação de Arte de Ouro Preto. Em 1983, integra a Escola de Artes e Ofícios de Contagem, Minas Gerais, idealizada por Amilcar de Castro (1920 – 2002), onde ministra aulas de desenho, pintura e objetos para crianças carentes da cidade. Em 1989, muda-se para Ouro Preto, onde no ano seguinte, durante a Semana Santa, realiza uma exposição a céu aberto, cobrindo com banners as fachadas das casas. Volta a residir em Belo Horizonte em 1995, e passa a realizar pinturas constituídas sobretudo por pequenos toques circulares do pincel. Muda-se novamente para Ouro Preto em 1997 e monta seu ateliê. Fixa residência em Nova Lima, na região de Belo Horizonte em 1999.

Nascido no Pará, em 1943,  Manoel Raimundo Pereira da Costa passou a infância e adolescência no Amapá, crescendo em plena selva amazônica. Entre os perigos e seduções da floresta, deixou-se fascinar pela visão dos seringueiros, pelas colheitas, pela pesca nos igarapés e pelos batuques da tradicional festa do Marabaixo: cenas inesquecíveis que se tornariam temas principais da sua produção artística. Mesmo sem o menor contato com o fenômeno arte, Manoel despertou precocemente para pintura. Aproveitando sobras de tintas que seu pai utilizava para pintar canoas criando toscas paisagens sobre pedaços de madeira ou papelão, sob o olhar contrariado de seu pai. Mudando-se para Macapá, foi fortemente incentivado pelo seu professor de literatura, Antonio Munhoz Lopes, abraçou a pintura com garra maior, desenvolvendo um paisagismo vibrante voltado para captação dos momentos mágicos da natureza. Seu esforço foi recompensado com prêmios em salões e com uma bolsa de estudos concedida pelo Governador que lhe abriria as portas da escola de belas Artes do Rio de Janeiro. Uma vez na metrópole, aprimorou-se no desenho e expandiu sua visão da arte, mas sem trair jamais suas origens. Em 1987 foi lançado um livro sobre sua vida e sua obra, com texto de Walmir Ayala. passou a infância e adolescência no Amapá, crescendo em plena selva amazônica. Entre os perigos e seduções da floresta, deixou-se fascinar pela visão dos seringueiros, pelas colheitas, pela pesca nos igarapés e pelos batuques da tradicional festa do Marabaixo: cenas inesquecíveis que se tornariam temas principais da sua produção artística. Mesmo sem o menor contato com o fenômeno arte, Manoel despertou precocemente para pintura. Aproveitando sobras de tintas que seu pai utilizava para pintar canoas criando toscas paisagens sobre pedaços de madeira ou papelão, sob o olhar contrariado de seu pai. Mudando-se para Macapá, foi fortemente incentivado pelo seu professor de literatura, Antonio Munhoz Lopes, abraçou a pintura com garra maior, desenvolvendo um paisagismo vibrante voltado para captação dos momentos mágicos da natureza. Seu esforço foi recompensado com prêmios em salões e com uma bolsa de estudos concedida pelo Governador que lhe abriria as portas da escola de belas Artes do Rio de Janeiro. Uma vez na metrópole, aprimorou-se no desenho e expandiu sua visão da arte, mas sem trair jamais suas origens. Em 1987 foi lançado um livro sobre sua vida e sua obra, com texto de Walmir Ayala.

Rubem Mauro Cardoso Ludolf (Maceió/AL, 1932 – Rio de Janeiro/RJ, 2010)

Pintor, arquiteto, paisagista. Forma-se pela Escola Nacional de Arquitetura da Universidade Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, em 1955. Nessa época, frequenta as aulas de Ivan Serpa (1923-1973) no curso livre de pintura do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ). Participa do Grupo Frente a partir de 1955. Integra-se ao movimento concretista, entre 1956 e 1957. Paralelamente a sua atividade como artista plástico, Rubem Ludolf atua como arquiteto, entre 1954 e 1990, no Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), dedicando-se principalmente ao paisagismo. Participa de cinco edições da Bienal Internacional de São Paulo, entre 1955 e 1967, recebendo o prêmio aquisição dessa última; é um dos integrantes da sala especial Arte Construída: homenagem a Waldemar Cordeiro, exibida na 12ª edição da mostra, em 1973.

Na metade da década de 1950, Rubem Ludolf cria obras abstrato-geométricas, nas quais explora as estruturas seriadas, o ritmo e os efeitos óticos, como ocorre em Assimetria Resultante do Deslocamento Simétrico, 1955 ou em Quase Quadrado, 1957. Em Ritmo, 1958, a estrutura é dada pela linha, pela superposição dos planos e por elementos que tendem ao signo gráfico. Na década de 1960, passa a substituir o rigor concretista por uma pintura caracterizada por pinceladas que constroem tramas de cor. Na opinião do crítico Roberto Pontual, é pela cor que tudo começa na obra de Rubem Ludolf, aspecto pelo qual sua produção revela afinidades com o neoconcretismo, apesar de ter sido circunstancialmente ligado ao concretismo paulista, entre 1956 e 1957.

O artista cria campos de forças onde os elementos, dispostos dinamicamente, se atraem em jogos de equivalências visuais. Em sua produção ocorre a rigorosa ordenação de formas e um apurado cromatismo, que estimulam a percepção visual do espectador.

Como nota o crítico Mário Pedrosa (1900-1981), em 1965, seus trabalhos são de grande delicadeza tonal, com tramas que se superpõem a ponto de formar, em certas telas, um terceiro plano, posterior. São essas tramas que caracterizam particularmente seu trabalho. Para o crítico Frederico Morais, as Tramas resultam de uma interligação de escritas ou de signos gráficos superpostos, que formam tessituras, nas quais explora os jogos de profundidade e vazio. O próprio movimento do espectador diante dos quadros, aproximando-se ou distanciando-se, cria novas vibrações cromáticas e novas descobertas para o olhar.

Na definição do próprio artista, seu trabalho consiste em “pintar a tela em branco como quem escrevesse com a cor, formando frases em pinceladas ordenadas ora num sentido, ora noutro, nunca a esmo. Continuar pintando (escrevendo) até que as tramas, labirintos, claro-escuros, signos tomem forma e comecem a respirar”. No fim da década de 1980, sua obra volta a apresentar características construtivas, em cujas telas a ordenação cromática ocorre por meio de faixas horizontais.

Fonte: Itaú Cultural.

Julio Plaza González (Madri, Espanha 1938 – São Paulo, 17 de Junho de 2003) foi um artista, escritor, gravador e professor. Iniciou sua formação em Madri, na década de 50. Cursou a École de Beaux-Arts (Escola de Belas Artes de Paris)

Chegou ao Brasil em 1967, para participar da 9ª Bienal Internacional de São Paulo, fazendo parte da integrando a representação espanhola. Com bolsa de estudos oferecida pelo Ministério da Relações Exteriores do Brasil, ingressa na Escola Superior de Desenho Industrial – ESDI, no Rio de Janeiro. Realiza em São Paulo com o editor Julio Pacello o Livro-Objeto, em serigrafia com recortes, um exemplo típico da obra aberta,no final década de 1960-(68-69). De 1969 a 1973, foi professor de linguagem visual e artes plásticas no Departamento de Humanidades da Universidad de Puerto Rico, onde realiza esculturas no espaços abertos do Campus, inúmeras serigrafias, e organiza o que foi provavelmente a primeira exposição de arte postal internacional: Creación, Creation, com a presença de cerca de 80 artistas de vários cantos do mundo. Retorna ao Brasil em 1973. A seguir se torna professor da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo – ECA/USP e da Fundação Armando Álvares Penteado – Faap. Em 1975, publica com Augusto de Campos os livros Caixa Preta e Poemóbiles. Foi grande colaborador do Prof. Walter Zanini, então diretor do MAC/USP, tendo organizado duas emblemáticas exposições internacionais de arte postal: Prospectiva (1974) e Poéticas |Visuais(1977). Sempre um estudioso das novas mídias e da teoria da arte, J. Plaza publica livros sobre video-texto e a tradução intersemiótica, e também inúmeros artigos e textos com grande rigor, nos quais manifesta uma visão crítica a respeito dos rumos que o sistema das artes e do mercado vão tomando no passar dos anos.

Foi casado ainda nos anos 60 com a artista concretista espanhola Elena Asins, e já no Brasil, com a artista conceitual Regina Silveira, com quem vive de 1967 a 1987. Casa-se pela terceira vez, com a advogada portuguesa Anabela Plaza, com quem viveu até sua morte em 2003.

Mario Cravo Junior (Salvador, 13 de abril de 1923 — Salvador, 1 de agosto de 2018) foi um escultor, pintor, gravador e desenhista e poeta brasileiro. Fez parte da primeira geração de artistas plásticos modernistas da Bahia, ao lado de Carlos Bastos e Genaro de Carvalho. Em 70 anos de atividade como artista plástico, realizou inúmeras exposições individuais e coletivas, prêmios, esculturas em espaços abertos em muitos pontos do Brasil, sobretudo em Salvador, além de obras adquiridas por museus internacionais. Filho de um próspero fazendeiro e comerciante, executa suas primeiras esculturas entre 1938 e 1943, período em que viaja pelo interior da Bahia. Em 1945, trabalha com o santeiro Pedro Ferreira, em Salvador, e muda-se para o Rio de Janeiro, estagia no ateliê do escultor Humberto Cozzo (1900-1973). Realiza sua primeira exposição individual em 1947, em Salvador. Nesse ano, é aceito como aluno especial do escultor iugoslavo Ivan Mestrovic (1883-1962) na Syracuse University, no Estado de Nova York, Estados Unidos, e, após a conclusão do curso, muda-se para a cidade de Nova York. De volta a Salvador, em 1949, instala ateliê no largo da Barra, que logo se torna ponto de encontro de artistas como Carlos Bastos (1925-2004), Genaro (1926-1971) e Carybé (1911-1997). Em 1954, passa a lecionar na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Entre 1964 e 1965, mora em Berlim, patrocinado pela Fundação Ford. Retorna ao Brasil em 1966, ano em que obtém o título de doutor em belas artes pela UFBA e assume o cargo de diretor do Museu de Arte da Moderna da Bahia (MAM/BA), posição que ocupa até 1967. Em 1981 coordena a implantação do curso de especialização em gravura e escultura da Escola de Belas Artes da UFBA. Em 1994, doa várias obras para o Estado da Bahia, que passam a compor o acervo do Espaço Cravo, localizado no Parque Metropolitano de Pituaçu, em Salvador.

Oscar Ribeiro de Almeida de Niemeyer Soares Filho (Rio de Janeiro/RJ, 1907 – 2012)

É o arquiteto moderno brasileiro de maior renome internacional. Pensava no edifício como uma escultura, destaca-se pelas formas curvilíneas que dá a suas edificações, inaugurando um novo padrão estético na arquitetura brasileira. Formou-se em arquitetura pela Escola Nacional de Belas Artes (Enba), no Rio de Janeiro, em 1934. Nesse ano, estagia no escritório do arquiteto e urbanista Lucio Costa, onde aprende os fundamentos da arquitetura moderna e toma gosto pelas construções coloniais luso-brasileiras. Para Niemeyer, Costa é seu principal mestre, especialmente no que diz respeito à técnica e à tradição brasileiras.

A parceria entre os dois é frutífera. Antes de convidar Niemeyer para auxiliá-lo no projeto do Pavilhão Brasileiro na Feira Internacional de Nova York, em 1939, Lucio Costa o indica para compor a equipe de arquitetos que projeta o Ministério da Educação e Saúde (MES), no Rio de Janeiro, com a supervisão do suíço Le Corbusier. Este é fundamental para a constituição da identidade arquitetônica de Niemeyer, que se interessa pela ideia do edifício como uma unidade escultural e pela concisão arquitetônica de Le Corbusier, de quem absorve aspectos como o rigor formal e a liberdade de desenho.

Entre 1940 e 1944, projeta, por encomenda do então prefeito de Belo Horizonte, Juscelino Kubitschek, o Conjunto Arquitetônico da Pampulha, que se configura como um marco de sua obra, pois rompe com os conceitos rigorosos do funcionalismo e utiliza uma linguagem de formas novas, livres, curvas e sensuais, explorando as possibilidades plásticas do concreto armado. O conjunto é composto pela Casa do Baile, o Iate Clube, a Igreja de São Francisco e o Cassino, e conta com a importante colaboração do engenheiro Joaquim Cardozo e do paisagista Burle Marx.

Em 1947, é convidado pela Organização das Nações Unidas (ONU) a participar da comissão de arquitetos encarregada de definir os planos de sua futura sede em Nova York. Seu projeto, junto com o de Le Corbusier, é escolhido, e Niemeyer consolida seu prestígio no exterior. Em 1949, é nomeado membro da American Academy of Arts and Sciences [Academia Americana de Artes e Ciências]. No início da década de 1950, o debate crítico em torno da obra de Niemeyer se intensifica. O arquiteto greco-americano Stamo Papadaki (1906-1992) publica a primeira monografia sobre a obra do arquiteto carioca, em 1950.

Ainda na década de 1950, Niemeyer é convidado por Ciccillo Matarazzo para projetar o Parque do Ibirapuera, idealizado para ser um marco da cidade de São Paulo. O parque é constituído de cinco edifícios culturais conectados por uma grande marquise de desenho leve e orgânico, propiciado pelo uso do concreto armado. Os vãos desses prédios tornam-se ainda mais largos, e as colunas, mais estreitas; os pontos de apoio são delicados; o conjunto tem um aspecto leve e curvilíneo. Todo esse complexo é articulado em harmonia a uma extensa área verde.

Em 1956, Juscelino Kubitscheck, já presidente da República, convida Niemeyer para projetar os prédios públicos de Brasília, futura capital do Brasil, cujo plano urbanístico é confiado a Lucio Costa. De acordo com Niemeyer, os edifícios de Brasília são uma tomada de posição contra os limites do funcionalismo e o envelhecimento de algumas fórmulas da arquitetura moderna. Sua “preocupação fundamental consiste em conceber um elemento novo e diferente, que não copiasse os modelos habituais nos quais a arquitetura moderna se atola, mas que suscitasse um sentimento de surpresa e emoção”. A cidade é inaugurada em 1960 e causa admiração. O escritor André Malraux diz que as colunas do Palácio da Alvorada “são o evento arquitetônico mais importante desde as colunas gregas”. Le Corbusier acha Brasília “magnífica de invenções, de coragem e de otimismo”.

Na década de 1960, a violência e a perseguição política da ditadura militar fazem o arquiteto se exilar na França e voltar a sua carreira para o exterior, onde obtém muito êxito. Em 1967, é convidado para projetar a nova sede da Editora Arnaldo Mondadori, nos arredores de Milão. Niemeyer atende ao pedido do proprietário, Giorgio Mondadori, que deseja um prédio como o do Palácio Itamaraty, e cria um conjunto monumental. A obra é centrada em um longo edifício de vidro e aço envolto por um espelho d’água. Ele é constituído de um sistema de grandes arcos de concretos, que, por terem larguras diferentes, dão uma espécie de “ritmo musical” à fachada, nas palavras do arquiteto.

No início dos anos 1980, realiza importantes obras públicas. A Casa da Cultura de Le Havre é inaugurada em 1982, na França. O conjunto é uma das obras mais escultóricas de Niemeyer. Sobre um amplo terreno, o arquiteto relaciona plasticamente grandes edifícios. Um de seus últimos trabalhos, o Memorial da América Latina, construído entre 1988 e 1989, em São Paulo, já não tem a mesma força dos projetos anteriores. Em 1991, desenha o Museu de Arte Contemporânea (MAC-Niterói), construído às margens da baía de Guanabara. Em 2007, ao completar 100 anos, recebe homenagens no Brasil e no exterior.

Autor de obras arquitetônicas de notoriedade no século XX, Oscar Niemeyer valoriza em suas construções a inovação e a beleza plástica que comovem e surpreendem. O arquiteto concebe em seus projetos um elemento novo e diferente, rompendo com modelos convencionais da arquitetura.

Fonte: Itaú Cultural.

Francisco Brilhante, ou Professor Brilhante, como ficou popularmente conhecido, nasceu no dia 2 de abril de 1901, em Porto Alegre, RS, e aos 12 anos já manifestava seu gosto pela pintura, quando desenhava para dois jornais humorísticos da época, o Bem-Te-Vi e o Sova. Na Escola de Belas Artes, futuro Instituto de Arte da UFRGS, foi aluno dos mestres Libindo Ferrás e Francis Pelichek. Depois de formado, foi para a capital carioca, onde permaneceu por quatro anos, para aperfeiçoar os estudos.

De volta a Porto Alegre, começou seu trabalho junto a parques e praças, fixando-se finalmente na Igreja do Rosário. Aos 33 anos casou-se com Edelmira Posada, estabelecendo-se no bairro São Geraldo, com os filhos Domingos e Ivaniza. Viveu por mais de 30 anos numa modesta casa, na rua Pernambuco: ‘a pintura não me deu dinheiro, vivo com muito pouco, mas em compensação, trabalhar da forma como escolhi me ensinou a viver e a conhecer os homens’, costumava dizer.

Em 14 de julho de 1987 morreu em decorrência de problemas bronco pulmonares e de infecção renal. Suas telas foram parar na Argentina e na Itália e um documentário de sua vida, nos Estados Unidos.

Prof. Círio Simon

Cassia Aresta(1956) nasceu e reside em Florianópolis, Santa Catarina. Nos anos 1990 estudou com os artistas Tuneu, Brito Velho, Dudi Maia Rosa e Paulo Pasta. Desde o final dos anos 1980 integrou uma série de exposições coletivas, tanto no Brasil, como no exterior. Também realizou exposições individuais, em espaços como a FUNARTE, Instituto Goethe (em São Paulo, Bordeaux e Frankfurt), SESC, entre outros.

Daisy Viola Pintora, Santa Maria, RS, 1956. Bacharel em Artes pela Universidade Federal de Santa Maria em 1983. Artista plástica, instrutora de arte no Atelier Livre Xico Stockinger da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Tem participado de coletivas e salões, com destaque no Salão MARGS-35 Anos, 1989, e 15º Salão de Artes Plásticas da Associação Riograndense de Artes Plásticas Francisco Lisboa (Chico Lisboa), 1992, ambos em Porto Alegre. Neste mesmo ano expôs individualmente na galeria João Fahrion, MARGS, em Porto Alegre. A artista é Curadora da Galeria Espaço Cultural Duque desde sua inauguração, em 2012. Daisy Viola é Instrutora de Artes do Atelier Livre Prefeitura de Porto Alegre desde 1996, e já esteve a frente da instituição como Diretora em dois mandatos. Tem papel relevante no fomento das artes em Porto Alegre estimulando e formando novas gerações de artistas e de artistas mulheres em torno das artes têxteis.Em 2023 reliza sua primeira individual na Galeria Duque: Um (meu) caminho de expressão, apresentando desenhos, pinturas, móbiles e colagens.

Luís Mario Cladera – De nacionalidade alemã-uruguaia, o artista nasceu em Montevidéu, Uruguai, em 1958, e reside em Porto Alegre desde 1978. Trabalhou no ateliê do escultor Vasco Prado e da gravurista e tapeceira Zorávia Bettiol, com a ceramista argentina Martha Kearns. Em 1984, ingressou no Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Desde os anos 80, participou de quase 200 eventos entre exposições coletivas, individuais, salões, curadorias, simpósios, palestra, cursos e leilões. É membro diretor da Associação dos Escultores do Rio Grande do Sul.

Joseph Franz Seraph Lutzenberger (Altötting, 13 de janeiro de 1882 — Porto Alegre, 2 de agosto de 1951), também conhecido como José Lutzenberger, foi um artista plástico, decorador, arquiteto e professor alemão naturalizado brasileiro que emigrou para o Brasil em 1920, fixando-se em Porto Alegre. Foi um estimado professor do Instituto de Belas Artes, e deixou uma série importante de edifícios, alguns deles protegidos oficialmente, bem como uma obra artística relevante no campo na aquarela e do desenho, com destaque para suas cenas campeiras e urbanas com seus tipos humanos característicos. É pai do ambientalista José Lutzenberger.

Milton Kurtz (Santa Maria, 1951 — Porto Alegre, 1996) foi um pintor, desenhista e artista intermídia brasileiro.

Graduou-se em arquitetura pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul em 1977, mas desde logo se aproximou das artes. Integrou o Grupo KVHR, entre 1978 e 1980, e o Espaço NO de 1979 a 1982, que desenvolviam uma arte de vanguarda inquisitiva e contestatória, questionando o sistema de arte, explorando novas formas de representação e apresentação, novos campos de significados, novas mídias e novas relações com o corpo, a obra e o público.

Fez sua primeira exposição individual em 1983, na Galeria Tina Presser, em Porto Alegre. Quatro outras individuais se seguiram, e participou mais de 60 coletivas (35 em vida), entre elas Salão Nacional de Artes Plásticas (1980, 1981), Salão Paulista (1981), Bienal de Havana (1984), Caminhos do Desenho Brasileiro (1986, Museu de Arte do Rio Grande do Sul), Arte Sul (1989, Museu de Arte do Rio Grande do Sul), Arte Erótica (1993, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro). Postumamente sua obra foi reapresentada muitas vezes, podendo ser destacadas as coletivas A Arte Contemporânea da Gravura (1997, Museu de Arte de Curitiba), Figura na Pintura (2000, Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul), O Corpo na Arte Contemporânea Brasileira (2005, Itaú Cultural em São Paulo), Queermuseu (2017, Farol Santander, 2018, Escola de Artes Visuais do Parque Lage), Bienal do Mercosul (2022).

Ficou conhecido pelas obras que exploram o universo da cultura pop e o diálogo entre diferentes mídias, técnicas e estilos. Segundo o pesquisador Marcelo Guimarães Alves, Kurtz “inseriu sua obra no circuito das artes do Rio Grande do Sul e do Brasil através da convivência com artistas e grupos que promoveram o debate e uma efervescência cultural responsável por tornar a capital gaúcha um importante pólo das artes no país no final dos anos 70 e inicio dos 80”. Sintonizado com sua contemporaneidade e com a mídia de massa, buscando referenciais nas histórias em quadrinhos, revistas, fotografias, jornais, anúncios publicitários, cinema e televisão, “Kurtz constrói uma obra com intensas aproximações ao espírito característico da Pop Art”.

Enquanto os artistas do Grupo KVHR e do Espaço NO atuavam numa linha mais discursiva, conceitual e minimalista, na década de 1980 Kurtz passou a investir mais na visualidade, acompanhando o chamado “renascimento” internacional da pintura que ocorreu neste período. Tinha um grande domínio do desenho e da representação figurativa — que muitas vezes se aproxima do hiper-realismo — e mesmo na pintura um caráter gráfico sobressai em grande parte de sua produção, jogando com padrões abstratos e cores fortes e contrastantes tratadas em planos chapados. A figura humana ocupa um lugar destacado na sua obra, com variados tratamentos e associações temáticas. Uma seção importante de sua obra alude ao homoerotismo, ora explícito, ora apenas sugerido. Começara a fazer arte desde jovem, no período de emergência da cultura gay e da contracultura no Brasil, que levantavam temas difíceis de trabalhar durante a repressão e a censura da ditadura militar, trazendo para a tela ou o desenho um jogo de tensões entre o corpo e o espaço, os conflitos humanos e os desejos mais íntimos.Para o crítico Fernando Cocchiaralle, “Kurtz singulariza-se enquanto artista a partir do imaginário, nunca pelo virtuosismo quase impessoal de uma técnica que dominava como poucos”.

No fim da década de 1980 seu trabalho se encaminha para uma nova fase, em que a descrição anatômica do corpo humano se simplifica radicalmente, resumindo-se ao contorno de silhuetas em movimento tratadas em cores chapadas contra fundos abstratos que podem se aproximar dos efeitos visuais vibrantes da Op Art.

Nascida em Sant’Ana do Livramento/RS em 1943 Iniciou sua trajetória em 1967 frequentando o Atelier de Miriam Pchara, em Canoas/RS, até 1973. De 1974 a 1983 e em 1990 e 1991 frequentou o Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre. Freqüentou o curso “Transformação da Linguagem, Característica e Privilégio da Gravura em Metal”, no Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre/RS, com a Professora Nilza Haertel; Desde 1990 trabalha em atelier próprio com gravura em metal, onde também ministra aulas de gravura. Em 1993 desenvolve pesquisa para a produção de tinta talho doce para gravura em metal, produzindo todas as tonalidades que são empregadas em seu trabalho.Em novembro de 1988 participa de Oficina de Litografia no Centrum voor grafiek Frans Masereel em Kasterlee/Bélgica.

Premiações:

Durante sua trajetória recebeu mais de 10 premiações destacando-se: Pequena Medalha de Bronze no 9° Salão de Artes Plásticas de Franca, São Paulo, em 1985.  Grande Prêmio no V Salão Latino Americano de Artes Plásticas no Museu de Artes de Santa Maria/RS em 1994. Em 1993 e 1994 foi agraciada com o Troféu Destaque em Gravura da Associação Francisco Lisboa. Em 2007, como integrante do grupo A Flecha, foi agraciada com 1º Prêmio Açorianos de Artes Plásticas na categoria Projeto Alternativo de Produção Plástica. Em 2010 foi indicada para o IV Prêmio Açoriano de Artes Plásticas como destaque em gravura pela exposição Código Pessoal realizada no Museu de Artes do Rio Grande do Sul – MARGS. HONORARY MEDAL no 16º International Triennial of SMALL GRAPHIC FORMS, POLAND – LÒDZ 2017.

Mais de quarenta participações em salões nacionais e internacionais, destacando-se: XXXVIII Salão de Artes Plásticas de Pernambuco em 1984; Bienal de Gravura – Gravure de lune – Lille – França em 2006, 14th International Triennial of Small Graphic Forms, Poland – Lódz; em 2011 e Second International Print Biennale Yerevan 2019 – Armenia.

Exposições individuais: mais de 20, destacando-se: Exposição no Espaço Cultural da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, Rio de Janeiro/RJ, em 2006. Exposição intitulada Código Pessoal, no Museu de Arte do Rio Grande do Sul- MARGS – Porto Alegre/RS, em 2005.  Exposição no Banco do Brasil em Bruxelas/Bélgica, em 1998. Na Bolsa de Arte de Porto Alegre/RS em 1992 e na Galeria Cambona, também em Porto Alegre em 1987 e no Museu de Arte de Santa Catarina em 1985.

Exposições coletivas: mais de cem, destacando-se: “Galeria Arte em Papel” da Aliança Francesa de Brasília, juntamente com o artista carioca Alex Gama em 2007: Gomboc Gallery, Middle Swan, Western Australia em 2004; Frans Masereelcentrun /Bélgica, Exposição comemorativa ao jubileu do Centro Gráfico em 2004; Exposição “Reations” – Galeria Exit Art – Nova York em 2001; Graphic Work and Sculptures – Galeria Domplein – Utretch – Holanda – Coletiva de arte latino-americana em 1996; e Edel Trade Center: Arte Contemporânea Destaque no Rio Grande do Sul – Porto Alegre, RS em 1992.

Rusy Scliar (Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 1947) Pintora autodidata. Irmã do pintor Carlos Scliar.

Jesús Fuertes Gomes (1938, Madrid, Espanha – 2006, Miami, Flórida, EUA)

Jesus Fuertes foi um pintor cubista iniciado no mundo da arte por Salvador Dalí e descrito como um “verdadeiro gênio” por Pablo Picasso. Fuertes costumava escolher mulheres e gatos como tema. Vários de seus trabalhos mais conhecidos envolvem o uso de tons de azul, o que lhe rendeu o apelido de “Pintor de Azul”. Wikipedia . Sua família, de convicções republicanas, deixou a Espanha para morar na Bélgica, em 1944. Viveu em diversas cidades europeias durante sua juventude. Estudou história da arte, na universidade parisiense da Sorbonne.Morou em Paris, onde conheceu Salvador Dali, um dos corifeus do surrealismo e André Breton, um dos teóricos mais importantes desse movimento, em 1958. Conviveu com Picasso na capital francesa, em 1960.Em Roma, em 1962, recebeu o Grande prêmio para pintura e escultura. Morou nessa cidade até 1970. Conheceu, em Roma, Giorgio di Chirico. Fixou-se em Alicante, Espanha, entre 1973 e 1976. Instalou-se em São Paulo, em 1997. Nesta cidade desenvolveu um colorido intenso que, segundo críticos, representa uma das primeiras formas do que seria um neocubismo tropical.Entre 1989 e 1992, trabalhou em um tríptico para a Feira Internacional de Sevilha (Descobrimento da América), encomendado pelo governo espanhol.

Fonte: guiadasartes.com.br

Leda Catunda Serra (São Paulo SP 1961)Pintora e gravadora. Cursa artes plásticas na Fundação Armando Álvares Penteado – Faap, em São Paulo, entre 1980 e 1984, onde é aluna, entre outros, de Regina Silveira (1939), Julio Plaza (1938 – 2003), Nelson Leirner (1932) e Walter Zanini (1925). A partir de 1986, leciona na Faap e em seu ateliê, até meados dos anos 1990. Desde o fim dos anos 1980, ministra também workshops e cursos livres em várias instituições culturais no Brasil e ocasionalmente no exterior. Recebe o Prêmio Brasília de Artes Plásticas/Distrito Federal, na categoria aquisição, em 1990. Em 2003, defende doutorado em artes, com o trabalho Poética da Maciez: Pinturas e Objetos Poéticos, na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo – ECA/USP, com orientação de Julio Plaza. Tem ainda relevante atuação docente, lecionando pintura e desenho no curso de artes plásticas da Faculdade Santa Marcelina – FASM, em São Paulo, entre 1998 e 2005. Em 1998, é publicado o livro Leda Catunda, de autoria de Tadeu Chiarelli, pela editora Cosac & Naify.

Jean-Baptiste Camille Corot (Paris, França, 1796 – Ville-d’Avray, França, 1875)Filho de uma família de comerciantes abastados, Corot, teve uma infância confortável e estável, tendo trabalhado numa loja do pai. Corot fez seus estudos na cidade de Rouen, onde foi hospedado pela família Sennegon, uns vendedores de tecidos, amigos do seu pai. Denis Sennegon casou-se com a irmã de Camille Corot, Annette-Octavie. Corot, fez retratos de vários membros da família Sennegon. Destes, onze são conhecidos e dois estão expostos no Museu do Louvre. Nesses retratos, Corot (que nessa época raramente pintava figuras ou paisagens), teve oportunidade de se sentir à vontade com os modelos. Tais obras estão entre as mais notáveis de suas figuras.

As primeiras obras do pintor ocupam um lugar de destaque no desenvolvimento da moderna pintura de paisagens. Em 1825 Corot viajou à Itália e explorou o campo nas proximidades de Roma, como antes fez Claude Lorrain. O artista não transformou seus esboços em visões pastoris mas apreendeu sua dimensão de quadros em pequenas telas. Corot prima pela claridade, estabilidade arquitetônica e “verdade do momento” – sua precisão de observação e sua facilidade para apreender qualquer paisagem durante suas excursões, demonstram o mesmo compromisso com a experiência visual direta que tinha Constable.

No mesmo ano, pintou “O Coliseu” (1825), mostrando a sua formação essencialmente clássica e algumas inovações a nível da luz.

De volta à França, abandonou o academicismo em favor de um estilo paisagístico realista. Construiu então, uma pintura puramente paisagista, rural e citadina e marcada pela maestria na gradação tonal de luzes e sombras e pelo rigor construtivo da composição. As suas obras apresentavam-se expressivas e possuidoras de uma linguagem muito própria, caracterizadas pela serenidade. Fato este devido à sua anterior permanência em Itália.

Após várias exposições sem muito sucesso no Salão de Paris, começou a receber a atenção da crítica (1840), devido a quadros como “O Bosque de Fontainebleau” e “O Pastorzinho”, e ganhou a cruz da Legião de Honra (1846).

Pintou, também, monumentos de variadas cidades europeias, entre os quais se destacam da Catedral de Chartres (é feita referência a esta conhecida pintura no romance Caminho de Swann de Marcel Proust, em que o jovem narrador descreve a obsessão de sua avó em não dar-lhe nunca fotografias de monumentos, mas fotografias de pinturas de monumentos, como é o caso do quadro de Corot).[3] A evolução da paisagem clássica para a realista deve-se, em parte, ao seu trabalho em Itália.

Tornou-se grande amigo de vários pintores, entre eles Théodore Rousseau e Charles-François Daubigny. Também foi amigo e discípulo de Corot o pintor Henri Nicolas Vinet que se mudou para o Brasil e aqui permaneceu até o final de sua existência. Excelente paisagista, deixou trabalhos da melhor qualidade, mostrando o quanto foi proveitoso o seu aprendizado com o insigne mestre francês.

Com uma carreira artística recheada com as melhores coisas que a vida nos pode dar, Corot morreu em Paris, em 1875.

Banksy é um veterano artista de rua britânico, cujos trabalhos em estêncil são facilmente encontrados nas ruas da cidade de Bristol, mas também em Londres e em várias cidades do mundo. Nasceu em 28 de julho de 1974. Banksy é o pseudônimo do artista cuja real identidade permanece preservada. Pintor de graffiti, pintor de telas, ativista político e diretor de cinema britânico sua arte de rua satírica e subversiva combina humor negro e graffiti feito com uma distinta técnica de estêncil. Feitas apenas com tinta preta e branca e, às vezes, algum toque de cor, as obras do artista ocupam prédios, muros, pontes e até vagões de trem da Inglaterra, França,  Áustria, Estados Unidos, Austrália e Palestina. Todas são carregadas de questionamentos socioculturais e críticas ao capitalismo e à guerra.

Banksy ingressou no mundo das artes no final da década de 1980, quando o graffiti se tornou muito popular em Bristol.

Feitas apenas com tinta preta e branca e, às vezes, algum toque de cor, as obras do artista ocupam prédios, muros, pontes e até vagões de trem da Inglaterra, França,  Áustria, Estados Unidos, Austrália e Palestina. Todas são carregadas de questionamentos socioculturais e críticas ao capitalismo e à guerra.

As artes de Banksy passaram a ganhar mais reconhecimento após a exposição “Barely Legal”, de 2006. Ela aconteceu de forma gratuita dentro de um galpão industrial na Califórnia e foi considerada controversa. Uma de suas atrações principais foi a “Elephant in the room”, interpretação praticamente literal da expressão “um elefante na sala de estar” pois consistia na exposição de um elefante de verdade pintado dos pés à cabeça.

A hipótese mais aceita garante que Banksy é o artista Robin Gunningham. Também nascido em Bristol, ele tem um estilo de trabalho parecido com o do grafiteiro misterioso e fez parte do mesmo movimento artístico nas décadas de 1980 e 1990. O pseudônimo escolhido por ele faria uma referência direta ao apelido com o qual já assinou algumas obras: Robin Banks.

Uruguaio radicado no Brasil, Nibbes(1954) é um pintor de alma celeste que atravessa fronteiras com suas obras coloridas numa busca do desequilíbrio de suas formas. Formas que fogem da simetria acadêmica, e que nos fazem mergulhar num universo único, particular, permeado de alegria.
Nibbes mora no Brasil desde 1998 e já realizou exposições no Uruguai e participa de Bienais como artista convidado; destacando-se na Bienal da República da Coréia do Sul em 1997 expondo sua técnica mista de encaustica sobre tela. O artista é representado por Galerias de Artes no Canadá, Estados Unidos, Brasil e Uruguai. Seus primeiros contatos com a Pintura aconteceram em 1965|1967 no Colégio Liceu Onze de Cerro, em Montevideo onde foi aluno dos pintores Luiz Azevedo e Torres Garcia.
1970 | 1980 – Foi representado pelas Galerias de Artes do Canadá e de Nova York, tendo trabalhos seus levados à leilão pela Sothebys NY, como artista sul-americano ao lado de nomes importantes como Torres Garcia, Pedro Figari e José Cúneo. 1984 | 1990 realiza exposições no Uruguai e participa de Bienais destacando-se na Bienal da República da Coréia do Sul em 1997. Em 2011 sua exposição “Carlitos, está Amando?” chega no Espaço Cultural Zumbi dos Palmares da Câmara dos Deputados em Brasíia.

 

Aluísio Carvão (Belém/PA, 1920 – Poços de Caldas/MG, 2001)

Pintor, escultor, ilustrador, ator, cenógrafo, professor. As cores assumem força expressiva na obra de Aluísio Carvão, que também pesquisa as potencialidades das formas geométricas. Em 1949 é contemplado pelo Ministério de Educação e Cultura (MEC) com uma bolsa destinada a professores de artes e se muda para o Rio de Janeiro. Em 1952, ingressa no curso livre de pintura de Ivan Serpa, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ).

De 1953 a 1956, faz parte do Grupo Frente e participa das principais exposições coletivas ligadas ao concretismo brasileiro. Em 1959, assina o Manifesto neoconcreto, escrito por Ferreira Gullar (1930-2016), com artistas como Amilcar de Castro, Franz Weissmann  e Lygia Clark. A série Cromáticas (1957-1960), produzida propositalmente sem moldura, evidencia uma mudança na relação entre o quadro e a parede, numa pesquisa que, como afirma o crítico Fernando Cocchiarale, vai em direção à integração da obra no espaço, característica marcante do neoconcretismo. 

A adesão ao neoconcretismo leva o artista a abandonar as estruturas formais geométricas em favor de uma construção que se faz diretamente com a cor, em telas que suspendem a diferenciação entre forma, cor e fundo. Em 1960, participa da mostra Konkrete Kunst, em Zurique (Suíça), e da Exposição de Arte Neoconcreta, em Munique (Alemanha). É contemplado no Salão Nacional de Arte Moderna com o prêmio de viagem ao exterior. Como artista visitante, ingressa na Hochschule für Gestaltung (HfG), na cidade alemã de Ulm.

Depois da estadia na Europa, volta para o Rio de Janeiro em 1963 e intensifica sua atuação como professor, ministrando cursos no MAM do Rio de Janeiro e na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV/Parque Lage). Na década de 1980, integra diversas retrospectivas sobre arte concreta e neoconcreta. Uma importante retrospectiva do artista é realizada em 1996, no Museu Metropolitano de Arte de Curitiba, e segue para o Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM/BA), em Salvador, e o MAM do Rio de Janeiro.  

Importante figura do concretismo e do neoconcretismo, Aluísio Carvão explora as nuances cromáticas e os contornos formais com ousadia, a ponto de jogar com dimensões espaciais. Dialogando eventualmente com abordagem figurativa, constrói um estilo alusivo e inventivo.

Fonte: Itaú Cultural.

Reinaldo Eliomar de Freitas Marques da Silva (Santa Luzia, BA ,1932 – 2021, São Paulo, SP)

Em 1957, aos 25 anos, começou a pintar tendo por inspiração o cangaceiro Lampião, personagem que marcou o imaginário nordestino com suas aventuras. Em 1960 iniciou um movimento em Salvador que incentivou o mercado de arte local. Em sociedade com amigos, fundou a Galeria Manoel Querino que foi palco de mostras de grandes artistas brasileiros que com ele expuseram: Di Cavalcanti, Djanira, Manabu Mabe, Aldemir Martins, Antonio Bandeira e muitos outros.

O nome Renot foi criado pela direção do jornal da Bahia ainda na década de 60 para assinatura da coluna social de título “Gran Mond”, na qual o artista dava notas sobre a sociedade baiana, alcançando enorme prestígio. A coluna assinada por ele foi transferida para o jornal Estado da Bahia, pertencente ao complexo Diários Associados. Em 1969 foi convidado pelo então Governador de São Paulo, para participar da exposição coletiva de inauguração do Paço das Artes. Entre os maiores incentivadores de sua obra estavam o diretor do Museu do Estado Carlos Eduardo da Rocha e Jorge Amado.

No fim dos anos 60 mudou-se definitivamente para São Paulo e, em 1972, inaugurou a legendária Galeria Renot nos Jardins, onde promoveu exposições de Francisco Rebolo, Aldemir Martins, Pennacchi, José Antonio da Silva, Di Cavalcanti, Cícero Dias, Rubens Gerchman, entre dezenas de grandes artistas. Renot sempre foi um homem dedicado à cultura, com sua atenção voltada especialmente para as artes plásticas, sendo referência no mundo artístico. Exerceu papel de destaque na divulgação e comercialização da obra de dezenas de artistas.

Em 2008 foi realizada a Exposição “Renot em 20” na Cristal Pizza Bar, apresentando as obras do artista em várias fases de sua carreira e um grande quebra-cabeça a partir de uma de suas obras, que foi montado na exposição.

Em 2014, após décadas de dedicação, Renot encerrou as atividades da Galeria Renot, dedicando-se inteiramente a sua obra. O artista mostra a natureza com sensualidade, combinando matizes de cores que se escondem atrás dos casarios ou brotam da vegetação tropical do recôncavo. Em suas obras a realidade brasileira é caracterizada em todo seu mistério, exotismo e aspectos únicos. O mundo criado por Renot é onírico, sensual e mágico, onde a fantasia e a realidade são indivisíveis. No trabalho deste grande artista há a predominância da flora e da fauna da Bahia, sempre com a presença marcante das cores e, em especial, o azul e suas variações. Jaime Maurício afirmou que na arte de Renot “seu desenho é um poema e sua tapeçaria um afresco”.

José Júlio Calasans Neto (Salvador BA 1932 – idem 2006). Pintor, gravador, ilustrador, desenhista, entalhador e cenógrafo. Estuda pintura com Genaro de Carvalho. Na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia, UFBA, tem aulas de gravura com Mario Cravo Júnior. Em Salvador funda, com outros artistas, a Jogralesca (teatralização de poemas), a revista Mapa e a Editora Macunaíma. Especializa-se em gravura em metal e madeira e empenha-se na relação da gravura com a cultura popular e o cordel. Entre 1956 e 1965, cria cenários para produções como Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha, e Eles Não Usam Black-Tie, de Gianfrancesco Guarnieri. Ilustra romances como Tereza Batista Cansada de Guerra Tieta do Agreste, de Jorge Amado. Nos anos 80 passa a dedicar-se também à pintura. 

Roberto de Oliveira Magalhães (Rio de Janeiro, 1940) Pintor, desenhista gravador. Realiza seu aprendizado artístico com as atividades profissionais iniciadas precocemente: primeiro, na gráfica do tio (desenho de rótulos e propagandas); em seguida, fazendo capas de livros e discos e desenhos publicitários. Freqüenta cursos da Escola Nacional de Belas Artes (Enba), como aluno livre, em 1961. No decorrer da década de 1960, participa de diversas coletivas, no Brasil e no exterior: 1962, expõe desenhos a nanquim na Galeria Macunaíma, anexa à Enba; em 1964, realiza sua primeira individual de xilogravuras, na Petite Galerie, Rio de Janeiro; e recebe, no ano seguinte, o prêmio de gravura da 4ª Bienal de Paris. Segue para a capital francesa, em 1967, depois de ganhar o prêmio viagem ao exterior no 15º Salão Nacional de Arte Moderna (SNAM), em 1966, com a xilogravura Édipo Decifra o Enigma da Esfinge. Em Paris expõe com Antonio Dias (1944) na Galeria Debret, em 1968. Estudos de ocultismo, teosofia e, sobretudo, a aproximação ao budismo a partir de 1969 levam-no a residir por quatro anos no Centro de Meditação da Sociedade Budista do Brasil, quando interrompe a atividade artística. Em 1975, recomeça o trabalho com arte por meio de exposições individuais de desenho e pintura no Rio e em São Paulo, e de aulas no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ). Integra coletivas de gravuras e desenhos, na década de 1980. Em 1992, o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), do Rio de Janeiro organiza uma retrospectiva dos 30 anos de produção do artista, a maior dedicada a sua obra. A localização de distintas fases na obra de Magalhães não impede a identificação de um estilo pessoal construído, desde o início, em estreito diálogo com as técnicas e temáticas da ilustração, das histórias em quadrinhos e das caricaturas.

Rodrigo de Haro (Paris6 de maio de 1939 – Florianópolis1 de julho de 2021) foi um poetaintelectual, pensador, mosaicista e artista multifacetado brasileiro.

Foi filho do grande pintor clássico Martinho de Haro. Rodrigo nasceu em Paris e veio em 1939 para o Brasil. Foi membro da Academia Catarinense de Letras e, entre muitas obras plásticas que brotam de sua criatividade, um de seus trabalhos mais vistosos orna as paredes e a entrada da reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina. Suas obras podem ser vistas na Igreja de Santa Catarina de Alexandria, em homenagem a Santa Catarina de Alexandriapadroeira de Florianópolis, e também em mural na escola municipal Doutor Paulo Fontes na comunidade de Santo Antônio de Lisboa, em Florianópolis.

Na poesia teve sua obra associada ao surrealismo e ao conjunto de poetas que surgiu no início da década de 1960 em São Paulo, do qual podemos citar Roberto PivaClaudio WillerCarlos Felipe Moisés e Antonio Fernando de Franceschi dentre outros.

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Joyce Roybal (J.Roybal) é uma pintora do pós-guerra e contemporânea, nascida em 1955.

A artista Joyce Roybal nasceu na Itália em 1955. Sua arte foi influenciada principalmente por Graciela Boulanger, e seu assunto raramente se afastava de crianças de rosto redondo brincando. As pinturas de Joyce Roybal são alegres e quase caricaturais, usando cores vivas e texturizadas e formas geométricas. Os rostos perfeitamente simétricos das crianças em suas pinturas e suas estruturas corporais curvas ou bloqueadas dão às suas pinturas uma sensação abstrata. A pintura Musical Enchantment, de Joyce Roybal, que apresenta cinco crianças tocando vários instrumentos, pode ser facilmente reproduzida e transformada em itens de arte gráfica, como cartões de anotações, gravuras ou ilustrações. Esse tipo de produção multiplataforma tornou seu trabalho disponível acessível e muito reproduzido.

Levino de Araújo Vasconcelos Fânzeres (Cachoeiro do Itapemirim6 de junho de 1884 — Rio de Janeiro1956) foi um pintorgravadordesenhistaconferencista e professor brasileiro. Era filho de diretora de ensino médio, Prof. Maria Josepha de Vasconcelos e do escultor-decorador de arte religiosa, Salvador de Araújo-Fânzeres, cujo pai Joaquim, de abastada família de Santo Tirso, era escultor de figuras sacras, tendo vindo para o Brasil junto com a Ordem Beneditina à volta de 1835, trazendo equipe de marceneiros, artesãos e douradores para ornamentações no Mosteiro de São Bento em SalvadorBahia.

O filho de Joaquim, Salvador, pai de Levino, nasceu em Ilhéus e radicou-se depois em Cachoeiro, onde realizou vários trabalhos, inclusive nas portadas do Convento da Penha, em Vila Velha. Por volta de 1895 Levino foi com os pais para o Rio de Janeiro completar seus estudos. Em 1902, freqüentou o Liceu de Artes e Ofícios, estudando com Evêncio Nunes e depois na Escola Nacional de Belas Artes sob a orientação de Batista da Costa, de quem recebeu influência técnica.

Em 1912 obteve a láurea mais cobiçada do Salão promovido pela Escola Nacional de Belas Artes, o Prêmio de Viagem. Viajou para a França com a esposa Izolina Albernaz Machado, escultora e pintora, discípula de Eliseu Visconti e que obteve Menção Honrosa.

Em Paris instalaram-se em atelier no Boulevard Raspail. Frequentam as aulas de Ferdinand Carmon e André Lhote, na Academia Julian até 1916. Levino conheceu Picasso e Leger, e apesar de ter vivido um período revolucionário da arte em Paris, permaneceu fiel ao seu tema predileto, pintando figuras e paisagens do campo. Décadas mais tarde confirmou sua obra na tendência romântica do século XIX, com pinceladas vigorosas, por vêzes à maneira de Nicholas De Stael. Este vigor era visível sobretudo em suas representações da natureza agreste brasileira sob a dramaticidade de crepúsculos.

Marcos Gonçalves Monteiro (Porot Alegre, RS, 1964) Pintor. Frequentou o Atelier Livre da Prefeitura Municipal de Porto Alegre e posteriormente ingressou no Instituto de Artes da UFRGS, em 1988. Desde 1984 participa de coletivas, fez cenários e ambientações. Obteve o primeiro lugar no concurso para cartaz de IV Festival de desenho do Atelier Livre de Porto Alegre, 1985. Sua primeira individual foi na Assembleia Legislativa do RS, 1987 e, desde então tem participado de inúmeras exposições individuais. Desenvolve uma temática figurativa ligada ao desenho clássico.

Guido Fernando Mondin (Porto Alegre, 6 de maio de 1912 — Brasília, 20 de maio de 2000) Pintor. Economista, industrial, comerciante, professor, e político brasileiro. Foi senador da República, deputado estadual e federal, vice-prefeito de Caxias do Sul e ministro do Tribunal de Contas da União. Presidiu a Sociedade de Belas-Artes do Rio Grande do Sul. Recebeu orientações de artistas como Dario Mecatti e Oswaldo Teixeira. Sua primeira mostra individual foi na Galeria Cruzeiro, Porto Alegre, 1956. Foi sócio-fundador da Associação Riograndense de Artes Plásticas Francisco Lisboa(Chico Lisboa).

Em 1982, ao completar setenta anos, Mondin foi compulsoriamente aposentado, dedicando-se, a partir de então, principalmente à pintura e ao escotismo. Ao deixar a vida pública, fixou residência permanente em Brasília, onde já vivia desde 1959. Pertenceu, além da ANE, à Academia de Letras de Brasília, à Academia Brasileira de Belas Artes e ao Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal, do qual foi presidente.

Os trabalhos de Guido Mondin, feitos em óleo sobre tela, retrataram cenas do cotidiano do povo gaúcho e temas históricos, em especial a Revolução Farroupilha. Pinturas de Mondin são encontrada no Palácio do Planalto, no Congresso Nacional e no Tribunal de Contas da União.

Roberto Augusto Machado Cidade (Caçapava do Sul, 1939 – 2011, Porto Alegre) Escultor. Cursou a Faculdade de Belas-Artes na Universidade Federal de Santa Maria, Ainda como aluno da Faculdade de Belas Artes promoveu diversas atividades artísticas, tais como exposições de pinturas, gravuras, concertos, cursos, lançamentos de obras e outras atividades totalizando 15 no ano de 1969. Obteve vários prêmios neste ano em diversas categorias artísticas por todo o Brasil.
Diplomou-se em 1970, ano em que se transfere para Porto Alegre. Expôs na Galeria Contemporânea, Montevidéu, 1974, e na Sala de Exposições da UFSM, recebendo a comenda máxima da universidade, a Flor-de-Lis. Foi aluno de escultura de Dorotea Vergara Pinto da Silva. Participou de importantes salões nacionais e mostras significativas, com distinções. Seu trabalho é focalizado por Armindo Trevisan, com reproduções em Escultores contemporâneos do Rio Grande do Sul. É verbete com obra reproduzida no Dicionário brasileiro de artistas plásticos.

Roseli Pretto (Uruguaiana, RS, 1949 – 2002) Licenciada em artes plásticas pela Universidade de Passo Fundo; pós-graduação em Artes, Teorias e Métodos; professora de desenho e técnica de composição artística da UPF e atelier de serigrafia do CDE – Carlos Barone de passo Fundo. Participou de várias exposições coletivas e salões, destacando-se o projeto Atelier Museu Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro, mostras na Alemanha, Polônia e Israel. Salão Paranaense e Salão Nacional de Pernambuco entre outros. Ganhou medalha de ouro na Vanguarda Brasileira de Arte em São Paulo e prêmio honorífico na I Mostra Internacional Brasil – Marrocos, medalha de prata no II Prêmio Paleta de Outro em São Paulo e menção honrosa no Salão Nacional de Goiás.
Foi diretora do Museu de Artes Visuais Ruth Schneider, de Passo Fundo-RS.

Rubens Vaz Ianelli nasceu em 1953 na cidade de São Paulo. Filho do artista plástico Arcangelo Ianelli e sobrinho de Thomaz Ianelli, pintor e aquarelista, Rubens teve uma estreita ligação com as artes desde a infância. Destaca-se, ao longo de sua carreira, a partir da década de 1970, além do engajamento na luta contra o regime militar e atuação no movimento estudantil, a ativa participação nos Salões de Arte Moderna e Contemporânea do país, onde obteve os seus primeiros prêmios de pintura com trabalhos geométricos. Nos anos 1980, inicia o estudo de Medicina.

Em 1989 realiza no Centro Cultural Vergueiro, em São Paulo, a sua primeira mostra individual, intitulada Homenagem aos Povos que Lutam. Marca presença nos salões nacionais e obtém novos prêmios com as suas colagens. Nos anos 1990, o artista prossegue o seu exercício autodidata de observação. As técnicas diversificam-se carvão, grafite, pastel, guache, óleo, nanquim, extrato de nogueira e a exploração da figura aprimora-se. Consta também dessa época, a incursão de Rubens no mundo da pesquisa científica ligada aos estudos de saúde pública, na Fundação Oswaldo Cruz (FiocruzRio), e o trabalho como sanitarista na área de grandes epidemias entre populações indígenas do Brasil.

O convívio com mais de 10 etnias diferentes influencia a sua produção artística, sobretudo sob o aspecto gráfico. Ao final de 1999, Rubens recebe o convite do Ministério da Saúde para ajudar na implantação dos distritos sanitários indígenas no Acre, onde permanece durante todo o ano de 2000. Como médico, seu trabalho social atinge o ápice e a sua atividade amplia-se em prol da organização dos serviços de saúde dirigidos às populações nativas. Como artista, a sua produção ganha matrizes cada vez mais próximas da cultura de raiz, sob a influência não apenas da arquitetura das habitações indígenas, mas, principalmente, do grafismo de diferentes etnias, que tem a sua expressão máxima na pintura corporal.

Em 2001, Rubens distancia-se da saúde pública para então se dedicar integralmente à arte, sempre em busca de um caminho próprio, alheio à rigidez das escolas e do senso-comum das tendências de linguagem. Além do desenho e da pintura, Rubens faz incursão no objeto, na gravura e na escultura. Em 2003, ele dedica-se à elaboração de maquetes de escultura em ferro, tendo como base os seus trabalhos geométricos da década de 1970. Mantendo seu atelier em São Paulo, Rubens executa, a partir de 2004, pinturas em grandes dimensões, esculturas em ferro e objectos, até agora, em grande parte, nunca expostos.

António Carvalho da Silva (Porto11 de Novembro de 1850 – Lisboa1 de Junho de 1893) foi um pintor português que mais tarde adoptaria para apelido o nome da sua cidade natal, ficando conhecido por Silva Porto.[1]Filho de António da Silva Carvalho Porto, latoeiro e cinzelador e de Margarida Carvalho da Silva Porto, bordadeira premiada pela Associação Industrial do Porto, e irmão de Adelina Branca Carvalho da Silva Porto, António nasceu na Rua da Ponte Nova, freguesia da  do Porto. Em 1865, aos 15 anos, matriculou-se na Academia Portuense de Belas Artes, instituição onde frequentou vários cursos, sempre com excelente aproveitamento (obteve dezoito valores a Escultura e Pintura Histórica e vinte a Arquitectura) e foi discípulo dos pintores João Correia e Tadeu de Almeida Furtado. Em 1869, participou na X Exposição Trienal da Academia Portuense de Belas Artes.

Estagiou em Paris (18761877) junto com Marques de Oliveira, e em Itália (1879). Em 1879 regressou a Portugal. Aureolado de prestígio, foi convidado para ensinar na Academia de Lisboa como mestre de Paisagem. Em 1880 realiza uma exposição de quadros paisagísticos inundados de luz, tendo D. Fernando adquirido o quadro Charneca de Belas. Fez parte do chamado Grupo do Leão, juntamente com António Ramalho, João Vaz, José MalhoaCesário VerdeColumbano e Rafael Bordalo Pinheiro. Entre outros galardões, recebeu a medalha de ouro da Exposição Industrial Portuguesa de 1884 e a primeira medalha do Grémio Artístico.

A sua pintura, cheia de luz e cor, é sobretudo inspirada na própria Natureza. Junto com Marques de Oliveira é um dos introdutores do naturalismo em Portugal. Encontra-se largamente representado no Museu do Chiado, em Lisboa, e no Museu Nacional de Soares dos Reis no Porto.

Existe uma rua em sua honra, com o seu nome, na freguesia de ParanhosPorto e o Parque Silva Porto na freguesia de BenficaLisboa.

Faleceu aos 42 anos, de tiflite, na Travessa da Estrela, número 10, R/C, freguesia da Encarnação, ocorrendo o funeral no Cemitério do Alto de São João. Era casado com Adelaide Torres Pereira (1863-1914), tendo deixado três filhos menores: António, Carlos e Maria.

Santiago Cardenas Arroyo nasceu em Bogotá em 1937. Viveu entre 1947 e 1967 nos Estados Unidos, de modo que a sua aprendizagem como um artista chega a uma arte americana extremamente vital. Estudou na Rhode Island School of Design, em 1957, com bolsa de estudo em 1959 estuda na Cummington Art School e em 1965 recebe da Yale Univesity Scholl of Art and Architecture, New Haven, Connectcut, o título de Master of Fine Art.Desde 1977, participa de exposições coletivas, não só no seu país como também no estrangeiro. Em 1963, faz sua primeira mostra individual em Bogotá. Em 1965 regressou a Colômbia, desde então tem prosseguido uma carreira docente atva na Universidade Nacional da Colômbia.
Seu trabalho leva a estética da figuração clássica, no entanto, usa os recursos de trompe-l oeil para evocar nas preocupações de observadores conceituais que desmantelar a iluSão fascinante produzido pela pintura percepção de captura.
Entre suas exposições individuais incluem: Museu de Arte, na Universidade Nacional, Bogotá (1966, 1980 e 1999), Museu de Arte Moderna, Bogotá (1976), Museu de Arte Moderna, Medellín (1982), Rachel Adler Gallery, Nova Iorque (1983, 1992 e 1996), Museu de Arte Contemporânea de Caracas Sofa Imber (1995), e Museu Rufno Tamayo, Cidade do México (1996). Coletvamente partcipou: XIV Bienal de São Paulo (1977) e Bienal de Veneza (1989 e 1990). Bienal Internacional de Medellín, 1973 (Primer Premio de Pintura); la Bienal de Sao Paulo en 1977 onde recebeu uma menção especial; Recent Acquisitons, The Museum of Modern Art N.Y. 1977: The Latn American Presence, 1920-1970, Bronx Museum of the Arts, N.Y. 1988; Art in Latn America, The Hayward Gallery, Londres 1989. à‰ detentor de importantes premiações em desenho e pintura, entre eles, recebeu os seguintes prêmios: Primeiro Prêmio de Pintura XXVIII Salão Nacional de Artstas, Colômbia (1976), Menção Honrosa, XIV Bienal de São Paulo (1977) e Prêmio Especial para Lifetme Achievement, XXXV Salão Nacional de Artstas, Colômbia (1994).

Vicent.

Sergio Barcellos Telles GCRB (Rio de Janeiro, 14 de abril de 1936 — São Paulo, 24 de janeiro de 2022) foi um diplomata e pintor brasileiro. Como diplomata, serviu na América do Sul, Europa, África e Ásia. Foi embaixador do Brasil na Malásia (1995–1998), no Líbano (1998–2002) e na Tunísia (2003–2006).Sergio Telles nasceu em 1936 no Rio de Janeiro e começou a pintar aos nove anos na Quinta da Boa Vista orientado por Levino Fânzeres, um paisagista. Em 1954 Sergio Telles participou pela primeira vez do Salão Nacional de Belas Artes. Posteriormente, obteve vários prêmios nos salões da Sociedade Brasileira de Belas Artes, Associação de Artistas Brasileiros, foi inclusive agraciado com uma viagem à Bahia. No ano seguinte, realizou sua primeira exposição individual no Rio de Janeiro.

Em 1957 Sergio Telles viajou para a Europa e visitou os principais museus na Itália, França, Holanda e Portugal. Naquele mesmo ano, na condição de estagiário, prestou serviços de restauração na Pinacoteca do Vaticano. Depois de seu retorno ao Brasil, trabalhou nos ateliês de Rodolfo Chambelland, Oswaldo Teixeira e Marie Nivouliès de Pierrefort, no Rio de Janeiro.

Em 1964, ingressou no Ministério das Relações Exteriores por concurso público e, como diplomata, exerceu diversas funções no Brasil e em países como Portugal, Argentina, Angola, Japão, França, Malásia, Líbano, Suíça e Tunísia. Aposentou-se como ministro de primeira classe da carreira de diplomata, regressando ao Brasil em 2006. Atualmente reside em São Paulo.

Em agosto de 2005, Sergio Telles foi condecorado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a maior comenda da Ordem de Rio Branco, a Grã-Cruz ordinária.

A obra de Sergio Telles, desenhos, aquarelas, gravuras e pinturas realizadas no Brasil, França, Portugal, Líbano, e Tunísia (paisagens urbanas, praias, mercados, bailes populares, interiores de seus ateliês) figura em museus importantes como o Carnavalet, o Beaubourg, o de Arte Moderna de Paris, Grenoble e Marselha, o Petit Palais de Genebra, o Hermitage de São Petersburgo, o Pouchkine de Moscou, o MASP de São Paulo, o Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, a Fundação Gulbenkian e o Museu de Lisboa, o Bridgestone de Tóquio, o Albertina de Viena e o Palácio Kheireddine de Túnis.

Suas principais exposições foram organizadas por alguns dos museus acima listados e pelas galerias Wildenstein de Londres, Tóquio e Buenos Aires, Bernheim Jeune, « La Cave » e Claude Marumo em Paris, Perron em Genebra, Jean Boghici no Rio de Janeiro, Renato Magalhães Gouvêa em São Paulo, S. Mamede em Lisboa, Nuno Lima de Carvalho no Estoril, Fujikawa em Tóquio e Stuker em Zurique.

Textos sobre a pintura de Sergio Telles foram escritos por críticos de arte e intelectuais como Bernard Dorival, Gaston Diehl, Raymond Cogniat, Arnaud d’Hauterives, Pierre Courthion, Pierre Seghers, Henri Dauberville, Jeanine Warnod (Paris), François Daulte (Lausanne), Antonio Bento, Jorge Amado, Olivio Tavares de Araujo, Ferreira Gullar, Fabio Magalhães, Carlos Drummond de Andrade, Mario Barata, Clarival do Prado Valladares, José Roberto Teixeira Leite, Jacob Clintowitz, Gilberto Gil, Rachel de Queiroz (Rio e São Paulo), Antonio Valdemar, José Carlos Vasconcellos, Fernando Namora (Lisboa), Rafael Squirru, Cesar Magrini, Eduardo Baliari, Sigmart Blum (Buenos Aires), Chisaburo Yamada, Yasuo Kamon (Tóquio). Trata-se de impressões que figuram em livros, álbuns de gravuras e catálogos de suas exposições publicados na França, Brasil, Argentina, Portugal, Tunísia e Japão.

Morreu em 24 de janeiro de 2022, aos 85 anos.

Luíza Fontoura (Porto Alegre, 1931) Pintora e desenhista. Iniciou seus estudos na Escola de Belas Artes de Porto Alegre, em 1947. Entre 1971 e 1976 voltou a estudar, fazendo cursos de desenho, pintura e gravura no Atelier Livre da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Desde 1976 participa de salões e coletivas, e realiza diversas individuais, destacando-se, entre elas, as do Centro Comercial de Porto Alegre, 1979, e da Galeria Arte&Fato, 1987. Realizou, em em 1994, viagem de estudos aos Estados Unidos. Considera-se “uma artista múltipla em termos de linguagem, sem medo de mudar ou errar.”

(1956, Ciudad de Mexico, Mexico)

Miguel Castro Leñero pintor mexicano. Nascido em Cidade do México em 1956. Um dos principais expoentes da arte contemporânea mexicana no mundo, com exposições em Nova York, Áustria e Brasil. Ele estudou na Escola Nacional de Pintura e Escultura – La Esmeralda – INBA. Ele então entrou no Workshop de Gravura do Centro de Investigação e Experimentação Plástica INBA. Ao longo de sua carreira fez várias exposições individuais e recebeu vários prêmios e reconhecimentos Em 1975 ele se juntou La Esmeralda, os estudos dois anos depois de deixar para entrar na oficina de gravura do Centro de Pesquisa e Experimentação Plástica onde permanece muito cedo. Em 1981 ele recebeu o Prêmio de Aquisição do Salão Nacional de Artes Plásticas Bienal da Seção Gráfica. Leitor incansável, Castro Leñero obter a sua imaginação muitos dos temas da sua pintura, onde a textura é sua marca registrada. Representa os itens de maneira quotidiana: animais, nuvens, prédios, casas, rios, mostrando as origens e representando em sua forma mais elementar.
Ao longo de sua carreira fez várias exposições individuais entre os quais:
A flor de papel na Galeria Lopez Quiroga, México, DF Estar no mundo , na Galeria OMR, Cidade do México
Obras sobre papel , no Banco Hypo, Erfurt, Alemanha Pintura e Desenho no Museu de Arte Contemporânea, Oaxaca, México Mistérios cotidianos em Quiroga Lopez Gallery, Cidade do México àrvore de sinais na Galeria OMR, Cidade do México
Divisão Paisagem no Museu de Arte Moderna, Cidade do México e A respiração da noite , no Museo de Arte Carrillo Gil , Cidade do México
Ele foi homenageado com prêmios importantes:
Aquisição Prêmio Nacional 1981 Salão de Artes
Aquisição Prize 1982 Primeira Bienal de Pintura Rufino Tamayo em Oaxaca no México.
1982 Primeiro Prêmio Aquisição Arte Jovem II Reunião Aguascalientes, MEX.
1986 O Museu de Arte Moderna na Cidade do México organizou uma exposição individual – Paisagem Dividido – 1992 Prêmio Eco Arte na compra Internacional no Rio de Janeiro, Brasil.
Tem participado em exposições colectivas e seu trabalho está em coleções particulares no México, Estados Unidos, Equador, Cuba, Brasil, Colômbia, Espanha, França, Inglaterra, Alemanha, Bélgica, Polônia, Itália, Suíça, Coréia do S

Robert Goodnough (23 de outubro de 1927 – 02 de outubro de 2010) foi um pintor americano expressionista abstrato. Um veterano da Segunda Guerra Mundial , Goodnough foi um dos últimos da geração original da Escola de New York ; (embora ele tenha sido referido como um membro da segunda geração de expressionistas abstratos ), começou a exibir seu trabalhos em galerias de Nova York no início dos anos 1950.
Durante a década de 1940 formou-se na Syracuse University e serviu no Exército dos EUA durante a Segunda Guerra Mundial . Depois da guerra, em 1946, frequentou a Escola de Belas Artes Ozenfant em Nova York e Hans Hofmann School, em Provincetown, Massachusetts. Ele obteve seu mestrado a partir da New York University em 1950, depois que ele começou a expor suas pinturas publicamente e também a escrever artigos para ARTnews revista.
Robert Goodnough estava entre os 24 artistas do total de 256 participantes que foram incluídos na famosa 9Street Exposição de Arte , (1951) e em todas as seguintes em Nova Iorque; a pintura e escultura aparecem em anuários de 1953 a 1957. Estes Anuários foram importantes porque os participantes foram escolhidos pelos próprios artistas. No início de sua carreira a partir de 1950, expôs suas pinturas na Galeria Wittenborn, NYC. Expôs também na Galeria Nagy de Tibor, em New York City, 1952-1970 e, novamente de 1984 a 1986. Em 1960 e 1961, realizou exposições individuais no The Art Institute of Chicago . Um veterano de dezenas de exposições individuais e centenas de exposições coletivas nos Estados Unidos e no exterior, Goodnough também realizou exposições individuais em 1969, no Whitney Museum of American Art, em Nova York, e no Albright-Knox Art Gallery, em Buffalo. Nos últimos anos, suas pinturas também foram associados com o campo Cor movimento.

(1958, Santiago, Chile)

Entre 1976 e 1979 estudou na Escola de Belas Artes da Universidade do Chile, Santiago, que complementou com bolsas de estudos outorgadas pela Grant Corporación Amigos del Arte (Santiago), AT&T Foundation (1986). New York Foundation for the Arts (1987) e John Simon Guggenheim Memorial Foundation Fellowship (1988). Expos pela primeira vez, individualmente, em 1982, no Chile e Peru e, posteriormente, em Nova York, Lima, Zurique e Tóquio. a partir de 1980, participou ativamente de exposições coletivas em várias partes do mundo. Vive e trabalha em Nova York.

-Rafael Soriano (1920, Cidra, Cuba)

Nascido em 1920 em Matanzas, Cuba, Rafael Soriano manifestou desde cedo uma inclinação para a pintura. Depois de completar sete anos de estudos na prestigiosa Escuela Nacional de Bellas Artes San Alejandro de Havana, graduou-se em 1941 como Professor de Pintura, Desenho e Escultura. Ele então retornou a Matanzas, onde ensinou artes visuais por quase duas décadas. Ele foi um dos fundadores, e depois diretor, da Escuela de Bellas Artes de Matanzas, a escola de arte mais importante de Cuba fora de Havana. Ele é um dos maiores artistas latino-americanos de sua geração e um dos principais pintores de Cuba.

Em 1962 Soriano se exilou, estabelecendo-se em Miami com sua esposa Milagros e sua filha Hortensia. Trabalhou como designer gráfico e ocasionalmente lecionou, primeiro no Catholic Welfare Bureau e depois no Programa Cultural Cubano da Universidade de Miami. Ele continuou a pintar incansavelmente à noite.

Soriano evitou temas vernaculares que dominaram a arte cubana desde seu surgimento com a primeira Vanguarda em meados dos anos vinte. Sua obra percorreu os caminhos da abstração geométrica ao longo dos anos 1950 e fez parte dos Dez pintores geométricos concretos, mas no final dos anos 1960, a obra de Soriano tomou um rumo radical. Seu pincel começou a criar formas incríveis; expressões abstratas relacionadas às emoções, sentimentos, meditações e introspecções místicas. Um novo tratamento de luz e cor, transparências e formas colocou Soriano em uma nova dimensão estética e o libertou de seus apegos anteriores a escolas e tendências. Através de uma técnica altamente refinada, tornou-se um mestre da luminosidade, da metáfora pictórica e da linguagem metafísica das formas. Em suas imagens surpreendentes e altamente complexas, a luz atua como forma e conteúdo.

Desde sua primeira exposição em 1947 no Liceu e Lawn Tennis Club de Havana, o trabalho de Rafael Soriano foi representado em inúmeras exposições individuais e mais de 200 coletivas. Suas pinturas viajaram pelos Estados Unidos, América Latina e Europa. Seu trabalho está incluído em várias coleções públicas e privadas, incluindo o Museu de Arte das Américas | Organização dos Estados Americanos, Washington, DC, Blanton Museum of Art, Austin, TX, Bacardi Imports, Miami, FL, Banco Bozano-Simonsen, Rio de Janeiro, Brasil, Continental Bank, Miami, FL, CIFO Collection | Cisnero Fontanals Art Foundation, Miami, FL, Cuban Museum of Arts and Culture, Miami, FL, Denver Art Museum, CO, Galeria de Arte Moderno, Santa Domingo, República Dominicana, Grupo DEARMAS, Caracas, Venezuela, Jane Voorhees Zimmerli Art Museum | Rutgers, New Brunswick, NJ, Long Beach Museum of Art, Long Beach, CA, Lowe Art Museum, Coral Gables, FL, McMullen Museum of Art at Boston College, Boston, MA, Museo de Arte, Matanzas, Cuba, Museo de Arte Zea, Medellín, Colômbia, Museo Nacional de Bellas Artes, Havana, Cuba, Museu de Arte, Ft. Lauderdale, FL, Nations Bank Corporation, Charlotte, NC, Patricia & Phillip Frost Art Museum, Miami, FL, Pérez Art Museum Miami, FL e Smithsonian American Art Museum, Washington, DC.

Sérgio Martinolli (Trieste Itália 1938). Pintor. Passa a infância e adolescência em Veneza, Itália, onde se forma oficial da Marinha e cursa a Accademia di Belle Arti di Venezia. Em 1965 passa a dedicar-se totalmente à pintura e muda-se para Nova York, onde trabalha como retratista, pintando figuras da alta burguesia americana, nobres e artistas. Em sua estada em Nova York tem contato com Salvador Dalí (1904 – 1989), este encontro o estimula e marca o desenrolar de sua carreira. Em 1971, volta a Itália e viaja para Bréscia e Ravena, onde dedica-se à pesquisa e à restauração de grandes afrescos da arte bizantina, sob a direção do Padre Renato Laffranchi.

Sílvia Cestari Cunha(Porto Alegre, RS, 1953).Gravadora. Formada pelo Instituto de Artes da UFRGS em 1979, fez cursos livres de gravura com Trindade leal, Julio Espíndola e Rubem Grilo. Desde 1979 participa de coletivas, mostras internacionais de gravura e salões, tendo obtido prêmio aquisição no I Salão Nacional de Artes Plásticas de Goiânia, 1984. Expôs individualmente em diversas cidades do interior do RS e em Porto Alegre.

Stelio Teixeira (1937-

Sonia Ebling de Kermoal (Taquara RS 1918 – Rio de Janeiro, RJ, 2006). Escultora, pintora e professora. Inicia sua formação fazendo cursos de pintura e escultura na Escola de Belas Artes do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro, entre 1944 e 1951. De 1956 a 1959, viaja por vários países da Europa, estudando com Zadkine, em Paris, França. Reside nessa cidade, entre 1959 e 1968, e recebe uma bolsa de estudo da Fundação Calouste Gulbenkian. Sonia participou de seis edições das Bienais de Arte de São Paulo, inclusive da 1ª edição, realizada em 1951, com a obra“Adolescentes”, além das seguintes em 1953, 1955, 1959, 1965 e 1967. Ganhou diversas premiações relevantes para a época, como o Prêmio do 4º Salão Nacional de Arte Moderna, em 1955. De volta ao Brasil, executa relevo para o Palácio dos Arcos, do Ministério das Relações Exteriores, em Brasília, Distrito Federal. Em 1970, ministra um curso de extensão técnica, diretamente em cimento, na Escola de Belas Artes da UFRGS. Seis anos depois, é convidada para lecionar escultura nessa mesma universidade. “Sonia Ebling é atração e é choque. Sua escultura de formas estranhas, telúricas, eróticas e puras consegue despertar, em quem as contempla, um mundo de recordações, de poesia, de tragédia, de alegria e de luminosidade”. Maria Martins, escultora.

https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa8531/sonia-ebling

Paulo Gagarin (São Petesburgo, Rússia, 1885 – Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1980). Pintor. Filho de um ex-governador do Cáucaso, estuda no Liceu de São Petersburgo entre 1900 e 1904 e na Universidade de São Petersburgo de 1905 a 1910. Em 1911, ingressa no serviço militar russo, participa de uma série de expedições militares e serve como oficial de artilharia pesada durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), terminada a guerra emigra para a França. Em 1921, vem ao Rio de Janeiro como copeiro do navio brasileiro Pelotas. No ano seguinte, realiza sua primeira individual, na Associação dos Empregados do Comércio.

https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa24361/paulo-gagarin

Takashi Fukushima (São Paulo, São Paulo, 1950). Pintor, gravador, desenhista e cenógrafo. Sua pintura se caracteriza por uma linguagem própria, fruto da combinação do tradicionalismo da cultura japonesa com questões próprias da contemporaneidade. Elege como objeto privilegiado a paisagem, seja ela a do jardim, a da cidade, a do oceano ou a do cosmos. O que importa para o pintor é expressar o que o humano pode ver (ou mesmo imaginar), sendo um ponto de referência na vastidão do universo. 

Filho do pintor Tikashi Fukushima (1920-2001), estuda com Luiz Paulo Baravelli (1942) em 1970 e, no mesmo ano, ingressa na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade de São Paulo (USP). Paralelamente aos estudos universitários, expõe suas pinturas em grandes mostras. Participa da Bienal Internacional de São Paulo de 1973 e de 1975 – obtendo, nesta última, o prêmio aquisição – e de várias edições do Salão Paulista de Artes Plásticas, sendo premiado em 1976. 

Esse abstracionismo pode ser pensado como uma herança da produção artística não só de seu pai, mas também de outros pintores de origem japonesa, como Manabu Mabe (1924-1997) e Kazuo Wakabayashi (1931). Homens simples e sem formação artística, esses imigrantes japoneses desenvolvem uma arte própria, com bastante lirismo, que se inscreve no que se chama de abstracionismo informal.

Premiado e reconhecido por seu talento em sua longa trajetória artística, Takashi Fukushima é um dos grandes nomes da pintura contemporânea brasileira. Resgata, nesse momento de fugacidade do tempo, a importância de contemplar o entorno, de olhar para a paisagem, seja ela qual for, e de se colocar no mundo como ponto de referência para a observação. É o homem e seu lugar no mundo que Takashi Fukushima representa com beleza e singularidade.

Tomás Santa Rosa (João Pessoa PB 1909 – Nova Délhi, Índia 1956). Cenógrafo. Integrante fundador das companhias Os Comediantes e Teatro Experimental do Negro (TEN), Tomás Santa Rosa é o primeiro cenógrafo moderno brasileiro. Faz a cenografia de Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues, 1943, espetáculo que marca o surgimento do teatro brasileiro moderno na década de 1940.

Inicia-se no teatro cenografando Ásia, de Lenormand, pela Companhia de Álvaro Moreyra, em 1937. No mesmo ano, trabalha com o conjunto do ator Jaime Costa, em Uma Loura Oxigenada, de Henrique Pongetti, e Anna Christie, de Eugene O’Neill, ambas com o ensaiador Eduardo Vieira.

Constitui o primeiro núcleo de Os Comediantes, juntamente com a atriz Luiza Barreto Leite e o diretor Jorge de Castro, em 1938. Já realiza a cenografia para o primeiro trabalho do grupo, em 1940, em A Verdade de Cada Um, de Luigi Pirandello, com direção de Adacto Filho. Quando a companhia se organiza administrativamente, em 1941, Santa Rosa é o diretor artístico e lidera o pensamento em torno da criação de um estudo sistematizado paralelo ao trabalho de novas montagens. Posteriormente, assume a vice-presidência da companhia. Em 1942, cenografa para Orfeu, de Jean Cocteau, e As Preciosas Ridículas, de Molière, primeira direção de Ziembinski para Os Comediantes, seguindo-se mais três trabalhos, até a consagração, em 1943. O cenário de Vestido de Noiva, sob a direção de Ziembinski, introduz a ideia da ambientação como parte da concepção, de maneira que a função do cenógrafo se insere na autoria do espetáculo. O crítico literário Álvaro Lins escreve no Correio da Manhã: “Não teria obtido, por exemplo, um sucesso tão completo a peça Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues, sem a colaboração de Santa Rosa e Ziembinski. […] tiveram da peça aquela compreensão que serviu para identificá-los com o autor […] Santa Rosa ficou sendo uma espécie de co-autor de Vestido de Noiva“.1

A partir daí, Ziembinski procura, sempre que possível, a parceria do cenógrafo. A crítica, mesmo quando não compreende o trabalho do diretor polonês, aplaude as inovações de Santa Rosa, como em Pelleas e Melisanda, de Maeterlink, 1944: “… o ambiente preparado por Santa Rosa espelhou com expressão, e até com poesia, o inconsciente e o subconsciente que palpita nas palavras, nos gestos, nos olhares das personagens […]”.2

Faz a cenografia para Senhora dos Afogados, outro Nelson Rodrigues, dirigido por Bibi Ferreira, para a Companhia Dramática Nacional (CDN), 1954.

A partir de 1952, Santa Rosa fica responsável pela coordenação e orientação das montagens do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Sem chegar a adotar a licenciatura como um ramo profissional, dirige o Conservatório Nacional de Teatro e ministra um curso de cenografia no SNT. É um dos fundadores de Sua RevistaA Manhã (jornal) e Rio Magazine. Assina a coluna de crítica de arte do Diário de Notícias. Colabora para a Dom Casmurro – periódico especializado em teatro.

Celso Kelly aborda o autodidatismo do cenógrafo em depoimento: “Santa substituiu escolas e universidades pelo esforço impressionante de seu autodidatismo. Só as inteligências ordenadas e a apreciação aguda permitem um autodidatismo tão bem-sucedido. Não tendo mestres formais, veio a ser um dos mestres do seu tempo. Seu conselho desfrutava de grande prestígio. Influenciou muita gente. Mestre de seus alunos diretos, e mestre além de seus alunos, daqueles que se deixaram tocar por sua fina sensibilidade e por sua aguda capacidade de observação. O talento artístico nele foi plural: desde as artes plásticas até o teatro e a literatura. Teria sido um pintor? Um poeta sem versos? Um cenógrafo, um diretor? Ele fora em verdade um artista plural. Com todos os enriquecimentos que advêm dessa pluralidade de vocações”.6

VASCONCELOS MACHADO DE OLIVEIRA Nasceu em Canela (RS) em 15 de julho de 1956. Iniciou cedo na arte, trabalhando como artesão aos 14 anos em sua cidade natal. Atualmente, reside em Caxias do Sul, trabalhando como ilustrador de livros e publicidade. Somente a partir de 1989 passou a dedicar-se plenamente à pintura. Vasco é catalogado no Dicionário de Artes Plásticas do Rio Grande do Sul.

1979/80/81: Mostra coletiva de Caxias do Sul.

1989: Pinta retratos de Barbosa Lessa, Paixão Cortes, Antônio Fagundes e do pesquisador uruguaio Fernando Assunção. / Mostra de ilustração no Palácio Piratini no Salão Negrinho do Pastoreio, em Porto Alegre. / Mostra de ilustração no Salão Verde do Alfred Palace Hotel, em Caxias do Sul. Mostra de ilustração no museu Júlio de Castilhos, em Porto Alegre. / Mostra de ilustração na Galeria Municipal de Arte, Casa da Cultura Perci Vargas de Abreu e Lima, em Caxias do Sul.

1990: Mostra de ilustração de trajes típicos gaúchos no Museu Júlio de Castilhos, em Caxias do Sul.

1991: Mostra de ilustração no Clube Juvenil, em Caxias do Sul. / Exposição tributo à natureza juntamente com seu irmão Tino, na Galaria Cocooning (Gramado). / Coletiva de pinturas na Galeria Saron, em Porto Alegre. / Ilustração do livro Trajes do Imigrante Italiano no Rio Grande do Sul. / Ilustração do cartaz do VI Festival Gaúcho de Arte e Tradição (Fegart).

1992: Exposição coletiva em comemoração aos 80 anos do Recreio da Juventude. / Recebe orientação do artista plástico Guido Mondin. / Mostra de ilustrações dos Trajes típicos Gaúchos na Abrafex no Clube Farrapos, em Porto Alegre.

1993: Exposição com o artista plástico Tino na Galeria Municipal de Arte, Casa da Cultura Perci Vargas de Abreu Lima, em Caxias do Sul. / Mostra de ilustrações dos Trajes Típicos Gaúchos no Museu Municipal, Parque da Baronesa em Pelotas.

1994: Mostra de ilustrações dos Trajes Típicos Gaúchos na Galeria Municipal de Arte, em Caxias do Sul. / Mostra de ilustrações dos Trajes do Imigrante no Rio Grande do Sul na Galeria Municipal de Arte em Caxias do Sul. / Exposição com o artista plástico Tino na Galeria Arte Nobre, em Porto Alegre. / Exposição coletiva Bico de Pena, na Galeria Municipal de Arte, em Caxias do Sul. / Exposição coletiva dos artistas Canelenses.

1995: Ilustrações a bico de pena do livro Italianos no Rio Grande do Sul. / Exposição de pintura, uma visão impressionista da cidade, juntamente com seu irmão o pintor S?Tino no Centro de Informações Turísticas de Nova Petrópolis.

1996: Ilustrações a guache do livro Trajes do Cone Sul.

1998: Exposição das ilustrações a bico de pena da cartilha Os Italianos no Rio Grande do Sul, no Museu Municipal em Caxias do Sul. / 1998 – Curso com Paulo Porcella (Desenhe Pintando).

1999: Catalogado na edição de 1999 no volume Artes Plásticas Brasil Júlio Louzada. Exposição coletiva da 1ª Mostra internacional e 8ª Mostra Nacional da Pintura Artística Agapa, Continental Serra Hotel Canela (RS).

2000: Exposição coletiva IX Mostra Nacional e Mostra MERCOSUL de Pintura Artística no Everest Palace Hotel Porto Alegre (RS). / Exposição de Pintura na Cervejaria Dado Bier Porto Alegre (RS). / Exposição de Pintura na Assembleia Legislativa Porto Alegre (RS).

2001: Pinturas para a Churrascaria Fogo de Chão, da Avenida Bandeirantes, São Paulo (SP).

2002: Pintura da Capela do Colégio La Salle Cristo Ressuscitado Caxias do Sul (RS).

2003: Exposição Os Gaúchos Cotidiano da Nostra Gen Tchê, Pavilhões da Festa da Uva ? Caxias do Sul (RS).

2004: Ilustração da capa e contra-capa de Martin Fierro, de José Hernandez 9ª edição, Martins Livreiro. / Ilustração e Seguimento com treze páginas sobre a sua obra no livro Gáuchos, de Locatelli e Reilly.

2005: Ilustrações da Capa Tropa de Anseios de Sebastião Teixeira Correia. /

2005: Exposição o Gaúcho e seu Mundo, Documenta, Espaço sobre os usos e costumes regionais, Caxias do Sul.

2006: Capa da Revista Dartis n° 30. / Exposição coletiva Puc Corig – Porto Alegre, RS. / Capa do livro Gêneros Musicais Campeiros do Rio Grande do Sul, de Valdir Verona e Silvio de Oliveira.

2007: Ilustrações originais no Espaço Documenta, projeto sobre usos e costumes regionais – UCS.

2008: Ilustrações do Livro Registros da Eficiência da Equitação Gaúcha, de Bayard Bretanha Jacques. / Ilustrações da Agenda Gaúcha 2009. / Ilustrações do Calendário do Ano de 2009 da Universal Leaf Tabacos Ltda. / Capa e ilustrações do Livro Num Ar de Milonga Poemas Pajadas e Canções, de Pedro Junior da Fontoura.

Velcy Soutier (Nascido em Clevelândia, PR, em 1951, radicado em Porto Alegre desde
1972.) Cresceu e iniciou a carreira em Passo Fundo. É graduado em Artes Plásticas pela UPF (1986), Especialista em Educação Estética e Arte pelo UNILASALLE (Canoas, 2004) e Mestre em Design pela UFRGS (Porto Alegre, 2009). Dirigiu a Studio-Escola de Desenho (1988/92). Foi curador do Espaço de Arte FIERGS (1998/2000). Verbete no Dicionário de Artes Plásticas no RS, é professor de desenho, pintura e design, com 10 obras publicadas, entre elas, Desenhar é fácil, bonito e necessário, e obra em design gráfico-visual conhecida em 60 países. Dedica-se também à pintura mural, com obras permanentes em instituições civis e religiosas (Porto Alegre, Novo Hamburgo, Caxias do Sul, Canela, Bento Gonçalves e Ijuí). Possui obras em acervos particulares no Brasil, Uruguai, Equador, Estados Unidos, Holanda, Espanha, França, Itália e Suíça (maior acervo no exterior). Recebeu a Comenda Pedro Weingärtner da Câmara Municipal de Porto Alegre, pelo conjunto da obra e contribuição à cultura do Rio Grande do Sul e a Medalha do Mérito Artístico Oscar Bertholdo, da Câmara Municipal de Bento Gonçalves, pela obra de reconstituição muralística do Santuário Santo Antônio e contribuição à educação. Foi professor substituto da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2006/2008). Tem experiência na área de Artes e Design, com ênfase em Desenho, Pintura Sacra e Profana e Design Visual, atuando principalmente nos seguintes temas: cor, criatividade, expressão plástica, pintura mural e restauro, retrato e figura humana, tipografia e identidade visual, design & emoção (visual e produto).

Vera Wildner (1936 Porto Alegre, RS – 2017, idem) Pintora. Artista Plástica, Bacharel em Pintura pelo Instituto de Artes da UFRGS, foi Professora do Atelier Livre da Prefeitura Municipal de Porto Alegre e diretora do Atelier Galeria Estaggio desde 1983, onde orientou artistas em técnicas de pintura. As pinceladas de Vera Wildner expressam suas memórias e as inquietudes humanas com vida e morte e a Paz Universal. Sua obra é um livro da vida, de sua vida, da vida de todos nós.

Victor Hugo Irazábal,(1945, Caracas) Artista plástico, comunicador visual e professor.

Vincenzo Cencin (Veneza, Itália 1925 – São Paulo SP 2010). Pintor e engenheiro. Forma-se engenheiro eletro-mecânico na Itália. Inicia-se na pintura sob a orientação de Francescchini em 1941 na cidade de Tolmezzo. Durante a Segunda Guerra Mundial enfrenta os fascistas e é preso por alemães, ficando um ano e meio em um campo de concentração. Terminada a guerra emigra para o Brasil, fixando residência em São Paulo em 1949. No Brasil, torna-se sócio efetivo da Academia de Belas Artes do Rio de Janeiro. Nos anos 1950, 1960 e 1970, sem abandonar a pintura, trabalha como engenheiro eletrônico numa indústria de eletrodomésticos de São Paulo. Em 1980 aposenta-se para dedicar-se somente à pintura, montando em 1981 a Galeria Velha Europa. Em 1992 realiza-se exposição comemorativa dos 50 anos de sua pintura na Galeria Grossman em São Paulo.

Waldomiro de Deus Souza (Itagibá, Bahia, 1944). Pintor e desenhista. De origem humilde, leva uma vida itinerante pelo sertão baiano e norte de Minas Gerais, até vir para São Paulo em 1959, quando trabalha como engraxate. Começa a pintar em 1961, utilizando guache e cartolina encontrados na casa de um antiquário, onde trabalha como jardineiro. Acusado de negligência, perde o emprego e leva seus trabalhos para exposição no Viaduto do Chá – acaba vendendo dois deles para um americano no primeiro dia. Em 1962, o decorador Terry Della Stuffa fornece-lhe material e um lugar para pintar e, em 1966, faz a sua primeira exposição individual na Fundação Armando Álvares Penteado, Faap. No auge do movimento hippie, desfila de mini-saia pela Rua Augusta. Pinta temas religiosos ligados ao céu e ao inferno, criando imagens polêmicas, como Nossa Senhora de mini-saia, cinta-ligas e botas e Jesus de bermudas. Por causa disso é raptado por um grupo de jovens armados da organização TFP (Tradição Família e Propriedade), porém convence os rapazes a soltá-lo. Expõe em vários países como a Inglaterra, Itália, Bélgica, Alemanha, Inglaterra, Estados Unidos. Em 1972, volta a viver em Osasco. Viaja a Goiânia GO, em 1977, e lá monta uma casa. Vive de sua arte desde a década de 60, pintando o cotidiano e o folclore de sua terra natal: festas populares, histórias sobre mula-sem-cabeça e lobisomens, bem como imagens escatológicas e eróticas. As figuras humanas são sempre mulatos, nunca brancos ou negros. Em todas as telas há a presença de três cachorrinhos. É considerado o maior primitivista brasileiro ao lado de José Antônio da Silva e Djanira. É reconhecido internacionalmente como um dos mais criativos pintores naifs. Em 1983, é premiado com a Awarding the Statue of Victory pelo Centro Studi e Ricerche Delle Nazioni, na Itália.

Jean Maurice Eugène Clément Cocteau (Maisons-Lafitte, 5 de julho de 1889 — Milly-la-Forêt11 de outubro de 1963) foi um poetaromancistacineastadesignerdramaturgoator, e encenador de teatro francês. Em conjunto com outros surrealistas da sua geração (Jean Anouilh e René Char, por exemplo), Cocteau conseguiu conjugar com maestria os novos e velhos códigos verbais, linguagem de encenação e tecnologias do modernismo para criar um paradoxo: um avant-garde clássico. O seu círculo de associados, amigos e amantes incluiu Jean MaraisHenri BernsteinÉdith Piaf e Raymond Radiguet.

Cocteau realizou sete filmes e colaborou enquanto argumentista, narrador em mais alguns. Todos ricos em simbolismos e imagens surreais. É considerado um dos mais importantes cineastas de todos os tempos. As suas peças foram levadas aos palcos dos Grandes Teatros, nos Boulevards da época parisiense em que ele viveu e que ajudou a definir e criar. A sua abordagem versátil e nada convencional e a sua enorme produtividade trouxeram-lhe fama internacional.

Figura importante do surrealismo, apesar de detestado e rejeitado pelo líder do movimento, André Breton e todos os do seu grupo, que não raras vezes o perseguiram e insultaram, por homofobia e àquilo que eles consideravam ser mundanidade, frivolidade e diletantismo. Teve enorme influência na obra de outros artistas, incluindo o grupo musical de amigos de Montparnasse, que ficou conhecido Les Six. O termo “surrealismo” foi criado por Guillaume Apollinaire no prólogo de Les mamelles de Tirésias , uma obra começada em 1903 e completada em 1917, menos de um anos antes da sua morte.[1] “Se não fora Appolinaire fardado”, escreveu Cocteau, “com a cabeça rapada, uma cicatriz na testa e uma ligadura `volta da cabeça, as mulheres ter-nos-iam arrancado os olhos com alfinetes”.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Jean_Cocteau

Yolanda Lederer Mohalyi (Kolozsvar, capital da Transilvânia, Hungria [atual Cluj Napoca, Romênia] 1909 – São Paulo SP 1978). Pintora, desenhista. Na Hungria estuda pintura na Escola Livre de Nagygania e, em 1927, ingressa na Real Academia de Belas Artes de Budapeste. Em 1931, vem para o Brasil e fixa-se em São Paulo, onde leciona desenho e pintura. Foram seus alunos, entre outros, Maria Bonomi (1935) e Giselda Leirner (1928). A partir de 1935, começa a freqüentar o ateliê de Lasar Segall (1891 – 1957), com quem identifica-se. Por volta de 1937, integra o Grupo 7, ao lado de Victor Brecheret (1894 – 1955)Antonio Gomide (1895 – 1967) e Elisabeth Nobiling (1902 – 1975), entre outros. Sua primeira exposição individual ocorre em 1945 no Instituto de Arquitetos do Brasil – IAB/SP. Em 1951 realiza suas primeiras xilogravuras, com Hansen Bahia (1915 – 1978). Em 1958, recebe o Prêmio Leirner de Arte Contemporânea. Entre as décadas de 1950 e 1960, executa em São Paulo vitrais para a Fundação Armando Álvares Penteado – Faap e murais para as igrejas Cristo Operário e São Domingos, além de mosaicos para residências particulares. Mais tarde, executa também vitrais para a Capela de São Francisco, em Itatiaia. Entre 1960 e 1962, leciona no curso de desenho e plástica da Faap. É também nesse ano que a artista representa o Brasil na 1ª Bienal Americana de Arte, na Argentina, tendo alguns de seus trabalhos escolhidos pelo crítico Sir Herbert Read para uma exposição itinerante nos Estados Unidos. Em 1963, recebe o prêmio de melhor pintor nacional na 7ª Bienal Internacional de São Paulo.

https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa8469/yolanda-mohalyi

 Yugo Mabe(Lins SP 1955)Pintor.

Forma-se em comunicação pelas Faculdades Integradas Alcântara Machado (FIAM) em 1977, mas nunca exerce a profissão de publicitário. Filho do pintor Manabu Mabe (1924-1997), cuja família migra para o Brasil em 1935, para trabalhar nas lavouras de café do interior de São Paulo, fixando-se em Lins. Mantém contato com as artes desde muito cedo, frequentando exposições e convivendo com o trabalho de seu pai e de seus amigos Aldemir Martins (1922-2006), Arcangelo Ianelli (1922-2009), Tomie Ohtake (1913) e Tikashi Fukushima (1920-2001), entre outros. Começa a participar de mostras coletivas no início da década de 1970 e é premiado nos Salões Bunkyo, em 1972 e 1975, e Paulista de Belas Artes, em 1975 e 1982.

Fonte: Itaú Cultural

Filho de portugueses, Francisco Brilhante se formou na Escola de Belas Artes da Universidade Federal, em 1920, em Porto Alegre, sua cidade natal. Seguiu para o Rio de Janeiro para completar seus estudos, na Escola de Belas Artes, custeando seus estudos e sustento através das pinturas que fazia nos jardins da Quinta da Boa Vista. Falecido em 1987, deixou um legado estimado em mais de 40 mil quadros, espalhados pelo país. Entre as inúmeras personalidades que retratou, constam nomes como Pinheiro Machado, Washington Luís, Borges de Medeiros, Getúlio Vargas, Ildo Meneghetti, Monteiro Lobato, Erico Verissimo, Mario Quintana, Pedro Weingartner e Athos Damasceno Ferreira.

Nas escadarias da Igreja do Rosário, em Porto Alegre, permaneceu durante 25 anos, utilizando, além da calçada, as dependências da casa paroquial, onde mantinha um ateliê para ministrar aulas. Os retratos que pintava na rua eram feitos, muitas vezes, com ausência de modelo, baseando-se apenas em uma pequena foto 3×4. Com estilo considerado ‘parisiense’, realizou incontáveis exposições na Capital e no Interior. Para a presidente da Associação Francisco Brilhante, Miriam Palazzo, o artista representa ‘uma imagem poética de Porto Alegre, meio perdida no tempo’. Na sua opinião, o Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs) deveria ter no seu acervo obras do precursor dos pintores de rua de Porto Alegre.

Volnei Cardoso Petiz (Pelotas, RS, 1941) Em 1959 ganhou bolsa de estudos e frequentou o atelier do pintor italiano Sandro manzini, em são Paulo, durante seis anos.Em 1962 viajou pela Colômbia e México. De volta ao sul, fixa-se em Porto Alegre a partir de 1968. Em 1973 viaja pelos Estados Unidos, realizando retratos. Trabalhou com escultura em porcelana, além da pintura a óleo. Uma temática constante em seu trabalho é a natureza morta.

Nelson Leirner (São Paulo, São Paulo, 1932 – Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2020). Artista intermídia e professor universitário. Suas obras e ações se caracterizam pelo teor reflexivo e polemista. Alternando entre crítica política e social, remissões à arte e ao mercado e referências a divindades e animais, transforma objetos cotidianos em alegorias das situações que pretende destacar.

Filho da escultora Felícia Leirner (1904-1996) e do empresário Isaí Leirner (1903-1962), tem contato com a arte moderna desde a infância. Seus pais ajudam a fundar o Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP) e convivem com boa parte da vanguarda brasileira. Essa proximidade, no entanto, não desperta de imediato o interesse de Leirner pela arte.

Reside nos Estados Unidos, entre 1947 e 1952, onde estuda engenharia têxtil no Lowell Technological Institute, em Massachusetts, mas não conclui o curso. Resolve tornar-se artista apenas na década de 1950, estimulado por trabalhos do pintor Paul Klee (1879-1940). Em 1956, passa a ter aulas de pintura com o artista catalão Joan Ponç (1927-1984), e, em 1958, frequenta, por curto período, o Atelier-Abstração, de Flexor (1907-1971). Não se entusiasma com os cursos. Suas telas se aproximam da abstração informal de pintores como Alberto Burri (1915-1955) e Antoni Tàpies (1923-2012).

Entre 1961 e 1964, continua com a pesquisa de materiais, mas com outra direção. Interessado nas poéticas dadaístas, produz seus quadros com objetos recolhidos na rua, gerando a série Apropriações. Em 1964, o artista abandona a pintura e passa a trabalhar com elementos prontos, fabricados industrialmente. Recolhe objetos de uso e desloca seu sentido, como em Que Horas São D. Candida (1964). Seus trabalhos estão entre a escultura e o objeto.

A participação do espectador é incorporada a obras como Você Faz Parte I e  II, (1966). Nesse ano, funda o Grupo Rex, com os artistas Wesley Duke Lee (1931-2010)Geraldo de Barros (1923-1998)Carlos Fajardo (1941)José Resende (1945) e Frederico Nasser (1945). O coletivo promove happenings e publica o jornal Rex Time. O grupo se volta a problemas como as relações da arte com o mercado, as instituições e o público, sendo tudo isso abordado com base nas linguagens radicais dos anos 1960.

Em 1967, monta a exposição Da Produção em Massa de uma Pintura. Mostra a série Homenagem a Fontana, uma das primeiras séries de múltiplos do país. As “pinturas” são produzidas industrialmente, feitas de zíperes e tecidos, objetos que tradicionalmente não têm propriedades artísticas. No mesmo ano, envia seu Porco Empalhado (1966) para o 4º Salão de Arte Moderna de Brasília. O júri aceita o trabalho. Leirner questiona o resultado e solicita publicamente, pelo Jornal da Tarde, uma manifestação explícita dos critérios de admissão da mostra, criando uma polêmica com críticos como Mário Pedrosa (1900-1981) e Frederico Morais (1936), que fica conhecida como “happening da crítica”. Ainda em 1967, realiza a Exposição-Não-Exposição, happening de encerramento das atividades do Grupo Rex, em que oferece obras de sua autoria gratuitamente ao público.

Realiza seus primeiros múltiplos, com lona e zíper sobre chassi. É também um dos pioneiros no uso do outdoor como suporte. Por motivos políticos, fecha sua sala especial na 10ª Bienal Internacional de São Paulo de 1969, e recusa convite para outra em 1971.

A partir da década de 1970, o teor questionador do trabalho migra da ação direta para um sentido alegórico, que muitas vezes envolve o erotismo. O happening tem menos presença que o desenho e a instalação. Nessa época, Leirner se dedica a outras linguagens, como o design, os múltiplos e o cinema experimental, e cria grandes alegorias da situação política contemporânea em séries de desenhos e gravuras. Em 1974, expõe a série A Rebelião dos Animais, com trabalhos que criticam duramente o regime militar, pela qual recebe da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) o prêmio melhor proposta do ano.

Em 1975, a APCA encomenda-lhe um trabalho para entregar aos premiados, mas a Associação recusa-o por ser feito em xerox. Por isso, como protesto, os artistas não comparecem ao evento. De 1977 a 1997, leciona na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), em São Paulo, onde tem grande relevância na formação de várias gerações de artistas.

A presença de elementos da cultura popular brasileira, marcante desde os anos 1960, cresce a partir da década de 1980. Em 1985, realiza a instalação O Grande Combate, em que utiliza imagens de santos, divindades afro-brasileiras, bonecos infantis e réplicas de animais. Pretende converter em arte o que é considerado banal.

Muda-se para o Rio de Janeiro em 1997, e coordena o curso básico da Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV/Parque Lage). A partir dos anos 2000, seu trabalho se apropria de imagens artísticas banalizadas pela sociedade de consumo. De maneira bem-humorada, lida com as reproduções da Gioconda [Mona Lisa] (1503/1506), de Leonardo da Vinci (1452-1519), e a Fonte (1917), de Marcel Duchamp (1887-1968), como tema artístico. Com a mesma ironia, o artista replica sobre couro de boi imagens da tradição concreta brasileira, na série Construtivismo Rural.

Com uma carreira profícua, de obras heterogêneas e de teor crítico e reflexivo, Leirner torna-se, enquanto produtor e educador artístico, uma figura importante para o desenvolvimento da arte moderna no Brasil.

 

O Acervo Permanente da Galeria Duque Espaço Cultural é composto por obras doadas por artistas que expuseram na Galeria ao longo dos anos. Logo, encontra-se em processo contínuo de atualização.

 

Anaurelino Corrêa de Barros (Porto Alegre/RS, 1957)

Curador, Artista visual e Arquiteto. Pós-graduado em Práticas Curatoriais/UFRGS. Reside e atua em Porto Alegre/ RS.

 

 

André Venzon (Porto Alegre/RS, 1976)

Diplomado Bacharel em Artes Visuais pelo IA/UFRGS (2005) e Especialista em Gestão Cultural pela Universidade de Girona/Espanha – CEU (2011). Graduado em Artes Visuais no Instituto de Artes da UFRGS. Inicia desenho artístico em 1997 com Plínio Benhardt no Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS). Em 1995 ingressa no curso de Arquitetura e Urbanismo da UFRGS, do qual pede transferência em 2003 para cursar Artes Visuais no Instituto de Artes da UFRGS. Desde então, dedica-se ao estudo dos conceitos de lugar, identidade e memória na construção poética dos seus trabalhos. Diante de sua forma de olhar e perceber a arte como atributo social, participou da Comissão de Avaliação e Seleção do Fundo Municipal de Apoio à Produção Artística e Cultural de Porto Alegre – FUMPROARTE (2002-2006), foi presidente da Associação Riograndense de Artes Plásticas Francisco Lisboa (2006-2010) e vice-presidente do Conselho Estadual de Cultura do RS (2010-2011). Integrou o Colegiado Nacional de Artes Visuais (2010-2012), é membro dos colegiados estaduais setoriais de museus e artes visuais (RS). Foi diretor do Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul. Participou de diversas exposições.

 

Auguste Rodin

Auguste Rodin (1840-1917) foi um escultor francês.  “O Beijo”e “A Porta do Inferno” são algumas de suas famosas esculturas. Foi um dos artistas mais influentes do século XX. René-François-Auguste Rodin  nasceu em Paris, França, no dia 12 de novembro de 1840. Uma das esculturas mais conhecidas da história da arte ocidental sem dúvida é O Pensador, de Rodin. A primeira versão dessa obra foi concebida em 1880 e intitulada originalmente de O poeta. Possuía cerca de 70 cm de altura.

 

Canhotorium

 

CANHOTORIUM – 10 ANOS. A Canhotorium Arte aplicada de Porto Alegre comemora em 2018 os seus 10 anos de existência com uma exposição coletiva na Galeria Espaço Cultural Duque. A mostra apresenta registros de trabalhos produzidos pelo estúdio e uma série de obras coletivas produzidas por artistas convidados e parceiros ao longo de sua história.Participam da exposição além dos sócios Dreyfus Soler e Ricardo Fonseca, os artistas Alexandre Nicolodi, Aline Daka, Bricio Dias, Bruno Ortiz, Carlos Ferreira, Emanuele Kanitz, Gabriel Ferreira, Itapa Rodrigues, Leonardo Garbin, Marco Escada, Paulo Casa Nova, Rafael Costa, Yuji Schimidt e Zé Lopes. Sobre a Canhotorium Arte Aplicada Estúdio de criação artística atuante nas áreas do design gráfico, ilustração, animação e artes visuais, em parceria principalmente com os mercados publicitário, editorial e de comunicação

 

Eduardo Vieira da Cunha(Porto Alegre RS 1956)

Fotógrafo, pintor e desenhista.Estuda desenho e linguagem de visão com Pamela Barr, em 1978, e forma-se em artes visuais pelo Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS, em 1983. Entre 1978 e 1987 atua como repórter fotográfico do jornal O Globo, na sucursal de Porto Alegre, e nesta função percorre o litoral gaúcho, registrando-o em fotografias. Cinco anos mais tarde, é contemplado com bolsa de estudos da Capes, e cursa o Master of Fine Arts, no Brooklyn College da City University of New York, nos Estados Unidos. Participa de exposições promovidas pela universidade e, em 1989, recebe o prêmio Shaw 89 de apoio à arte, conferido pelos professores de arte da instituição. Regressando ao Brasil, desenvolve uma série de pinturas, frutos de pesquisa sobre mitos e metáforas de uma região específica do Rio Grande do Sul. Em 1992, é nomeado professor titular de fotografia no Instituto de Artes da UFRGS, função que já desempenha como auxiliar desde 1985. Participa do Salão Jovem Arte Sul América, no Margs, Porto Alegre, 1982; do Prêmio Pirelli de Pintura Jovem, no Masp, São Paulo, 1983; da mostras Arte Sul 89 e Arte Gaúcha Contemporânea, no Margs em 1989, e na Casa de Cultura Mário Quintana, em Porto Alegre, 1991.

 

Eliane Santos Rocha (Sant’Ana do Livramento, RS em 1943)

Nascida em Iniciou sua trajetória em 1967 frequentando o Atelier de Miriam Pchara, em Canoas/RS, até 1973. De 1974 a 1983 e em 1990 e 1991 frequentou o Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre. Freqüentou o curso “Transformação da Linguagem, Característica e Privilégio da Gravura em Metal”, no Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre/RS, com a Professora Nilza Haertel; Desde 1990 trabalha em atelier próprio com gravura em metal, onde também ministra aulas de gravura. Em 1993 desenvolve pesquisa para a produção de tinta talho doce para gravura em metal, produzindo todas as tonalidades que são empregadas em seu trabalho.Em novembro de 1988 participa de Oficina de Litografia no Centrum voor grafiek Frans Masereel em Kasterlee/Bélgica.

Ermanno Ducceschi

(Pistoia, Itália, 1920-Porto Alegre, RS, 1998)

Transferiu-se para o Rio Grande do Sul em 1947, Estado que se tornou ponto de chegada e partida para contínuas viagens pela América do Sul, principalmente ao Peru e Paraguai. Dividiu seu tempo entre o ateliê romano e o de Porto Alegre. Nos anos 80, sua obra foi motivo de análise em Quaderni di Pinttura – I Contemporanei, Piperno Edizioni, Roma, Itália. Expôs individual e coletivamente em cidades como Florença, Pistoia, Buenos Aires, Rio de Janeiro e São Paulo, obtendo prêmios significativos e reconhecimento nessas cidades.

Eva Zimbruscky (Encruzilhada do Sul, 1952)

Aos 18 anos passa a residir em Porto alegre, onde começou seu aperfeiçoamento em artes plásticas, fazendo diversos cursos de arte, ênfase em pintura em porcelana. Curso de Letras e Artes PUC 1989, Licenciada em Português e Literatura Portuguesa.
Participou de diversas exposições, entre elas: coletiva Porto alegre em foco, UFRGS 2003;  coletiva Atelier Livre PMPA,  2003; coletiva no Museu de Arte Contemporânea (MAC), Bienal do Mercosul 2004;  Amazônia Exuberante, Arte pela Vida,  Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, no Espaço Novos Talentos, 2006.

A  Exposição Porto alegre – Cidade amiga da Amazônia, 2006 foi patrocinada pelo Greenpeace  durante a semana do meio ambiente e tinha como objetivo, mostrar ao público o termo de compromisso – Cidade amiga da Amazônia – assinado pela Prefeitura de Porto alegre chamando a atenção sobre a necessidade de preservação da Floresta Amazônica, para o equilíbrio do planeta e futuras gerações.

Francesca Coniglio Ducceschi (1920, Palermo, Itália – 2020, Portugal)

Pintora, Ceramista e Professora. Estudou no Instituto de arte de Palermo em 1932, e durante a segunda guerra Mundial, entre 1940 e 1945, mudou-se para Bolonha e depois Florença, onde frequentou o Instituto de Arte e obtém a especialização em afresco. Casou-se em 1944 com o artista Ermanno Ducceschi, e passa a residir no Brasil. Em 1955 leciona italiano na Escola Normal de Rio Pardo e mais tarde no Círculo Ítalo-Brasileiro, CIB. Em 2005 fez curso de História da Arte no Museu de Porto Alegre e passa a ministrar cursos. Participou de 48 exposições tanto de pintura quanto de cerâmica.

 

Fernando da Luz (Porto Alegre, 1961)

 

Possui graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Faculdades Integradas do Instituto Ritter dos Reis(1991) e mestrado em Arquitetura pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul(1999). Atualmente é professor adjunto da Universidade do Vale do Rio dos Sinos.Estudou pintura do Atelier Livre de Porto Alegre, SMC-PMPA, ano 2000. Participa de exposições desde 1996. Em 2019 apresenta NEUROSIA e OUTROS PASSATEMPOS, pinturas e esculturas na GALERIA ESPAÇO CULTURAL DUQUE.

 

Geraldo Markes (Santa Maria, 1961)

 

Pintor. Cursou Comunicação Visual na Universidade Federal Santa Maria. Desde 1982 participa de importantes mostras coletivas e salões oficiais. Em 1985, expõe individualmente em sua cidade natal, galeria Clic. Transfere-se para Porto Alegre onde, além de pintar, dedica-se à propaganda. Expõe no Espaço IAB, 1988 e 1990, e na Galeria Arte&Fato, em Porto Alegre. De tendência figurativa, explora uma linha de pintura-objeto próxima ao pop e a linguagem do grafitti. Vive e trabalha em são Paulo.

Graça Craidy

 

Artista visual, ativista pelo fim da violencia contra as mulheres. Louca por retrato. Mora em Porto Alegre, RS/ Brasil.

 

Günther Weimer

Gunther Weimer formou-se em Arquitetura em 1963 pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), continuando seus estudos na Alemanha, onde se especializou em 1967 em Desenho Industrial pela Hochschule für Gestaltung. Obteve grau de mestre em História da Cultura em 1981 pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e de doutor em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (USP) em 1990. É professor da UFRGS e da PUCRS, já deu aulas na UNISINOS, UFPR, UFSC e UnB. 

 

Gustavo Giacoboni

Gustavo Giacoboni é artista plástico e dedica-se a pintura abstrata, geométrica e gestual.

 

Ivan Mizoguchi

 

Além de arquiteto, Ivan Mizoguchi também é professor aposentado da UFRGS, ex-presidente do IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil) no RS e ex-diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da PUCRS.Parque Marinha do Brasil. Autor do projeto do Parque Marinha do Brasil, junto com Rogério Malinsky,  construído sobre o aterro da Praia de Belas, um dos símbolos de convivência e harmonia com a natureza de Porto Alegre, RS.

 

João Luiz Roth

 

João Luiz Roth (Santa Maria – RS, 1951) João Luiz Roth é um dos grandes artistas visuais do RS que vive na região central do estado, cidade de Santa Maria. “Senhor de uma técnica própria e de um método Roth” conforme Jacob Klintowitz (texto da exposição na galeria Agência de Arte, Porto alegre, RS, 1988). Roth expandiu sua linguagem plástica do desenho para outros sistemas como a pintura em acrílico e a infogravura, podendo ser considerado um dos pioneiros na pesquisa do hibridismo, mesclando em suas poéticas a produção e união de processos manuais aos processos digitais. Graduou-se em Desenho e Plástica pela Universidade Federal de Santa Maria onde tornou-se professor na cadeira de Desenho aos 23 anos. Em 1975 o Instituto de Cultura Hispánica de Porto Alegre lhe  concede bolsa de estudos  na Escuela Superior de Bellas Artes de San Fernando  da Universidad Complutense de Madrid, escola fundada no séc.XVIII  reconhecida internacionalmente e por onde passaram grandes nomes como Velázquez, Dalí e Goya. Na Espanha permanece especializando-se  por quase três anos com destacado desempenho reconhecido por aquela instituição. Sua reconhecida conexão com o universo literário o leva a diplomação de Doutor em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul com a Tese “Os Lusíadas”,  uma interpretação visual  do poema de Luís de Camões.  Foi Pró-Reitor e Vice-Reitor da UFSM e professor junto ao Curso de Comunicação Social do Centro de Ciências Sociais e Humanas, além de secretário de Cultura e secretário de Educação na administração municipal em Santa Maria.

 

Lourenço

 

 

Luciana Fonseca

 

Maria di Gesu

Maria Di Gesu nasceu em Morano Calabro, na Itália, em 22 de fevereiro de 1928. Começou sua atividade artística como autodidata durante a 2ª Guerra Mundial, interessando-se pela pintura, cerâmica e desenho. Veio para o Brasil em 1947. Em 1953, ingressou no Instituto de Belas Artes de Porto Alegre, onde cursou desenho e modelagem com Cristina Balbão e Naiá Corrêa. Em 1956 aperfeiçoou-se em cerâmica com Maria Helena Sarmento Barata. Em 1960, fez cursos livres de desenho e pintura com Benito Castanheda e Iberê Camargo. Em 1961, aprendeu xilogravura com Francisco Stocinger e Danúbio Gonçalves e colaborou para a fundação do Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre. Em 1962, cursou percepção visual com Carlos Scarinci. Fez escultura com Vasco Prado no Atelier Livre da Prefeitura e Tapeçaria com Eleonora Veríssimo na Escola Carlo Baroni. Em 1969, recebeu certificado de habilitação como violinista pela Ordem dos Músicos do Brasil. Em 1980, fez técnica em cerâmica com o Prof. Olmedo.

Possui inúmeras exposições individuais, coletivas, bienais e salões no Brasil e no exterior que fazem parte de sua movimentada agenda cultural e artística, na qual mereceu pela qualidade de seus trabalhos, referências destacadas da crítica especializada, premiações e menções.

Possui obras no Museu da Gravura Brasileira de Bagé – RS, no Museu de Arte Primitiva de Assis – SP, no Museu de Arte do Rio Grande do Sul, na Pinacoteca Rubem Berta, Porto Alegre – RS, na Discoteca Pública Natho Hem da SEC – RS, no Museu de Porto Alegre – RS, no Ministério da Cultura do Rio de Janeiro, na Casa do Poeta Riograndense, Porto Alegre – RS, no Centro Ítalo Brasileiro, Porto Alegre – RS, e em diversas coletivas particulares, na Argentina, Uruguai, Alemanha, Espanha, Portugal, Itália, Estados Unidos e Brasil.

 

Mario Olindo Pozzobon

 

Mario Olindo Pozzobon, nasceu em Tortona, Italia, em 31/05/1919 e faleceu em 29/08/2004 em Porto Alegre.  Ex-combatente militar durante a Segunda Guerra Mundial, imigrou para o Brasil em 1950 onde constituiu família e desenvolveu sua vida profissional. A pintura esteve presente desde os 17 anos, quando começou a pintar aquarelas e retomada após a aposentadoria, aos 65 anos. Essa exposição apresenta uma retrospectiva da vida e dos locais em que o artista viveu na Itália e no Brasil.   

 

Marcelo Pferscher

Marcelo Pferscher nasceu em Porto Alegre, Brasil, no ano de 1971. Filho do artista plástico austríaco Benno Pferscher, Marcelo teve contato com o universo artístico desde muito cedo. Cursou a Escola Municipal de Arte de Porto Alegre e posteriormente decidiu trabalhar com design e ilustração, tendo como seus principais mestres os ilustradores Joaquim Gomes, José Giacomini e Mario Neves e os designers Antonio Raupp e Valpírio Monteiro. Aos 23 anos, foi para a Áustria, onde trabalhou na restauração de uma igreja neogótica, na cidade de Bregenz e na maior agência de publicidade da Áustria, Demner & Merlicek, em Viena. Ao voltar para o Brasil, decidiu abrir seu próprio estúdio de ilustração, a Fescher Neoilustração, passando a atender clientes como Coca Cola, Fiat, Nokia, Basf, Nestlé, Kraft, Ambev, Walmart, entre outros. Em 2004, foi agraciado pela primeira vez com o prêmio de Ilustrador do Ano no Salão da Propaganda – RS/Brasil. No mesmo ano, participou da 2ª Mostra Talentos da Comunicação na Fundação Bienal de São Paulo – SP/Brasil.

 

Marcia Baroni

 

Descoladas são as mulheres de Márcia Baroni; São únicas, apaixonantes, divertidas e sedutoras. Márcia encontrou na colagem seu dado de expressividade, uma busca por comunicar, conjugar instantes e percepção de vida, na perspectiva da singularidade feminina. Dominando o desenho, a composição a luz, se utilizando de papéis coloridos como elementos pictóricos, suas montagens poderão nos tocar, significar e emocionar. Márcia Baroni é psicóloga e filósofa clínica. Estudou desenho e pintura e só mais tarde descobriu esta técnica, que domina com maestria.

 

Maria Santos e Suzana Campozani

 

 

Em setembro de 2018 as artistas Maria Santos e Suzana Campozani fizeram a doação da obra em cerâmica branca “Jardim da Lua”, ao acervo permanente da Galeria Duque.

 

Marcos Taball

Marta Dischinger

Arquiteta pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1979), com mestrado em Design na Högskolan for Design och Konsthantverk HDK – Göteborg University (1993) e doutorado em Arquitetura na Architecture School – Chalmers University of Technology (2001). Professora associada da Universidade Federal de Santa Catarina de 1985 a 2015, colaboradora no PosArq/UFSC até 2018. Desenvolve atividades de projeto, pesquisa e consultoria nas área de Arquitetura e Urbanismo e de Desenho de Produto com ênfase em Desenho Universal.

 

Patricia Langlois

 

Rafael Dambros

 

Sergio Barcellos

 

Velcy Soutier

 

Zica Fortini

A exposição Cosmos, de Zica Fortini, marca a primeira individual da artista na Galeria Duque e  foi inaugurada em 18 de março de 2023 . A ceramista deslocou o foco de atenção de seu trabalho para as esculturas de parede, utilizando-se de materiais como o ferro, placas acrílicas e cerâmicas, papier machê além de fragmentos naturais como folhas de palmeira propondo uma perspectiva tridimensional inovadora.

Gustavo Nakle. Escultor. Montevidéu, Uruguai, 1951. Estudou na Escola de Belas Artes de Montevidéu. Reside em Porto Alegre desde 1970. Criou, em 1974, juntamente com Elizabeth Nunez, Wilson Cavalcante e Maria Tomaselli, o Mercadão da Arte. Após experiências em técnicas como desenho, histórias em quadrinhos e desenho publicitário, retoma à escultura em 1983. Dois anos depois figura no livro Artistas da cerâmica brasileira, de Jacob Klintowitz. Pesquisa materiais como resina, bronze, tinta automotiva, acrílica e cerâmica. Desenvolve um trabalho irreverente, que mereceu comentário de Angel Kalemberg, durante a XIX Bienal Internacional de São Paulo, em 1987, a propósito da obra Juízo, purgatório e paraíso dos farofeiros: Nakle fusiona o homem com o animal, ou o contorna ou superpõe. Zoomorfisa parte do humano; cabeça ou membros. Mas esses monstros expressam as fantasmagorias de seu autor, liberam suas repressões que, de alguma maneira, são as de nossa sociedade; do mesmo modo como os bestiários medievais veiculizavam os medos e os sistemas místico-religiosos daquela época. Realizou individuais em importantes e consagrados espaços no exterior como o Stedelijk Museum, em Amsterdã, Holanda. Em 1989 foi artista convidado da III Bienal de Cuba. Expôs no Uruguai, Argentina e Chile. Vive e trabalha em Porto Alegre. Realizou individuais na Cezar Prestes Arte e Espaço Cultural NET, ambas em Porto Alegre, 1996, sob o título geral de Torre de Babel, com apresentação de Angélica Moraes: Nakle faz refletir sobre os rumos do chamado processo civilizatório. O artista é o demiurgo de uma babel movida por uma ironia humanista, que aponta o ridículo para sonhar o sublime. Possui obras no acervo do Museu Blanes, Montevidéu, Uruguai.

Fonte: Dicionário de Artes Plásticas no Rio Grande do Sul / Renato Rosa e Décio Presser – Porto Alegre: Ed. Universidade/UFRGS, 1997

Maurício Nogueira Lima (Recife, Pernambuco, 1930 – Campinas, São Paulo, 1999). Pintor, arquiteto, desenhista, artista gráfico e professor. Transita entre a pintura e a comunicação visual, construindo trabalhos a partir da abstração geométrica, da experimentação das cores, e das imagens que percorrem os meios de comunicação de massa.

Tuneu, Antonio Carlos Rodrigues. (08.01.1948, São Paulo, SP)Desenhista, Gravador, Pintor, professor de artes plásticas entre 1960 e 1966, estuda com Tarsila do Amaral e recebe influência de Wesley Duke Lee. Em 1966, realiza a primeira mostra individual no João Sebastião Bar, em São Paulo. Entre as exposições de que participa, destacam-se: Salão de Arte Contemporânea de Campinas, várias edições entre 1966 e 1974 (Prêmio Viagem à Europa, 1970 e Prêmio Aquisição, 1974); XVI e XVII Salão Paulista de Arte Moderna, São Paulo, 1967/1968; Bienal Internacional de São Paulo, várias edições entre 1967 e 1975 (Prêmio Aquisição Itamarati , 1971 e 1975); Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP, São Paulo, várias edições entre 1971 e 1989; III e VI Salão Paulista de Arte Contemporânea, no Masp, São Paulo, 1971/1975; Arte na Rua 2, São Paulo, 1984; OFF Bienal, no MuBE, São Paulo, 1996.

Lia Mascarenhas Menna Barreto (Rio de Janeiro RJ 1959). Artista plástica. Entre 1975 e 1978, cursa artes e desenho no Ateliê Livre da Prefeitura de Porto Alegre. Estuda pintura com Luiz Paulo Baravelli (1942) e desenho com Rubens Gerchman (1942 – 2008), em 1984. No ano seguinte forma-se bacharel em desenho pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e realiza exposição individual no Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs), em Porto Alegre.  Participa do 10º Salão Nacional de Artes Plásticas, em 1988, na Fundação Nacional de Arte (Funarte), no Rio de Janeiro, no qual é contemplada com o prêmio aquisição. Entre 1993 e 1994, vive em São Francisco, nos Estados Unidos, e estuda na Stanford University com bolsa concedida pelo programa International Fellowship in the Visual Arts, da America Arts Alliance. Em 1997, expõe trabalhos na 6ª Bienal de Havana, na Bienal de Los Angeles e na 1ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul, em Porto Alegre, da qual volta a participar, em 2003, em sua 4ª edição.

Nara Amélia Melo da Silva(Três Passos, RS, 1982) Gravadora

Glaé Eva Macalós nasceu em Soledade no ano de 1941. Graduada em Artes (escultura) pela UFRGS, em 1966. Licenciada em Desenho pela Faculdade de Filosofia da UFRGS, em 1969. Bacharel em Arquitetura e Urbanismo, pela FALPA, em 1980. Cursou Gravura em Metal com Wilson Cavalcante, de 1992 à 1994; Litografia no Atelier Livre com Danúbio Gonçalves, de 1986 à 1996. Premiada em vários eventos, recebeu medalha de ouro no Salão de Artes de Novo Hamburgo(1995); 2º lugar em Gravura no Salão Fundarte de Desenho e Gravura de Montenegro; Prêmio Aquisição de Gravura no 5º CONARTE; menção honrosa em Gravura, no 5º Salão de Artes Plásticas em Avaré, SP.
Também participou de vários salões, entre eles, o “Second International Graphic Triennial – Bitola 97”, na Macedônia; Salão de Arte Contemporânea de Jacareí, “SAJA 97” Jacareí (SP), 5º Salão de Arte Cidade de Itajaí, Itajaí (SC) em 1997; 16º Miniprint Internacional de Cadaqués 96, Barcelona. Conta com várias coletivas nacionais e internacionais. Já realizou 3 exposições individuais.
Atualmente freqüenta o Centro Gráfico do Museu do Trabalho.

Gastão Formenti (Guaratinguetá24 de junho de 1894 — Rio de Janeiro28 de maio de 1974) foi um pintordesenhistamosaicistavitralista e cantor brasileiro.

Filho do italiano Cesare Formentipintordecorador e cantor lírico amador, e irmão da escultora Sara Formenti.

Em 1895, sua família se transferiu para São Paulo. Fez o primário na Escola Filorette Fondacari, em São Paulo, e o secundário no Ginásio São Bento, no Rio de Janeiro. Aos nove anos, começou a estudar pintura com o pai e com Pedro Strina. Em 1910, transferindo-se com a família para o Rio de Janeiro, passou a trabalhar com o pai em pintura e, a 25 de fevereiro de 1920, casou-se com Otília de Oliveira.

Vitrais de Gastão Formenti encontram-se na Igreja de São Domingos, em Niterói, no hall do Edifício Orania, em Copacabana, em mausoléus do Cemitério da Penitência, no Caju[1], no Hospital dos Lázaros de São Cristóvão[2] e na cúpula de vitral do Palácio Tiradentes.[3]

Flávio Scholles (1950, Morro Reuter – RS)

Em 1973 obbtém a licenciatura em desenho plástico pela PUC de Campinas, SP, tendo iniciado os estudos de arte na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. O tema central de sua pintura é a colonização alemã. Funda e idealiza o movimento de Arte Casa Velha em Novo Hamburgo(1977), que tem como objetivo radicar o artista em seu lugar de origem. Cria o monumento ao sapateiro em Novo Hamburgo. Realizou mosaicos e paineis para igrejas como Vila Scharlau, São Leopoldo, RS, a Via Sacra da Igreja de Três Cachoeiras e Terra de Areia, RS, em 1980/81. Na década de 1980 realiza diversas exposições, entre elas: Coletiva do Kraft – Escritório de Arte – Porto Alegre, RS; Coletiva na Galeria de Arte Contemporânea – Novo Hamburgo, RS: 9° Salão Nacional de Arte (FUNART – Região Sul); Museu de Arte do Rio Grande do Sul – Porto Alegre, RS; Coletiva na Galeria Gestual – São Leopoldo, RS; 49° Salão de Artes Plásticas do Paraná – Curitiba, PR, Trabalho coletivo apresentado pelo grupo Valão e Coletiva na Galeria André – São Paulo, SP, Junto a seis artistas gaúchos, liderados por Carlos Scliar. Em 1995 realiza individuais na Alemanha: Kunstgallerie St. Wendeler Volsksbank e G. St. Wendeler Saarland.

Fernando Pascual Odriozola (Oviedo, Espanha 1921 – São Paulo SP 1986). Pintor, desenhista, gravador. Começa a pintar em 1936. Vem para o Brasil em 1953, e fixa residência em São Paulo. No ano seguinte, realiza sua primeira exposição individual, na Galeria Portinari. O Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP) dedica-lhe outra individual, em 1955. Na década de 1960, leciona no Instituto de Arte Contemporânea da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e colabora como ilustrador nos jornais O Estado de S. Paulo e Diário de S. Paulo, e na revista Habitat. Em 1964, integra, com Wesley Duke Lee (1931 – 2010)Yo Yoshitome (1925) e Bin Kondo (1937), o Grupo Austral, ligado ao movimento internacional Phases. Na 8ª Bienal Internacional de São Paulo, de 1965, recebe o prêmio de melhor desenhista nacional, que lhe proporciona uma sala especial na edição seguinte do evento. No ano de seu falecimento, 1986, o Centro Cultural São Paulo (CCSP) realiza uma exposição retrospectiva póstuma em sua homenagem.

Fernando Martins (Rio Tinto, Portugal, 1911 – Teresópolis, Rio de Janeiro, 1965). Pintor, desenhista, caricaturista, modelador e jornalista. Emigra com a família para o Brasil em 1921, fixando residência no Rio de Janeiro. Nessa cidade, sete anos depois, estuda no Liceu Literário Português, onde começa a interessar-se por desenho. Nos anos seguintes, aprende modelagem com Modestino Kanto(1889-1967) no Liceu de Artes e Ofícios, inicia-se em pintura com Armando Vianna (1897-1992) e integra o Núcleo Bernardelli. Realiza, em 1949, cinco painéis decorativos para o Palácio da Reta, em Teresópolis, onde funda a Academia Cultural e Artística, lecionando desenho e pintura, além de organizar o Salão de Belas Artes local

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Paloma Picasso, Pássaros, 1972, desenho giz pastel, 22 x 30 cm

Paloma Picasso (19 de abril de 1949) é uma Fashion Designer francesa/espanhola, mais conhecida pela sua assinatura em joias e perfumes. Nascida em 19 de abril de 1949 em Vallauris, França, Paloma é a filha caçula de Pablo Picasso e de Françoise Gilot.

Rodolfo Amoedo (Salvador11 de dezembro de 1857 — Rio de Janeiro31 de maio de 1941) foi um pintordesenhistaprofessor e decorador brasileiro. Era professor na Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro e foi considerado um ótimo conhecedor das técnicas artísticas. Ao começar a lecionar, sempre dava grande importância ao método de aprendizado no momento que ensinava seus alunos. Acreditava que o mais significativo não era criar especialistas e sua maior pretensão era que todos aqueles que passassem por suas mãos se tornassem grandes entendedores de arte.[1]

Tinha uma personalidade forte, a ponto de se envolver em diversas brigas. Visto por muitos críticos como um dos pintores que inovou o conceito do que era pintura durante o fim do Brasil Imperial, foi denominado com o atualizador das obras acadêmicas do final do século XIX e começo do século XX.[2] Ao morrer, suas pinturas foram doadas para o Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), no Rio de Janeiro.[3]

Paul Gustave Doré (Estrasburgo6 de janeiro de 1832 — Paris23 de janeiro de 1883) foi um pintor, desenhista e o mais produtivo e bem-sucedido ilustrador francês de livros de meados do século XIX. Seu estilo se caracteriza pela inclinação para a fantasia, mas também produziu trabalhos mais sóbrios, como os notáveis estudos sobre as áreas pobres de Londres, realizados entre 1869 e 1871.

Em 1854 o editor Joseph Bry publica uma edição das obras de Rabelais, contendo uma centena de gravuras feitas por Doré. Entre 1861 a 68 realiza a ilustração dA Divina Comédia, de Dante Alighieri

Com aproximadamente 25 anos, começou a trabalhar nas ilustrações de O Inferno de Dante. Em 1868, Doré terminou as ilustrações de O Purgatório e de O Paraíso, e publicou uma segunda parte incluindo todas as ilustrações de A Divina Comédia. Gustave Doré foi um marco na arte da ilustração, influenciando os ilustradores que o sucederam.

Sua paixão eram mesmo as obras literárias. Ilustrou mais de cento e vinte obras, como os Contos jocosos, de Honoré de Balzac (1855); Dom Quixote de la Mancha, de Miguel de Cervantes (1863); O Paraíso Perdido, de MiltonGargântua e Pantagruel, de Rabelais; O Corvo, de Edgar Allan Poe; a BíbliaA Balada do Velho Marinheiro, de Samuel Taylor ColeridgeContos de fadas de Charles Perrault, como Chapeuzinho VermelhoO Gato de BotasA Bela Adormecida e Cinderela, entre outras obras–primas. Ilustrou também alguns trabalhos do poeta inglês Lorde Byron, como As Trevas e Manfredo.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Gustave_Dor%C3%A9

Adelson Filadelfo do Prado (Vitória da Conquista/BA, 1944)

Pintor e desenhista. Autodidata, começa a desenhar aos treze anos, copiando imagens religiosas e igrejas da sua cidade. Realiza, em 1960, a 1ª Convenção dos Artistas Locais e inaugura o painel da Biblioteca Pública Monteiro Lobato, em Vitória da Conquista. Em 1977, inaugura o painel do Salão Nobre da Tribuna de Honra do Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro. Adelson Prado explora a brasilidade não-folclórica com suas Madonas, imagens de São Francisco, casarios e santos barrocos em explosões coloridas e de alta densidade cromática. Isso o levou a ficar conhecido como “o artista das cores”. A originalidade das obras foi reconhecida por Jorge Amado ainda no começo da carreira de Prado, quando, em 1962, problemas financeiros o levaram a trabalhar na cozinha do Grande Hotel de Salvador, onde escritor costumava se reunir com outros artistas. Suas referências passam por Raimundo de Oliveira, Djanira e Di Cavalcanti.

Fonte: Itaú Cultural.

Gonçalo Ivo (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1958). Artista plástico, arquiteto. Filho do jornalista e poeta Lêdo Ivo (1924-2012) e da professora Maria Leda Sarmento de Medeiros Ivo (1923-2004), é influenciado pela circulação dos pais em ambientes culturais. Além de conhecer escritores, frequenta desde criança ateliês de artistas plásticos, como Iberê Camargo (1914-1994). Adolescente, matricula-se em aulas de pintura e de desenho no Museu de Arte Moderna no Rio de Janeiro (MAM/RJ). As aulas são ministradas pelos artistas Aluísio Carvão (1920-2001) e Campos Mello (1932), que lhe apresentam o que há de mais notável na produção corrente nas artes visuais.

Em 1983, forma-se em arquitetura e urbanismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e, durante a década de 1980, trabalha como ilustrador e designer gráfico para editoras em São Paulo e Rio de Janeiro. Em 1986, leciona pintura na Universidade Federal do Rio de Janeiro (URFJ) como professor visitante. Estabelece ateliê no bairro de Santa Teresa e também em Teresópolis, região serrana do Rio de Janeiro, onde reside. Participa de mostras coletivas e Salões de Artes, e integra, em julho de 1984, a exposição Como Vai Você, Geração 80?, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, com outros 123 artistas.

https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa9949/goncalo-ivo

Nascida em Saint-Hubert, França, a artista plástica naturalizada brasileira Yvonne Visconti Cavalleiro (1901-1965) frequentou a Escola Politécnica do Rio de Janeiro de 1935 a 1937, onde se especializou em arte decorativa. Começou a pintar com o pai, Eliseu Visconti, e foi aluna de André Lhote. Executou painéis no palácio do antigo Conselho Municipal do Rio de Janeiro e, com seu marido, Henrique Cavalleiro, executou painéis da creche IPASE, também na capital fluminense. Participou do Salão Nacional de Belas Artes de 1924 a 1960, e suas obras fizeram parte de diversas exposições póstumas em salões, galerias e museus. Algumas de suas produções estão no acervo do Museu de Arte do Rio de Janeiro.

Mira Schendel, Tornado, Desenho a grafite – 44 cm x 20 cm

Myrrha Dagmar Dub (Zurique, Suíça, 1919 – São Paulo, São Paulo, 1988). Desenhista, pintora, escultora. Muda-se para Milão, Itália, na década de 1930, onde estuda arte e filosofia. Abandona os estudos durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Estabelece-se em Roma em 1946, e, em 1949, obtém permissão para mudar-se para o Brasil. Fixa residência em Porto Alegre, onde trabalha com design gráfico, faz pintura, escultura de cerâmica, poemas e restauro de imagens barrocas, assinando com seu nome de casada Mirra Hargesheimer. Sua participação na 1ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1951, permite contato com experiências internacionais e a inserção na cena nacional. Dois anos depois muda-se para São Paulo e adota o sobrenome Schendel.

Na década de 1960 realiza desenhos em papel de arroz. Em 1966, cria a série Droguinhas, elaborada com papel de arroz retorcido e trançado, que é apresentada em Londres, na Galeria Signals, por indicação do crítico de arte Guy Brett (1942). Nesse ano, passa por Milão, Veneza, Lisboa e Sttutgart. Conhece o filósofo e semiólogo Max Bense (1910 – 1990), que contribui para a realização de sua exposição em Nurembergue, Alemanha, e é autor do texto do catálogo. Em 1968 começa a produzir obras utilizando o acrílico, como Objetos Gráficos e Toquinhos. Entre 1970 e 1971, realiza um conjunto de 150 cadernos, desdobrados em várias séries.

Na década de 1980, produz as têmperas brancas e negras, os Sarrafos e inicia uma série de quadros com pó de tijolo. Após sua morte, muitas exposições apresentam sua obra dentro e fora do Brasil e, em 1994, a 22ª Bienal Internacional de São Paulo lhe dedica uma sala especial. Em 1997, o marchand Paulo Figueiredo doa grande número de obras da artista ao Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP).

Fonte: Itaú Cultural.

Acesso: https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa2450/mira-schendel

Vittorio Brecheret (Farnese, Itália, 1894 – São Paulo, Brasil, 1955). Escultor. O artista é um dos precursores do movimento modernista brasileiro nas artes. Sua obra é marcada pela busca incessante de diferentes técnicas da escultura, do mármore à terracota, e de temas relevantes da cultura nacional.

Inicia sua formação artística em 1912, no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo (Laosp), onde estuda desenho, modelagem e entalhe em madeira. Em 1913, viaja para Roma e torna-se discípulo de Arturo Dazzi (1881-1966), escultor italiano que se destaca pelo gosto por figuras monumentais elaboradas com grande síntese formal. Em Roma, estuda atentamente as obras de Auguste Rodin (1840-1917), considerado o precursor da escultura moderna, e se aproxima de seu naturalismo. Conhece também o escultor croata Ivan Mestrovic (1883-1962), cuja linguagem dramática e heroica fascina Brecheret e o influencia. Ainda na Itália, participa de algumas mostras coletivas e recebe destaques da crítica.

Quando retorna a São Paulo, em 1919, já é um escultor com amplo domínio técnico. Improvisa um ateliê em espaço cedido pelo engenheiro Ramos de Azevedo (1851-1928) no Palácio das Indústrias. É descoberto por modernistas como Di Cavalcanti (1897-1976), Mário de Andrade (1893-1945) e Oswald de Andrade (1890-1954), que passam a divulgar sua obra. 

São de 1919 as esculturas Ídolo e Eva, que apresentam um tratamento naturalista da anatomia e uma contida dramaticidade, expressa por meio de torções do corpo e de volumes trabalhados em luz e sombras acentuadas. Mário de Andrade denomina esse período da obra de Brecheret (em oposição à época posterior, em Paris) de fase de sombras, na qual estas sempre se valorizam mais do que a luz. Em 1920 o escultor realiza a maquete para o Monumento às Bandeiras, no qual evoca a saga dos bandeirantes na conquista de novas terras. No ano seguinte, recebe bolsa de estudo do Pensionato Artístico do Estado de São Paulo e viaja para Paris. 

Embora ausente, participa da Semana de Arte Moderna de 1922 com 12 esculturas de diferentes dimensões e materiais. Entre as peças está a famosa Cabeça de Cristo (nº 7), mais conhecida como Cristo de Trancinhas, obra em bronze polido de uma cabeça com expressão funérea e a boca semiaberta, emoldurada por duas tranças. De acordo com Daisy Peccinini, a escultura, que pertence a Mário de Andrade, causa polêmica na época e inspira este autor na escrita de Paulicéia Desvairada (1922).

Em Paris, Brecheret busca fundir três fontes de maneira pessoal: a ênfase ao volume geométrico da escultura cubista, o tratamento sintético da forma dado pelo escultor romeno Constantin Brancusi (1876-1957) e a estilização elegante do art déco. A convergência dessas matrizes pode ser percebida em Tocadora de Guitarra (1923). Nessa fase, o escultor reduz a dramaticidade vista em suas obras anteriores, produzindo formas simplificadas e de forte cunho ornamental. 

A escultura Mise au Tombeau [O Sepultamento], de 1923 – no Cemitério da Consolação, em São Paulo – é uma das obras de maior destaque de seu período francês. Organizada em formas lineares, tem uma suavidade melódica, e o tema é tratado com muita simplificação formal, evocando um clima de grande serenidade.

Em 1936, depois de tantos anos alternando sua estada entre França e Brasil, Victor Brecheret fixa-se em São Paulo, onde recebe encomendas de esculturas públicas e também de trabalhos com temas religiosos. Retoma o projeto do Monumento às Bandeiras, concluído apenas em 1953. A obra se destaca pelas figuras elaboradas com grande síntese formal, pela preocupação com os volumes e pela simplificação dos detalhes e linhas estilizadas. O monumento consegue resumir o apelo narrativo e alegórico do tema: em sua composição convergem uma forte marcação horizontal e um movimento de arrasto que culmina na figura da Glória, que enfeixa heroicamente todo o grupo escultórico. O tratamento da superfície é mais áspero, se comparado ao de obras anteriores, enfatizando a matéria. 

A partir da década de 1940, o artista se aproxima dos temas ligados à cultura indígena, em esculturas realizadas em bronze ou terracota. Nessa fase, em que alcança o ponto alto de sua carreira, também trabalha com pedras de formas circulares, nas quais interfere realizando suaves incisões, como nas obras Luta da Onça ou Índia e o Peixe (1947/1948). Nestas, evoca o caráter sagrado ou mágico das pedras e retoma, assim, de maneira muito pessoal, formas e arquétipos indígenas, ainda que se aproxime da escultura do inglês Henry Moore (1898-1986) e do alemão Hans Arp (1886-1966). Em trabalhos como Luta dos Índios Kalapalos (1951) produz formas nas quais dialoga com a abstração. Em Índio e Suassuapara (1951), o artista parte de dois volumes que se aglutinam e trabalha superfícies vazias ou cheias, nas quais se inserem incisões. 

Variando entre a intensa dramaticidade de corpos e rostos e a simplicidade das formas, Victor Brecheret contribui para a constituição de uma arte autenticamente brasileira, ainda que com influências externas importantes. Sua obra vasta e diversificada tecnicamente revela uma história nacional, cuja identidade poética se traduz em um caráter de síntese formal e requintada simplicidade.

Fonte: Itaú Cultural.

Acesso: https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa1634/victor-brecheret

Regina Silveira, Sem título, Técnica mista, 1963 – 46 cm x 33 cm

Regina Scalzilli Silveira (Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 1939). Artista multimídia, gravadora, pintora e professora. Com diferentes linguagens, sua obra explora temas que passam pela composição da imagem, pela reinvenção da representação, pelo poder e pela política.

Gradua-se, em 1959, em pintura no Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IA/UFRGS), onde é aluna dos pintores Aldo Locatelli (1915-1962) e Ado Malagoli (1906-1994). No início dos anos 1960, tem aulas de gravura com o austríaco Francisco Stockinger (1919-2009) e com Marcelo Grassmann (1925-2013), no Ateliê Livre da Prefeitura Municipal de Porto Alegre.

Tem aulas de pintura com Iberê Camargo (1914-1994), artista que exerce forte influência na poética de Silveira. Com ele, absorve a maneira de encarar a técnica como um meio e não um fim, e aprende a duvidar dos códigos de representação preestabelecidos e cristalizados.

No fim da década de 1960 e começo de 1970, produz esculturas e serigrafias ainda de forte tradição geométrico-construtiva. Inicia trabalhos com malhas geométricas e perspectivas, como Labirintos (1971). Na série de serigrafias Middle Class & Co (1971-1972), trata da questão da dilaceração do indivíduo na sociedade contemporânea, intervindo sobre fotografias com recortes, diagramações e reticulações. A apropriação de imagens fotográficas torna-se constante na obra da artista, que lhe acrescenta uma dimensão semântica.

Em 1967, estuda na Faculdade de Filosofia e Letras de Madri como bolsista do Instituto de Cultura Hispânica. Em 1969, é convidada a ministrar cursos na Faculdade de Artes e Ciências da Universidade de Porto Rico. Em 1973, volta ao Brasil e coordena o setor de gravura da Faculdade de Artes Plásticas da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), onde permanece até 1985.

Em 1974, passa a lecionar na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP). Na mesma instituição, defende dissertação de mestrado em 1980 e obtém o título de doutora em 1984. Como docente, tem importante papel na formação de vários artistas das novas gerações, como Ana Maria Tavares (1958), Rafael França (1957-1991), Mônica Nador (1955) e Iran do Espírito Santo (1963). 

Em 1981 e 1983, participa como artista convidada da Bienal de São Paulo. Nessa década, começa a explorar questões relativas à representação visual. Na série Anamorfas (1980), interessa-se pela subversão dos sistemas de perspectiva. Fotografias de objetos cotidianos são redesenhadas com o intuito de obter compressões, dilatações e dobras.

No fim dos anos 1980, inclui discussões políticas em suas obras, como a abordagem do papel social da mulher em Carrinho de Chá (1986) e as reflexões sobre o poder em Monudentro (1987). A vertente social segue na produção da década seguinte, sobretudo em Encuentro (1991) e The Saint’s Paradox (1994).

De 1991 a 1994, vive em Nova York, com bolsas de estudo concedidas pela John Simon Guggenheim Foundation (1991), pela Pollock-Krasner Foundation (1993) e pela Fulbright Foundation (1994). Em 1995, recebe bolsa de artista residente da Civitella Ranieri Foundation e, em 1998, é novamente artista convidada da Bienal de São Paulo. 

Ainda nos anos 1990, começa a intervir no espaço com a aplicação de silhuetas sombreadas, em tinta ou látex, sobre paredes ou pisos. Algumas obras apresentam ampla relação com a arquitetura, como Vértice (1994) ou Escada Inexplicável II (1999), nas quais oferece ao espectador a ilusão de profundidade.

Regina Silveira tem um importante papel na formação de artistas contemporâneos e um trabalho que perpassa várias linguagens das artes visuais e explora questões próprias da representação imagética e temas sociais e políticos.

Fonte: Itaú Cultural.

Acesso: https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa8084/regina-silveira

Geoff Rees Nascido em Nelson,1930, formou-se na Escola de Arte de Vancouver. Lecionou na Emily Carr Universidade de Arte e Design. Se tornou uma figura icônica na comunidade de pintura de Vancouver, tendo recebido diversos prêmios de arte no Canadá e Internacionalmente. Se tornou professor da antiga  Escola de Arte de Vancouver durante 35 anos, onde havia também sido estudante. Durante seu tempo como professor seu trabalho teve grande impacto nos seus alunos e colegas. Seus trabalhos foram apresentados e representados pela Galeria Mowat Buschlen. Suas obras expressam sua linguagem pessoal. Rees cria o espaço e presença em suas ousadas pinturas abstratas. Procura através da pintura transmitir a exuberância do gesto, que para o artista, só se consegue através da disciplina magistral. O artista tem profunda afeição pelo desenho fascínio pela caligrafia. Seus trabalhos possuem influencia da escrita japonesa, que foi estudada pelo artista com muito interesse por sua particularidade. Realizou exposição de desenhos na Inglaterra e na Déc. 60, passa o ano viajando pelo mundo, cuja experiência incorpora ao seu trabalho. Vive e trabalha no Canadá.

Flávio Shiró Tanaka nasceu em 1928, em Sapporo, na ilha setentrional de Hokkaido, no Japão. O pintor, desenhista, gravador e cenógrafo possui um estilo chamado de realismo lírico não figurativo, onde pode-se notar a presença da natureza brasileira, através da vegetação, fauna e o objeto humano. Reside em São Paulo a partir de 1940. Estuda na Escola Profissional Getúlio Vargas, onde conhece Octávio Araújo (1926-2015)Marcelo Grassmann (1925-2013) e Luiz Sacilotto (1924-2003). Por volta de 1943 tem contato com Alfredo Volpi (1896-1988) e Francisco Rebolo (1902-1980) integrantes do Grupo Santa Helena. Em 1947, integra o Grupo Seibi. No ano seguinte, trabalha na molduraria do pintor Tadashi Kaminagai (1899-1982). Com bolsa de estudo, viaja a Paris, onde permanece de 1953 a 1983. Estuda mosaico com Gino Severini (1883-1966)gravura em metal com Johnny Friedlaender (1912-1992) e litografia na École National Supérieure des Beaux-Arts [Escola Nacional Superior de Belas Artes]; e freqüenta o ateliê de Sugai e Tabuchi. Na década de 1960, participa do movimento artístico brasileiro e integra o Grupo Austral (Movimento Phases) de São Paulo. Dedica-se à abstração informal, desde a década de 1950. A partir dos anos 1970, suas telas apresentam sugestões de figuras, por vezes seres fantásticos ou monstruosos. Em 1990, é publicado o livro Flávio-Shiró, pela editora Salamandra. A exposição Trajetória: 50 Anos de Pintura de Flavio-Shiró é apresentada no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ) e no Hara Museum of Contemporary Art, em Tóquio, em 1993, e no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), em 1994.

Fernando de Szyslo, El Canto de la Tierra, serigrafia P.A.  1992, Edição Eco Arte, 98 x 70 cm

Fernando de Szyszlo Valdelomar (1925, Lima – 2017, San Isidro, San Isidro, Peru) foi um pintor, escultor, gravador e professor peruano, uma figura-chave no avanço da arte abstrata na América Latina desde meados da década de 1950 e um dos principais artistas plásticos do Peru. Participou da Bienal Internacional de São Paulo, na qual conquista Menção Honrosa por duas vezes, em 1957 e 1959.

Daniel Senise (Rio de Janeiro/RJ, 1955)

Pintor e gravador brasileiro, vive e trabalha no Rio de Janeiro. Formou-se em Engenharia Civil em 1980 pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e estudou Arte na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV) de 1981 a 1983. Entre 1985 e 1996, lecionou pintura na EAV. Daniel Senise é um dos representantes da chamada Geração 80, marcada pelo processo de retomada da pintura no Brasil. Desde o final da década de 1990, sua prática artística consiste no que pode ser descrito como “construção de imagens”. O processo começa com a impressão de superfícies – como pisos de madeira ou paredes de concreto – sobre tecidos, à maneira de monotipias. Esse material serve de base para suas obras, seja como área a ser trabalhada ou como fragmento a ser colado sobre outra imagem, frequentemente, fotográfica.

No início da carreira, Senise produz obras com paisagens povoadas por formas volumosas, que ocupam a quase totalidade da tela. Esses objetos impõem-se como presenças monumentais, mas são vazios de conotações temáticas. Como observa o crítico Fernando Cocchiarale, a pintura de Senise caracteriza-se pela ambigüidade – o artista revela e oculta, ao mesmo tempo, imagens de objetos que se aproximam daqueles cotidianos, mas não podem ser facilmente identificados. A dramaticidade de suas obras iniciais é determinada pela forma como ele articula as imagens com um tratamento volumétrico vigoroso e uma gama cromática soturna, como ocorre em Coração ou em Sax (ambas de 1985).

A partir da metade da década de 1980, a figura não é mais tão determinante em suas telas e o uso da cor diversifica-se. O artista passa a adicionar registros da impressão de elementos extrínsecos a sua obra. Em muitos trabalhos, prepara a tela com pigmentos e a estende, ainda úmida, sobre o piso do ateliê. Ao ser descolada do chão, ela retém na superfície a marca, como uma impressão, das rugosidades do piso, incorporando também resquícios de telas anteriores. O quadro é então retrabalhado.

Senise produz um repertório de imagens que parecem desgastadas pela ação do tempo. A partir de 1989, o artista passa a adotar, entre outros procedimentos, o uso de pregos de ferro, que deixam nas telas as marcas da oxidação. No quadro São Sebastião (1991), a corda crivada de pregos é empregada como símbolo do santo, trespassado de flechas. Em outras obras, emprega tintas prateadas, industriais, porque evocam uma memória distante e a sensação da imagem fotográfica.

A paisagem e a perspectiva são também temas para o artista, em obras como Altivez na Velocidade (1997), um díptico no qual insere objetos de madeira sobre a tela, que comentam a perspectiva da paisagem, inspirada no quadro A Avenida, Middelharnis, do pintor holandês Hobbema (1638-1709).

As pinturas de Senise estabelecem, portanto, uma relação direta com a história da arte, com o universo das imagens e a maneira como este é percebido. Incorporando à tela a rugosidade do piso, objetos de uso cotidiano, pó de ferro, objetos de chumbo ou tecidos como voile, algumas obras apresentam superfícies densamente trabalhadas enquanto outras possuem camadas de tinta quase etéreas. Para a crítica inglesa Dawn Ades, sua pintura pode ser compreendida em termos de equilíbrio e peso, e de presença e ausência de objetos. Suas imagens abrem-se a um vasto campo de experiências e evocações materiais e poéticas.
Em sua prática atual, destaca o equilíbrio e peso do espaço, em pinturas que retratam a presença e a ausência de objetos cotidianos. Com frequência, suas telas incorporam as texturas do solo, pó de ferro, objetos de chumbo e tecido. Alguns de seus trabalhos apresentam superfícies densamente trabalhadas; outros, camadas muito finas de tinta. Participou de diversas bienais, incluindo as edições de 1985, 1989, 1998 e 2010 da Bienal de São Paulo, a Bienal de Havana em 1986 e a Bienal de Veneza em 1990.

Fonte: Itaú Cultural.

David Manzur Londoño (nascido em 14 de dezembro de 1929) é um pintor colombiano. Seus temas incluem naturezas-mortas, cavaleiros montados e santos. [1]

Manzur nasceu em Neira, Caldas , Colômbia. Seu pai, Salomón Manzur, era um empresário libanês ; sua mãe, Cecilia Londoño Botero, era colombiana. [2] Passou a infância e adolescência em Bata, Guiné Equatorial , nas Ilhas Canárias e em Sevilha , vivendo a Guerra Civil Espanhola e a Segunda Guerra Mundial na África e na Europa. [3]Catálogo David Manzur – Museu Nacional da Colômbia

Após retornar à Colômbia em 1947, estabeleceu-se em Bogotá, onde começou a estudar arte, música e atuação. Ele teve uma breve carreira teatral. [3] Ele estudou arte na Escola de Belas Artes de Bogotá e na Art Students League e Pratt Institute em Nova York, e recebeu duas bolsas Guggenheim consecutivas carece de fontes ] e uma bolsa da Organização dos Estados Americanos . [3]

Nos Estados Unidos, foi assistente de Naum Gabo , o escultor construtivista russo e pioneiro do cinetismo . [4]

Ao retornar à Colômbia, fundou uma oficina de arte que existia há mais de 20 anos e formou muitos artistas. [2] Ele teve sua primeira exposição individual no Museu Nacional da Colômbia quando tinha 24 anos, apresentando obras figurativas. [5] Durante as décadas de 1960 e 1970, o construtivismo foi uma parte importante de seu trabalho, e ele produziu principalmente obras abstratas e experimentou materiais como madeira, fio e arame. [2] [4]

Influenciado pela arte barroca espanhola , em particular por pintores como Velázquez , Zurbarán e Sanchez Cotán , e usando elementos extraídos dos realistas americanos do século XIX William Harnett e John F. Peto , Manzur retornou à arte figurativa, pintando naturezas-mortas, o êxtase de Santa Teresa , a história de São Sebastião , e principalmente cavalos em diversas situações. [6]

Nos últimos anos, Manzur se voltou para novos assuntos. [1] A série Ciudades Oxidadas com críticas mistas, [7] que expôs na primeira década do século XXI, que mostrava seu especial interesse pela deterioração do planeta e era fruto de extensas viagens e pesquisas . [8] Seu show mais recente, Obra Negra (obra escura) [9] Ele agora passa a maior parte de seu tempo em seu estúdio em Barichara , Santander 

Carlos Renato Rosa, Artista plástico

Carlos Alberto Fajardo (São Paulo, São Paulo, 1941). Artista plástico, professor. A pintura e o desenho, suportes utilizados no início da carreira, mais tarde orientam-se para as questões da escultura e instalação, especificamente a discussão da superfície.

Durante a década de 1960, enquanto cursa arquitetura na faculdade Mackenzie, Fajardo tem aulas de desenho com o artista Wesley Duke Lee (1931-2010). Nesse período, estuda também pintura, história da arte e comunicação visual, gravura em metal e litogravura.

Entre 1966 e 1967, ao lado dos artistas como Frederico Nasser (1945), Geraldo de Barros (1923-1998) e José Resende (1945), funda o grupo Rex e a Rex Gallery, em São Paulo, onde organiza eventos e edita o jornal Rex Time. Em 1987, é premiado pelo Ministério da Cultura com bolsa Ivan Serpa (1923-1973) e, em 1989, com bolsa Vitae em 1989.

O interesse pelo ensino de artes inicia-se com a criação do centro de experimentação artística Escola Brasil (1970-1974) com os artistas Luiz Paulo Baravelli (1942), José Resende e Frederico Nasser. Durante os anos 1980 e 1990, a atividade pedagógica expande-se com aulas em seu atelier. A partir de 1998, depois de concluir doutorado em artes com a tese Poéticas Visuais, a Profundidade e a Superfície, torna-se professor no Departamento de Artes Plásticas da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), orientando alunos de graduação e pós-graduação.

Está presente em cinco edições da Bienal de São Paulo – 9a (1967), 16a (1981), 19a (1987), 25a (2002) e 29a (2010) – e na Bienal de Veneza de 1978 e 1993. Participa de duas edições do Arte Cidade, a 1a (1994) e a 4a (2002), e da 1a Bienal do Mercosul (1997). Suas obras estão em acervos do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), do Parque da Marina, em Porto Alegre, e da Fundação Demócrito Rocha, em Fortaleza.

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Elizethe Borghetti (1955 – 2020) Estudou com Danúbio Gonçalves, Fernando Baril, Renina Katz, Katie Van Sherpenberg e Plínio Bernhardt. Frequentou o Atelier Livre da Prefeitura Municipal entre 1973 e 1980, onde estudou entalhe com Anestor Tavares, escultura com Claudio Martins Costa, desenho e litografia com Danúbio Gonçalves, Teoria da Arte e aquarela com Fayga Ostrower. Frequentou, como aluna e assistente, o atelier de Iberê Camargo e a oficina de Marco Túlio Resende em Belo Horizonte. Realizou workshop de aquarela na Universidade de Belas Artes de Sevilha e Florença.

Exposições Individuais:
2010 A Ferro e Flor – Galeria Tina Zapolli (Fotografias)
2008 Picasso Galery, Washington, DC. (Possible Landscape)
2007 Brazilian-American Cultural Institute, Washington, DC.
2006 Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli, Porto Alegre.
2006 Avenida Cultural Clebio Sória, Câmara Municipal de Porto Alegre.
2005 Casa de Cultura Mário Quintana, Galeria Xico Stockinger, [fotografia] múltiplos de 1
2005 Galeria Arte & Fato, Gravuras (Casas de Morar)
2003 Casa de Cultura Percy Vargas de Abreu e Lima, Caxias do Sul, RS. (Elementos).
2000 Centro Cultural Aplub, Porto Alegre, RS. (Elementos)
1999 Galeria Gravura, Porto Alegre, RS. (Tupi 500)
1998 Museu Histórico Casa do Imigrante, Bento Gonçalves, RS. (Cartografia Missioneira), Espaço Cultural Yázigi Sonilton Alves, Porto Alegre, RS. (Cartografia Missioneira)
1997 Galeria de Arte Mosaico, Porto Alegre, RS.
1996 Projeto Federico Garcia Lorca, Memorial RS, Porto Alegre, RS e Madrid, Espanha.
Galeria de Arte Mosaico, Porto Alegre. RS.
1995 Espaço Cultural Yázigi, Sonilton Alves, Porto Alegre, RS.
Modernidade Galeria de Arte, Novo Hamburgo, RS.
1994 Galeria de Arte Mosaico, Porto Alegre, RS.
Atelier Livre, Cachoeira do Sul, RS.
Galeria Soluzione, Caxias do Sul, RS.
1993 Centro Municipal de Cultura, Santo Ângelo, RS.
1992 Casa de Cultura Mario Quintana, Porto Alegre, RS.
1991 Galeria Arte & Fato, Porto Alegre, RS.

Helena Kanaan, Artista Visual com investigações em Pós Gravura e Procedimentos Híbridos na Arte Impressa. Docente na área da Gravura / Arte Impressa no Departamento de Artes Visuais Instituto de Artes Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Doutora em Poéticas Visuais pelo PPG em Artes Visuais / UFRGS e Universidade Politécnica de Valencia / Espanha. Mestre em Poéticas Visuais pelo PPG Artes Visuais / UFRGS. Especialização pela Scuola d’Arte Grafica Il Bisonte Florença / Italia. Professora no Centro de Artes / UFPel, (1991 / 2013) na linha de Poéticas Visuais, orientando trabalhos de pesquisa (bacharelado, licenciatura, pós-graduação), quando coordenou o projeto de pesquisa e extensão Grupo Gravadores de Rua. Foi membro da Comissão de Consultoria do MALG – Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo e membro na Câmara de Extensão. No CNPq é co-líder do Grupo de Pesquisa Expressões do Múltiplo: Imagens e meios reprodutivos de criação. Na UFRGS foi membro do NAU – Núcleo de Avaliação da Unidade. Coordenou a Galeria de Arte / Pinacoteca Barão de Santo Ângelo IA UFRGS e a Galeria de Arte do CA UFpel. Coordena o Projeto de pesquisa Práticas Críticas da Gravura à Arte Impressa: Processos e procedimentos matriciais, transferências, impregnações e, Grupo de Extensão NAI-Núcleo de Arte Impressa: Produção e Reflexão da Gravura Contemporânea. 2017/Artista residente no Proyecto ACE / Buenos Aires Argentina. 2018 / Summer Workshop no Tamarind Institute UNM / EUA. Membro da ANPAP – Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas.

Circe Saldanha (Alegrete/RS, 1930)

É graduada em Pintura pelo Instituto de Belas Artes do RS e licenciada em Desenho e Plástica pela Escola de Artes da UFRGS. Frequentou as oficinas de Xilogravura com Armando Almeida e Litografia com Danúbio Gonçalves no Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre/RS. Fez cursos de Extensão Universitária sobre Xilogravura com Trindade Leal e com Rubem Grilom, e de Litografia com Renina Katz no MARGS/RS. Foi selecionada em Salões do Rio Grande do Sul e do Brasil (Rio de Janeiro, Ribeirão Preto, Curitiba). Realizou exposições individuais destacando-se as do Museu da Gravura Brasileira em Bagé/RS e do Museu do Trabalho, Porto Alegre/RS, nos “20 Anos de Gravura”. Participou de inúmeras exposições coletivas no Brasil e no exterior, destacando-se: “O Rio Grande e a Xilogravura”, Curadoria MARGS e NGRGS, paralela à itinerante nacional da Funarte. Intercâmbio “Gravura Brasil Hoje”.

NGRGS- Washington Printmakers Gallery, USA- MARGS, P. Alegre/RS.
Prêmio de Artes Plásticas COPESUL/MARGS/RS. Gravadores do Núcleo de Gravura do RS
– Bogotá- Medellín-Colômbia. Gravadores do RS, Núcleo de Gravura
– Museu de Arte Contemporânea- Montevideo- Uruguay. “Gravura contemporânea do RS”
– Núcleo de Gravura- Universität Eichstät- Alemanha. Itinerante “A gravura e suas técnicas”
– MARGS. 13º Salão de Artes Plásticas Câmara Municipal de Porto Alegre/RS.
Sztuka-“Ameryki Polvoniowey
– Grafika” Galeria Bielska- Bielsko Biala , Polônia. “Núcleo de Gravura do Rio Grande do Sul, Brasil”
– Museo Nacional del Grabado, Buenos Aires , Argentina. “Trilhando a gravura”
– NGRGS- Museus Castro Maya- Rio de Janeiro.

Fonte: Gravura Brasileira.

Carlos Alberto de Araújo Filho (São Paulo, São Paulo, 1950). Pintor, desenhista, litógrafo. Inicia em 1963 estudos autodidáticos com o painel Alegoria ao Carnaval. Entre 1971 e 1975 cursa engenharia na Universidade Mackenzie, em São Paulo. Em 1973, é convidado a participar da exposição Imagens do Brasil, em Bruxelas. No ano seguinte, faz a primeira exposição individual, no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), local em que realiza outras exposições. Além da pintura, trabalha outras técnicas, como desenho e litografia. Lança em Paris, em 1989, o livro de litogravuras Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse. Na sua obra observam-se elementos da pintura renascentista. No decorrer de sua carreira, realiza diversas exposições individuais e coletivas, no Brasil e exterior. Em 1980, o painel Anunciação, de sua autoria, é enviado pelo governo brasileiro ao Papa João Paulo II. Em 1984, é premiado pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA).

Carlos Alberto Petrucci (Pelotas, Rio Grande do Sul, 1919 – Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 2012). Pintor, desenhista e cenógrafo. Estuda desenho com o pintor Adail Bento Costa no Conservatório de Pelotas entre 1935 e 1936. Cinco anos depois, passa a integrar a Associação Riograndense de Artes Plásticas Francisco Lisboa, da qual é eleito presidente em 1953. Entre os anos de 1948 e 1959, realiza cenários para várias peças no Teatro do Estudante. Também é membro do Clube de Gravura de Porto Alegre e Bagé, participando do primeiro álbum editado pelo clube que recebe o Prêmio Pablo Picasso da Paz. Em 1958, participa da comissão julgadora dos exames do curso de arte dramática da Faculdade de Filosofia da UFRGS. Na década de 60, faz o curso Teoria da Informação e Comunicação de Massas, com Décio Pignatari.

 

Semana de 100 anos

O olhar para dentro e para o lado
09 de abril a julho/2022

Era uma vez, um grupo de jovens inteligentes, criativos, e… rebeldes,  em busca de  liberdade de expressão, desejando o fim de regras na arte, e com ideias futuristas em nome de uma nova sociedade, uma nova maneira de pensar arte. Fizeram a Semana de arte moderna de 1922, um evento cultural que reuniu diversos tipos de arte comopintura, poesia, escultura, dança, entre outras.

Foi a primeira manifestação coletiva pública na história cultural brasileira a favor de um espírito novo e moderno, em oposição à cultura e à arte de teor conservador, predominantes no país desde o século XIX. Inserida nas festividades em comemoração ao Centenário da Independência do Brasil em 1922, entre os dias 13 e 17 de fevereiro, realiza-se no Teatro Municipal de São Paulo um festival que inclui exposição com cerca de 100 obras, aberta diariamente no saguão do teatro, e três sessões lítero-musicais noturnas. Essas exposições durante a semana marcaram o início do movimento modernista no Brasil, tornando-se referência cultural do século XX.

A Semana foi uma ebulição de novas ideias totalmente libertadas, em busca de uma identidade própria e de uma maneira mais livre de expressão, um desejo de experimentar diferentes caminhos e definir um ideal moderno, um movimento capaz de voltar-se para as raízes da cultura popular brasileira. A dinâmica entre nacional e internacional torna-se a questão principal desses artistas nos anos subsequentes à Semana que ganhou valor histórico ao projetar-se ideologicamente ao longo do século quando se desdobrou em diversos movimentos diferentes.

Neste 2022, quando se completam 100 anos deste novo caminho na arte brasileira, decidimos mostrar obras que fazem parte do acervo da galeria, de artistas que fizeram parte deste momento histórico tão importante e de artistas que usufruíram desta nova liberdade nos anos seguintes do sec.XX.

Anita Malfatti, Arcanjo Ianelli, Athos Bulcão, Alfredo Volpi Benedito Calixto, Burle Marx (natureza morta, vaso de flores, paisagismo), Di Cavalcanti, Portinari, Caribé (pescadores, bate papo), Djanira (santa, anjos), Heitor dos Prazeres, José Pancetti (todos), Tarsila do Amaral, Vicente do Rego Monteiro, – John Graz(?), Oswaldo Goeldi, Víctor Brecheret.

Daisy Viola

Artista Plástica

Instrutora de arte no Atelier Livre Xico Stockinger PMPA

Gladys May (in memoriam)

Pinturas e Desenhos

Mostra póstuma de Gladys May (Gladys Maria Ranquetat May, 1940-2020) artista plástica que produziu em Porto Alegre por mais de 20 anos sem nunca exibir o seu trabalho. Sua obra, principalmente em pintura, mas também em desenho e poesia visual, encontra-se exibida em dois andares da Galeria. Sua produção primou pelo intimismo, expressão pura do inconsciente, nos conduzindo do realismo fantástico ao naïf. A ideia da mostra é revelar uma produção antes só conhecida do ambiente familiar, que agora é propiciada a ser revelada ao público, também como homenagem póstuma.

A obra de Gladys May precisa ser, assim, divulgada. Seu exemplo é comum, no sentido de artistas plásticos que, por diversos motivos, não puderam tornar público a sua produção. Nesse sentido, como homenagem, apresentamos esta exposição com cerca de quarenta de suas obras, como um tributo à sua memória, para que seu trabalho artístico, sua manifestação de sentimentos e sensibilidade em forma de pinturas e desenhos seja conhecida e admirada.

José Francisco Alves

Professor de escultura do Atelier Livre

Curador

Mário Silésio de Araújo Milton (Pará de Minas, Minas Gerais, 1913 – Belo Horizonte, Minas Gerais, 1990). Pintor, desenhista, muralista e vitralista. Cursa direito na Universidade de Minas Gerais – UMG (atual Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG), em Belo Horizonte, entre 1930 e 1935. Estuda desenho e pintura na Escola Guignard, sob a orientação de Alberto da Veiga Guignard (1896-1962), entre 1943 e 1949. Em 1953 viaja para Paris, como bolsista do governo francês, e ingressa no curso de André Lhote. De volta ao Brasil, entre 1957 e 1960 executa diversos painéis em edifícios públicos e privados de Belo Horizonte, como Banco Mineiro de Produção, Condomínio Retiro das Pedras, Inspetoria de Trânsito, Teatro Marília, Escola de Direito da UFMG e Departamento Estadual de Trânsito – Detran. É também de Silésio o mural feito para o Clube dos Engenheiros, em Araruama, Rio de Janeiro. Executa os vitrais da Igreja dos Ferros em 1964.

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Antonio Henrique Abreu Amaral (São Paulo/SP, 1935 – 2015)

Pintor, gravador, desenhista. Tem uma vasta produção em pintura, desenho e gravura, seus trabalhos dialogam com a cultura contemporânea, ora se aproximando do surrealismo, da arte pop, ora das questões políticas e sociais.

Inicia sua formação artística na escola do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), com Roberto Sambonet, em 1952. Em 1956, estuda gravura com Lívio Abramo no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP). O aprendizado com o gravurista é fundamental para sua formação artística, pois ensina a impor disciplina a seu traço. Do mestre, retém apenas a técnica. Seu estilo, que já apresenta considerável veia surrealista, é inspirado em artistas como o chileno Roberto Matta, o suíço Paul Klee, o espanhol Joan Miró, entre outros, de quem absorve o equilíbrio entre o automatismo psíquico e o rigor formal.

Mudanças de ordem política e cultural marcam seu trabalho na segunda metade da década 1960, que começa a incorporar elementos da gravura popular e a figuração extraída da cultura de massa, como a publicidade e o graffiti. Violência, sexo e política são temas tratados no uso recorrente de imagens de generais e bocas. Desse período, destaca-se o álbum de sete xilogravuras coloridas da série O meu e o seu (1967), com apresentação e texto de Ferreira Gullar e capa de Ruben Martins, no qual revela de forma sintética a questão da internalização do autoritarismo. Passa a se dedicar predominantemente à pintura. Em 1971, recebe o prêmio viagem ao exterior do Salão de Arte Moderna do Rio de Janeiro e viaja para Nova York. Retorna ao Brasil em 1981.

A busca por símbolos que remetam a uma situação, e cujos sentidos são construídos e reiterados no decorrer de suas aparições, é algo constante na produção de Amaral. Se de início elege as bocas e a figura do general, presentes também em suas primeiras pinturas de meados dos anos 1960, é na representação da banana, ou por meio dela, que o artista consegue concentrar toda sua insatisfação com o momento histórico. Índice às avessas de uma identidade nacional, a figura da banana é trabalhada em diversas situações: solitária e em cachos, transpassadas por cordas, facas ou garfos, maduras, verdes ou apodrecidas. Como metáfora, a banana se refere tanto à ditadura militar quanto à posição do Brasil no conjunto dos países democráticos. Refere-se ao “ser” brasileiro no momento em que está em voga o slogan “Brasil, ame-o ou deixe-o”, ao mesmo tempo em que retoma uma tradição moderna de representação do caráter nacional que se inicia com a bananeira em Tropical (1917), de Anita Malfatti, passando pela pintura A negra (1923), de Tarsila do Amaral, e Bananal (1927), de Lasar Segall. Em seu “hiper-realismo” quase fantástico, com enquadramentos fotográficos e abuso de cortes transversais e close-up, Amaral retoma também uma determinada tradição da pintura de natureza-morta de nomes como o artista holandês Alberto Eckhout (ca.1610-ca.1666) e o mexicano Rufino Tamayo (1899-1991).

Em rotação, tais signos adquirem “novos significados em função do encadeamento de fases e épocas de sua pintura e do relacionamento de sua obra com a realidade do país e do mundo”. Com o passar dos anos, Antonio Henrique Amaral lança mão de outras figuras-símbolo em sua pintura, criando séries com base no garfo, no bambu, em seios enormes e torsos, na mata e urbe estilizadas.

Antônio Henrique Amaral desenvolve prolífica obra, sempre atento às transformações do seu tempo e estando aberto para dialogar e criar com inúmeras manifestações artísticas que marcam intensamente as inovações que acontecem no século XX.

Fonte: Itaú Cultural.

Antônio Maluf (São Paulo, São Paulo, 1926 – 2005)

Pintor, desenhista e artista gráfico. Inicia seus estudos em engenharia civil e passa, posteriormente, a cursar a Escola Livre de Artes Plásticas, em São Paulo, dirigida por Flávio Motta (1916). Realiza também cursos de pintura com Waldemar da Costa e Flexor. Estuda gravura no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – Masp, com Poty e Darel. Frequenta o primeiro curso de desenho industrial da América Latina, no Instituto de Arte Contemporânea – IAC do Masp, onde é aluno de Sambonet, entre outros. Nessa época, entra em contato com a arte construtiva, por meio da obra de Max Bill (1908 – 1994), apresentada na 1ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1951, e no Masp, em 1952. A tendência construtiva caracteriza sua atividade como artista, designer gráfico e programador visual. Vence o concurso para o cartaz da 1ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1951, e este é considerado um marco do design gráfico no país. O artista utiliza vários suportes e realiza pinturas murais e elementos modulares, atuando em colaboração com arquitetos como Vilanova Artigas, entre outros.

Fonte: Itaú Cultural.

Debret, Jean Baptiste, “Les premiéres occupations du matin”, Pl.4, gravura aquarelada, 34×27 cm

Jean-Baptiste Debret (Paris, França 1768 – idem 1848). Pintor, desenhista, gravador, professor, decorador, cenógrafo. Freqüenta a Academia de Belas Artes, em Paris, entre 1785 e 1789, aluno de Jacques-Louis David (1748 – 1825), seu primo e líder do neoclassicismo francês. Estuda fortificações na École de Ponts et Chaussée [Escola de Pontes e Rodovias, futura Escola Politécnica], onde se torna professor de desenho. Em 1798, auxilia os arquitetos Percier e Fontaine na decoração de edifícios. Por volta de 1806, trabalha como pintor na corte de Napoleão (1769 – 1821). Após a queda do imperador e com a morte de seu único filho, Debret decide integrar a Missão Artística Francesa, que vem ao Brasil em 1816. Instala-se no Rio de Janeiro e, a partir de 1817, ministra aulas de pintura em seu ateliê, onde tem como aluno Simplício de Sá (1785 – 1839). Em 1818, colabora na decoração pública para a aclamação de D. João VI (1767 – 1826), no Rio de Janeiro. Por volta de 1825, realiza águas-fortes, que estão na Seção de Estampas da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. De 1826 a 1831, é professor de pintura histórica na Academia Imperial de Belas Artes – Aiba, atividade que alterna com viagens para várias cidades do país, quando retrata tipos humanos, costumes e paisagens locais. Na Aiba tem como alunos Porto Alegre (1806 – 1879) e August Müller (1815 – ca.1883). Em 1829, organiza a Exposição da Classe de Pintura Histórica da Imperial Academia das Bellas Artes, primeira mostra pública de arte no Brasil. Deixa o país em 1831 e retorna a Paris com o discípulo Porto Alegre. Entre 1834 e 1839, edita, o livro Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil, em três volumes, ilustrado com litogravuras que têm como base as aquarelas realizadas com seus estudos e observações.

Fonte: Itaú Cultural

Acesso: https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa18749/jean-baptiste-debret

Henri Matisse, Carruagem, Serigrafia – 38 cm x 58 cm

Henri Matisse Ele nasceu no dia 31 de dezembro de 1869, na cidade de Le Cateau-Cambrèsis, uma pequena cidade que fica ao norte da França. Estudou Direito, mas abandonou essa profissão porque percebeu que o que ele queria mesmo era ser pintor. Tudo começou porque ele ficou doente e por um bom tempo precisava permanecer de repouso e para se distrair sua mãe lhe presenteou com um estojo de pintura e então, não parou mais.

Mesmo contrariando a família, largou a advocacia e foi para Paris estudar pintura. Na Academia Julian conheceu um pintor chamado Albert Marquet, que se tornou seu amigo e essa amizade durou a vida inteira. Mas, Henri Matisse não gostava de ficar limitado na forma convencional do aprendizado da arte, na qual tem que seguir regras e geralmente a pintura é como um retrato do real.

Aos 23 anos, ele foi para um ateliê mais “moderno” na qual um renomado pintor Gustave Moreau o incentivou a copiar obras dos Grandes Mestres expostos nos principais museus de Paris para aprender o oficio. Dois anos depois, Matisse conseguiu ser aceito pela École des Beaux-Arts (Escola de Belas Artes de Paris).

Ele tinha uma jeito muito sério de se vestir, talvez porque tenha  cursado Direito e se acostumou com uma roupa mais social. Ele usava barba bem aparada e óculos. Nessa época casou com Amélie Parayre e tiveram dois filhos e Amélie adotou também, uma filha que Matisse tinha tido com outra namorada. Depois da morte do seu mestre Gustave, Henri Matisse abriu seu próprio ateliê e percebeu que precisava aprender mais, foi fazer um curso de escultura.

No começo do século 20 um importante negociante de arte, Ambroise Vollard, organizou uma exposição das pinturas de Matisse em Paris.

Quando conheceu dois artistas chamados André Derain e Maurice Vlaminck, iniciaram um movimento artístico radical chamado “Fovismo”, que quer dizer “Selvagem” e ficaram famosos quando participaram de uma exposição chamada “Salão de Outono” . Matisse pintou muito e viajou por vários países da Europa, da África e Ilhas do sul do Pacifico, o que resultou em novos conhecimentos e também em ensinar pintura para aqueles que gostavam do seu estilo. Das constantes viagens que fazia sempre trazia cerâmicas e tecidos coloridos dos locais que conhecia.

Antes de chegar aos 40 anos Matisse já era reconhecido como um artista extraordinário e mesmo não usando pinceladas vigorosas como do período do estilo fovista, continuou simplificando as formas e objetos com cores e formas. Não se contentou em pintar tela, fez também litogravuras, desenhos para tapeçarias e ilustrar livros.

Quando já não conseguia ficar muito tempo em pé diante do cavalete Matisse recortava papéis colorido e colava em grandes espaços criando novas imagens e sem deixar a sua “eterna brincadeira” com as cores. Mesmo quando, por causa de problemas de saúde e precisava de repouso, Matisse criou e pintou os vitrais e idealizou e pintou os murais da Capela em Vence na França. Henri Matisse viveu até os 85 anos e sua vida era criar e pintar e pintar….. até o seu último suspiro.

Fonte: História das Artes.

Acesso: https://www.historiadasartes.com/prazer-em-conhecer/henri-matisse/

 

 

Frans Krajcberg (Kozienice, Polônia, 1921 – Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2017). Escultor, pintor, gravador e fotógrafo. Autor de obras que têm como característica a exploração de elementos da natureza, destaca-se pelo ativismo ecológico, que associa arte e defesa do meio ambiente.

Nascido na Polônia, Krajcberg forma-se em engenharia e artes pela Universidade de Leningrado. Mais tarde, ao mudar-se para a Alemanha, ingressa na Academia de Belas Artes de Stuttgart, onde é aluno do pintor alemão Willi Baumeister (1889-1955).

Sua carreira artística se inicia no Brasil, onde chega em 1948, procurando reconstruir a vida depois de perder toda a família em um campo de concentração durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Reside um curto período no Paraná (isolando-se na floresta para pintar) e, em 1951, participa da 1ª Bienal Internacional de São Paulo, com duas pinturas. Muda-se para o Rio de Janeiro em 1956, onde divide ateliê com o escultor Franz Weissmann (1911-2005). Naturaliza-se brasileiro no ano seguinte. Suas pinturas desse período tendem à abstração, predominando tons ocre e cinza. Trabalha motivos da floresta paranaense, com emaranhados de linhas vigorosas.

O artista retorna a Paris em 1958, onde permanece até 1964. Alterna a estada em Paris com viagens a Ibiza, Espanha, onde produz trabalhos em papel japonês modelado sobre pedras e pintados a óleo ou guache. Essas “impressões” são realizadas com base no contato com a natureza e aproximam-se, nas formas, de paisagens vulcânicas ou lunares. Também em Ibiza, a partir de 1959, produz as primeiras “terras craqueladas”, relevos quase sempre monocromáticos, com pigmentos extraídos de terras e minerais locais. Como nota o crítico Frederico Morais, a natureza torna-se a matéria-prima essencial do artista.

De volta ao Brasil, em 1964, instala um ateliê em Cata Branca, Minas Gerais. A partir desse momento ocorre em sua obra a explosão no uso da cor e do espaço. Começa a criar as “sombras recortadas”, nas quais associa cipós e raízes a madeiras recortadas. Nos primeiros trabalhos, opõe a geometria dos recortes à sinuosidade das formas naturais. Destacam-se as projeções de sombras em suas obras.

Em 1972, passa a residir em Nova Viçosa, litoral sul da Bahia. Amplia o trabalho com escultura, iniciado em Minas Gerais. Intervém em troncos e raízes, entendendo-os como desenhos no espaço. Essas esculturas fixam-se no solo ou buscam libertar-se, direcionando-se para o alto. A partir de 1978, atua como ecologista, luta que assume caráter de denúncia em seus trabalhos: “Com minha obra, exprimo a consciência revoltada do planeta”. Krajcberg viaja constantemente para Amazônia e Mato Grosso, e registra, por meio da fotografia, desmatamentos e queimadas em imagens dramáticas. Dessas viagens, retorna com troncos e raízes calcinados, que utiliza em esculturas.

Na década de 1980, inicia nova série de “gravuras”, que consiste na modelagem em gesso de folhas de embaúba e outras árvores centenárias, impressas em papel japonês. Também nesse período, realiza a série Africana, utilizando raízes, cipós e caules de palmeiras associados a pigmentos minerais. Krajcberg sempre fotografa suas esculturas, muitas vezes tendo o mar como fundo. 

O Instituto Frans Krajcberg, em Curitiba, é inaugurado em 2003, recebendo a doação de mais de uma centena de obras do artista. Krajcberg, ao longo da carreira, mantém-se fiel a uma concepção de arte relacionada à pesquisa e utilização de elementos da natureza. A paisagem brasileira, em especial a floresta amazônica, e a defesa do meio ambiente marcam toda sua obra.

Acesso: https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa10730/frans-krajcberg

 

Rembrandt Harmenszoon van Rijn (Leiden/NL, 1606 – Amsterdã/NL, 1669)

Foi um pintor, desenhista e gravurista holandês. Trabalhou com inovação no uso de luz e sombra, retratos, autorretratos, obras sacras e históricas. Com 14 anos, Rembrandt ingressou na Universidade de Leiden, na época uma das mais importantes da Europa. Mas sua permanência na instituição foi extremamente breve: dentro de nove meses convenceu os pais de que seus interesses eram mais artísticos do que eruditos. Mantinha-se fiel a uma paixão que havia brotado bem cedo: a pintura. Assim, já aos 15 anos o jovem deixava a universidade; seus pais viram ruir os planos  que tinham para o filho, sendo obrigados a permitir que se tornasse aprendiz de um pintor.

Rembrandt foi levado até o pintor acadêmico Jacob Isaaxszoon van Swanenburgh, para que fosse ensinado e educado por ele, permanecendo cerca de 3 anos. Mas com com ele, Rembrandt aprendeu pouco mais que os rudimentos de sua arte: preparo de tintas, montagem de telas, princípios gerais do desenho e técnicas básicas de pintura. Os trabalhos dessa fase inicial se perderam todos.

Embora tivesse retratado familiares e a si mesmo em telas e águas-fortes, no período de Leiden Rembrandt dedicou-se mais a pintar figuras humanas caracterizadas como filósofos ou personagens bíblicas; assim, só em 1631 faria seu primeiro retrato por encomenda – o de Nicolaes Ruts, rico mercador de Amsterdam.

Rembrandt deve ter percebido que nesse tipo de obra estava a receita para o sucesso, pois no fim de 1631  mudou-se para Amsterdam, dedicando-se nos anos seguintes. Instalou-se na casa do marchand Hendrik van Uylenburgh, com quem fizera negócios no período de Leiden, e um ano depois já era pintor famoso – um dos mais caros e procurados da maior cidade da Holanda.

Dentre as obras do artista que chegaram até nós, cinquenta (quase todas retratos) datam até 1632 e 1633: uma produção extraordinária, mesmo sem considerar as que certamente desapareceram ao longo dos anos. Desse período, sua pintura mais célebre é, sem dúvida, A Lição de Anatomia do Dr. Tulp, obra em que Rembrandt renovou o conceito do retrato de grupo.

 

Fonte: História das Artes.

Frank Philip Stella (Malden/EUA, 1936)

Artista gráfico, escultor e pintor, designer, fotógrafo, escultor e gravador.

Conhecido pelo seu uso de padrões e formas geométricas na criação de pinturas e esculturas. Indiscutivelmente um dos artistas americanos vivos mais influentes, as obras de Stella utilizam as propriedades formais de forma, cor e composição para explorar narrativas não literárias.

Frequentou a Phillips Academy em Andover, Massachusetts, e posteriormente, a Universidade de Princeton. O seu trabalho foi influenciado pelo expressionismo abstrato, tendo a obra de Jasper Johns inspirado-o a criar as “Black Paintings” de 1958-1960. Essas obras austeras e planas ajudaram a abrir as portas para o minimalismo. Frank Stella foi um dos principais artistas do movimento minimalista, que valorizava a simplicidade e a objetividade na arte. O artista também foi influenciado pela arte geométrica, especialmente pelo trabalho do artista holandês Piet Mondrian.

A partir da década de 1960, suas pinturas começaram a apresentar linhas regulares e cores separadas por riscos. Neste mesmo período, passou a usar muitas cores, que se apresentam em linhas curvas e retas. Na década de 1980, Stella produziu uma série de relevos sobre a obra Moby Dick do escritor Herman Melville.- A partir da década de 1990, o artista começou a produzir esculturas para espaços públicos. Essas esculturas são metálicas (principalmente de aço inoxidável e alumínio) e apresentam como principal característica a presença de forma retorcidas. Em seus desenhos e gravuras, utilizou muito a serigrafia, a litografia, a gravação e a litografia offset.

Fonte: P55.ART.

Vicente do Rego Monteiro (Recife, Pernambuco, 1899 – idem, 1970). Pintor, escultor, desenhista, ilustrador, artista gráfico e poeta. Sua diversificada atuação envolve áreas como a dança, a poesia, a tradução, a docência e, sobretudo, a pintura, fortemente inspirada pela cultura indígena e marcada pela simplificação formal.

Muda-se para o Rio de Janeiro em 1908, ano em que inicia os estudos artísticos, acompanhando sua irmã Fedora do Rego Monteiro (1889-1975) em cursos da Escola Nacional de Belas Artes (Enba). No início da carreira, antes de se estabelecer como pintor, dedica-se brevemente à escultura.
Em 1911, a família se muda para Paris, onde o artista frequenta cursos livres das  Academias Colarossi, Julian e de La Grande Chaumière. Participa do Salon des Indépendants [Salão dos Independentes], em 1913, do qual se torna membro societário.

No início da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), ele e a família deixam a França e se estabelecem no Rio de Janeiro, em 1915. Realiza a primeira individual, no Teatro Santa Isabel, em Recife, em 1918, e dois anos mais tarde expõe no Rio de Janeiro e em São Paulo. Nessa mostra, já revela o interesse pelas lendas e costumes da Amazônia, referência presente em grande parte de suas obras. A curiosidade pela cultura indígena, aliada à grande paixão pela dança, o levam a realizar o espetáculo Lendas, Crenças e Talismãs dos Índios do Amazonas (1921), no Teatro Trianon, no Rio de Janeiro, elogiado pelo poeta e crítico Ronald de Carvalho (1893-1935).

A década de 1920 é o período mais produtivo do artista. Estuda a arte marajoara das coleções do Museu Nacional da Quinta da Boa Vista, o que interfere em sua produção artística. Essa inspiração pode ser notada em aquarelas que representam lendas indígenas, recorrendo à figuração geométrica e também à ornamentação da cerâmica marajoara, como em Mani Oca e O Boto (ambas de 1921).

Em 1921, retorna a Paris e deixa algumas pinturas com Ronald de Carvalho, que decide incluí-las na seleção de obras expostas na Semana de Arte Moderna de 1922. Neste momento, interessa-se pelas estilizações formais do art déco. Na obra A Caçada (1923), o pintor utiliza o recurso de estilização das figuras, que apresentam certa tensão muscular e assumem o aspecto de engrenagens, tendo as obras do pintor francês Fernand Léger (1881-1955) como parâmetro.

A produção de Vicente do Rego Monteiro tem como eixo comum a simplificação formal e o uso de uma gama cromática reduzida, aspectos aliados à interpretação do art déco. Tem importante papel na interlocução artística entre Brasil e França e na propagação da produção modernista internacional no país natal.

Giuseppe Giannini Pancetti, mais conhecido como José Pancetti (Campinas, 18 de junho de 1902 — Rio de Janeiro, 10 de fevereiro de 1958), foi um pintor modernista brasileiro. Considerado um dos grandes paisagistas da pintura nacional. Destaca-se por suas numerosas e belas marinhas. As marinhas são a face mais conhecida da produção de Pancetti, elas refletem a sua experiência de marinheiro, chegando a ser pintor da Companhia de Praticantes Especialistas de Convés.

Nascido numa família humilde de imigrantes da Toscana, viveu em Campinas até os oito anos. Aos onze anos, José Pancetti e uma de suas irmãs, são levados para a Itália para viver sob os cuidados de um tio e dos avós. Para fixá-lo num ofício mais atraente, seu tio emprega-o na marinha mercante italiana onde deveria aprender a profissão de marinheiro. Embarca no veleiro Maria Rosa que percorria o Mediterrâneo, principalmente entre os portos de Gênova e Alexandria. Mas a inconstância própria de seu caráter faz com que abandone o navio e passe a vagar pelas ruas de Gênova, com sérias dificuldades de subsistência. Até que num determinado dia, alguém o encaminha para o consulado brasileiro, onde é providenciado o seu repatriamento. Para sobreviver trabalha em diversos lugares e ofícios diferentes até que, em 1921, transfere-se para São Paulo onde um empresário, também italiano, lhe dá um emprego de pintor de paredes e cartazes. Parece ter sido este o seu primeiro contato com pinceis e tintas.

Em seguida, no ano de 1922, conseguiu realizar um grande desejo: alistar-se na Marinha de Guerra do Brasil, onde permaneceria até 1946.

Em 1932, o pintor tem seu primeiro trabalho publicado no jornal A Noite Ilustrada, sob o título, “Um Amador da Pintura”. Ao ver seu desenho, o escultor Paulo Mazzuchelli, aconselha-o a ingressar no recém-criado Núcleo Bernardelli, escola livre que funcionava nas dependências do edifício da Escola de Belas Artes até então a referência no ensino da arte e da pintura no Brasil. Acatando a sugestão, ingressa no Núcleo Bernardelli em 1933, onde teve como principal orientador o pintor Bruno Lechowski. No Núcleo Pancetti teria como companheiros pintores que, ao passar do tempo, viriam a ganhar notariedade como, entre outros, Edson Motta, José Rescala, Ado Malagoli, Expedito Camargo Freire, Manuel Santiago, Bustamante Sá e Silvio Pinto. Dois anos depois, em 1935, casa-se com Anita Caruso.

Com o quadro “O Chão” ganha em 1941, o prêmio de viagem ao estrangeiro, na recém criada Divisão Moderna do Salão Nacional de Belas Artes. Por motivos de saúde, é licenciado da Marinha e não desfruta seu prêmio no exterior.

A primeira exposição individual ocorre em 1945, apresentando mais de setenta quadros. No ano seguinte é reformado pela Marinha na função de Segundo-Tenente. Em 1948 recebe a medalha de ouro do Salão Nacional de Belas Artes, realizando a sua primeira exposição internacional em 1950, na Bienal de Veneza. Um ano depois participa da I Bienal de São Paulo. Em 1952 dois fatos importantes marcam a sua vida: o nascimento de seu filho Luís Carlos e a promoção à Primeiro-Tenente da Marinha Brasileira. Decorridos dois anos recebe a medalha de ouro no Salão de Belas Artes da Bahia e em 1955 faz uma importante exposição no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

A 10 de Fevereiro de 1958 morre com câncer no hospital da Marinha no Rio de Janeiro. É enterrado no cemitério São João Batista da capital fluminense, tendo o poeta Augusto Frederico Schmidt proferido a oração fúnebre.

Fonte: https://www.guiadasartes.com.br/giuseppe-gianinni-pancetti.

Léo Barcellos Dexheimer (Porto Alegre RS 1935). Gravador, pintor, desenhista e professor. Aprende litografia com Marcelo Grassmann (1925) e cursa gravura em metal com Iberê Camargo (1914-1994), em 1955, no Clube de Gravura de Porto Alegre. Posteriormente conclui o curso de pintura na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS em 1960. Com colegas da Escola de Belas Artes, funda o grupo Bode Preto, que se opõe à rigidez acadêmica da instituição. Em 1961, publica o álbum de xilogravuras São Miguel das Missões, com Waldeni Elias (1930). Trabalha em diagramação em jornais de Porto Alegre, leciona pintura, desenho e gravura nas Escolas de Arte de Novo Hamburgo e de Cachoeira do Sul. Entre 1963 e 1965, leciona desenho e artes gráficas na UnB. A partir de 1966, atua também em publicidade e produção gráfica. De 1988 a 1991, retorna para a UnB. 

Cildo Meireles (Rio de Janeiro, 9 de fevereiro de 1948) é um escultor e pintor brasileiro. 

Conhecido internacionalmente, Cildo cria os objetos e instalações que diretamente levam o observador em uma experiência sensorial completa, questionando, entre outros temas, a ditadura militar no Brasil(1964 – 1985) e a dependência do país na economia global.

Ele tem desempenhado um papel chave dentro da produção artística nacional e internacional. Situando-se na transição da arte brasileira entre a produção neoconcretista do início dos anos 60 e a de sua própria geração, já influenciada pelas propostas da arte conceitual, instalações e performances, as obras de Cildo Meireles dialogam não só com as questões poéticas e sociais específicas do Brasil, mas também com os problemas gerais da estética e do objeto artístico

Durante os anos 70 e 80 Cildo Meireles arquitetou uma série de trabalhos que faziam uma severa crítica à ditadura militar. Obras como Tiradentes: totem monumento ao preso político ou Introdução a uma nova crítica, que consiste em uma tenda sob a qual se encontra uma cadeira comum forrada com pontas de prego, são alguns trabalhos de cunho político do artista. Neles a questão política sempre vem acompanhada da investigação da linguagem. Inserções em circuito ideológico: Projeto Coca Cola, por exemplo, consistiu em escrever, sobre uma garrafa de Coca Cola, um dos símbolos mais eminentes do imperialismo norte-americano, a frase Yankees go home, para, posteriormente, devolvê-la à circulação. Além da questão política o projeto faz referência a toda problematização desenvolvida pelos movimentos de vanguarda e por Marcel Duchamp no início do século; uma espécie de ready made às avessas.

Cildo examina a falibilidade da percepção humana, os processos de comunicação, as condições do espectador, a relação da obra de arte com o mercado.

Uma de suas obras, chamada Cruzeiro zero é uma réplica fiel de uma nota do Cruzeiro (a moeda corrente naquele tempo) que não tem nenhum valor e as figuras históricas e heróicas sejam substituídas pela fotografia de um índio brasileiro e de um paciente de um hospital psiquiátrico. Há uma crítica, um comentário na super inflação e na desvalorização do cruzeiro, este trabalho joga com noções tradicionais da natureza e ‘ do valor ‘ da arte e da marginalização do Brasil no mundo internacional da arte.

Em 2008 ganhou o Premio Velázquez de las Artes Plásticas, concedido pelo Ministerio de Cultura da Espanha, ainda em 2008, ganhou mostra na Tate Gallery em Londres, onde expõe obras e instalações com caráter político que serão expostas até janeiro de 2009. Segundo o Jornal Folha de S. Paulo de 13 de outubro de 2008.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Cildo_Meireles

Rufino Tamayo (Oaxaca26 de agosto de 1899 – Cidade do México24 de junho de 1991) Pintor mexicano. Passou a viver na Cidade do México em 1911 e, em 1915, começou a frequentar aulas de desenho. De 1917 a 1921 estudou na Escola Nacional de Artes Plásticas. Neste último ano foi nomeado chefe do Departamento de Desenho Etnográfico do Museu Nacional de Arqueologia do México; isso fez com que seu trabalho, dali em diante, fosse influenciado pela arte popular mexicana e pela arte pré-hispânica. Seu primeiro mural data de 1933 no Conservatório de Música do México. Formou uma coleção de arte pré-hispânica que, em 1965, doou à cidade de Oaxaca, para formar o Museu de Arte Pre-hispânica do México Rufino Tamayo. Em 1981 foi inaugurado, na Cidade do México, o museu que leva seu nome. É um dos centros de arte contemporânea mais modernos do mundo, onde se encontram obras de mais de 150 artistas internacionais. Realizou o vitral “El Universo” que está exposto no Centro Cultural Alfa desde 1988.

Tamayo significou um corte radical nos paradigmas estabelecidos por volta de 1930 na pintura moderna mexicana. Fez oposição à linha estética em voga, estabelecida pelos muralistas, ao argumentar que eles se despreocupavam dos autênticos problemas das artes plásticas, para se dedicar ao pitoresco. Ao mesmo tempo, rejeitava a pintura de cavalete e o consumo das telas unicamente pelos colecionadores. Trabalhava diretamente sobre a tela sem estudos preliminares. Desenhava sobre a tela a estrutura geral e depois construía modelando com a pintura.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Rufino_Tamayo

Marta Loguercio(Bagé,RS, 1945) Desenhista e gravadora. Estudou com Vasco Prado e Danúbio Gonçalves. A partir de 1982 passa a lecionar gravura no Atelier Livre da Prefeitura Municipal de Porto Alegre e, posteriormenrte, no MAM – Atelier de Litografia, do qual foi uma das fundadoras, em Porto Alegre. Sua primeira individual foi em 1974, Galeria do Atelier Livre. Participou de diversos salões e coletivas em diversos estados e países como Argentina, Uruguai, Estados Unidos e Inglaterra. Em 1995 realizou individual nas Salas Negras do Museu de Artes do Rio Grande do Sul em Porto Alegre.

Abraham Palatnik (Natal/ RN, 1928 – Rio de Janeiro/RJ, 2020)

Artista cinético, pintor, desenhista. Considerado um dos pioneiros da chamada arte cinética no Brasil, expande os caminhos das artes visuais ao relacionar arte, ciência e tecnologia. De modo criativo, e ao longo de seus mais de 60 anos de carreira, desenvolve maquinários com experimentações artísticas e estéticas diversas.

Em 1932, muda-se com a família para a região onde atualmente se localiza o estado de Israel. De 1942 a 1945, estuda na Escola Técnica Montefiori, em Tel Aviv, e se especializa em motores de explosão. Inicia seus estudos de arte no ateliê do pintor Haaron Avni (1906-1951) e do escultor Sternshus e estuda estética com Shor. Frequenta o Instituto Municipal de Arte de Tel Aviv, entre 1943 e 1947, onde tem aulas de desenho, pintura e estética. Produz pinturas de paisagens, retratos e naturezas-mortas. O crítico Frederico Morais (1936) comenta os desenhos dessa época, dizendo que “a grafite, a linha é ágil, fluente, quase lírica”. No desenho a carvão, “o traço negro é firme, sólido, realista, por vezes expressionista”.

Palatnik Retorna ao Brasil em 1948 e se instala no Rio de Janeiro. Convive com os artistas Ivan Serpa (1923-1973), Renina Katz (1925) e Almir Mavignier (1925). Com este último frequenta a casa do crítico de arte Mário Pedrosa (1900-1981) e conhece o trabalho da doutora Nise da Silveira (1905-1999), no Hospital Psiquiátrico do Engenho de Dentro.

O contato com os artistas e as discussões conceituais com Mário Pedrosa fazem Palatnik romper com os critérios convencionais de composição. Diz o artista: “O impacto das visitas ao Engenho de Dentro e as conversações com Mário Pedrosa demoliram minhas convicções em relação à arte”. Palatnik deixa de pensar a qualidade da obra baseando-se no manejo realista das tintas e na associação da arte com o motivo. Sua pintura e escultura abandonam os critérios escolares de composição e partem para relações livres entre formas e cores.

Por volta de 1949, inicia estudos no campo da luz e do movimento. Após pintar algumas telas construtivas, começa a projetar máquinas em que a cor aparece se movendo. Com base nesses experimentos são criadas caixas de telas com lâmpadas que se movimentam por mecanismos acionados por motores. Mário Pedrosa chama as invenções de Aparelhos Cinecromáticos, mostrados pela primeira vez em 1951, na 1ª Bienal Internacional de São Paulo. Em seu primeiro texto sobre Palatnik, Pedrosa descreve esses aparelhos como caixas em que ele “projeta sobre a tela ou outro qualquer material semitransparente composições de formas coloridas em movimento”. O trabalho é pioneiro no uso artístico de fontes luminosas artificiais.

Em 1953 o artista expõe novos Cinecromáticos, na 2ª Bienal Internacional de São Paulo e na 1ª Exposição Nacional de Arte Abstrata, no Hotel Quitandinha. O envolvimento com questões construtivas e o diálogo permanente com artistas como Ivan Serpa e Almir Mavignier levam-no a participar da criação do Grupo Frente, em 1954. No mesmo ano expõe na primeira coletiva do grupo, na Galeria Ibeu, Rio de Janeiro.

A partir de 1959, leva o movimento para o campo tridimensional. Cria trabalhos em que campos eletromagnéticos acionam pequenos objetos colocados em caixas fechadas. Ao mesmo tempo que inventa peças com que explora as possibilidades tecnológicas da arte, o artista faz quadros em superfícies bidimensionais. Em 1962, inicia a série Progressões, na qual compõe efeitos óticos ao utilizar faixas sobre uma superfície. No trabalho, usa materiais como madeira, cartões, cordas e poliéster.

Em 1964, nascem os Objetos Cinéticos. O artista cria esculturas de arame, formas coloridas e fios que se movem acionados por motores e eletroímãs. As peças se assemelham aos móbiles do escultor norte-americano Alexander Calder (1898), mas se diferenciam deles por se moverem com regularidade mecânica segundo a dinâmica planejada. Os Aparelhos Cinecromáticos são exibidos na Bienal de Veneza em 1964. A participação nessa mostra dá projeção internacional ao artista, que passa a ser considerado um dos precursores da arte cinética. Tal reconhecimento leva-o a participar, em 1964, da mostra internacional de arte cinética Mouvement 2, na Galeria Denise René, em Paris. Frederico Morais organiza em 1999 mostras retrospectivas de Palatnik no Itaú Cultural, em São Paulo, e no Museu de Arte Contemporânea (MAC-Niterói).

Ao criar composições que partem da cor, mas ultrapassam o limite da pintura, o artista é consagrado pioneiro em explorar as conquistas tecnológicas na criação de vanguarda brasileira, habilitando as máquinas para gerar obras de arte.

Fonte: Itaú Cultural.

Carlos Augusto da Silva. Escultor. Porto Alegre, RS, 1958. Estudou no Atelier Livre de Porto Alegre, entre 1974 e 1977. Tornou-se profissional ainda adolescente. A partir de 1975 é visto com freqüência em coletivas e salões, onde obteve prêmios e salões, entre eles, o do 1º Salão Nacional casa velha, em Novo Hamburgo. Realizou esculturas para diversos prédios centros profissionais de Porto Alegre, entre eles, o prédio do Senac. Criou figuras femininas aladas com resultado bastante personalizado, em materiais diversos como pedra, madeira e resina. Transferiu-se para São Paulo onde desenvolveu carreira.

Ramón Cáceres (Quilndy – Paraguai, 31/08/1944)

Pintor, escultor, restaurador e cantor. Atualmente assina Cáceres, assinava Ramonchi (até 1984).

Ramón Cáceres nasceu em 1944, em Quiindy, Paraguai. Depois de estudar pintura e música na Escola de Belas Artes da Universidade Nacional do Paraguai, em Assunção, emigrou para o Brasil, em 1970, fixando residência em São Paulo, onde desenvolveu sua carreira artística.  Ramón participou de numerosas exposições coletivas no Brasil e no exterior, e realizou sete exposições individuais no Brasil, uma delas no MASP – Museu de Arte de São Paulo, sendo apresentado por seu então diretor P. M. Bardi.  Paralelamente desenvolveu carreira como restaurador e como cantor, transformando-se, na expressão do maestro Hermínio Gimenez, “num dos mais altos expoentes, como intérprete, da bela música paraguaia”. 

Inicialmente figurativa, a pintura de Ramón Cáceres tendeu para a abstração geométrica. Sua pintura construtiva remete com freqüência a bandeiras. No prefácio do catálogo de sua última mostra individual, ocorrida em 2007 no Espaço Cultural do BNP PARIBAS, em São Paulo, o crítico de arte Enock Sacramento afirmou que, “dentre os artistas originários do construtivismo como um todo e do concretismo em particular, no Brasil, Ramón Cáceres ocupa um lugar especial por sua sensibilidade refinada e por sua notável qualidade de harmonizar formas, cores e ritmos.

https://www.escritoriodearte.com/

Hércules Rubens Barsotti (São Paulo SP 1914 – idem 2010). Pintor, desenhista, programador visual, gravador. Inicia formação artística em 1926, sob orientação do pintor Enrico Vio (1874-1960), com quem estuda desenho e composição. Em 1937, forma-se em química industrial pelo Instituto Mackenzie. Começa a pintar em 1940 e, na década seguinte, realiza as primeiras pinturas concretas, além de trabalhar como desenhista têxtil e projetar figurino para o teatro. Em 1954, com Willys de Castro (1926-1988), funda o Estúdio de Projetos Gráficos, elabora ilustrações para várias revistas e desenvolve estampas de tecidos produzidos em sua tecelagem. Viaja a estudo para a Europa em 1958, onde conhece Max Bill (1908-1994), então um dos principais teóricos da arte concreta. Na década de 1960, convidado por Ferreira Gullar (1930), integra-se ao Grupo Neoconcreto do Rio de Janeiro e participa das exposições de arte do grupo realizadas no Ministério da Educação e Cultura (MEC), no Rio de Janeiro, e no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP). Em 1960, expõe na mostra Konkrete Kunst [Arte Concreta], organizada por Max Bill, em Zurique. Hercules Barsotti explora a cor, as possibilidades dinâmicas da forma e utiliza formatos de quadros pouco usuais, como losangos, hexágonos, pentágonos e circunferências. Em sua obra a disposição dos campos de cor cria a ilusão de tridimensionalidade. Entre 1963 e 1965, colabora na fundação e participa do Grupo Novas Tendências, em São Paulo. Em 2004, o MAM/SP organiza uma retrospectiva do artista.

Ismael Nery (Belém PA 1900 – Rio de Janeiro RJ 1934). Pintor, desenhista, poeta. Muda-se ainda criança para o Rio de Janeiro onde, em 1917, matricula-se na Escola Nacional de Belas Artes – Enba. Viaja para França em 1920 e freqüenta a Académie Julian. De volta ao Rio de Janeiro, no ano seguinte, trabalha como desenhista na seção de Arquitetura e Topografia da Diretoria do Patrimônio Nacional, órgão ligado ao Ministério da Fazenda. Lá conhece o poeta Murilo Mendes (1901 – 1975), que se torna grande amigo e incentivador de sua obra. Em 1922 casa-se com a poeta Adalgisa Nery (1905 – 1980). Ismael Nery aplica à sua produção os princípios do Essencialismo, sistema filosófico que ele mesmo cria. Segundo Murilo Mendes, esse sistema diz respeito às concepções do artista sobre a abstração do tempo e do espaço. Em 1927, novamente na França, conhece Marc Chagall (1887 – 1985), André Breton (1896 – 1966) e Marcel Noll. A volta ao Brasil marca a fase surrealista de sua obra, a princípio por influência de Chagall. Em 1930, contrai tuberculose. Enfermo, seus trabalhos passam a revelar seu drama pessoal e a fragilidade do corpo. Falece aos 33 anos. Em 1948, uma série de artigos de Murilo Mendes publicados nos jornais O Estado de S. Paulo e Letras e Artes busca resgatar a obra plástica, literária e filosófica do artista. Esquecido, Ismael Nery, passa a ser valorizado em meados dos anos 1960 com exposições realizadas em São Paulo e no Rio de Janeiro. Sua obra icônica é Autorretrato, 1927. Esta obra participou da exposição Brazil: Body & Soul, no Museu Solomon R. Guggenheim em 2001, e encontra-se atualmente exposta no MASP.

Leon Ferrari (Buenos Aires, Argentina 1920 – idem 2013). Pintor, gravador, escultor, artista multimídia. Inicia seu trabalho como escultor na Itália, onde reside por três anos. Em 1955, realiza individual na Galeria Cariola, em Milão. Em 1960, começa a fazer esculturas de arame e aço inoxidável e, dois anos depois, produz desenhos caligráficos e colagens. Em 1965, engaja-se no movimento cultural e político do Instituto di Tella de Buenos Aires, e abandona a produção abstrata. Entre 1968 e 1969, participa dos eventos Tucuman Arde e Malvenido Rockefeller, em Buenos Aires. Muda-se para São Paulo, em 1976, e retoma a produção de escultura de metal. Em 1977, passa a fazer esculturas sonoras em barras metálicas e interessa-se por novos meios expressivos, incentivado pela convivência com Regina Silveira (1939) e Julio Plaza (1938-2003). Realiza obras em videotexto, microfichas, arte postal, cria livros de artista e trabalha com litografia. Recebe prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte – APCA de melhor exposição do ano, em 1983. No ano seguinte volta a residir em Buenos Aires. Passa a utilizar também o meio digital em suas proposições, como em Electronicartes, 2002/2003. Em paralelo às atividades em artes visuais, publica livros como Nosotros No Sabíamos, em 1976; Cuadro Escrito, em 1984; Exégesis, em 1993, e La Bondadosa Crueldad, em 2000. Nesse ano, recebe o Prêmio Costantini.

Maria Helena Vieira da Silva GCSE • GCL (LisboaPortugal13 de junho de 1908 – ParisFrança6 de março de 1992) foi uma pintora portuguesanaturalizada francesa em 1956.

Em 1928, tal como era frequente entre os artistas portugueses, com apenas dezanove anos e acompanhada pela sua mãe, Maria Helena decidiu prosseguir com os seus estudos académicos em Paris, França, onde estudou desenho com Fernand Léger e escultura com Antoine Bourdelle na Académie de La Grande Chaumière, ingressando ainda depois na Academia Escandinava, onde foi discípula do escultor Charles Despiau. Durante este período, a jovem artista portuguesa foi ainda discípula dos pintores franceses Othon Friesz e do printmaker inglês Stanley William Hayter no Atelier 17, frequentou cafés, concertos, teatros, museus e galerias, realizou a sua primeira mostra colectiva em França, na Exposition Annuelle des Beaux-Arts da Société des Artistes Français, no Grand Palais, travou amizade com o pintor pós-impressionista Pierre Bonnard, cujo trabalho veio a influenciar a sua própria obra, os pintores modernistas portugueses Eduardo Viana e Milly Possoz. Após concluir os seus estudos, trabalhou com os pintores e escultores Henri de Waroquier (1881-1970) e Charles Dufresne, passando a focar-se apenas na pintura, abandonando assim a escultura.

No início da década de 1930, Maria Helena Vieira da Silva viajou para Itália, onde se inspirou nas obras da escola sienesa, fez ilustrações para livros infantis, participou no Salon d’Automne e no Salon des Surindépendants (1931) em Paris, ingressou juntamente com Árpád nas aulas do pintor francês Roger Bissière da Académie Ranson, conheceu a galerista Jeanne Bucher, que passou a representar o seu trabalho artístico,[6] vendeu o seu primeiro quadro para o Museum of Modern Art de Nova Iorque e aventurou-se no mundo da literatura infantil ao criar a história “Kô et Kô, les deux esquimaux” (1933),[7] escrita em parceria com Pierre Guéguen e ilustrada pela própria, sendo ainda organizada a primeira exposição individual da artista em Paris, com os guaches originais do livro, pela Galeria Jeanne Bucher (1933). Durante esse período, outros dois eventos de grande relevo na sua carreira foram a sua participação no 1º Salão dos Independentes (1930) na Sociedade Nacional de Belas Artes em Lisboa, que contou com alguns dos nomes mais emblemáticos do panorama artístico português, como Fernando PessoaCamilo PessanhaMário EloySarah AfonsoAbel MantaDordio GomesJorge BarradasLino AntónioMily PossozCarlos BotelhoBernardo MarquesJosé TagarroFrancisco FrancoDiogo de MacedoCanto da MaiaSalvador Barata FeyoLeopoldo de AlmeidaAntónio DuarteRuy Roque GameiroCotinelli Telmo ou Mário Novais, entre muitos outros, sendo esta a sua primeira exposição colectiva em Portugal, e ainda a realização da sua primeira exposição individual em Lisboa, na Galeria UP (1935), organizada pelo escritor, pintor, actor, encenador e coleccionador de arte António Pedro.

Pierre-Auguste Renoir (Limoges, 25 de fevereiro de 1841 — Cagnes-sur-Mer, 3 de dezembro de 1919) foi um artista francês que foi um dos principais pintores no desenvolvimento do estilo impressionista. Como celebrante da beleza e especialmente da sensualidade feminina, já se disse que “Renoir é o representante final de uma tradição que vai diretamente de Rubens a Watteau”.Renoir foi inspirado pelo estilo e assunto dos pintores modernos anteriores Camille Pissarro e Édouard Manet. Após uma série de rejeições pelos júris do Salon, ele juntou forças com Monet, Sisley, Pissarro e vários outros artistas para montar a primeira exposição impressionista em abril de 1874, na qual Renoir exibiu seis pinturas. Embora a resposta crítica à exposição tenha sido amplamente desfavorável, o trabalho de Renoir foi relativamente bem recebido.Em 1890, casou-se com Aline Victorine Charigot, uma costureira vinte anos mais nova que ele, que, junto com vários amigos do artista, já havia servido de modelo para Le Déjeuner des canotiers (Almoço do Boating Party; ela é a mulher da esquerda brincando com o cachorro) em 1881, e com quem já teve um filho, Pierre, em 1885. Depois de se casar, Renoir pintou muitas cenas de sua esposa e vida familiar diária, incluindo seus filhos e seus enfermeira, prima de Aline, Gabrielle Renard. Os Renoirs tiveram três filhos: Pierre Renoir (1885–1952), que se tornou ator de teatro e cinema; Jean Renoir (1894–1979), que se tornou um cineasta notável; e Claude Renoir (1901–1969), que se tornou ceramista.

Joaquim Albuquerque Tenreiro (1906, Portugal – 1992, São Paulo) foi um marceneiro, projetista de mobiliário, pintor e escultor moderno. Embora não tenha nascido no Brasil, Joaquim Tenreiro pode ser considerado o pai do design de móveis brasileiro do século XX, graças à precisão inigualável e aos detalhes impecáveis, com criações que transformaram drasticamente a indústria moveleira nacional. Nascido em Portugal, mudou-se para o Brasil, onde exerceu a profissão de marceneiro, herdada da família, e depois a de projetista de móveis, em diversas empresas no Rio de Janeiro, como Laubisch & Hirth.  Em 1914, retornaria ao seu país natal para iniciar aulas de pintura. Filho de marceneiros, durante todo o período entre Brasil e Portugal Tenreiro ajudou seu pai na produção de móveis, tomando o primeiro contato com a área.  No ano de 1928, fixou residência definitiva no Rio de Janeiro frequentando, então, o curso de desenho do Liceu Literário Português e fazendo cursos no Liceu de Artes e Ofícios.

Em 1943, ele decidiu montar sua primeira oficina, a Langenbach & Tenreiro. Alguns anos mais tarde, Tenreiro inaugurou as suas lojas de móveis, primeiro no Rio de Janeiro e depois em São Paulo. Ao criar sua própria empresa, ele começou a colocar em prática suas ideias para o mobiliário moderno. Durante as décadas de 1950 e 1960, Tenreiro desenhou mobiliários e painéis em madeira, acompanhando o progresso da arquitetura moderna brasileira com seus móveis presentes em inúmeras instituições no país, com destaque para o Itamaraty e o Senai. Dedicou-se por mais de 20 anos às artes plásticas, especialmente à escultura.

Produziu treliças, relevos e colunas em madeira policromada, com destaque para as peças que combinavam arte e o amplo conhecimento adquirido como designer de móveis. Algumas das soluções criadas por ele para seus mobiliários foram usadas de maneira mais livre em suas esculturas.

A produção de Tenreiro no campo das esculturas aliou características modernas com o despojamento e a simplicidade do uso de materiais tipicamente brasileiros. É exatamente isso que assegura que as suas peças tenham qualidade artística. Em 1960, ele recebeu uma menção honrosa em desenho no Salão Nacional de Arte Moderna. Em 1965, participou da VIII Bienal de São Paulo.

Judith Lauand (Pontal/SP, 1922 – São Paulo/SP, 2022)

Pintora e gravadora. Nome importante do movimento concretista, é reconhecida por suas obras com formas geométricas precisas, pelo rigor matemático de suas composições constituídas de linhas, planos e vetores, e mesclada com cores contrastantes. Ao longo de sua carreira, experimenta técnicas diferentes, como gravura, desenhos, guaches, colagens, xilogravuras, tapeçarias, bordados e esculturas.

Em 1950, forma-se na Escola de Belas-Artes de Araraquara, no interior de São Paulo, onde aprende pintura. Nessa época, Lauand pinta naturezas-mortas, quadros mais figurativos e retratos. Muda-se para São Paulo em 1952 e cursa aulas de gravura, época na qual começa a experimentar essa técnica e caminhar para a abstração em suas obras.

Sua aproximação com as vanguardas artísticas se dá em 1953, ano em que trabalha como monitora da 2ª Bienal de São Paulo e entra em contato com obras de artistas como o suíço Paul Klee (1879-1940), nome importante do movimento expressionista, o modernista Piet Mondrian (1872-1944) e o escultor e pintor estadunidense famoso por seus móbiles Alexander Calder (1898-1976).

Em 1955, ingressa no Grupo Ruptura e é conhecida como a única mulher a ter feito parte oficialmente do grupo, integrado por Waldemar Cordeiro (1925-1973), Geraldo de Barros (1923-1998) e Luiz Sacilotto (1924-2003). O convívio com os concretistas, tanto nas artes visuais, quanto na literatura, incentiva Lauand em sua busca por formas geométricas, com precisão matemática e reflexão sobre a composição de linhas, vetores e formas.

A obra Do Círculo ao Oval (1958) representa o rigor na estrutura das linhas, que partem de um ponto e vão rotacionando e formando outras figuras geométricas. O interior da imagem se assemelha a um círculo que irradia para uma figura oval quando vista em sua completude. A cor de fundo, um amarelo vibrante, corrobora o cuidado da artista na escolha de cores puras e vivas que contrastem com a composição geométrica.

A artista tem reconhecimento nacional e internacional, participando de importantes exposições coletivas, como a 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta (1956), realizada no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP); a Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa (1959-1960), que passa por cidades como Munique, Lisboa, Madri e Paris; e Judith Lauand: Abstrações do Concretismo Brasileiro (2017), na galeria Driscoll Babcock, em Nova York, evidenciando sua constante atuação no sistema das artes.

Na década de 1960, Lauand passa por uma fase ligada à pop art e adiciona outros elementos às suas telas, como tachinhas, tecidos, alfinetes, barbantes e clipes, e insere palavras, também por influência da poesia concreta com que tem contato na época, como a de Décio Pignatari (1927-2012). O trabalho Te Amor (1969) é um exemplo dessa fase pop e traz à tela os rostos de um homem e de uma mulher, pintados com cores fortes e contrastantes, como o amarelo, o bordô e o azul escuro. No quadro, observamos que a mulher está com o rosto virado e o homem, que está à sua frente, parece que a pressiona contra a parede. A cena parece simular uma tentativa de beijo entre um casal, e na parte inferior da tela estão as palavras “Te” e abaixo “A Mor”. Podemos ler tal qual está no título “Te Amor” ou, se invertermos, podemos ler “A Mor Te”, mostrando como a artista brinca com as palavras e situações.

Funda a Galeria Novas Tendências, em São Paulo, com os artistas Hermelindo Fiaminghi (1920-2004) e Luiz Sacilotto, como um espaço para expor os artistas concretos, inaugurada com a exposição Coletiva Inaugural 1 (1963), que tem por intenção apresentar novos artistas ao mercado de arte.

Há em suas obras uma formulação matemática com desenhos que parecem abertos ou fechados, como o trabalho Quatro Grupos de Elementos (1959), que também denota uma exploração cromática para formar a imagem e garantir uma ilusão ótica. Na tela, observamos duas linhas paralelas, nas cores preta e azul-escura, atravessadas por outras linhas que se cruzam e, dependendo da observação, vemos um losango ou um objeto tridimensional. Lauand experimenta, com essas formas, técnicas para a abstração.

Judith Lauand tem intensa atividade desde o início de sua carreira, na época com pinturas mais figurativas e acadêmicas, mas firmando sua produção com as características da arte concretista. Experimenta a arte pop, porém, segue trabalhando com abstrações em seus desenhos. Notável pelo rigor matemático e pela precisão das formas, Judith Lauand evidencia em sua produção composições de linhas e vetores que denotam movimento, trabalhando também com escolhas cromáticas que conferem vivacidade às obras.

Fonte: Itaú Cultural.

Paulo Pasta, 1959, Ariranha, SP, Brasil. Vive e trabalha em São Paulo, Brasil.

Pintor, desenhista e gravador, Paulo Pasta busca construir uma temporalidade na pintura. As cores e as formas em seus trabalhos parecem planificar a percepção da passagem do tempo: diante das telas, o presente coloca-se de uma maneira quase absoluta. As formas e as geometrias representadas nas atmosferas espessas realizadas pelo artista são vagarosamente reconhecidas por um olhar atento do espectador – colocado entre horizontes e obstáculos, que impedem que se veja o espaço da representação com nitidez. A densidade e o tempo criados por Pasta são contrários a qualquer concessão ao mundo prático e a suas necessidades de presteza e prontidão: é no rumor e na abertura ao tempo presente que recai sua poética.

Doutor em artes plásticas pela Universidade de São Paulo, SP (2011), realizou exposições individuais em diversos espaços, como Museu de Arte Sacra de São Paulo, SP (2021); Simões de Assis Galeria de Arte, Curitiba, PR (2019); Instituto Tomie Ohtake e Anexo Millan, São Paulo, SP (2018); Galeria Carbono, São Paulo, SP, e Paulo Darzé, Salvador, BA (2017); Palácio Pamphilj, Roma, Itália (2016); Galeria Millan e Anexo Millan e Museu Afro Brasil, São Paulo, SP (2015); Sesc Belenzinho, São Paulo, SP (2014); Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS (2013); Centro Cultural Maria Antonia, São Paulo, SP (2011); Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro, RJ (2008); Pinacoteca do Estado de São Paulo, SP (2006); entre outros.

Também participou de importantes exposições coletivas, entre elas: Vício impune: o artista colecionador, Galeria Millan e Galeria Raquel Arnaud, São Paulo, SP (2021); 1981/2021: Arte Contemporânea Brasileira na Coleção Andrea e José Olympio Pereira, Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro, SP (2021); Pinacoteca: acervo, Pinacoteca de São Paulo, SP (2020); MAC-USP no Século XXI – A Era dos Artistas, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, SP (2017); Clube de Gravura – 30 Anos, Museu de Arte Moderna de São Paulo, SP, e Os Muitos e o Um, Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, SP (2016); 30 x Bienal, Pavilhão da Bienal, São Paulo, SP (2013); Europalia, International Art Festival, Bruxelas, Bélgica (2011); Matisse Hoje, Pinacoteca do Estado de São Paulo, SP (2009); Panorama dos Panoramas, MAM-SP, SP (2008); MAM [na] Oca, Oca, São Paulo, SP (2006); Arte por Toda Parte, 3a Bienal do Mercosul, Porto Alegre, RS (2001); Brasil + 500 – Mostra do Redescobrimento, Pavilhão da Bienal, São Paulo, SP (2000); III Bienal de Cuenca, Equador (1991), entre outras.

Suas obras integram diversas coleções, entre as quais: Pinacoteca do Estado de São Paulo, SP; Museu de Arte Moderna de São Paulo, SP; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, RJ; Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, SP; Museu de Belas-Artes do Rio de Janeiro, RJ; Colección Patricia Phelps de Cisneros, Nova York, EUA; e Kunsthalle, Berlim, Alemanha.

KENNETH KEMBLE (Buenos Aires 1923-1998) Estudou pintura em 1950, com seu primeiro professor, Raúl Russo. Em 1951 frequenta a Academia de André Lothe, corre museus em Paris e na França, Itália, Espanha, Inglaterra, Bélgica e Holanda.

Nos anos 50 retorna à Argentina, com sua primeira esposa, Terry Hanrahan. A sua estadia é breve, uma vez que viaja para os EUA em 1955 e permanece lá por três meses durante o ano nasceu a filha Katherine.

Em 1956, divorciados e novamente em Buenos Aires, ele conhece Silvia Torras, um jovem estudante de arte, juntos fundaram uma relação pessoal e profunda artística.

A partir de 1956, ele começou a desenvolver uma série de colagens e pinturas a óleo – feitos com trapos, prateleiras, caixas, cobertores, que representam uma parte central da renovação da linguagem artística na Argentina. Entre 1958 e 1960 produziu sua série de “paisagens suburbanas” assemblages feito de madeira, cascas, folhas de metal desenhada por favelas Kemble de Cordoba. Em 1958, expôs pela primeira vez na Galeria Pizarro, New Art em exposição. Em 1961, leva adiante a exposição Destructive Art na Galeria Lirolay, experiência que abre o caminho para o conceptualismo na Argentina, e as experiências feitas no Instituto Di Tella e CAYC- Centro de Arte e Experimentación- durante o 60 e 70.

Em 1963, o Museu de Buenos Aires de Arte Moderna dedica sua primeira exposição retrospectiva no mesmo ano exposição individual no Museu de Arte Moderna de Miami.

Durante esse ano, ele se separa de Silvia Torras e meet Julie Capp, com quem se casou em terceiro casamento. Com ele irá se mover para Boston, EUA, onde viveu até 1965.

Entre 1960 e 1972, foi crítico de arte para o Buenos Aires Herald, é diretor do Museu de Luján entre 1968-1972 e em 1962 foi incorporada como um professor na Escola de Belas Artes Ernesto Cárcova, uma tarefa previamente reportado em sua oficina e continuará ao longo de sua vida. Durante 1968 Berta sabe Handel, sua quarta esposa e mãe de Juliet, sua segunda filha, nascida em 1971.

Em 1972, ele ganhou o primeiro prémio de pintura no Salão Nacional de Belas Artes Manuel Belgrano. O 70 será frutífero para a produção artística e crítica: publicado em vários escritos de mídia “A pintura não está se movendo, não barulhento e não é um meio de comunicação, felizmente” -1971 -, “Autocolonización Cultural I e II “e” Em Defesa da Academia “-1976-.

Durante o 80 exposição individual em galerias Alberto Elia -1980-, Benzacar -1985, 87, 89- e Centro de Arte e Comunicação-CAYC, 1988. Recebeu, em 1983, o prêmio de melhor ensino, concedido pela Associação Argentina de Críticos de Arte e Melhor Artista do Ano em 1985, concedido pela mesma instituição.

Em 1987, o crítico Rafael Squirm publicou o livro “Kenneth Kemble, ensaio crítico e biográfico”.

A 90 vê -1990- Borrachas exposição no Gallery, do Instituto Ibero-Americano de Cooperação -ICI de 1994, Nexus Gallery -1998-. Em 1994, venceu o Grande Prêmio de Honra Belas Artes Hall. Entre 1995 e 1998 ocorrem duas grandes exposições retrospectivas, o primeiro na Exposição Nacional eo último no Centro Cultural Recoleta, intitulado A Grande Ruptura. Works (1956-1963), com curadoria de Marcelo Pacheco.

Kemble morreu em 30 de abril de 1998. Ele deixa para trás inúmeras obras, poemas e escritos. Seu descanso cinzas em La Falda, Córdoba, seu refúgio, onde fez o que ele mais amava: comer, pintura, leitura e, acima de tudo, ouvir música.

Toulouse-Lautrec (Albi24 de novembro de 1864 — Saint-André-du-Bois9 de setembro de 1901) foi um pintor pós-impressionista e litógrafo francês, conhecido por pintar a vida boêmia de Paris do final do século XIX. Sendo ele mesmo um boêmio, faleceu precocemente aos 36 anos de sífilis e alcoolismo. Trabalhou por menos de vinte anos mas deixou um legado artístico importantíssimo, tanto no que se refere à qualidade e quantidade de suas obras, como também no que se refere à popularização e comercialização da arte. Toulouse-Lautrec revolucionou o design gráfico dos cartazes publicitários, ajudando a definir o estilo que seria posteriormente conhecido como Art Nouveau. Filho mais velho do Conde Toulouse-Lautrec-Monfa, de quem deveria herdar o título, falecendo antes do pai. Toulouse-Lautrec sofria de uma doença genética rara, a Pycnodysostosis, que ficou mais tarde conhecida como Doença de Toulouse-Lautrec. Trata-se de uma doença autossômica recessiva caracterizada por ossos frágeis e baixa estatura. Aos dezesseis anos foi estudar pintura com Léon Bonnat, professor rígido que não o agradava. Logo depois foi estudar com Fernand Cormon, cujo estúdio ficava nas ladeiras suburbanas de Montmartre, em Paris. Foi lá que Lautrec descobriu a inspiração que lhe faltava. Mudou-se para aquele bairro, de má fama, e encontrou seu lugar entre trabalhadores e artistas de caráter duvidoso.

Fonte: Wikipedia

Amílcar Augusto Pereira de Castro (Paraisópolis/MG, 1920 – Belo Horizonte/MG, 2002)

Escultor, gravador, desenhista, diagramador, cenógrafo, professor. Um dos principais artistas plásticos brasileiros do século XX, Amílcar de Castro promoveu inflexões radicais e inovadoras no campo da escultura e da geometria, tornando-se referência incontornável para essa forma de expressão artística, tanto no Brasil quanto no mundo.

Muda-se com a família para Belo Horizonte em 1935 e estuda na Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), entre 1941 e 1945. A partir de 1944, frequenta a Escola de Belas Artes de Belo Horizonte, onde participa curso livre de desenho e pintura com Guignard. Com o professor, aprende a usar o lápis duro, o que exige firmeza no traço. Estuda escultura figurativa com Franz Weissmann. No fim da década de 1940, assume alguns cargos públicos, que logo abandona, assim como a carreira de advogado.  

Artisticamente, dá-se a passagem do desenho para a tridimensionalidade. Em 1952, muda-se para o Rio de Janeiro e trabalha como diagramador em diversos periódicos, com destaque para a reforma gráfica realizada no Jornal do Brasil. Depois de entrar em contato com a obra do artista suíço Max Bill, realiza sua primeira escultura construtiva, exposta na 2ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1953. Participa de exposições do grupo concretista, no Rio de Janeiro e em São Paulo, em 1956, e assina o Manifesto neoconcreto em 1959.

Em sua escultura, em vez de adicionar ou subtrair matéria, parte de um plano (circular, retangular, quadrado etc.) que é cortado e dobrado, formando um objeto tridimensional articulado por intenso diálogo com o espaço. Sem fragmentar a matéria, a separação provocada pelos cortes e dobras mantém a unidade interna da escultura. A ausência da solda, o que lhe daria um caráter artificial, e a resistência do ferro à ação do homem, devido à espessura das placas, convivem com a presença do tempo que o encardido da ferrugem explicita. Se os concretistas, sobretudo Max Bill, partem de uma ideia e sublimam a matéria de que é feita a escultura, Amilcar de Castro mantém sua ligação com o solo e com a natureza. 

Em 1960, participa da Mostra Internacional de Arte Concreta, organizada em Zurique por Max Bill. Em 1968, vai para os Estados Unidos, conjugando bolsa de estudo da Guggenheim Memorial Foundation com o prêmio de viagem ao exterior obtido na edição de 1967 do Salão Nacional de Arte Moderna (SNAM). Nesse período, realiza algumas esculturas que partem de anéis, chapas e fios de aço. Essas peças, às quais não dá sequência, possuem diferentes pontos de equilíbrio no solo. 

De volta ao Brasil, em 1971, fixa residência em Belo Horizonte. Torna-se professor de composição e escultura da Escola Guignard, na qual trabalha até 1977, inclusive como diretor. Entre as décadas de 1970 e 1980, leciona na Faculdade de Belas Artes da UFMG. Nesse período, retoma intensamente o desenho e dá continuidade à escultura anterior ao período americano. Em seus desenhos – ligados profundamente ao trabalho escultórico e à litografia que desenvolve nos anos 1990 –, seu gesto se acentua e alguns permitem diversas posições e configurações (o artista inclusive assina em vários lados). A organização do espaço surge neles sem um projeto anterior, como se pode ver na fluidez de seu gesto e do rastro da pincelada. Em parte de suas últimas esculturas, não realiza dobras, mas apenas cortes em espessas paredes de ferro que deixam a luz passar. Em algumas, liberta um sólido móvel, mas resguarda a unidade que o corte a princípio teria desfeito. É a sutil justaposição desse sólido ao plano que mantém a possibilidade de sua integração ao todo. 

Em 1990, aposenta-se da docência e passa a dedicar-se com exclusividade à atividade artística. Em 1999, apresenta trabalhos novos em exposição realizada no Centro de Arte Hélio Oiticica, no Rio de Janeiro, em que respeita o limite de resistência das lajes do histórico edifício. Ao lado do prédio, na praça Tiradentes, expõe um conjunto de peças monumentais. Em suas últimas esculturas, afastado da ortodoxia construtiva, não parte de figuras geométricas regulares que caracterizam um período de sua produção.

Há muito tempo fora da base, suas obras se estendem horizontalmente no solo e dialogam com a paisagem. Num percurso de cerca de cinco décadas, Amilcar de Castro experimenta infinitas possibilidades do plano. Resistente ao excesso de racionalismo, suas dobras tornam a geometria maleável e mais humana.

Fonte: Itaú Cultural.

 

Alex Vallauri (Asmara/ET, 1949 – São Paulo/SP, 1987)

Grafiteiro, artista gráfico, gravador, pintor, desenhista, cenógrafo. Conhecido como o mestre do grafite no Brasil, caracteriza-se como um artista revolucionário. Conectado com seu tempo, desenvolve seu trabalho incorporando o kitsch e a arte pop, fazendo dos muros cinzas de grandes cidades a sua principal tela, a partir de diferentes técnicas, entre elas, o estêncil.

Chega ao Brasil em 1965, com 16 anos, estabelecendo-se com a família em Santos, no litoral de São Paulo. Nessa época, inicia-se em xilogravura e produz registros gráficos de alto contraste, cujos temas são personagens do porto, como estivadores e prostitutas. O artista logo se destaca: é premiado no Salão de Arte Jovem, de Santos, em 1968, e realiza sua primeira exposição individual, em 1970, na Associação Amigos do Museu de Arte Moderna de São Paulo (AAMAM/SP). No ano seguinte, já morando na capital paulista, forma-se em comunicação visual pela Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e, dois anos depois, torna-se professor de desenho de observação e livre expressão da mesma escola.

Na década de 1970, o artista desenvolve uma linguagem gráfica que evoca a pop art. Elabora xilogravuras de grandes dimensões que ganham o espaço público, como Boca com Alfinete (1973). Objetos e o corpo humano — ou fragmentos dele — são temas privilegiados dessas intervenções. Especializa-se em litografia no Litho Art Center de Estocolmo, Suécia, em 1975, e passa dois anos viajando por algumas cidades da Europa, onde tem contato com a arte que vinha sendo produzida nos grandes centros, como a pintura mural e as instalações urbanas. Em 1977, participa da 14ª Bienal Internacional de São Paulo com uma projeção de imagens de arte urbana colecionadas por ele, nomeada Ao Alcance de Todos, evidenciando o pensamento de Vallauri que fundamentaria sua obra. 

De volta ao Brasil, e dando continuidade à exploração de uma iconografia que remete à cultura de massa dos anos 1950, a partir de 1978, inicia sua produção em grafite, sendo reconhecido como seu precursor no Brasil. Usando o estêncil, concebe personagens que remetem aos das histórias em quadrinhos — apropriando-se de algumas de suas figuras conhecidas, como o personagem Mandrake, de Lee Falk (ca. 1911-1999) — e, em especial, às pin-ups

O artista acredita no potencial comunicativo da arte e que, por isso mesmo, defende que ela deve estar em todo lugar para todos. De acordo com o curador de arte João Spinelli, nessa época, o grafite ainda tem um caráter subversivo, sendo “caso de polícia”. Os desenhos são feitos de madrugada e apagados na manhã seguinte, reaparecendo, pelas mãos insistentes de seu autor, dias depois, em outros lugares. 

A subversão de Vallauri está também no conteúdo que marca sua obra. Sem ser panfletário, ainda segundo Spinelli, o artista produz trabalhos com posicionamento político a partir de elementos lúdicos, pois, para ele, a crítica à ditadura militar, vigente no Brasil à época, tal como era feita por partidos políticos e ativistas, já não chegava ao povo. Boca com Alfinete (1973) é um exemplo desses trabalhos, assim como seus grafites com um telefone vermelho fora do gancho, em referência ao telefone vermelho de Moscou como uma “ameaça” comunista, e araras com balões dizendo “já, já, já”, em alusão ao movimento Diretas Já, pela volta da democracia.   

Na década de 1980, sua arte passa a estampar outros lugares. Em 1982, Vallauri muda-se para Nova York, onde cursa artes gráficas no Pratt Institute até 1983. Nesse período, realiza uma série de grafites pela cidade, em pontos incomuns, como Soho, Greenwich Village e Broadway. Esses se diferenciam tanto na paisagem que se tornam referência da cidade, sendo posteriormente reproduzidos em cartões-postais. 

A contribuição de Alex Vallauri para as artes plásticas brasileiras e para o grafite, em especial, é, senão imensurável, bastante importante, sendo uma referência incontornável para a arte que se propõe a questionar padrões sociais e o próprio status da arte, de forma lúdica e acessível. O dia 27 de março foi instituído como Dia Nacional do Grafite, em homenagem ao artista. 

Fonte: Itaú Cultural.

Aldemir Martins (Ingazeiras/CE, 1922 – São Paulo/SP, 2006).

Pintor, gravador, desenhista, ilustrador. Reconhecido pela produção figurativa amplamente difundida nos meios de comunicação, Aldemir Martins recorre a um repertório formal constantemente retomado, no qual se destacam: aves, sobretudo os galos; cangaceiros, inspirados nas figuras de cerâmica popular; gatos, realizados com linhas sinuosas; e ainda flores e frutas.

Começa a desenhar no Colégio Militar de Fortaleza, que frequenta desde 1934. Na década de 1940, trabalha como artista na capital cearense, ao mesmo tempo que busca atualizar o então incipiente meio artístico da cidade. No princípio da carreira, em 1941, ajuda a criar o Centro Cultural de Belas Artes (CCBA), com Mario Baratta (1915-1983), Antonio Bandeira (1922-1967), Raimundo Cela (1890-1954) e Inimá de Paula (1918-1999). O grupo monta um espaço para exposições permanentes e organiza salões e cursos de arte. Três anos depois, a instituição passa a se chamar Sociedade Cearense de Artes Plásticas (SCAP). Martins produz desenhos, xilogravuras, aquarelas, pinturas e colabora, a partir de 1943, como ilustrador na imprensa cearense.

Em 1945, segue para o Rio de Janeiro com Antonio Bandeira e Inimá de Paula. Na cidade, participa de uma coletiva de artistas cearenses na Galeria Askanasy, organizada pelo pintor suíço Jean-Pierre Chabloz (1910-1984). No ano seguinte, muda-se para São Paulo, onde realiza sua primeira exposição individual no Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB) e retoma a carreira de ilustrador. Entre 1949 e 1951, frequenta os cursos do Museu de Arte de São Paulo (Masp) e se torna monitor da instituição. Lá estuda história da arte com Pietro Maria Bardi (1900-1999) e gravura com Poty Lazzarotto (1924-1998). Durante o curso, produz o álbum de gravuras Cenas da seca do Nordeste, com prefácio de Rachel de Queiroz (1910-2003). Os trabalhos revelam a importante influência de Candido Portinari (1903-1962) tanto no tratamento do tema como no traço de Martins. Em 1951, faz desenhos de paus-de-arara, rendeiras e cangaceiros, trabalho que no mesmo ano recebe o prêmio aquisição para desenho na 1ª Bienal Internacional de São Paulo.

Dois anos mais tarde, realiza o cenário da peça Lampião, de Rachel de Queiroz. Em 1956, é premiado como melhor desenhista internacional na 28ª Bienal de Veneza e expõe em diversas partes do mundo. Em 1959, recebe o prêmio de viagem ao exterior do Salão Nacional de Arte Moderna e permanece por dois anos na Itália. Na década de 1960, trabalha muito com arte aplicada a objetos comerciais. Em 1962, cria cenário para o 1º Festival da MPB, produzido pela TV Record, e elabora estampas para tecidos da Rhodia Têxtil. Faz ilustrações dos aparelhos de jantar da série Goyana de Cora. A partir da segunda metade dos anos de 1960, cria esculturas de cerâmica e acrílico, além de joias em ouro e prata. Em 1969, ilustra bilhetes de loteria. Seis anos mais tarde, cria a imagem de abertura da telenovela Gabriela, da Rede Globo. Em 1981, repete a experiência na abertura da telenovela Terras do sem fim.

É pelo diálogo com o popular, pela encarnação de arquétipos da brasilidade com seus tipos e temas e pelo uso de linhas fortes e cores vibrantes do imaginário nacional que a obra de Aldemir Martins se projeta com destaque na cultura brasileira.

Fonte: Itaú Cultural.

Cesáreo Diaz, Rosto feminino, OST, 1919, 37 cm x 27 cm

Cesáreo Diaz (Buenos Aires/ARG, 1894 – 1994)

Nasceu em uma das famílias ilustres de origem espanhola na Argentina. Era descendente direto do Coronel Cèsar Díaz que participou ativamente da guerra de independência argentina, em cuja homenagem leva seu nome uma das mais belas avenidas de Buenos Aires. Pintor, desenhista e ilustrador autodidata, passou grande parte da sua vida nos mais importantes salões europeus ligados à arte, e é na Europa que aprendeu a pintar com os grandes mestres da época e que continuou os seus estudos por 17 anos. Percorreu espaços artísticos em Portugal, Espanha, França, Itália e Suíça. Principalmente na França, Díaz desenvolveu sua arte com grande maestria. Ele visitou o Brasil e o Norte da África.

Foi ilustrador de jornais e revistas importantes. Cesáreo Díaz, foi um pintor impressionista realista e figura entre os mestres do plástico argentino. Com o seu trabalho participou no Salão Nacional a partir de 1915, no Salão Nacional de Arte Decorativa em 1921 e 1922, e em outras importantes exposições coletivas, e em 1921 obteve a Medalha de Prata no Salão Nacional. Em 1922, Medalha de Ouro no Salão Nacional. Em 1927, Primeiro Prêmio e Medalha de Ouro na Exposição da Comissão de Artes Aplicadas. Ele produziu aquarelas daquela maneira fresca, espontânea e clássica que o distingue entre os nossos aquarelistas como um representante das tradições primitivas deste gênero de pintura. Há em suas obras, algo bem-educado, delicadeza e bom gosto.   

Fonte: Arte de la Argentina.

Nelson Ramos, Alerta, Serigrafia, Edição Eco Art, 98 x 70 cm

Nascido em Dolores, Soriano Departamento, a 19 de dezembro, 1932. Em 1951 ingressa na Escola nacional de Belas Artes de Montevideo, Uruguay, e, em 1959, com bolsa de estudo do governo brasileiro, aprende técnicas de gravura com Iberê Camargo e Friedlander no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Posteriormente em São Paulo, dedica-se ao desenho têxtil e ilustração para jornais locais.De 1962 a 1963 permanece um ano na Europa como bolsista. Ele recebeu inúmeros prêmios, incluindo: Grande Prémio de Pintura (Primeira Bienal de Jovens Artistas, Uruguai, 1961) Prêmio de Aquisição (Câmara Municipal nos anos de 1956, 1958, 1962 e 1967); Prêmio Desenho arte contemporânea americana e Espanha (Madrid, 1963), Grand Prix XXXI Salão Nacional de Artes Plásticas (1967) MID-AMERICA ALLIANCE Arts Award, EUA (1991) ECOART-Prêmio, Rio de Janeiro (1992), etc. Participou, entre outras, nas seguintes exposições: Primeira Bienal de Arte, Córdoba, Argentina (1962), VII Bienal de São Paulo, Palácio de Exposições, Roma (1964), Veneza XXXII Bienal, Primeira Bienal de Arte (Medellin, Colômbia , 1968); X Bienal de São Paulo, VII Festival Internacional de Pintura em Cagnes-sur-Mer (França, 1976), XVIII Bienal de São Paulo, Galeria Tretyakov, em Moscou (1988), Havana Quarta Bienal (1991); XLVII Venice Biennale, e assim por diante. Foi premiado com a Irmandade da B nai B rith do Uruguai.  Morreu em 2 de fevereiro de 2006.

Miguel Von Dangel
S/título, Serigrafia
98 x 70 cm Edição Eco Art

Miguel Von Dangel (1946) Nascido em Bayreuth na Alemanha, Miguel Von Dangel chega a Venezuela com três anos de idade. Depois de abandonar o bacharelado pela Taxidermia,decide estudar Escultura na Escola de Artes Plásticas Cristóbal Rojas, de Caracas, estendendo o seu interesse à pintura e à gravura. Em 1965 começa a expor individualmente, embora somente quatro anos depois tenha o reconhecimento da crítica e do público com a exposição de objetos intitulada “Sacrifixiones”. Em 1983, participa da Bienal Internacional de São Paulo com uma obra de grandes dimensões, “El Cuarto Barco”, uma síntese de suas intenções, idéias e práticas. Vive e trabalha em Caracas.

Cundo Bermúdez, S/título, Litografia, Edição Eco Arte, 98 x 70 cm, 1992

Cundo Bermúdez foi um pintor cubano. Secundino (Cundo) Bermúdez Delgado em Havana,  nasceu em Cuba, em 1914,  morreu na Flórida, E.U.A., em 30 de outubro de 2008.Em 1926, Bermudez foi admitido no “Instituto de Havana” e em 1930 se matriculou na renomada Escola Nacional de Belas Artes “San Alejandro”, onde estudou pintura por dois anos. Em 1934,  ingressou na Universidade de Havana para estudar direito e ciências sociais, formou-se em 1941. Mais tarde,  viajou para o México e estudou na Academia de San Carlos . Expõe individualmente pela primeira vez em 1942. Em 1949 fundou a Associação de Pintores e Escultores de Cuba (APEC) . Em 1956 obtém o 1º Prêmio da Exposição Internacional do Caribe e, em 1973, conquista outra premiação na mostra “Tributio à Picasso”, em Washington, E.U.A.Participa ainda da Bienal de Veneza na Itália, e da de São Paulo, Brasil.

 

 

 

 

EXPOSIÇÃO  ” MESTRES DA ARTE BRASILEIRA ” –

CASA DAS ARTES  “REGINA SIMONIS” em SANTA CRUZ DO SUL

 

 

 

 

 

 

Luiz Sacilotto (Santo André, São Paulo, 1924 – São Bernardo do Campo, São Paulo,  2003). Pintor, escultor e desenhista. Estuda pintura na Escola Profissional Masculina do Brás, entre 1938 e 1943, e desenho na Associação Brasileira de Belas Artes, de 1944 a 1947. Seus primeiros trabalhos demonstram uma recusa aos padrões acadêmicos e uma proximidade da estética do Grupo Santa Helena. A partir de 1944, passa a elaborar uma obra de caráter expressionista que se aprofunda até atingir, em 1948, um vigor fortemente marcado pelas cores e formas intensas. Em 1945, retoma o contato com seus colegas da Escola Profissional Masculina, os artistas Marcelo Grassmann (1925) e Octávio Araújo (1926), que lhe apresentam Andreatini (1921). Juntos, e com a ajuda de Carlos Scliar (1920 – 2001), realizam a mostra 4 Novíssimos, no Instituto de Arquitetos do Brasil – IAB/RJ, no Rio de Janeiro, e passam a ser conhecidos como Grupo Expressionista. Sacilotto trabalha no escritório de arquitetura de Jacob Ruchti por volta de 1946. No mesmo ano, participa da exposição 19 Pintores, realizada na Galeria Prestes Maia, em São Paulo. Por ocasião desse evento, entra em contato com Waldemar Cordeiro (1925 – 1973), Lothar Charoux (1912 – 1987), com quem posteriormente funda o Grupo Ruptura, ao lado de Geraldo de Barros (1923 – 1998), Féjer (1923 – 1989), Leopoldo Haar (1910 – 1954) e Anatol Wladyslaw (1913). O convívio com o grupo é importante para seu aprimoramento teórico e o desenvolvimento de seu trabalho no ateliê, que desde meados de 1948 já esboça uma consciência abstrato-construtiva. É um dos fundadores da Associação de Artes Visuais Novas Tendências, em 1963. Considerado um dos importantes artistas da arte concreta no Brasil e, com uma pintura que explora fenômenos ópticos, um dos precursores da op art no país.

Wilson Furtado Cavalcanti (Pelotas RS 1950). Pintor, gravador e desenhista. Conhecido como Cava, desde a juventude cria histórias em quadrinho. Ainda na adolescência, começa a estudar gravura e desenho no Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre. Nesta escola se mantém de 1967 a 1979, tendo como mestres Danúbio Gonçalves (1925), Paulo Peres (1935), Carlos Martins (1945) e Marília Rodrigues (1937), entre outros. Entre 1974 e 1978, suas histórias em quadrinhos são publicadas em diversos jornais e revistas estaduais e nacionais, tais como Folha da ManhãPasquimPlaneta etc. Organiza junto com outros artistas um manifesto sobre Arte na Rua, no Ponto de Arte de Porto Alegre. Participa de dois livros de humor: 14 Bis, da Editora Garatuja e Antologia do Humor Gaúcho, da LPM Editora. Tem grande importância no cenário cultural de Porto Alegre, tendo fundado o ateliê de gravura em metal do Museu do Trabalho, em 1988, o Atelier de Litografia Oficina 11, em 1992, o Núcleo de Gravuras do Rio Grande do Sul e a Associação Independente de Artistas (AINDA), em 1997. Neste ano exerce a função de Secretário Substituto da Secretaria de Cultura de Viamão RS.

http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa24784/wilson-cavalcanti

Arte: veja obras da mostra Imagem, Espelho, Humanidades – RBS TV RS Institucional – Catálogo de Vídeos

http://redeglobo.globo.com/rs/rbstvrs/institucional/videos/t/videos/v/arte-veja-obras-da-mostra-imagem-espelho-humanidades/5905326/

 

 

 20/05/2017 – 01/07/2017

Imagem, espelho, humanidades

Obras do acervo da galeria

Desde sempre o ser humano tem o desejo de deixar a sua marca, registrar sua existência, relatar seu mundo, contar a sua história. Para isto usou a representação visual de sua imagem, seu cenário e seus feitos como uma representação percebida pelos sentidos, a descrição mental de um objeto real. Até hoje esta prática mantém-se viva e envolve tanto o conceito de imagem adquirida como a gerada pelo ser humano, quer na criação pela arte, como um registro fotográfico, uma pintura, um desenho, uma gravura, em qualquer forma visual de expressão da ideia.

Hoje em dia, imagens são veiculadas por anúncios publicitários, cartazes afixados em muros e murais; na arquitetura dos edifícios; nos utensílios domésticos, nas roupas, nas representações sagradas, nos impressos, no cinema e na televisão. A representação exterior atua como um espelho em nossa mente. Um espelho em que vemos refletidas diferentes qualidades, características e aspectos pessoais de nossa própria essência, de nosso ser mais primitivo que estabelece uma nova relação entre o ser interior e seu mundo externo.

A arte contemporânea ampliou a possibilidade de expressão desta imagem e seus reflexos com a libertação dos limites entre as diferentes linguagens artísticas. Nesta nova exposição, a Galeria Duque apresenta dois artistas convidados que trabalham a imagem do humano com propostas diferentes, poderíamos pensar até, quase opostas. Rafael Dambos com seus nus masculinos em desenhos de uma preciosidade técnica inacreditável, realizados com caneta esferográfica, e, em grandes dimensões, quase vivos, sentimos seu olhar, assim nosso reflexo.. espelho. Já Anaurelino Corrêa de Barros busca inspiração no nosso passado ancestral, nossa origem, nossa primeira ‘marca’. Pinturas de técnica mista sobre papel resistente com bordas recortadas, rasgadas, re – coladas. Coloridas nas cores da terra, da vida, da luz. Também somos nós, talvez num reflexo menos nítido. E aí, inspirada nos trabalhos destes dois artistas, proponho um recorte com obras do acervo da Galeria Duque, que nos apresentam diversas formas de os artistas perceberem a sua imagem refletida num espelho, ou num outro humano que esteja ao alcance de seu olho. Coisas de humanidades.

Daisy Viola

Artista plástica

Instrutora de arte no Atelier Livre Xico Stockinger da PMPA

Curadora desta exposição

 

 

 

 

 

Franz Joseph Weissmann (Knittelfeld, Áustria 1911 – Rio de Janeiro RJ 2005). Escultor, desenhista, pintor e professor. Vem para o Brasil em 1921. No Rio de Janeiro, entre 1939 e 1941, frequenta cursos de arquitetura, escultura, pintura e desenho na Escola Nacional de Belas Artes (Enba). De 1942 a 1944, estuda desenho, escultura, modelagem e fundição com August Zamoyski (1893-1970). Em 1945, transfere-se para Belo Horizonte, onde ministra aulas particulares de desenho e escultura. Três anos depois, Guignard (1896-1962) convida-o a lecionar escultura na Escola do Parque, que mais tarde recebe o nome de Escola Guignard. Inicialmente, desenvolve uma obra pautada no figurativismo. A partir da década de 1950, gradualmente elabora um trabalho de cunho construtivista, com valorização das formas geométricas, submetendo-as a recortes e dobraduras, utilizando chapas de ferro, fios de aço, alumínio em verga ou folha. Integra o Grupo Frente, em 1955. No ano seguinte, volta a residir no Rio de Janeiro e participa da Exposição Nacional de Arte Concreta, em 1957. É um dos fundadores do Grupo Neoconcreto, em 1959. Nesse ano viaja para a Europa e o Extremo Oriente, retornando ao Brasil em 1965. Na década de 1960, expõe a série Amassados, elaborada na Europa com chapas de zinco ou alumínio trabalhadas a martelo, porrete e instrumentos cortantes, alinhando-se temporariamente ao informalismo. Posteriormente volta a aproximar-se das vertentes construtivas. Nos anos de 1970 recebe o prêmio de melhor escultor da Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA), participa da Bienal Internacional de Escultura ao Ar Livre, em Antuérpia, Bélgica, e da Bienal de Veneza. Realiza esculturas monumentais para espaços públicos de diversas cidades brasileiras, como na Praça da Sé, em São Paulo; no Parque da Catacumba, no Rio de Janeiro; e no Palácio das Artes, em Belo Horizonte.

Henry Spencer Moore (Castleford, Yorkshire, 1898 — Perry Green, Hertfordshire, 1986) foi um escultor e desenhista britânico que desenvolveu uma obra tridimensional predominantemente figurativa, com breves incursões pela abstração.

Henry Moore foi um importante escultor inglês do século XX. É considerado um dos principais escultores de arte abstrata de origem britânica. Muitas de suas esculturas estão expostas ao ar livre, em várias cidades do mundo, principalmente nas da Inglaterra.

Características de seu estilo artístico (escultura): – Foi influenciado, no começo de sua carreira artística, pela arte pré-colombiana, principalmente da civilização maia.

– Teve influência também de artistas renascentistas e góticos, principalmente de Michelangelo e Giotto.

– Embora tenha recebido várias influências, desenvolveu seu estilo artístico próprio e original, ligado à arte abstrata.

– Buscou inspiração na natureza, principalmente nas formas de montanhas e cavernas, para confeccionar muitas de suas esculturas.

– O bronze e o mármore foram suas principais matérias-primas para a elaboração das esculturas.

– Também abordou em suas esculturas, temas ligados a crianças e à maternidade. Além disso, fez muitas esculturas mostrando corpo de pessoas deitadas ou encostadas.

– Principalmente na segunda etapa de sua carreira artística, após a Segunda Guerra Mundial, passou a imprimir em suas obras de arte forte preocupação com a humanidade.

Lygia Pape (Nova Friburgo RJ 1927 – Rio de Janeiro RJ 2004)

Artista plástica e cineasta, dedicou-se também ao magistério de arte. Cursou Filosofia na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Estudos com Ivan Serpa e Fayga Ostrower, dedicando-se inicialmente à xilogravura. Participou das mostras do Grupo Frente (1952 a 1956) e das exposições de Arte Concreta em São Paulo (1956), no Rio de Janeiro (1957) e em Zurique (1960). Participou também das exposições do movimento neoconcreto (1957-1961), de cujo manifesto foi signatária. Realizou letreiros, cartazes e displays para filmes do cinema novo no período de 1962 a 1966, entre os quais se destacam Vidas Secas, de Nelson Pereira dos Santos, Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha, e O Padre e a Moça, de Joaquim Pedro de Andrade. Participou da Bienal de São Paulo (1955, 1957, 1959 e 1998) e de mostras no Brasil e no exterior ligadas ao abstracionismo geométrico. Entre 1981 e 1982, recebeu bolsa da Fundação Guggenhein, de Nova York. Premiada pela Associação Brasileira de Críticos de Arte (1990) e em primeiro lugar pelo Johnnie Walker de Artes Plásticas (1999). Entre suas exposições mais recentes, merecem destaque: Galeria Camargo Vilaça, São Paulo (1992 e 1995); retrospectiva no Museu de Arte Contemporânea de Serralves, Porto (Portugal, 2000); Centro de Arte Hélio Oiticica, Rio de Janeiro (2002).

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                                           17/03/2017   a    13/05/2017

 

 Possibilidade de expressão + Possibilidade de ponto de vista = Poesia ‘escrita’ com linhas, com cores, com volumes.

Artista = Pessoas que se atrevem a expressar seu estar no universo através de uma linguagem artística.

Neste outono de 2017, nós da Galeria Duque mostraremos obras que ampliam as possibilidades do olhar; que em tempos diversos restabeleceram os limites do fazer artístico.

Serão planos tratados milimetricamente em espaços de cor, com forma e conteúdo impecáveis de um tempo em que a narrativa figurativa comprometia a postura política e social da pessoa-artista. Assim, a obra comunica através do ritmo da cor e da forma. Abrem-se as portas para a liberdade de olhar e pintar, desenhar, esculpir, escrever.

A liberdade permite que nos presenteiem as Alices, Soares e Brueggmann, amigas-artistas de suas ‘pessoas-bonecas’ com olhos que também nos olham.

Caé Braga, nosso artista convidado nos mostra uma parte de sua paixão: cavalos. Feitos, construídos, elaborados com materiais diversos e fortes. Terracota, resina e bronze, em esculturas que retratam a força de seu personagem principal. Esta exposição consta de trabalhos recentes do artista.

Fazendo de conta que a Galeria seja uma grande instalação artística (e é, por que não?) subimos até o nosso espaço do café, com seu telhado de vidro e o lustre de cristal e mostraremos pratos de porcelanas trabalhadas com um grau de liberdade inacreditável pela Senhora Francesca Ducceschi, uma mulher-artista que completa 98 anos de vida. Uma verdadeira festa.

Nossa poesia se faz na escolha e organização das obras conforme o nosso ponto de vista para te oferecer um passeio que te provoque emoções, lembranças, inspirações.

Vem!!

 

Daisy Viola
Artista plástica
Instrutora de artes no Atelier Livre Xico Stockinger da PMPA
Curadora desta exposição

 

 

Antônio Garcia Pascoal (Itapui/SP, 1939)
Pintor. Após iniciar seus estudos na cidade natal, transferiu-se para São Paulo em 1956. Reside atualmente em São Caetano do Sul, onde instalou seu ateliê.

Sua primeira exposição data de 1989 participando do Projeto Arte na Rua, organizado pela prefeitura municipal de São Caetano do Sul onde obteve sua primeira menção honrosa. Recebeu inúmeros prêmios, menções honrosas, medalhas de prata, de ouro e prêmio aquisição e possui obras em diversas coleções particulares e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

Guiado por uma inspiração fértil e uma busca de uma harmonia envolvente, a pintura de Antonio G. Paschoal é feita de serenidade, luz e arquitetura da paisagem. Em seus quadros, a cor é a protagonista principal, pontuada por contrastes tímbricos que dão lugar a paisagens sublimes.

O equilíbrio é produzido pela criação visual analítica, através da clareza harmoniosa das tintas e da luminosidade intensa e serena. Sua obra revela uma inspiração contínua, um permanecer fiel ao mundo interior, um deixar vibrar as forças nativas. Admirando seus quadros sentimos que o pintor não somente viu e assimilou as aparências visíveis da paisagem escolhida, mas ali viveu.

Embora possam existir paisagens pintadas magnificamente, mas somente como puro fato pictórico, com essa participação pessoal, a criatividade de Antonio G. Paschoal confere à visão um particular encanto que pode-se definir de intimidade. Através das obras “Jangadas e Jangadeiros” e “Paisagem de Penedo”, doadas ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, o artista demonstra fielmente que a natureza é a sua vida, como o são as cores, a alegria que pinta em seus quadros e a paz que transmite ao observador.

Fonte: ALESP.

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Yoshiya Takaoka (Tóquio, 11 de junho de 1909São Paulo, 11 de agosto de 1978) foi um pintor, desenhista e professor nipo-brasileiro.

Em Tóquio estudou com Shin Kurihara. Chegou ao Brasil em 1925, morou em Cafelândia, estado de São Paulo, onde trabalhou na lavoura como outros imigrantes japoneses. Em 1929, já na cidade de São Paulo, para se sustentar, foi caricaturista, pintor de paredes e vendedor de pastéis. Estudou na Escola Profissional Masculina do Brás onde teve como colega Tomoo Handa. Aos poucos foi conhecendo e formando amizades com pintores brasileiros.

No ano de 1934, junto com seu inseparável amigo o pintor Yuji Tamaki mudou-se para o Rio de Janeiro. Ambos ingressaram no Núcleo Bernardelli, sendo orientados pelo pintor polonês Bruno Lechowski. Ainda que residindo no Rio de Janeiro, participaram do grupo Seibi-kai criado em São Paulo no ano seguinte por pintores japoneses imigrantes como eles.

Voltou a residir na capital paulista em 1944. Foi um dos primeiros a expor fora da colônia.

Foi para Paris em 1952, onde estudou mosaico com Gino Severini e frequentou a Académie de la Grande Chaumière.

Expôs na Bienal de São Paulo, no Salão Paulista e no Salão Nacional de Belas Artes. Sua obras estão no Museu de Arte Moderna de São Paulo, no Museu Nacional de Belas Artes, na Pinacoteca do Estado, entre outra instituições e importantes coleções particulares.

Georges Wambach (1901-1965), nasceu na Antuérpia/Bélgica e morreu no Rio de Janeiro.

Pintor autodidata, transferiu-se em 1935 para o Brasil. Temperamento boêmio e andarilho contumaz, montou ateliê no Rio de Janeiro e fez constantes viagens pelo Brasil, tendo fixado em aquarelas e óleos paisagens de São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco, Ceará, Bahia, Amazonas, Acre, Pará etc. Em 1939 participou do Salão Nacional de Belas Artes. Realizou individuais na Galerie da la Toison D’Or, Bruxelas (Bélgica, 1938), no Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro (1942) e na Galeria Montparnasse, Rio de Janeiro (1945). Teve sua obra resgatada nos anos de 1980, quando foram realizadas em São Paulo duas mostras de sua pintura: Renato Magalhães Gouvêa Escritório de Arte (1982) e Centro Empresarial Itaú/Conceição (1988).

Athos Bulcão – Rio de Janeiro, 2 de julho de 1918 – Brasília, 31 de julho de 2008

Em 1939, abandona o curso de medicina para dedicar-se à pintura. Apresentado por Murilo Mendes (1901 – 1975) ao casal Vieira da Silva (1908 – 1992) e Arpad Szenes (1897 – 1985), freqüenta o ateliê deles na década de 1940. Em 1945, trabalha como assistente de Candido Portinari (1903 – 1962) na construção do painel de São Francisco de Assis, na Igreja da Pampulha, em Belo Horizonte. Entre 1948 e 1949, vive em Paris com bolsa de estudos concedida pelo governo francês. Realiza cursos de desenho na Académie de La Grande Chaumière e de litografia no ateliê de Jean Pons (1913). De volta ao Rio de Janeiro, ingressa no Serviço de Documentação do Ministério da Educação e Cultura – MEC, e realiza ilustração de catálogos e livros. Entre 1952 e 1958, dedica-se à realização de fotomontagens. Desde 1952, quando se integra à Companhia Urbanizadora da Nova Capital – Novacap, colabora em projetos do arquiteto Oscar Niemeyer (1907 – 2012). Realiza, entre outros, o projeto de painéis de azulejos e vitrais para a Igreja Nossa Senhora de Fátima e para o Palácio do Itamaraty, em Brasília, e relevos para o Memorial da América Latina, em São Paulo. Leciona na Universidade de Brasília – UnB, entre 1963 e 1965. Desde a década de 1970, trabalha com o arquiteto João Filgueiras Lima, o Lelé (1932), criando relevos e elementos arquitetônicos para a rede de hospitais Sara Kubistchek. Em 1993, é criada a Fundação Athos Bulcão, em Brasília.

Fontes:
Foto: https://pt.wikipedia.org/wiki/Athos_Bulc%C3%A3o
Texto: https://www.escritoriodearte.com/artista/athos-bulcao

Fernand Léger (1881-1955) foi um pintor francês, um dos mais destacados pintores do Cubismo, importante movimento artístico do século XX.

Fernand Léger (1881-1955) nasceu em Argentan, na Baixa Normandia, França, no dia 04 de fevereiro de 1881. De família de camponeses normandos, ainda criança mostrou seu interesse pelo desenho. Com 16 anos foi para Caen, capital da Alta Normandia para trabalhar como aprendiz de arquiteto.

Em 1900, mudou-se para Paris, onde trabalhou como desenhista em um escritório de arquitetura e retoques fotográficos. Entre 1902 e 1903 prestou serviço militar em Versailles. Depois de reprovado no exame de ingresso na Escola de Belas Artes de Paris, em 1903 entrou para a Escola de Artes Decorativas e para a Academia Julien. Nessa época frequentou vários ateliês e passou a ser atraído pela obra de Césanne.

Em 1909, Fernand Léger se aproxima dos artistas que seguiam o Cubismo, entre eles, os poetas Apolinaire, Max Jacob e Blaise Cendrars, e os pintores George Braque e o espanhol Pablo Picasso. Em 1911, realiza sua primeira exposição no Salão dos Independentes, onde se destacou com a tela “Nus na Floresta”. No ano seguinte participou da Section D’Or, em Paris, e publicou na revista Der Sturm, “Les Origines de la Peinture Contemporaine”. Nessa época realiza diversas exposições em Paris, Moscou e Nova York.

Em contato com o Cubismo, Legér não aceitou sua representação exclusivamente analítica para representar o mundo real, seus trabalhos apresentavam formas curvilíneas e tubulares, em contraste com as formas retilíneas usadas por Picasso e Braque. No quadro “Mulheres de Azul”, que marca o apogeu de sua fase de cubista, se percebe as características pessoais que o diferenciam do movimento.

Em 1914, com a eclosão da Primeira Guerra seus trabalhos são interrompidos durante quatro anos, quando foi enviado à frente de batalha. Em 1918, volta a expor suas obras, assina contrato com uma galeria e realiza grandes pinturas, cada vez mais influenciado pelo Modernismo, afasta-se da abstração. Entre os anos de 1923 e 1924, recebe Tarsilla do Amaral em seu ateliê.

Nos anos 30, Fernand Léger passou a fazer desenhos para vitrais, mosaicos e cerâmicas, além de cenários para o teatro e balé, projetos de decoração e trabalhos para o cinema, entre eles, a direção do filme “Le Balet Mécanique” (1924). Em 1935, fez uma exposição de suas obras no Instituto de Artes de Chicago.

Em decorrência da Segunda Guerra Mundial, Léger se refugia nos Estados Unidos, onde vive entre 1940 e 1945. Nessa época, continua a dissociar a cor do desenho, procedimento que não abandona mais. Em 1945 voltou para a França, levando uma série de composições inspiradas na paisagem industrial americana. Passa a produzir obras em série, retratos, temas dos divertimentos populares, como ciclistas, palhaços, acrobatas, entre outros.

Fernand Léger faleceu em Gif-Sin-Yvette, Seine-et-Oise, França, no dia 17 de agosto de 1955.

Prezados,

Comunicamos que em virtude do sucesso nas visitações,  a exposição “SONHOS LÚCIDOS” e “DESAFIOS DO OLHAR” foi prorrogada para até o dia 11/03/2017.

Venham nos prestigiar!!

Entrada Franca.

Eliseu D’Angelo Visconti (Salerno, Itália 1866 – Rio de Janeiro RJ 1944) Pintor, desenhista, professor.

Eliseu Visconti vem com a família para o Rio de Janeiro, entre 1873 e 1875, e, em 1883, passa a estudar no Liceu de Artes e Ofícios, com Victor Meirelles (1832 – 1903) e Estêvão Silva (ca.1844 – 1891). No ano seguinte, sem deixar o Liceu, ingressa na Academia Imperial de Belas Artes – Aiba, tendo como professores Zeferino da Costa (1840 – 1915), Rodolfo Amoedo (1857 – 1941), Henrique Bernardelli (1858 – 1936), Victor Meirelles e José Maria de Medeiros (1849 – 1925). Em 1888, abandona a Aiba para integrar o Ateliê Livre, que tem por objetivo atualizar o ensino tradicional. Com as mudanças ocorridas com a Proclamação da República, a Aiba transforma-se na Escola Nacional de Belas Artes – Enba. Visconti volta a freqüentá-la e recebe, em 1892, o prêmio de viagem ao exterior. Vai à Paris e ingressa na École Nationale et Spéciale des Beaux-Arts [Escola Nacional e Especial de Belas Artes]; cursa arte decorativa na École Guérin, com Eugène Samuel Grasset (ca.1841 – 1917), um dos introdutores do art nouveau na França. Viaja à Madri, onde realiza cópias de Diego Velázquez (1599 – 1660), no Museo del Prado [Museu do Prado], e à Itália, onde estuda a pintura florentina. Em 1900, regressa ao Brasil e, no ano seguinte, expõe pela primeira vez na Enba. Executa o ex-libris para a Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, e vence o concurso para selos postais e cartas-bilhetes, em 1904. Em 1905 é convidado pelo prefeito da cidade, engenheiro Pereira Passos, para realizar painéis para a decoração do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Entre 1908 e 1913, é professor de pintura na Enba, cargo a que renuncia por descontentamento com as normas do ensino. Retorna à Europa para realizar também, entre 1913 e 1916, a decoração do foyer do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e só se fixa definitivamente no Brasil em 1920. Segundo alguns estudiosos, é considerado um praticante do art nouveau e do desenho industrial e gráfico no Brasil, com obras em cerâmica, tecidos e luminárias.

Décio Rodrigues Villares (Rio de Janeiro RJ 1851 – idem 1931). Pintor, escultor e caricaturista. Formado pela Academia Imperial de Belas Artes (Aiba), no Rio de Janeiro, estuda na Europa, intercalando idas e vindas entre 1872 e 1881. Aluno de pintores consagrados como Victor Meirelles (1832-1903), Alexandre Cabanel (1823-1889) e Pedro Américo (1843-1905), é classificado em primeiro lugar em concurso para professor da Académie des Beaux-Arts [Academia de Belas Artes] de Paris, mas rejeita o cargo por não querer se naturalizar francês. Na França, adere a teses positivistas. Retorna definitivamente ao Brasil em 1881 e passa liderar, em 1888, o grupo dos positivistas que se contrapõe aos modernistas e às reformas que eles exigem que sejam implementadas na Aiba. Passa a desenhar caricaturas para jornais satíricos e, em 1889, participa da concepção da bandeira brasileira. Expõe em 1874, no salão de Paris, o quadro Paolo e Francesca da Rimini. Participa da 25ª e da 26ª Exposições Gerais de Belas Artes na Aiba. Parte de suas obras é incendiada porque sua esposa, num acesso de loucura logo após a morte de Villares, ateia fogo a seu ateliê.

Décio Villares forma-se na tradição instituída pela Academia Imperial de Belas Artes (Aiba), Rio de Janeiro, trabalhando tanto na pintura quanto na escultura. Por influência de Pedro Américo (1843-1905) pinta temas bíblicos, e chega a receber uma medalha de ouro pela obra São Jerônimo, na Exposição Geral de Belas Artes, no Rio de Janeiro, em 1879. Suas posições ressoam na pintura: nesse momento, a última década do império, Villares é um pintor de formação conservadora, religiosa, e católico fervoroso. Em sua estada na Europa, se aproxima da doutrina positivista, deixando para trás o catolicismo e afirmando-se na perspectiva positivo-materialista inaugurada pelo filósofo Auguste Comte. É nessa época que pinta as obras Queda do Cristianismo e Virgem da Humanidade para o templo positivista de Paris. Por suas ideias, recusa naturalizar-se francês, e perde o cargo de professor da Académie des Beaux-Arts [Academia de Belas Artes] de Paris, conquistado com mérito em concurso.

De volta ao Brasil, em 1881, depara-se com o cenário que leva à proclamação da república oito anos mais tarde. A abolição da escravatura, a formação de mercado interno urbano, a introdução do sindicalismo no país por trabalhadores imigrantes, todo esse panorama coincide com o interesse pelo progresso do pintor positivista. As obras do período retratam estadistas e figuras públicas como Benjamin Constant, Deodoro da Fonseca, Floriano Peixoto, entre outros. E partilhando esse espírito de criação de uma identidade nacional republicana que participa da criação da nova bandeira. A tarefa é criar um símbolo que represente as ideias da república brasileira e é cumprida, ou ao menos esboçada, em apenas uma noite. Na escultura e na estatutária, Villares não faz por menos. Talentoso no trato com metais, é o criador de belíssimos bustos também de importantes nomes, principalmente da política. Uma dessas peças coloca-o em injusta celeuma, o Monumento a Júlio Castilhos, em Porto Alegre, é comparado às obras do escultor Auguste Rodin (1840-1917), a tal ponto que rende a Villares uma acusação de plágio.

Em Retrato de Senhora, de 1889, pertencente ao Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), podemos notar características que se repetem em boa parte da obra do pintor. Excelente retratista, suas qualidades no gênero reafirmam-se no retrato feminino. Nesta tela, é notável sua capacidade vigorosa de transmitir, no lânguido olhar da pintura, o ideal feminino de uma época. A figura da mulher toma todo o espaço. Pode-se perceber a influência francesa na pompa, na riqueza de detalhes, na ostentação da postura. Os traços são delicados e finos e a coloração já se deixa tocar pelo romantismo. A calmaria dos olhos numa excepcional composição com a firmeza do conjunto, transparece vivamente a poesia de um talento delicado e criativo.

Nascimento: 18/7/1941 (Brasil, São Paulo, São Paulo),  Morte: 3/4/2012 (Brasil, São Paulo, São Paulo) – Cenógrafo, pintor, desenhista, gravador, arquiteto.

Nasceu em São Paulo, em 1941, filho de imigrantes alemães judeus. Em 1959 ingressou na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), que concluiu em 1965. O ambiente cultural da faculdade provoca substancial amadurecimento criativo e, incentivado por uma série de mestres e colegas, Flávio Motta, Renina Katz e Julio Katinsky, desenvolve novas técnicas de desenho e pintura.

Em 1961 dedica-se ao aprendizado de xilogravura, quando passa a frequentar o ateliê do artista Savério Castellano. Frequenta os cursos de desenho e gravura em metal da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), ministrados por artistas plásticos reconhecidos.

Em 1970 retorna ao Brasil e inicia suas atividades profissionais. Abre escritório próprio de arquitetura e ateliê em São Paulo. Associa-se ao arquiteto e marchand César Luiz Pires de Mello, desenvolvendo trabalhos em conjunto. Participa das atividades da Galeria Cosme Velho e, com apoio de César Luiz, integra o acervo da galeria, participando de exposições. A partir de 1975 assume como professor, a cadeira de arquitetura de interiores, na Faculdade de Arquitetura da Universidade Mackenzie.

Em 1979 inicia seu trabalho como gravador, produzindo serigrafias e litografias.

Desde os anos 70 expõe regularmente suas obras em diversas galerias, individualmente e em mostras coletivas, em São Paulo, outros estados do Brasil e no exterior.

Farnese de Andrade Neto (Araguari / MG, 1926 – Rio de Janeiro, / RJ, 1996), pintor, escultor, desenhista, gravador e ilustrador. Estudou em Belo Horizonte onde teve aulas de desenho – com Guignard como professor e colegas como Amilcar de Castro, Mary Vieira e Mário Silésio – na Escola do Parque. Depois mudou para o Rio de Janeiro onde havia mais recursos para o tratamento de sua tuberculose pulmonar.

Trabalhou como ilustrador para o Suplemento Literário do Diário de Notícias, Correio da Manhã, Jornal de Letras, e em periódicos como Rio Magazine, Sombra, O Cruzeiro, Revista Branca e Manchete.

Aperfeiçoou sua técnica de gravura em metal no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, tendo como orientador Johnny Friedlaender. Conheceu, nesse ateliê o artista Rossini Perez e com ele produziu trabalhos durante três anos.

A partir de 1964, passou a criar obras de materiais descartáveis naturais e industriais recolhidos por ele, como brinquedos destruídos, imagens de santos, cacos de vidro, conchas, mariscos e outros objetos marinhos. Também utilizava móveis adquiridos em antiquários, depósitos, brechós ou mesmo na rua. Presentes em suas obras também estão fotografias antigas, inclusive de sua própria família. No final da década de 60 além dos materiais perecíveis adquiridos de fontes diversas, ele acrescentou um novo material em suas obras: resina de poliéster.

Foi para a Espanha (Barcelona) – com o Prêmio de Viagem ao Exterior ganho no Salão Nacional de Arte Moderna – e lá montou seu estúdio que permaneceu até 1975 quando voltou para o Brasil (Rio de Janeiro) e morou até sua morte.

Arnaldo Roche Rabell ( 1955 , Puerto Rico ) é um pintor porto-riquenho . Formado em Arquitetura pela Universidade de Porto Rico, faz, posteriormente, Bacharelado e Mestrado em Belas Artes na School of the Art Institute of Chicago, EUA. Sua primeira exposição individual é realizada em Porto Rico, 1984, no Museu da Ponce, seguindo-se outras no seu país e nos Estados Unidos. Dentre as várias coletivas das quais tem participado destacam-se a XIX Bienal Internacional de São Paulo, 1987, e II Bienal de Cuenca no Equador, 1989. Expôs no Museu de Arte Contemporânea, Nova York, 1989 e no Museu de Arte Moderna de Caracas na Venezuela, 1990. Vive e trabalha em Porto Rico e Miami. Suas pinturas estão em muitas coleções públicas e privadas e também em exposições por todo o mundo.

 

 

 

Nasceu em Venâncio Aires (RS) em 1940.

Estudou desenho com Vasco Prado e Zorávia Bettiol, de 1959 a 1964. Expõe desde 1962. Sua primeira individual foi no ateliê de Vasco e Zorávia.

Domina o mármore, bronze e madeira. Em 1977 expôs no Centro de Estudos Brasileños, Buenos Aires, e, em 1978, na extinta Galeria de Arte do Clube do Comércio, Porto Alegre, ano em que cria o troféu Tibicuera. Também trabalha com o basalto.

A figura humana é dominante em seus trabalhos. Participou de importantes coletivas no País e exterior. Foi incluído e focalizado por Armindo Trevisan em Escultores contemporâneos do rio Grande do Sul.

Tem realizado exposições em Porto Alegre, com regularidade, nos últimos vinte anos. Em 1994 foi lançado livro-solo com texto do jornalista Carlos Urbim. Vive em Bento Gonçalves, RS, onde mantém ateliê.

Victor Vasarely Nascido em Hungria, (Pécs, 9 de abril de 1908 — Paris, 15 de março de 1997) foi um pintor e escultor húngaro radicado na França considerado o “pai da OP ART” (abreviatura de Optical Art) .  Nasceu em Pécs na Hungria, tendo ido posteriormente estudar arte em Budapeste, onde se familiarizou com o movimento Bauhaus e com os trabalhos de Noku Doi, Wassily Kandinsky e Josef Albers.   Em 1930, foi viver em Paris, onde trabalhou como designer gráfico em várias empresas de publicidade. Depois de um período de expressão figurativa, decidiu optar por uma arte construtivista e geométrica, tendo-se dedicado nos 13 anos seguintes ao aprofundamento de conhecimentos gráficos. O seu fascínio por padrões lineares levou-o a desenhar diversos motivos através da utilização de grelhas lineares bicolores (pretas e brancas) e das deformações ondulantes, onde a sensação de profundidade e a multidimensionalidade dos objetos foram sempre uma preocupação constante. Posteriormente, a introdução da cor nos seus trabalhos vai permitir ainda um maior dinamismo, através do qual pretendeu retratar o universo inatingível das galáxias, a gigante pulsação cósmica e a mutação biológica das células.

 

        Escola  de  Fotografia  Artística  inaugura   exposição

    ”  Desafios do Olhar ”  de 19/01/2017  à  19/02/2017

No dia 19 de janeiro, a Escola de Fotografia Artística celebrou a formatura de suas primeiras turmas do Curso Profissionalizante de Fotografia Artística com a abertura da exposição ” Desafios do Olhar”.  Em cada uma das obras, que concretizam o trabalho de um ano e meio de curso, os 15 artistas transformam suas angústias, anseios, reflexões e opiniões em arte.

Artistas expositores : Martha Reichel, Monique Burigo, Heloísa Medeiros, Rita Costa, Emílio Speck, Karla Santos, Lucca Curtolo, Maurício Mendes, Esa Guedes, Louise Soares, Luize Zanini, Berenice Fischer, Beta Iribarrem, Leonardo Neumann e Lizandra Caon.

 

 

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Escola  de  Fotografia  Artística  inaugura   exposição

    ”  Desafios do Olhar ”  de 19/01/2017  à  11/03/2017

No dia 19 de janeiro, a Escola de Fotografia Artística celebra a formatura de suas primeiras turmas do Curso Profissionalizante de Fotografia Artística com a abertura da exposição ” Desafios do Olhar”.  Em cada uma das obras, que concretizam o trabalho de um ano e meio de curso, os 15 artistas transformam suas angústias, anseios, reflexões e opiniões em arte e convidam a comunidade para participar deste momento.

A abertura da mostra acontece a partir das 19h, na Galeria Duque. Através de técnicas mistas de trabalho, a idéia  da mostra é proporcionar uma vivência das obras. Além do olhar contemplativo, o visitante será desafiado a integrar o momento de forma reflexiva, levando consigo as inquietações dos formandos, seja através de um arrepio, de uma pergunta ou de um sorriso. Os alunos expositores serão Martha Reichel, Monique Burigo, Heloísa Medeiros, Rita Costa, Emílio Speck, Karla Santos, Lucca Curtolo, Maurício Mendes, Esa Guedes, Louise Soares, Luize Zanini, Berenice Fischer, Beta Iribarrem, Leonardo Neumann e Lizandra Caon.

A EFA, que completa três anos de existência em 2017, tem a proposta de trabalhar a fotografia como forma de expressão, dando espaço para os alunos descobrirem e mostrarem, através da imagem, aquilo que lhes move. Além do Curso Profissionalizante, oferece workshops, conversas com artistas, exposições, grupos de estudo, escambos, cursos que mesclam fotografia com técnicas mistas e cursos para iniciantes.   A escola tem coordenação da Professora Mestre Danny Bittencourt.

 

O que: Abertura da exposição “Desafios do Olhar”

Quando: 19 de janeiro, as 19h

Onde: Galeria Espaço Cultural Duque

Rua Duque de Caxias, 649 / Centro Histórico – Porto Alegre

 

ENTRADA FRANCA

 

Elena Castellanos – 9 de setembro de 1929 – 18 de outubro de 2000. Natural de Montevideo Uruguay. Estudou no Instituto Escuela Nacional de Bellas Artes de Montevideo.
Realizou inúmeras exposições no Uruguay, Argentina e Brasil, suas obras também estão em acervos no México, Portugal, Venezuela, Estados Unidos e Espanha.

Mai Bavoso(Jundiaí, SP, 1963) Pintor. Trabalha desde 1983 no Vale dos Sinos, RS, participando de coletivas e salões na região. Em 1987 realizou sua primeira individual na Galeria Contemporânea de Artes, em Novo Hamburgo, cidade em que vive e trabalha. Além da presença de tonalidades intensas, outras características marcantes em suas pinturas são o uso contínuo de alguns elementos , como peixes,gatos, penas, pipas e cidades, elementos estes que se tornam marcas registradas do artista.

 

 

Mauro Altino Ferreira de Souza, o Mó, nasceu em SantAna do Livramento em 22.09.1963, tendo frequentado, após receber uma bolsa de estudos junto a rede pública de ensino, a Escola de Artes da ASPES, onde teve orientação. Residiu em Porto Alegre, onde frequnetou o Atelier Livre da Prefeitura. Reside em Santa Rosa, onde executa obras em vários materiais, com forte influência expressionista. Trabalha com cartuns e ilustrações para jornais, livros e participa de salões de humor pelo Brasil afora. Acredita na expontaneidade da arte e realiza oficinas com crianças da rede pública de ensino de Santa Rosa.

Mirela Bolognini. Pintora. Nasceu em 26 de julho de 1956, em Brusque, SC. Iniciou estudos de pintura com o artista argentino Vito Campanella. Frequentou o Atelier livre da Prefeitura Municipal de Porto Alegre onde foi aluna de Paulo Porcella. Desde 1977 participa de coletivas e salões, tendo obtido prêmio na Categoria Pintura no VIII Salão do Jovem Artista – RBS, Porto Alegre, 1980. Realizou individuais em diversas cidades do País.

 

Pintora nascida em Porto Alegre.

Cursos com Angelo Guido, Alice Soares e Mara Beatriz Caruso;

Escultura com Fernando Corona;  Pintura com Aldo Locatelli,

Aldo Malagoli, Fernando Baril e outros.

Litografia com Danúbio Gonçalves e Karuzo Ika.

 

Exposições:

de 1981 à 2001 – no Brasil e no Exterior

 

 

 

ACRILEX – Tintas Especiais” patrocinadora do curso “EDUCANDO COM ARTE” , ministrado pela professora IVETE RAFFA , arte-pedagoga de SP.
Foram distribuídos aos professores participantes o ” Manual Artístico para Educadores Volume7″ , ferramenta tão importante no cotidiano do educador.
Foi um Sucesso Total!!
As duas turmas obtiveram total aproveitamento do curso, que uniu a teoria e prática com oficinas e técnicas inovadoras para o desenvolvimento dos seus projetos pedagógicos.

Mario Antonio Soldatelli   Natural de Flores da Cunha – RS, atualmente residindo em Porto Alegre. Autodidata, desde criança já desenhava e pintava. Sua outra grande paixão é a aviação, sendo ex-integrante da Força Aérea Brasileira – foi aluno da Escola de Especialistas da Aeronáutica e do Curso de Formação de Pilotos Militares – CFPM, Natal – RN, em 1973.  Participou de diversas exposições coletivas e individuais, recebendo vários prêmios, tais como: Primeiro lugar no Centenário da Imigração Italiana no Rio Grande do Sul, com a obra “As Botas do Imigrante”.
Premiado no III Salão de Artes Plásticas Luiz Teixeira.
Obras selecionadas para compor cartões Natalícios.
Três obras na Pinacoteca Aldo Locatelli, Museu Municipal de Caxias do Sul e várias obras por todo o Brasil, bem como no exterior.
 

 

 

 

 

 

Nascido em Ribeirão Pret0 SP em 1966    

Um verdadeiro artista, dono de uma sensibilidade latente. Consegue interagir com as cores, como se elas sempre tivessem feito parte de sua vida. A harmonia plástica resulta na busca constante do significado dessa simbologia impregnada na obra desse artista que tenta perpetuar sua contribuição para a história da arte.

                                                        

2015-Exposiçâo na Casa Bacacrirá São Sebastião SP

2015-Duas obras leiloadas por Aloysio Magalhães São Paulo

2014-Flip Paraty no Restaurante Sarau, Paraty RJ

2014– Pintando ao vivo, Centro Cultural São Paulo SP

2013– Pintando ao vivo, Centro Cultural São Paulo SP

2012Joh Mabe Espaço de Arte e Cultura São Paulo SP

2012-Flip Paraty Exposicão no Restaurante Sarau, Paraty RJ

2010Bienal de Firenze- Itália

2001-Galeria K2 Criação pinturas móveis e objetos

2000Galeria Arte Aplicada São Paulo SP

2000-Centro Cultural Bacarirá, Camburi São Sebastião SP

1999-Bienal de São Paulo Prêmio Michelangelo São Paulo SP

1999Prêmio Bunkio Fudação Bunkio São Paulo SP

1999-Oficinade Agosto São Paulo SP

1998-V Salão Nacional Universitário de Artes Plásticas Fasm São Paulo

1998-Faculdade de belas Artes São Paulo SP

1992-Museu Conselheiro Rodrigues Alves. Premio Jovem Artista Guaratinguetá SP

                       
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Emeric Marcier (Cluj, Romênia 1916 – Paris, França 1990) Pintor, muralista. Estuda na Accademia di Belli Arti de Brera [Academia de Belas Artes de Brera], em Milão, Itália, de 1935 a 1938.

Marcier viveu em Bucareste e, de 1935 até 1938, estudou na Real Academia de Belas Artes de Brera (Accademia di Belli Arti de Brera), em Milão, conhecendo a pintura italiana do pré-renascentismo. Em 1939, ele fez um curso de escultura na École Nationale Supérieure des Beaux-Arts, em Paris, onde montou seu ateliê.  Em 1940, por causa da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), viaja para Lisboa, onde permanece por um breve período. Colabora na revista Presença e mantém contato com escritores portugueses. Vem para o Brasil nesse ano, trazendo três cartas de apresentação endereçadas a José Lins do Rego (1901-1957),  Mário de Andrade (1893-1945) e Candido Portinari (1903-1962).  Fixa residência no Rio de Janeiro e torna-se amigo dos escritores Jorge de Lima (1893-1953) e Murilo Mendes (1901-1975) e  Lúcio Cardoso (1912-1968), que o influenciam a converter-se ao catolicismo, abandonando o judaísmo. Reside no bairro de Santa Teresa, tendo inclusive alugado de Djanira (1914-1979) uma sala ampla onde pinta sua grande Crucificação, hoje desaparecida.Colaborou com a revista O Cruzeiro, viajando, em 1942, entre diversas cidades históricas mineiras. Entre 1947 e 1950, começou a trabalhar em obras murais, baseado na arte mural italiana dos séculos XIII e XIV (ver afresco). Marcier executou murais com temas religiosos em Barbacena, que se tornou o seu modelo de paisagens, na Capela Cristo Rei de Mauá, em São Paulo, e no antigo convento dos Dominicanos (hoje Escola da Serra) em Belo Horizonte, onde pintou o “Encontro em Emaús”, afresco que foi restaurado em 2009.  A partir de 1971, sua morada passou a ser definitivamente o Rio de Janeiro.

 

Jean-Michel Basquiat (Nova Iorque, 22 de dezembro de 1960Nova Iorque, 12 de agosto de 1988) foi um artista americano. Ganhou popularidade primeiro como um grafiteiro na cidade onde nasceu e então como neo-expressionista. As pinturas de Basquiat ainda são influência para vários artistas e costumam atingir preços altos em leilões de arte. Basquiat começou a ser mais amplamente reconhecido em junho de 1980 quando participou do The Times Square Show, uma exposição de vários artistas patrocinada por uma instituição de nome “Colab”. Em 1981, o poeta, crítico de arte e “provocador cultural” Rene Ricard publicou um artigo em que comentava sobre o artista. Isso ajudou a catapultar de vez a carreira de Basquiat internacionalmente. Nos anos consecutivos, Basquiat continuou a exibir sua obra em Nova York ao lado de artistas como Keith Haring e Barbara Kruger. Também realizou exposições internacionais com a ajuda de galeristas famosos.

 

 

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Prezados clientes e amigos,

A Galeria Duque está completando quatro anos de atividade. A atual exposição, ”Sonhos lúcidos”, comemora essa data e marca também o fim da programação de mostras de 2016.

Estará nesta exposição uma grande variedade de obras de artistas do acervo como :

Di Cavalcanti,  Picasso, Portinari,  Dalí,  Miró,  Bianco,  Guignard, Radaelli,  Gotuzzo,  Malagoli,  Bonadei, Romanelli,  Guinle,  Ohtake, Heitor dos prazeres, Siron , Ianelli, Aldemir , Tarsila,  Malffati, Amilcar de Castro, Milton da Costa, Lothar Charoux,  Bianchetti,  Volpi, Gustavo Rosa,  Soriano, Brito Velho, Djanira , Epstein, Durval Pereira, Burle Marx, Fukuda, Bustamente Sá, Jungbluth, Teruz,  Inos, Gruber, Inimá, Antônio Bandeira, Alex Vallauri, Lutzemberger, Tomaselli,  Marostega, Baril, Vieira da Cunha, Ruth Schneider e muitos mais..

Neste evento também participará a artista plástica Eva Zimbrusky com a exposição ” Amazônia exuberante – Arte pela Vida “.

Vernissage de abertura da nova  exposição ,” SONHOS LÚCIDOS” , nesta quinta-feira dia 01/12/2016  das 18hs  às 20:00hs.

A exposição permanecerá até 20 de janeiro de 2017.

A entrada é FRANCA!

Horário de funcionamento: de segunda à sexta-feira das 10 às 19hs; sábados das 10 às 17 hs.

                        Sonhos lúcidos –  de 01/12/2016  `a 20/01/2017

Obras de arte são feitas para serem vistas. Assim, criam pontes entre o passado e o futuro, entre a realidade e o sonho, entre a inteligência e a sensibilidade. Propõem um espaço  circundante entre o onírico e o lúcido; entre a ficção e a realidade; entre o pensar e o sentir.

A Galeria Duque foi pensada a partir de um acervo, e da vontade de que suas obras pudessem ser mostradas ao público de Porto Alegre e seus visitantes.
Há exatos 4 anos a cidade ganhou este espaço onde apresentamos obras de artistas importantes na cena artística principalmente do Brasil no sec. XX. Abrimos também nossos  espaços para artistas e/ou grupos de artistas convidados a expor, quando selecionamos obras do acervo que estabeleçam um diálogo com as propostas contemporâneas dos convidados.

Neste momento de aniversário e de encerramento da agenda de 2016, apresentamos os trabalhos da artista Eva Zimbrusky, com seu projeto Amazônia Exuberante – Arte pela vida que lança um olhar contemporâneo sobre a Amazônia, sua biodiversidade, e a necessidade de
parar com a agressão que a mesma vem sofrendo.

Eva faz uso em seus trabalhos, da energia das cores vibrantes, que usa como forma de, através da arte, reverenciar a natureza.

Do acervo, mostraremos nosso máximo possível, numa ‘exposição – festa’, de aniversário e final de ano, colorida e acessível a todos aqueles que queiram fazer parte deste nosso sonho que virou realidade, nosso sonho lúcido.

Daisy Viola
Artista plástica
Instrutora de artes no Atelier Livre Xico Stockinger-PMPA
Curadora desta exposição

Paulo Porcella nasceu em Passo Fundo, Rio Grande do Sul, no dia 04 de fevereiro de 1936.    Ingressa no Instituto de Artes da UFRGS em 1957. Em 1961, aos 25 anos, Porcella faz a sua primeira exposição na Alliance Française em Porto Alegre. Em 1963 conclui o curso na universidade, decide passar seis meses só pintando. Segue, então, sua jornada de exposições como nome que já figura nas agendas de diversas galerias em Porto Alegre. Nessa ocasião é convidado para lecionar no Instituto Técnico de Desenho, o ITD, onde desempenhou a função de professor, de 1964 a 1966. Inicia-se na carreira de arte educador. Em 1968 é professor contratado pela Escola de Belas Artes, em Novo Hamburgo, e em 1973 também passa a lecionar na Escola Superior de Artes Santa Cecília, em Cachoeira do Sul, até 1975. Ingressa na Prefeitura de Porto Alegre como instrutor de artes plásticas no Atelier Livre, quando o mesmo deixa o Altos do Mercado Público, transferido para a Rua Lobo da Costa nº291. Porcella, na “cadeira” de pintura, integra a equipe já composta por Danúbio Gonçalves, em técnicas gráficas, Paulo Peres, no desenho, Anestor Tavares, nos entalhes e Wilbur Olmedo, na cerâmica. Mesmo desempenhando a função de instrutor de arte e diretor do atelier livre da prefeitura, em 1980-81, Porcella continua a sua produção como artista plástico. A dupla função de artista plástico e facilitador no ensino das artes tem sido uma constante na vida de Porcella. Do encontro com o escritor Luiz Antônio de Assis Brasil, colega do Atelier Livre, surge a proposta do Atelier Estúdio de Artes Visuais, uma escola de arte que funcionou na Rua Tobias da Silva nº 120, em 1981-82 e contava com uma equipe de grandes mestres: Alice Brueggemann, Nataniel Guimarães, Plínio Bernhardt, Paulo Porcella e Vera Wildner. O atelier também oferecia palestras sobre arte e literatura com artistas convidados do cenário nacional e mantinha ainda uma pequena galeria de arte.Durante sua trajetória nas artes visuais, Porcella, além de desenvolver uma carreira individual nos seus antigos atelieres na Rua Dr. Flores, na Galeria Nação e, posteriormente, na esquina com a Siqueira Campos, onde também tinham ateliers os artistas plásticos Jader Siqueira, João Mottini e Fernando Baril, participou de grupos de experimentação e pesquisa nas artes visuais. Destacam-se entre eles o Atelier 6, que desenvolvia suas atividades no atelier da artista Isabel Marroni, em 1990, tendo como integrantes, além de Paulo Porcella e Isabel Marroni, Rosy Moreno, Elizabeth Costa, Miguel Ból e Celina Ten Caten. Posteriormente contaram também com a participação de Angelo Braguirolli, Rosana Almendares, Marilia Fayh Paulitsch e Marisa Veeck. O Atelier 6 fez várias exposições no estado do Rio Grande do Sul e no país até 1998. Em 1996 o grupo passa a fazer parte e a expor juntamente com a ENARTES. Tendo inicio em 1995, a Enartes – Encontro das Artes –, grupo organizado por Adair Ferreira de Souza e Jossenei da Silva Souza e tendo como “madrinha” e incentivadora Alice Brueggemann, tem por objetivo promover exposições, work shops e intervenções artísticas itinerantes pelo Rio Grande do Sul, Brasil e Europa.  De 2005 a 2007, Porcella compõe a equipe de instrutores de arte no MARGS, juntamente com Plinio Bernhardt e Enio Lippmann, onde criou o curso “Desenhe Pintando”. Ao longo destes cinquenta anos de arte e ensino de arte, Porcella tem mantido diálogo com outros artistas e aprendizes, pois acredita no enriquecimento que estas trocas promovem à reflexão, sempre realimentando o processo criativo.

A artista plástica brasileira Wega Nery Gomes Pinto mais conhecida por Wega Nery nasceu no dia dez do mês de março do ano de 1912 em Corumbá e faleceu no dia vinte e um do mês de maio do ano de 2007 no Guarujá. A artista plástica foi morar em São Paulo para estudar no Colégio Sion e terminou o ginásio no ano de 1930 e depois disso fez pedagogia, didática e psicologia. Muito estudiosa passou a dar aulas e mais tarde se tornou inspetora federal de ensino e nessa época voltou a pintar e desenhar como uma forma de didática.

No ano de 1932 passou a publicas na revista O Malho poesias usando o nome vera Nunes e no ano de 1946 passou a estudar na Escola de Belas Artes, em São Paulo onde ficou amiga de Joaquim da Rocha Ferreira e Theodoro Braga. Realizou muitas exposições individuais entre as mais recentes estão: no ano de 1994 20 Obras do Trajeto Abstrato de Wega Nery que aconteceu na MAC/USP na cidade de São Paulo e A Ilha Verde de Wega no Centro Cultural São Paulo na cidade de São Paulo e no ano de 2006 Casa Cor que aconteceu no Guarujá.

 

Gastão Tesche. Pintor e muralista. Santa Cruz do Sul, RS, 1932. Autodidata. Vem atuando desde 1947, quando obteve o primeiro lugar num concurso de desenho promovido pela Liga de Defesa Nacional, Porto Alegre. Projetou diversos murais e participa de coletivas e salões desde 1960. Sua primeira individual foi na Associação de Cultura Franco-Brasileira, Porto Alegre, 1968.Em 1994 expôs no Espaço Alternativo Sogipa, também em Porto Alegre, onde vive e trabalha.

Fonte: Rosa, Renato.Dicionário de artes plásticas no Rio Grande do Sul/ Renato Rosa e Decio Presser.Porto Alegre, Ed.Universidade/UFRGS, 1997.

Biografia:
Exposições Nacionais
1960
– I Salão de Artes Plásticas da AFCEEE – Medalha de Prata – Porto Alegre – RS
1961
– I Salão de Artes Plásticas da Prefeitura Municipal – Porto Alegre – RS
– II Salão de Artes Plásticas do AFCEEE – Medalha de Prata – Porto Alegre – RS
1968
– Galeria de Arte Pancetti – Porto Alegre – RS
– Espaço Cultural da Associação de Cultura Franco-Brasileira – Porto Alegre – RS
1971
– Galeria de Arte Pancetti – Porto Alegre – RS
1972
– Galeria de Arte Oca Morganti – Porto Alegre – RS
– I Feira de Arte Contemporânea do Lions Club – Porto Alegre – RS
1973
– II Salão Nacional de Artes Visuais da UFRGS – Porto Alegre – RS
1974
– I Mostra de Artes das Olimpíadas do Exército – Brasília – DF
1977
– Espaço Cultural do Casa do Artista Plástico Riograndense – Porto Alegre – RS
– Espaço Cultural do Banco Europeu para América Latina – Porto Alegre – RS
1978
– V Carrossel de Arte do Clube Soroptimista – Novo Hamburgo – RS
1979
– Espaço Cultural da Casa do Artista Plástico Riograndense – Murais em Mosaico – Porto Alegre – RS
1982
– Museu de Arte do Rio Grande do Sul – Arte e Crítica – Porto Alegre – RS
1984
– Espaço Cultural da Sociedade Germânia – 160 Anos da Imigração Alemã no RGS – Porto Alegre – RS
1993
– Espaço Cultural Aldeia dos Piratas – Ilhas e Caravelas – Florianópolis – SC
1994
– Espaço Cultural do Sogipa – Porto Alegre – RS
1995
– Galeria de Arte Visage – Exposição Natalina – Santa Cruz do Sul – RS
– Galeria de Arte da Caixa Econômica Federal – Canela – RS
– Espaço Cultural do Casa de Portugal – Dia de Portugal – Porto Alegre – RS
– Galeria de Arte da Caixa Econômica Federal – Garibaldi – RS
– Espaço Cultural do Ginásio Poliesportivo e Cultural – Santa Cruz do Sul – RS
1996
– I Salão de Artes da Casa de Portugal – Porto Alegre – RS
1998
– Espaço Cultural do Associação Atlética do Philip Morris Marketing S.A. – Santa Cruz do Sul – RS
– IV Salão de Pintura – Torres – RS
– Centro de Cultura da SMEC – Momento Arte 96 – Santa Cruz do Sul – RS
1997
– VI Mostra Nacional de Arte da Associação Gaúcha de Pintura Artística- Porto Alegre – RS
– Galeria de Arte da SAPT – Torres – RS
– Projeto Enartes- Espaço Cultural da Associação Catarinense dos Artistas Plásticos – Florianópolis – SC
– Projeto Enartes – Espaço Cultural do Projeto Sobrado – Sao Leopoldo – RS
– Projeto Enartes – Espaço de Arte Miró – Pré-estréia do Mostra de Madri-Espanha – Porto Alegre – RS
– Atelier Livre Municipal Prof. Eluiza de Bem Vidal – Sec. Municipal de Cultura – Cachoeira do Sul – RS
– X Salão de Artes – Sociedade Germânia – Porto Alegre – RS
– Projeto Enartes – Galena Encontro das Artes – Alices entre Amigos – Porto Alegre – RS
1998
– VII Mostra Nacional de Arte da Associação Gaúcha de Pintura Artística – Porto Alegre – RS
1999
– Projeto Enartes – Salão Tannenwald – Parque do Imigrante – Nova Petrópolis – RS
– Projeto Enartes – Centro Cultural Jornalista Francisco Josh Frantz – Santa Cruz do Sul – RS
– Projeto Enartes – Espaço Cultural da Soc. Harmonía – Frederico Westphalen – RS
– Projeto Enartes – Centro Municipal de Cultura – Gramado – RS
– Centro de Cultura do SMEC – 150 anos de imigração e colonização Alemã de Santa Cruz do Sul – RS
– Casa do Desenho – Porto Alegre – RS
2000
– Casa do Culture Percy Vargas de Abreu e Lima – Caxias do Sul – RS
– Projeto Enartes – 500 Anos do Descobrimento do Brasil “SMEC 4″ e Gazeta Grupo de Comunicação” Santa Cruz do Sul – RS
– Instituto Cultural Brasileiro Norte Americano – Gallery of Arts Dante Sfoggia – Porto Alegre – RS
– Projeto Enartes – Centro Municipal de Cultura – Gramado – RS
– Centro de Exposições FIERGS – Mulher 2000 com lançamento da Revista Dartis NQ IV – Porto Alegre – RS
– Projeto Enartes – Mostra de Arte em homenagem aos 500 anos do Monarca “Carlos V” – Espaço de Arte WO – Porto Alegre

Waltercio Caldas Júnior , mais conhecido como Waltercio Caldas (Rio de Janeiro, 6 de novembro de 1946 escultor, desenhista, artista gráfico e cenógrafo. Estuda pintura com Ivan Serpa (1923 – 1973), em 1964, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – MAM/RJ. Entre 1969 e 1975, realiza desenhos, objetos e fotografias de caráter conceitual. Na década de 1970, leciona no Instituto Villa-Lobos, no Rio de Janeiro é co-editor da revista Malasartes integra a comissão de Planejamento Cultural do MAM/RJ participa da publicação A Parte do Fogo e publica com Carlos Zilio (1944), Ronaldo Brito (1949) e José Resende (1945) o artigo O Boom, o Pós-Boom, o Dis-Boom, no jornal Opinião. Em 1979, sua produção é analisada no livro Aparelhos, com ensaio de Ronaldo Brito, e, em 1982, no Manual da Ciência Popular, publicado na série Arte Brasileira Contemporânea, pela Funarte. Em 1986, o vídeo Apaga-te Sésamo, de Miguel Rio Branco (1946), enfoca a sua produção. Recebe, em 1993, o Prêmio Mário Pedrosa, da Associação Brasileira de Críticos de Arte – ABCA, por mostra individual realizada no Museu Nacional de Belas Artes – MNBA, no Rio de Janeiro. Em 1996, lança a obra O Livro Velázquez e realiza a mostra individual Anotações 1969/1996, no Paço Imperial, Rio de Janeiro, apresentando pela primeira vez seus cadernos de estudos.

Representa o Brasil na 47a Bienal de Veneza em 1997, onde apresenta A série Veneza no pavilhão brasileiro. Participa da I Bienal de Artes Visuais do Mercosul, Porto Alegre, com a instalação Lugar para uma pedra mole, exposta anteriormente no evento paralelo à ECO-92, no MAM, Rio de Janeiro.

Em 2007 participa da 52a Bienal de Veneza – “Pensa con i sensi, senti con la mente” – expondo a obra Half mirror Sharp, no Pavilhão Itália, a convite do curador geral da bienal, Robert Storr.

Participa da Bienal “Entre abierto”, Cuenca, Equador, em 2011, da qual recebe o prêmio com a obra Parábolas de superfície; e da coletiva “Art unlimited – what is world. What is not”, Art /42 / Basel, Suíça.

Conversa com artistas em 11/06

Neste sábado, 11/06, aconteceu um encontro na Galeria Duque, com os artistas Daisy Viola, André Venzon, Claudia Sperb e Moacir Chotquis.

Apesar do frio intenso, a conversa entre artistas foi muito calorosa, receptiva e produtiva.
Quem teve oportunidade de comparecer pode ouvir dos próprios artistas a explicação de cada obra e o seu ponto de vista. Todos saíram muito felizes com o que viram e ouviram…
A Galeria Duque agradece aos artistas e a todas pessoas que por aqui passaram neste sábado frio.

De 20/05 à 09/07/2016

O singular e o dual da palavra se referem a mais de uma coisa, mais de uma ideia. A pluralidade está relacionada com a diversidade de coisas ou pessoas reunidas em um mesmo espaço físico. Também pode significar as diversas hipóteses disponíveis para solucionar determinada situação (pluralidade de alternativas).

A pluralidade na arte acontece quando se encontram reunidos em um mesmo espaço, vários artistas de diferentes linguagens e ideias. Esta é a nossa proposta para a Galeria Duque, neste momento em que, depois de um tempo para obras de renovação do espaço físico,retomamos nossas atividades.

Neste tempo contemporâneo, termo usado para classificar a ampliação de possibilidades materiais e de fazeres, a convivência entre obras muito diferentes acontece de forma ao mesmo tempo tranquila e instigante e proporciona experiência sensorial ampliada para público. Aqui com desenhos, pinturas, gravuras com impressão inusitada, de branco sobre branco, colagens de papéis, de objetos,
esculturas de papel e outras linguagens. Reunimos assim, artistas que fazem parte já da história da arte do Brasil, com obras do acervo da galeria, e artistas convidados em plena produção e pesquisa.

Para ver uma exposição tão plural quanto esta, sugiro se despir de qualquer preconceito antes de começar a percorre – la. Os visitantes são provocados a pensar – e sentir – sobre cores (ou a falta delas), formas e tantos outros estímulos lançados pelos trabalhos diferentes e pelas propostas de cada artista.

Daisy Viola
Instrutora de arte no Atelier Livre PMPA
Artista plástica
curadora desta exposição

 

Antônio Parreiras foi um importante pintor brasileiro que atuou no período imperial e nas décadas iniciais da República. Nascido em Niterói no dia 20 de janeiro de 1860, Antônio Diogo da Silva Parreiras surpreendeu seus pais ao demonstrar o talento e o grande interesse com a arte desde muito cedo. Após ser aluno de professores particulares e desenvolver seu talento, o jovem ingressou na Academia Imperial de Belas Artes, o grande centro de estudo e trabalho dos artistas do Império Brasileiro, quando tinha 22 anos de idade. Permaneceu, então, no Rio de Janeiro de 1882 até 1884, pois abandonou o curso regular na Academia para se dedicar às aulas do curso livre do professor e pintor alemão Georg Grimm. Mais tarde, contudo, foi a vez de seu próprio mestre partir em viagens pelo interior do Brasil em busca das paisagens que gostava de retratar. Nesse momento, já em 1885, Antônio Parreiras ficou sem professor e dedicou-se ao estudo de maneira autodidata.

Antônio Parreiras, que revelou seu dom para arte desde cedo, mostrar-se-ia apaixonado e um destacado pintor de paisagens. Seu objeto preferido de representação foi um dos motivos pelos quais abandonou a Academia Imperial de Belas Artes e prosseguiu seus estudos com Georg Grimm, internacionalmente reconhecido por retratar paisagens de forma brilhante. Após três anos de estudo autodidata, Antônio Parreiras partiu para a Itália e estudou na Accademia di Belle Arti di Venezia, onde aperfeiçoou suas técnicas. Por lá conseguiu se destacar e popularizar seu nome no meio artístico. Quando regressou ao Brasil, apenas dois anos depois, muita coisa havia mudado e mudaria também a vida de Antônio Parreiras. Na época de sua partida, 1888, o Brasil ainda era um Império regido por Dom Pedro II que estava se desligando da tradicional mão-de-obra escrava. O principal centro de artes do Brasil era a Academia Imperial de Belas Artes. Mas, quando regressou, em 1890, as macrocaracterísticas políticas já haviam sido todas alteradas. O país havia se tornado uma República em 1889, Dom Pedro II e a família imperial já não exerciam mais qualquer forma de poder e o Brasil era regido provisoriamente por um presidente militar chamado Deodoro da Fonseca. A nova fase revolucionava todos os costumes, toda a simbologia do Império havia se tornado indesejada. A Academia Imperial de Belas Artes teria seu nome alterado para Escola Nacional de Belas Artes. Todas essas transformações ocorridas no Brasil também mudariam os rumos da carreira de Antônio Parreiras.

A partir de 1899, Antônio Parreiras ingressou nesse gênero de pintura e realizou vários trabalhos para o palácio do governo. Seu trabalho repercutiu intensamente e, em pouco tempo, Antônio Parreiras tinha obras de cunho histórico espalhadas por quase todos os estados do Brasil. Passou a realizar diversas exposições no país e foi reconhecido em 1925 como o pintor mais popular do país. Entre suas telas de destaque pelo teor histórico estão: Alegoria a Apollo, Conquista do Amazonas e A Jornada dos Mártires.

Simultaneamente ao gênero de pintura que lhe rendeu grande sucesso, Antônio Parreiras desenvolveu o gosto por outro gênero de pintura, os nus femininos. Parreiras executava suas obras retratando as mulheres com grande sensualidade. Porém este foi um gênero de pintura que não foi determinante para a carreira de Parreiras, as telas que retratavam as paisagens ainda eram mais significativas.

No auge do sucesso, Antônio Parreiras publicou sua autobiografia em 1926, o que lhe fez ingressar na Academia Fluminense de Letras. Atuou também como desenhista e ilustrados e participou ainda de diversas exposições antes de falecer em Niterói em outubro de 1937. Artista reconhecido internacionalmente e consagrado com importantes prêmios, seu ateliê foi transformado em museu apenas quatro anos depois de sua morte, 1941, o Museu Antônio Parreiras.

A abertura das duas novas exposições da Galeria Duque, ” Um Acervo” e “Entre cores, traços e olhares: imagens e artistas gaúchos em perspectiva”, foi um sucesso total !!  Agradecemos a presença de todos que vieram prestigiar nosso evento e que contribuíram para que a noite de sexta feira, 13 de março, fosse uma noite realmente especial !!

 

Final de tarde festivo e agradável na abertura da nova exposição “Brasilidade” na Galeria Duque. A abertura foi no dia 05 de fevereiro. A exposição permanece até o dia 07 de março.
Agradecemos a todos que, apesar do forte calor, nos prestigiaram com sua presença!!

    João Câmara Filho, nascido em João Pessoa, Paraíba, no dia 12 de janeiro de 1944, é pintor, gravador, desenhista, artista gráfico, professor e crítico. Atualmente, reside e trabalha em Olinda, Pernambuco.

    João Câmara estudou pintura no curso livre da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Pernambuco entre 1960 e 1963. Nesse ano, foi eleito presidente da Sociedade de Arte Moderna do Recife e cursou xilogravura sob a orientação de Henrique Oswald (1918 – 1965) e Emanoel Araújo (1940) na Escola de Belas Artes de Salvador.

    Em 1964, fundou, com Adão Pinheiro (1938), José Tavares e Guita Charifker (1936), o Ateliê Coletivo da Ribeira e, em 1965, o Ateliê + Dez, ambos em Olinda. Entre 1967 e 1970, lecionou pintura na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Paraíba, em João Pessoa. Em 1974, montou um ateliê de litografia, transformado depois na Oficina Guaianases de Gravura, que, em 1995, foi incorporada ao Laboratório de Artes Visuais da Universidade Federal de Pernambuco.

    A partir da década de 1960, a produção de João Câmara caracteriza-se por apresentar, ao lado de figuras humanas com seus corpos estruturados, representações de corpos fragmentados, o que confere um caráter de estranheza aos trabalhos.

    Premiado nacionalmente e internacionalmente, admirado por críticos como Ferreira Gullar e Frederico Morais, já participou de dezenas de salões de arte e bienais e realizou diversas exposições individuais pelo país e no exterior.

    A maior parte da sua obra é composta de pintura a óleo, mas tem um trabalho significativo em litografia. João Câmara tem uma obra pontuada por séries temáticas. A primeira e mais conhecida é Cenas da Vida Brasileira, tratando da vida política brasileira de 1930 a 1954 (dez painéis e cem litografias), produzida em 1976. Outra série importante é Dez Casos de Amor e uma Pintura de Câmara, iniciada em 1977 e concluída em 1983. Em 1986, realizou a série O Olho de meu Pai sobre a Cidade, em que faz uma homenagem a seu pai e a Recife. Em 2001, terminou a série Duas Cidades, que tem como cenário Recife e Olinda.

    Josinaldo Ferreira Barbosa é um artista primitivista regionalístico do Rio São Francisco, Bahia. Nasceu em Remanso, Bahia, em 1951, sendo filho do navegador fluvial Martiniano Ferreira Barbosa e da costureira Rubina Pereira Barbosa. Viveu em Pirapora, Minas Gerais, e Presidente Epitácio e Guarulhos, em São Paulo. Concluiu o curso ginasial nos anos 70 em escola pública. Iniciou sua vida adulta trabalhando em diversas atividades, desde vendedor até bancário em setor administrativo.

    Sua arte chegou em 1972 como decorrência da vida errante e ligada às águas, aos barcos, aos marinheiros e às populações ribeirinhas, sendo um autodidata. Aproximar-se dos pincéis, das tintas, dos cavaletes e das imagens fixadas na memória é retrospecto da vida passada na Bahia, no rio São Francisco, com as carrancas e os retirantes. A temática fluvial, relativa ao Velho Chico, é a base de toda a sua obra.

    Na Praça da República, em São Paulo, ele se relacionou com artistas e jornalistas, e realizou sua primeira exposição individual, na Galeria KLM e na Galeria do Consulado Norte-Americano, em 1972. Participou de exposições coletivas e individuais no Brasil e no exterior, sem interromper a temática e a carreira. Em 1978, fez sua primeira viagem ao exterior, visitando Caracas, Venezuela, onde realizou exposição com o patrocínio da multinacional Basf-Glassurit. No mesmo ano, foi publicado um calendário anual com suas pinturas (reproduções).

    Em 1979, viajou a Nova York, EUA, visitando museus e galerias de arte e mantendo contato com o consulado brasileiro e artistas. Logo depois, foi a Paris, visitando museus e realizando exposição individual na Maison de Amerique Latine. Voltou ao Brasil, para Presidente Epitácio, onde mantém ateliê às margens do rio Paraná, pintando este e o pantanal mato-grossense, sem perder a base fluvial da sua obra.

    Constam do sólido currículo de Josinaldo premiações em mostras oficiais e participações importantes em muitas cidades do Brasil e de vários países, como Estados Unidos, Itália, França, Portugal e Venezuela. Possui obras em coleções particulares e em acervos oficiais e é citado em livros especializados em artes plásticas. Realizou vários trabalhos para cartões e calendários com os principais elementos que caracterizam as suas obras: o rio, as embarcações e a população ribeirinha.

     Hélio Oiticica, nascido no Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, no dia 26 de julho de 1937, e morto na mesma cidade em 22 de março de 1980 (vítima de acidente vascular cerebral), foi pintor, escultor, artista plástico e performático de aspirações anarquistas. É considerado por muitos um dos artistas mais revolucionários de seu tempo e sua obra experimental e inovadora é reconhecida internacionalmente.

    Oiticica buscou a superação da noção de objeto de arte como tradicionalmente definido pelas artes plásticas até então, em diálogo com a teoria do não-objeto de Ferreira Gullar. O espectador também foi redefinido pelo artista carioca, que alçou o indivíduo à posição de participador, aberto a um novo comportamento que o conduzisse ao “exercício experimental da liberdade”, como articulado por Mário Pedrosa. Nesse sentido, o objeto foi uma passagem do entendimento de arte contemplativa para a arte que afeta comportamentos, que tem uma dimensão ética, social e política, como explicitado no texto Nova Objetividade Brasileira, publicado em 1967 no catálogo da exposição homônima ocorrida no MAM-RJ.

    O conceito “suprassensorial”, que Oiticica desenvolve também a partir de 1967, propõe experiências com a percepção do participador, investigando possibilidades de dilatamento de suas capacidades sensoriais – uma “suprassensação” semelhante àquela causada pelo efeito de drogas alucinógenas ou pelo êxtase do samba. Poderia a arte atingir esse mesmo efeito? Segundo Oiticica, o suprassensorial levaria o indivíduo “à descoberta do seu centro criativo interior, da sua espontaneidade expressiva adormecida, condicionada ao cotidiano”.

    Hélio Oiticica aspira à superação de uma arte conformista, elitista, condicionante, limitada ao processo de estímulo-reação, que se configura como instrumento de domínio intelectual e comportamental. Propõe, então, uma arte que busca uma abertura ao participador e do participador por meio de experiências que promovam uma volta do sujeito a si mesmo, redescobrindo e libertando-se de seus condicionamentos éticos e estéticos, impelindo-o a um estado criativo em uma vivência suprassensível.

    Hélio Oiticica era neto de José Oiticica, anarquista, professor e filólogo brasileiro, autor do livro O anarquismo ao alcance de todos (1945). Até os dez anos, Hélio Oiticica não frequentou escolas, foi educado pelos pais. Em 1947, transferiu-se com a família para Washington (EUA), quando seu pai recebeu uma bolsa da Fundação Guggenheim. De volta ao Brasil, em 1954, iniciou estudos de arte na escola de Ivan Serpa, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ), estudo marcado pela ênfase na livre criação e na experimentação. No mesmo ano, escreveu o primeiro de seus muitos textos sobre arte.Entre 1955 e 1956, Oiticica fez parte do Grupo Frente, de artistas concretistas.

    A partir de 1959, participou do Grupo Neoconcreto, ao lado de artistas como Reynaldo Jardim, Amílcar de Castro, Lygia Clark, Lygia Pape e Franz Weissmann. Abandonando o quadro e adotando o relevo, bem cedo Hélio incursionou por novos domínios, criando seus núcleos e seus penetráveis para chegar, em seguida, à arte ambiental, em que melhor daria vazão ao seu temperamento lúdico e hedonista.

    A ida ao Morro da Mangueira, em 1964, para conhecer a feitura de carros alegóricos, colocou-o em contato com uma comunidade organizada em torno da dança, do samba e do carnaval, o que, para Oiticica, foi uma experiência vital de desintelectualização e derrubada de preconceitos sociais. Naquela época, Hélio Oiticica criou o Parangolé, que ele chamava de “antiarte por excelência”, uma pintura viva e ambulante. O Parangolé (nome que Oiticica encontrou em uma placa que identificava um abrigo improvisado, construído por um mendigo na rua, na qual se lia “Aqui é o parangolé”) é uma espécie de capa (ou bandeira, ou estandarte, ou tenda) que só com o movimento de quem o veste revela plenamente suas cores, formas, texturas e textos com mensagens como “Incorporo a revolta” e “Estou possuído”. Em 1965, ao apresentar os Parangolés vestidos por passistas da Mangueira na mostra Opinião 65, foi expulso do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, evento que acentuou seu interesse em desenvolver uma arte inseparável de questões sociais.

    Foi também Hélio Oiticica quem fez o penetrável Tropicália, que não só inspirou o nome, mas também ajudou a consolidar uma estética do movimento tropicalista na música brasileira nos anos 1960 e 1970. Oiticica o chamava de “primeiríssima tentativa consciente de impor uma imagem ‘brasileira’ ao contexto da vanguarda”. Os penetráveis têm como pré-requisito a incursão do visitante, ou seja, os ambientes coloridos só funcionam com a presença do espectador.

    Em 16 de outubro de 2009, um incêndio destruiu grande parte das obras que estavam na reserva técnica no bairro Jardim Botânico, no Rio de Janeiro. As primeiras notícias sobre o incêndio estimavam que 90% do acervo (avaliado em 200 milhões de dólares) foram perdidom, dados que foram subsequentemente revistos. No local, também eram guardados documentários e livros sobre o artista. Esse incêndio deflagrou a discussão sobre a importância da obra escrita de Hélio Oiticica, em grande parte preservada pela digitalização realizada anos antes do acidente pelo Programa Hélio Oiticica, coordenado pela curadora e crítica de arte Lisette Lagnado e desenvolvido em uma parceria entre o Instituto Itaú Cultural e o Projeto Hélio Oiticica.

Roy Lichtenstein

Roy Lichtenstein (1923-1997) foi um pintor pop norte-americano, conhecido por seus quadrinhos, pintados em enormes telas, onde os textos se integram à pintura. Roy Lichtenstein nasceu em Nova Iorque, nos Estados Unidos, no dia 27 de outubro de 1923. Na adolescência frequentava diversos clubes de Jazz, o que o levou a pintar retratos de músicos tocando seus instrumentos. Em 1939 frequentou a Art Students League. No ano seguinte ingressou na Escola de Belas Artes da Ohio State University, em Columbus.

Em 1943, Roy é recrutado para o exército. Terminada a guerra, fixa residência na França, onde estuda Língua e Civilização Francesa, na Cité Universitaire. De volta a Ohio, conclui os estudos universitários e é contratado como instrutor de artes em Cleveland. Começa a criar pinturas abstrata, baseadas em paisagens e em natureza morta. Posteriormente trabalha como decorador, gráfico e designer. Retoma o cargo de professor de arte.

Depois de participar de diversas exposições coletivas, em 1951, faz sua primeira individual na Carlebach Gallery, em Nova Iorque. Pouco a pouco, ele integra os títulos de seus quadros à própria pintura. Em 1956, criou uma litografia humorística de uma nota de dez dólares (The Dollar Bill), a sua primeira obra Pop. Em 1961 realiza seus primeiros quadros ao estilo Pop Arte. Imitando o trabalho do cartoon, usou a história em quadrinhos e o texto dando voz às suas personagens.

Um dos temas preferidos foram cenas de guerra. Explorou o azul, o vermelho e o amarelo, ou apenas uma ou duas cores para melhor imitar a impressão. Nesse mesmo ano, apresenta seus trabalhos na Leo Castelli Gallery, em Nova Iorque, com a qual firma contrato. Aos poucos, Roy Lichtenstein ganha celebridade, recebe encomendas e expõe em diversos locais. Nesse período, cria diversas séries temáticas: as pin-ups, as mulheres que gritam ou choram, as cenas de guerra, as paisagens desoladas, a bola de golfe, a arquitetura antiga e as explosões. É dessa época: “Look Mickey” (1961), “Golf Ball” (1962), “Crak!” (1963), “Crying Girl” (1964), “Oh Jeff…” (1964), “The Melody Haunts My Reverie” (1965), entre outros.

Lichtenstein teve seus trabalhos expostos no Cleveland Museum of Art, em 1966, no Passadena Art Museum, em 1967, depois, em diversos países. Em 1970, Lichtenstein abre um atelier em Southampton, em Nova Jersey, onde se dedica a confecção de grandes murais, entre eles, o mural da Universidade de Medicina de Düsseldorf, na Alemanha.

Passa a receber encomendas de diversas partes do mundo. Em 1979, foi eleito membro da Academia Americana e Instituto das Artes e Letras. Em 1993, Roy Lichtensten apresentou uma grande exposição retrospectiva no Guggenheim Museum, em Nova Iorque, sendo depois exibida em Los Angeles, Montreal, Munique, Hamburgo, Bruxelas e Columbus, sendo encerrada em 1996. Roy Lichtensten faleceu em Nova Iorque, Estados Unidos, no dia 29 de setembro de 1997.

Fonte: e-biografia.

Acesso: https://www.ebiografia.com/roy_lichtenstein/#:~:text=Roy%20Lichtenstein%20(1923%2D1997),27%20de%20outubro%20de%201923.

    Diego Rivera, de nome completo Diego María de la Concepción Juan Nepomuceno Estanislao de la Rivera y Barrientos Acosta y Rodríguez, nasceu em Guanajuato no dia 8 de dezembro de 1886 e morreu na Cidade do México em 24 de novembro de 1957. De origem judaica, foi um dos maiores pintores mexicanos. Casou-se quatro vezes, incluindo um tumultuoso enlace com a também artista Frida Kahlo.

    Desde sempre, Diego quis ser pintor e todos percebiam ter talento para isto. Ao ficar adulto, após estudar pintura na adolescência, participou da Academia de San Pedro Alvez, na Cidade do México, de onde partiu para a Europa, beneficiado por uma bolsa de estudos. Lá ficou de 1907 a 1921. Esta experiência enriqueceu-o muito em termos artísticos, pois teve contacto com vários pintores da época, como Pablo Picasso, Salvador Dalí e Juan Miró, e o arquiteto catalão Antoni Gaudí, que influenciaram a sua obra. Na época, começou a trabalhar num ateliê em Madrid, na Espanha.

    Acreditava que somente o mural poderia redimir artisticamente um povo que esquecera a grandeza de sua civilização pré-colombiana durante séculos de opressão estrangeira e de espoliação por parte das oligarquias nacionais culturalmente voltadas para a metrópole espanhola. Assim, como os outros muralistas, considerava a pintura de cavalete burguesa, pois, na maior parte dos casos, as telas ficavam confinadas em coleções particulares. Dentro desse conceito, realizou gigantescos murais que contavam a historia política e social do México, mostrando a vida e o trabalho do povo mexicano, seus heróis, sua terra, suas lutas contra as injustiças, as inspirações e as aspirações. Em 1930, Rivera foi para os Estados Unidos, onde permaneceu por quatro anos, pintando vários murais, inclusive no Rockfeller Center, em Nova York.

    Rivera era ateu e enfrentou grandes problemas por isto, sofendo muitos preconceitos. O seu mural “Sonho de uma tarde dominical na Alameda Central” retratava Ignacio Ramírez segurando um cartaz que dizia: “Deus não existe”. Este trabalho causou indignação, mas Rivera recusou-se a retirar a inscrição. A pintura não foi exposta por nove anos. Depois de Rivera concordar em retirar a inscrição, ele declarou: “Para afirmar ‘Deus não existe’, eu não tenho que me esconder atrás de don Ignacio Ramírez, eu sou ateu e considero as religiões uma forma de neurose coletiva”.

    O pintor foi casado quatro vezes. Sua primeira esposa foi a pintora russa Angellina Beloff. Com ela, Diego teve um menino. Após anos de casamento, Diego entrou em depressão ao ficar viúvo. Casou-se em seguida com Guadalupe Marín, com quem teve duas filhas. A terceira esposa foi a famosa pintora mexicana Frida Kahlo, com quem se casou em 1929 e teve uma relação muito conturbada por causa das mútuas infidelidades e também pelo fato de Rivera querer filhos e Frida ter sofrido muitos abortos (filhos dele) e não conseguir engravidar mais. Em 1954, ficou viúvo pela segunda vez. Depois da morte de Frida, casou-se com Emma Hurtado, em 1955. Conhecido por ser muito mulherengo, teve diversas amantes.

     Com Emma, viajou para a União Soviética para ser operado. De volta à terra natal, morreu em 24 de novembro de 1957 na sua casa estúdio, atualmente conhecida como Museu Casa Estúdio Diego Rivera e Frida Kahlo. Seus restos mortais foram colocados na Rotunda das Pessoas Ilustres, contrariando sua última vontade.

     O escultor, pintor, ilustrador e desenhista Arcangelo Ianelli nasceu em São Paulo, São Paulo, no dia 18 de julho de 1922 e morreu também em São Paulo em 26 de maio de 2009. Ele se niciou no desenho como autodidata. Em 1940, estudou perspectiva na Associação Paulista de Belas Artes e, em 1942, recebeu orientação em pintura de Colette Pujol. Dois anos depois, frequentou o ateliê de Waldemar da Costa com Lothar Charoux, Hermelindo Fiaminghi e Maria Leontina. Durante a década de 1950, integrou o Grupo Guanabara juntamente com Manabu Mabe, Yoshiya Takaoka, Jorge Mori, Tomoo Handa, Tikashi Fukushima e Wega Nery, entre outros.

    Arcangelo Ianelli começa a desenhar na adolescência. No princípio da década de 1940, fez pinturas e desenhos realistas, estruturados de acordo com as características percebidas na pintura paulistana. Entre o fim da década de 1940 e início da década de 1950, passou a demonstrar interesse por outras propostas estilísticas, aproximando-se progressivamente de soluções alinhadas ao debate sobre a arte construtiva, muito embora se mantenha ligado à figuração.

    Nas marinhas, realizadas em 1957, a tendência à simplificação formal se aprofundou. O artista reduziu sua paleta de cores e se concentrou em formas lineares e bem contornadas. Nesse trabalho, as formas são planas, sem o sombreado tradicional. Os primeiros quadros da década de 1960 são feitos com formas geométricas simples e fechadas. Ianelli usou esse vocabulário para criar paisagens e retratos. Em 1961, a pintura tornou-se francamente abstrata. No entanto, as cores ralas e a pincelada suave são trocadas por manchas espessas de tinta e cores escuras. Três anos mais tarde, ganhou o prêmio de viagem ao exterior do Salão Nacional de Arte Moderna. Morou, entre 1965 e 1967, na Europa. Nesse período, o artista inseriu linhas e outros grafismos em sua pintura. As formas foram se tornando mais regulares e contornadas, as manchas são suavizadas.

    Em 1973, Ianelli radicalizou o processo de estruturação de suas telas e partiu para a abstração geométrica. Dividiu a tela em formas regulares e buscou uma relação rítmica entre elas. As pinturas guardam semelhanças com alguns trabalhos do concretismo. No mesmo ano, iniciou séries de pintura, como Transparências e Superposições, em que trabalhou com retângulos sobrepostos, com colorido discreto e vibrante. Em 1974, começou a realizar obra tridimensional. Como em suas pinturas, sobrepôs retângulos em planos diferentes de uma superfície contínua.

    A partir de 1983, o artista relacionou essas formas geométricas com zonas de cor menos lineares. As manchas passaram a escapar do contorno. Em alguns trabalhos, sumiram as linhas que separam uma cor da outra e as manchas regulares de tinta foram sobrepostas às formas retangulares, as passagens de cor se tornaram mais tonais. Durante a década de 1980, alternou essas pinturas mais informais a outras em que relacionou as manchas com retângulos.

    Atuou ainda como escultor desde a metade da década de 1970, quando realizou obras em mármore e em madeira, nas quais retomou questões constantes na obra pictórica. Em 1995, Ianelli voltou à escultura. Realizou volumes brancos enxutos e bem definidos de mármore. Ao mesmo tempo, sua pintura caminhou para a simplificação. Em trabalhos feitos entre 1999 e 2000, chamados Vibrações, reduziu o número de cores e de manchas na pintura. A aplicação da tinta é suave, como se fosse borrifada na tela. As obras têm semelhanças com os trabalhos de artistas norte-americanos, como Mark Rothko e Jules Olitski.

    Em 2002, comemorou seus 80 anos com retrospectiva montada pela Pinacoteca do Estado de São Paulo.

    O pintor, desenhista e gravador Ênio Lippmann nasceu no dia 1º de dezembro de 1934  em Rio Pardo, Rio Grande do Sul e morreu em 2014, em Porto Alegre, RS. Realizou seus primeiros estudos de pintura em Petrópolis, Rio de Janeiro. Depois de passar um ano em Santa Maria, foi residir em Porto Alegre, onde concluiu o curso de artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Fez cursos livres de arte com Iberê Camargo, Marcelo Grassmann e Francisco Stockinger.

    Realizou inúmeras exposições coletivas e individuais. Entre os diversos prêmios que recebeu, destacam-se o Primeiro Prêmio em Desenho no Salão da Câmara Municipal de Porto Alegre, em 1960, o Prêmio Divisão de Cultura para Melhor Artista Gaúcho, em 1962; e Menção Honrosa na edição de 1969 do Salão de Artes Visuais do Paraná.

    Realizou, em 1993, a retrospectiva Ênio Lippmann, Quatro Décadas: Pintura, Desenho, Gravura, no Espaço Cultural BFB, em Porto Alegre, e, em 1998, individual na Cacco Zanchi Kuns Gallery, Bélgica.

(1929 – Chile
2005 – Bahia)

Conhecido nacional e internacionalmente, Kennedy Bahia foi um dos pioneiros na expansão das artes plásticas no Estado e ficou conhecido por suas tapeçarias alegres e coloridas, além dos quadros e gravuras de belas mulatas.

Nos anos 60 e 70, Kennedy Bahia, que era muito amigo do escritor Jorge Amado e do também artista plástico Caribé, foi considerado o maior artista de tapeçaria do Brasil, tendo sua coleção Fauna e Flora da Bahia, de 1973, apreciada por colecionadores de todo o mundo.

O artista também contribuiu para a divulgação da cultura baiana, inclusive, adotando o nome do Estado e divulgando informações sobre a Bahia por todos os países para onde viajava com suas obras.

Nascido Patrick Maderos Kennedy Dito, em 1929, em Valparaiso – Chile, Kennedy Bahia era engenheiro de minas em seu país. Ele entrou em contato com o exotismo da fauna e flora brasileira pela primeira vez quando foi trabalhar na região amazônica, primeiro na exploração de ouro na selva boliviana e depois, já em território brasileiro, no alto Tapajós – Amazonas.
Convalescendo de uma malária, o engenheiro chileno iniciou sua atividade como tapeceiro. As impressões da selva porém, nunca sairam da sua mente e seus trabalhos caracterizam-se pelo aproveitamento da fauna e flora amazônicas. Ao se mudar para a Bahia, nos anos 60, passou também a incluir motivos folclóricos da cultura afro-baiana nas suas obras.

http://artenaifrio.blogspot.com.br/2012/04/kennedy-bahia.html

 

   

Andy Warhol (Pittsburgh/EUA, 1928 – Nova York/EUA, 1987)

Foi um pintor, empresário e cineasta norte-americano, e consagrou-se como a figura maior do movimento pop art. Ficou conhecido pelas suas obras usando elementos do pop para criar arte. Usando figuras famosas do mundo da música e entretenimento, como os rostos da atriz Marilyn Monroe, da cantora Madonna, do artista Basquiat e mais pessoas que se destacaram em suas áreas, além da estética de marcas de consumo em massa, acabou criando um novo movimento artístico.

Andy Warhol é um artista americano que ficou conhecido pelas suas obras usando elementos do pop para criar arte. Usando figuras famosas do mundo da música e entretenimento, como os rostos da atriz Marilyn Monroe, da cantora Madonna, do artista Basquiat e mais pessoas que se destacaram em suas áreas, além da estética de marcas de consumo em massa, acabou criando um novo movimento artístico. Saiba mais.

Sua arte celebrava o consumismo e a cultura das celebridades que estava em seu auge entre os anos 60 a 80. Além disso, deixava evidente a cultura popular, entre outras características da sociedade transformando artistas em ícones. Suas ilustrações impressas retratam a beleza idealizada aliada ao fato delas serem comerciáveis mostrando o estilo de vida americano, que praticamente inventou as celebridades de um mundo de aparências ilusórias sustentadas pela aparência. As celebridades mostravam um padrão de beleza e as pessoas eram alçadas a patamares inalcançáveis, além de ditarem padrões de comportamento e lançar tendências.

Andy Warhol criou cerca de 10,000 trabalhos entre 1961 até 1987. Sua arte ainda é uma das mais valorizadas e procuradas entre os colecionadores. O artista explorava o tema de identidade com suas repetições mostrando que as celebridades acabavam perdendo sua individualidade com a fama, já que suas imagens viravam produto de consumo em massa.

Andy Warhol começou a pintar o rosto da atriz Marilyn Monroe no dia de sua morte em 1962 e Jack Kennedy dias após o assassinato de seu marido o presidente John Kennedy em 1963. Desta forma, suas figuras se transformaram em ícones imortalizando suas imagens. Além da esposa do político e da atriz de Hollywood, retratou o cantor Michael Jackson, o líder chinês Mao Tsé-Tung, além de marcas famosas como a marca de enlatados Campbell e a bebida gaseificada Coca-Cola. Uma das suas obras mais famosas são o Golden Marilyn, Campbell Can Soup, Brillo Box, Mickey Mouse, Che Gevara, Pelé, Lenin, entre outros que substituíram a tendência do abstrato que dominava os anos 50.

O pop art é um movimento que se caracteriza pelas cores vibrantes com variações, retratos de personalidades e técnica de repetição caracterizando a crítica do consumo em massa. Era um artista plástico, mas tinha a veia comercial, pois trabalhou no meio publicitário, além de ter trabalhado com ilustração com revistas de moda, sabia as tendências estéticas que dominavam o mundo em que vivia. Suas tintas acrílicas, de alto-contraste e uso de serigrafia marcaram o pop art e definiram uma estética seguida até os dias atuais.

Fonte: Livia Doblas.

Anita Catarina Malfatti (São Paulo/SP, 1889 – 1964)

Pintora, desenhista, gravadora, ilustradora e professora. Uma das mais relevantes artistas brasileiras, Anita tem papel determinante na introdução da estética modernista no país. Inicia seu aprendizado artístico com a mãe, a pintora Bety Malfatti (1866-1952). Em 1909, pinta algumas obras, entre elas a Primeira Tela de Anita Malfatti.

No ano seguinte, viaja à Europa para aperfeiçoar sua formação, e se instala na Alemanha, país que vive uma efervescência do expressionismo. Anita ingressa na Academia Imperial de Belas Artes de Berlim, onde tem aulas de desenho, perspectiva e história da arte. A linha de seus estudos, no entanto, ainda é bastante tradicional. Ao longo de sua estada na cidade, entra em contato a agitação modernista, e se interessa pelas novas linguagens, ampliadas nas aulas particulares que tem com o professor e pintor alemão Fritz Burger-Mühlfeld (1867-1927). Ligado ao pós-impressionismo alemão, ele lhe oferece possibilidades artísticas que extrapolam as abordagens tradicionais. Anita permanece na Alemanha até 1914, período em que se dedica também ao estudo da gravura.

O aprendizado das novas poéticas transparece na produção do período. O contorno clássico prevalece, mas as cores são usadas de modo expressivo e demonstram uma movimentação maior e mais contrastada que a do desenho. Embora não haja conflito com as formas, é perceptível que os elementos operam em dinâmicas distintas. Ao retornar a São Paulo, expõe esses quadros em sua primeira mostra individual, em 1914, no Mappin Stores.

De 1915 a 1916, reside em Nova York e tem aulas com professores como os pintores americanos George Brant Bridgman (1864-1943), e Homer Boss (1882-1956) na Independent School of Art. A convivência com este professor e o clima vanguardista da escola levam adiante o desenvolvimento da liberdade moderna cultivada na Alemanha. Na mesma época, realiza seus trabalhos mais conhecidos, como O Farol (1915), Torso/Ritmo (1915/1916) e O Homem Amarelo (1915/1916), nos quais, o desenho perde o compromisso com a verossimilhança clássica e ganha sentido mais interpretativo. Por vezes, o contorno grosso e sinuoso apresenta as figuras como uma massa pesada e volumosa. Em outros trabalhos, com o traço mais fechado, a cor é aplainada e compõe retratos e paisagens livres, pela articulação de superfícies em tons contrastantes.

De volta ao Brasil, em 1917, associa a liberdade de compor com formas à crítica nacionalista. Pinturas como Tropical (1917) e Caboclinha (1907) fazem parte desse esforço. Todas essas pinturas são reunidas em sua segunda individual: Exposição de Arte Moderna, em dezembro de 1917. A mostra implica respostas diversas e repercussões decisivas para seu trabalho. Se, por um lado, a exposição rende uma aproximação com os artistas e intelectuais que mais tarde realizam em São Paulo a Semana de Arte Moderna, por outro, Anita vira alvo de uma reação violenta às linguagens vanguardistas.

As posições contrárias às vanguardas de origem europeia consideram a exposição um desperdício do talento da artista, porque representa a entrega a estrangeirismos deslumbrados e mistificadores. O crítico de maior destaque é o escritor Monteiro Lobato (1882-1948), autor do artigo A Propósito da Exposição Malfatti (1917). O escritor Oswald de Andrade (1890-1954) publica no Jornal do Comércio, em 1918, artigo em defesa da pintora.

Tal reação, para alguns, abala a confiança da artista, causando impacto em sua carreira; para outros, Anita já vem oscilando esquemas formais mais realistas e soluções mais próximas do modernismo internacional. Após 1917, a pintora se aproxima da linguagem tradicional e faz aulas com o acadêmico Pedro Alexandrino (1856-1942), e, com o pintor alemão Georg Elpons (1865-1939). Encorajada pelos membros do Grupo dos Cinco, por volta de 1921, Anita se interessa novamente pelas linguagens de vanguarda. A artista expõe 20 trabalhos de cunho modernista na Semana de Arte Moderna de São Paulo (1922).

Em 1923, recebe bolsa do Pensionato Artístico do Estado de São Paulo e viaja a Paris, onde permanece por cinco anos e tem aulas com o pintor francês Maurice Denis (1870-1943). Em sua estada, distancia-se de posições polêmicas da vanguarda, passa a pintar cenas de interiores, como Interior de Mônaco (1925) e La Rentrée (1927), e se aproxima do fauvismo e da simplicidade da pintura primitiva. A artista não nega o modernismo, mas evita o que ele tem de ruptura. Volta ao Brasil em 1928, interessa-se por temas regionalistas e recorre às formas tradicionais, como a pintura renascentista e a arte naïf. Leciona desenho e pintura em escolas como Mackenzie, Escola Normal Americana e em seu ateliê.

Na década de 1930, integra a Sociedade Pró-Arte Moderna (Spam) e, em razão do interesse por uma pintura mais fluente e descompromissada, participa do Salão Revolucionário (1931) e aproxima-se do grupo de pintores da Família Artística Paulista (FAP). Anita se identifica com a busca de uma pintura espontânea, desvinculada de modelos consagrados e do desejo de inovação. A partir da década seguinte amplia sua produção de cenas da vida popular. Nos anos 1950, o popular não é apenas tema, mas também passa a ser incorporado nas formas, influenciado pela arte não culta.

Embora seja uma das responsáveis pela introdução do modernismo no país, o legado artístico de Anita Malfatti passa por variadas linguagens. O vasto trabalho da artista é movido pelo desejo tanto de experimentação quanto de simplicidade e espontaneidade.

Fonte: Itaú Cultural.

 

Danúbio Villamil Gonçalves (Bagé/RS, 1925 – Porto Alegre/RS, 2019)

Quando tinha dez anos, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde viveu durante 14 anos. Pintor, desenhista, gravador e escritor, frequentou o ateliê de Candido Portinari (1903 – 1962) com Iberê Camargo (1914 – 1994). Em 1945, frequentou o ateliê do paisagista e pintor Roberto Burle Marx e do escultor August Zamoyski. Em 1946, estudou gravura e desenho na Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro, com Carlos Oswald (1882 – 1971), Axl Leskoschek (1889 – 1975) e Tomás Santa Rosa Júnior. Viajou para Paris e, entre 1949 e 1951, frequentou a Académie Julian.

    De volta ao Brasil, fundou o Clube de Gravura de Bagé, no Rio Grande do Sul, com Glauco Rodrigues (1929 – 2004), Glênio Bianchetti (1928 – 2014) e Carlos Scliar (1920 – 2001). Com esses artistas, mais Vasco Prado, integrou o Clube de Gravura de Porto Alegre entre 1951 e 1955. Desde 1963, orientou os alunos do curso de litogravura do Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre, instituição que dirigiu até 1978. No período entre 1969 e 1971, lecionou gravura no Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IA/UFRGS). Entre 1970 e 1978, fez várias palestras e deu cursos de xilogravura, litografia, desenho e pintura no Paraná, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.

    Publicou os livros “Do Conteúdo à Pós-Vanguarda”, editado pela Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre em 1995, e “Processos Básicos da Pintura”, pela editora AGE em 1996. Em 2000, foi realizada uma exposição retrospectiva de sua produção no Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli (Margs) e foi publicado o livro “Danúbio Gonçalves: Caminhos e Vivências”, pela editora Fumproarte, com textos de Paulo Gomes e Stori.

    Dedicou-se também ao mosaico, realizando obras em painéis na Igreja de São Roque, em Bento Gonçalves; no Santuário do Sagrado Coração de Jesus, junto ao túmulo do padre João Batista Reus, em São Leopoldo; e na Igreja de São Sebastião, em Porto Alegre. Sua obra está presente em inúmeras coleções particulares e em acervos como no Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli, na Pinacoteca Pública Aplub (Porto Alegre), no Museu Nacional de Belas Artes (Rio de Janeiro), na Pinacoteca do Estado de São Paulo, no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo e no Museu de Arte Moderna de São Paulo, entre outros.

Adélio Sarro Sobrinho (Andradina/SP, 1950)

Pintor, desenhista e escultor. Conduz seus estudos de forma autodidata. No inicio de sua carreira realiza pinturas e posteriormente utiliza-se de baixos-relevos que executa com mistura de materiais variados, como cimento e colas diversas. Sua primeira exposição individual realiza-se em 1972, em São Bernardo do Campo, no mesmo ano em que recebe seu primeiro prêmio, menção honrosa na 20ª Exposição Coletiva da ABPA. Em 1981 viaja para Tóquio, Japão, para exposições na Japan International Artists Society of Tokio e no Yamakataia Department Store. Entre 1998 e 2000 realiza diversos monumentos para praças públicas de São Caetano do Sul SP.

Fonte: Itaú Cultural.

Evans Fodrini, artista plástico uruguaio, nasceu em 1960, em Maldonado. Em 1975, ingressou no ateliê do pintor Manolo Lima, formado no estúdio de Torres Garcia, importante mestre da pintura nacional do Uruguai e reconhecido internacionalmente. Nesse ateliê, Fodrini ficou até 1979.

    Seu compromisso com a arte lhe permitiu expor em importantes galerias uruguaias e do Exterior, inclusive o Brasil. Atualmente, dirige o site de divulgação Arte e Cultura do Uruguai.

    Dionisio Del Santo nasceu em 1925 em Colatina, Espírito Santo, e morreu em 1998, em Vitória, no mesmo estado.

    Pintor, desenhista e gravador, ele se transferiu para o Rio de Janeiro em 1946, tendo se iniciado no desenho por volta de 1940. Com pleno domínio dos processos serigráficos, foi, sobretudo, nesta técnica que se destacou no panorama da arte brasileira da segunda metade do século XX.

    Realizou exposições individuais no Rio de Janeiro, em Brasília e em São Paulo, com destaque para a de estréia, em 1965, na Galeria Relevo. Também se sobressaem a retrospectiva de 1973 no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e as de 1989 e 1990, apresentadas no Paço Imperial, no Rio de Janeiro, e no Museu de Arte Moderna de São Paulo, respectivamente.

    Del Santo participou da mostra Opinião 66 no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, da Bienal de São Paulo em 1963 e de diversas coletivas. Obteve os prêmios de aquisição do Salão Nacional de Arte Moderna em 1967 e de isenção de júri em 1968. Em 1978, conquistou o prêmio Artes Plásticas do Instituto Brasil-Estados Unidos, no Rio de Janeiro.

 

     Paulo Romero Calazans Salim nasceu em Caratinga, Minas Gerais, no dia 25 de maio de 1947. Pintor, desenhista e gravador, assinava Signo Paulo Calazans até 1980, atualmente, assina Paulo Calazans.

    Iniciou-se como amante da pintura na adolescência por intermédio de livros de História da Arte, nos quais Debret, Rugendas e outros artistas moldaram seu gosto e autodidatismo. Sua curiosidade o levou a um ecletismo que incluiu releituras, estudos da pintura clássica em aquarelas, gravuras, do figurativismo ao abstracionismo.

    Frequentou escolas de Engenharia, Publicidade, Arquitetura, Teatro, Música, Escultura e Artes Plásticas, que cursou na F.A.A.P. e lhe proporcionou um contato psico-arte nos caminhos de José Moraes, Ubirajara Ribeiro e Júlio Plaza. Hoje, seu trabalho, calcado na textura e na pesquisa da cor, está voltado à busca ferrenha de novos valores estéticos.

 Augusto Rodrigues nasceu em Recife, Pernambuco, em 1913 e morreu em Resende, Rio de Janeiro, em 1993. Foi educador, pintor, desenhista, gravador, ilustrador, caricaturista, fotógrafo e poeta. Trabalhou no ateliê de Percy Lau (1903-1972) e, em 1933, realizou sua primeira exposição individual, em Recife.

Naquele ano, iniciou sua atividade como ilustrador e caricaturista no Diário de Pernambuco. Ao lado de Guignard (1896-1962), Candido Portinari (1903-1962) e outros, expos, em 1934, na Associação dos Artistas Brasileiros, no Rio de Janeiro. Em 1935, transferiu-se para esta cidade e logo se tornou colaborador de jornais e revistas, como O Estado de S. Paulo e O Cruzeiro. Participou da fundação e do planejamento dos jornais Folha Carioca, Diretrizes e Última Hora.

Em 1942, realizou exposição individual, com cerca de cem desenhos, no Museu Nacional de Belas Artes. Com a colaboração de Lúcia Alencastro (1921-1996), Oswaldo Goeldi (1895-1961), Vera Tormenta (1930), Fernando Pamplona e Humberto Branco, fundou a Escolinha de Arte do Brasil, em 1948. Em 1953, participou da 2ª Bienal Internacional de São Paulo e, com Geza Heller (1902-1992) e Marcelo Grassmann (1925), expôs na Petite Galerie e no 2º Salão Nacional de Arte Moderna, em que obteve o prêmio de viagem ao exterior na categoria desenho.

Em 1971, integrou a mostra Panorama do Desenho Brasileiro, organizada pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), e editou seu primeiro livro de poesias, 27 Poemas. O segundo, A Fé entre os Desencantos, foi publicado em 1980. Em 1989, lançou Largo do Boticário – Em Preto e Branco, com 80 fotografias tiradas no decorrer dos anos.

    Jean Gillon nasceu na Romênia, onde formou-se pelas Faculdades de Arquitetura e Belas Artes da Universidade Nacional, em Iasi. Em 1956, veio para o Brasil, onde atuou em três segmentos: arquitetura de interiores, desenho industrial e artes plásticas.

    Naquele mesmo ano, conheceu o escultor Assis de Embu, que o levou para a cidade de Embu das Artes, onde viveu durante muito tempo e fundou a Casa da Ecologia Edith Gillon – Espaço Eco-Ambiental.

    No segmento artístico, participou de 24 exposições internacionais (Europa e Estados Unidos), onde ganhou dez prêmios, e de 37 no Brasil (individuais e coletivas). Suas obras figuram em museus, hotéis, instituições e coleções.

    Jean Gillon morreu em 2007, aos 87 anos.

Benedito Calixto de Jesus

(1853, Itanhaém, São Paulo – 1927, São Paulo, São Paulo) Foi um pintor, desenhista, fotógrafo, professor, historiador, decorador, cartógrafo e astrônomo amador brasileiro e é considerado um dos maiores expoentes da pintura brasileira do início do século XX. O artista manifesta a tendência para a pintura desde muito jovem. Quando adolescente transferiu-se para Brotas, onde pintou seus quadros iniciais.  Calixto realiza a primeira individual em 1881, na sede do jornal Correio Paulistano, em São Paulo. Muda-se para Santos, trabalha na oficina de Tomás Antônio de Azevedo, e é incumbido da decoração do teto do Theatro Guarany. Em 1883, viaja a Paris para estudar desenho e pintura, com recursos concedidos pelo visconde Nicolau Pereira de Campos Vergueiro. Freqüenta o ateliê de Jean François Raffaëlli (1850-1924) e a Académie Julian, e convive com os pintores Gustave Boulanger (1824-1888), Tony Robert-Fleury (1837-1911) e William-Adolphe Bouguereau (1825-1905), entre outros. Retorna ao Brasil em 1884, trazendo uma câmera fotográfica, que passa a utilizar para elaborar suas composições. Reside em Santos e posteriormente em São Vicente. Produz inúmeras marinhas, em que representa o litoral paulista. No começo do século XX, realiza diversos painéis de temas religiosos para igrejas na capital e interior do Estado de São Paulo. Pinta vistas de antigos trechos das cidades de São Paulo, Santos e São Vicente para o Museu Paulista da Universidade de São Paulo (MP/USP), por encomenda do diretor do museu o historiador Afonso d´Escragnolle Taunay (1876-1958). Dedica-se também a estudos históricos da região e à preservação de seu patrimônio, e publica, entre outros, os livros A Vila de Itanhaém, em 1895,  e Capitanias Paulistas, em 1924. Retornando ao Brasil em 1885, Calixto é rigorosamente o mesmo de quando embarcou: imune a influências, impermeável ao fascínio cultural da capital francesa, permanece até o fim um isolado, praticando um tipo de pintura do qual não se arredaria um milímetro, alheio a qualquer inovação ou renovação. É com o quadro Enchente na Várzea do Carmo, ca.1892, que o artista consegue maior destaque: a crítica da época aponta a exatidão admirável com que representa a cidade de São Paulo e alguns de seus principais pontos, como o mercado, a rua 25 de março, a fábrica de chitas e o casario do Brás.

 

 

Edy Gomes Carollo nasceu em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, em 1921 e morreu na capital gaúcha em 2000. Iniciou seus estudos em pintura com seu pai, Sobragil Gomes Carollo.

De acordo como Walmir Ayala, “dedicou-se, nos primeiros tempos de aprendizado, a analisar a pintura de Rodolfo Amoêdo, de Baptista da Costa e dos impressionistas, embora recusasse influências desses pintores e da citada escola”. Conforme João Medeiros, foi um dos melhores no gênero paisagem.

Edy Gomes Carollo desenvolveu sua carreira no Rio de Janeiro, onde residiu e trabalhou. Sua pintura se caracteriza pela fidelidade ao real. Entre os temas abordados, encontram-se o gaúcho e cenas do interior mineiro com igrejas e casarios. O artista participou diversas vezes do Salão Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, entre 1955 e 1970, obtendo premiações. Também expôs no Salão Paulista de Belas Artes e no Salão de Belas Artes de Piracicaba.

Beatriz Milhazes (Rio de Janeiro/RJ, 1960)

Pintora, gravadora e colagista. Explora diferentes técnicas e materiais, experimentando as potencialidades da escultura. Sua obra se caracteriza pelo uso da cor, de estruturas geométricas, arabescos, florais e motivos ornamentais para criar composições de intenso dinamismo óptico.

Forma-se em comunicação social pela Faculdade Hélio Alonso, em 1981, e em artes plásticas pela Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV/Parque Lage), em 1983, no Rio de Janeiro. Atua como professora de pintura até 1996. As obras criadas por Beatriz Milhazes na década de 1980 revelam uma tensão entre figura e fundo, entre representação e ornamentalismo, com o uso de figuras que se repetem, arabescos, flores e colunas.

A artista participa das exposições que caracterizam a Geração 80 – grupo que, pela pesquisa de novas técnicas e materiais, produz pinturas avessas à vertente conceitual dos anos 1970. Entre suas principais influências estão ícones do modernismo, como a pintora Tarsila do Amaral , o paisagista Burle Marx , o pintor francês Henri Matisse , o artista performático Hélio Oiticica  e a pintora inglesa  Bridget Riley . Sua obra faz referência ao barroco, à art déco, e a op art.

A colagem é parte importante da construção de suas imagens e aparece com o uso de materiais diversos, como papéis (de bala, coloridos) e tecidos recortados (chitão). Com experimentação em monotipia, Milhazes desenvolve sua técnica de construção da pintura baseada na colagem, criando os motivos em filmes plásticos e transferindo-os para a tela quando secos. A artista pode então criar os próprios elementos a serem usados nas pinturas.

Beatriz Milhazes propõe uma relação não passiva com o espectador, que caminha com os olhos por suas telas, colagens e esculturas, buscando pequenos detalhes e se perdendo no acúmulo, na tensão cromática, na repetição, em movimentos e ornamentos que remetem à história da arte, ao barroco, ao pop, à cultura popular brasileira. A cor, a proporção e o ritmo estão no centro do seu pensamento estético na colagem, escultura, arquitetura e pintura.

Fonte: Itaú Cultural.

Cícero dos Santos Dias (Escada/PE 1907 – Paris/França 2003).

Pintor, gravador, desenhista, ilustrador, cenógrafo e professor. Inicia estudos de desenho em sua terra natal. Em 1920, muda-se para o Rio de Janeiro, onde matricula-se, em 1925, nos cursos de arquitetura e pintura da Escola Nacional de Belas Artes – Enba, mas não os conclui. Entra em contato com o grupo modernista e, em 1929, colabora com a Revista de Antropofagia. Em 1931, no Salão Revolucionário, na Enba, expõe o polêmico painel, tanto por sua dimensão quanto pela temática, Eu Vi o Mundo… Ele Começava no Recife. A partir de 1932, no Recife, leciona desenho em seu ateliê. Ilustra, em 1933, Casa Grande & Senzala, de Gilberto Freyre (1900- 1987). Em 1937, é preso no Recife quando da decretação do Estado Novo. A seguir, incentivado por Di Cavalcanti, viaja para Paris onde conhece Georges Braque, Henri Matisse, Fernand Léger e Pablo Picasso, de quem se torna amigo. Em 1942, é preso pelos nazistas e enviado a Baden-Baden, na Alemanha. Entre 1943 e 1945, vive em Lisboa como Adido Cultural da Embaixada do Brasil. Retorna a Paris onde integra o grupo abstrato Espace. Em 1948, realiza o mural do edifício da Secretaria das Finanças do Estado de Pernambuco, considerado o primeiro trabalho abstrato do gênero na América Latina. Em 1965, é homenageado com sala especial na Bienal Internacional de São Paulo. Inaugura, em 1991, painel de 20 metros na Estação Brigadeiro do Metrô de São Paulo. No Rio de Janeiro, é inaugurada a Sala Cicero Dias no Museu Nacional de Belas Artes – MNBA. Recebe do governo francês a Ordem Nacional do Mérito da França, em 1998, aos 91 anos.

Fonte: Itaú Cultural.

Cícero Dias, Mulher na Varanda, Óleo sobre Tela – 73×60

Rubem Valentim

Rubem Valentim (Salvador BA 1922 – São Paulo SP 1991), foi escultor, pintor, gravador, professor. Inicia-se nas artes visuais na década de 1940, como pintor autodidata. Entre 1946 e 1947 participa do movimento de renovação das artes plásticas na Bahia, com Mario Cravo Júnior (1923), Carlos Bastos (1925) e outros artistas. Em 1953 forma-se em jornalismo pela Universidade da Bahia e publica artigos sobre arte. Reside no Rio de Janeiro entre 1957 e 1963, onde se torna professor assistente de Carlos Cavalcanti no curso de história da arte, no Instituto de Belas Artes. Reside em Roma entre 1963 e 1966, com o prêmio viagem ao exterior, obtido no Salão Nacional de Arte Moderna – SNAM. Em 1966 participa do Festival Mundial de Artes Negras em Dacar, Senegal. Ao retornar ao Brasil, reside em Brasília e leciona pintura no Ateliê Livre do Instituto de Artes da Universidade de Brasília – UnB. Em 1972, faz um mural de mármore para o edifício-sede da Novacap em Brasília, considerado sua primeira obra pública. O crítico de arte Frederico Morais elabora em 1974 o audiovisual A Arte de Rubem Valentim. Em 1979, Valentim realiza escultura de concreto aparente, instalada na Praça da Sé, em São Paulo, definindo-a como o Marco Sincrético da Cultura Afro-Brasileira e, no mesmo ano e é designado, por uma comissão de críticos, para executar cinco medalhões de ouro, prata e bronze, para os quais recria símbolos afro-brasileiros para a Casa da Moeda do Brasil. Em 1998 o Museu de Arte da Moderna da Bahia – MAM/BA inaugura a Sala Especial Rubem Valentim no Parque de Esculturas.

Victor Hugo Porto, nascido em 19/10/1954 na cidade de Caxias do Sul-RS, tem como nome artístico Victor Hugo.
Apaixonado pelo desenho desde criança, começou a trabalhar como auxiliar de vitrinista aos 13 anos de idade, daí por diante não parou mais de pesquisar e estudar arte.
Frequentou como ouvinte a Escola de belas Artes de Caxias do Sul, participou de vários concursos de vitrinas e obteve várias vezes o 1º lugar, montou uma agência de propaganda visuais que se chamava Decorações Victor, e aos 20 anos se dedicou a pintura artística.Nesses anos de trabalho estudou formas, cores e técnicas sobre vários materiais como: pastel seco, tinta acrílica, óleo, carvão e técnicas mistas.
Cursou a Escola Internacional Gráfica de Veneza onde fez curso de Gravura e permaneceu por seis meses na Itália pintando e fazendo esculturas, onde existe o seu maior acervo de Esculturas.
Hoje trabalha em Caxias do Sul- RS e divide seu tempo com a pintura e ministrando workshops de desenhos e outras técnicas, passa 4 meses por ano na Itália pintando e fazendo exposições.

Cristina Bottallo (30 de setembro de 1967, Santo André – SP) É formada em Educação Artística e montou seu ateliê em 1990.

Especializada no ensino de técnicas de pintura e trabalhos manuais, desenvolve projetos e presta consultoria para empresas do segmento de materiais artísticos, ministrando aulas em eventos, programas de TV e publicações especializadas.

Participa do projeto Artesanato na Escola, que visa resgatar o ensino do artesanato nas escolas, tendo sido a responsável pelo desenvolvimento das técnicas e aplicação das aulas dirigidas aos educadores.

Além das atividades ligadas ao ensino, possui uma linha de serigrafias e pinturas que comercializa em galerias e lojas de decoração e é ilustradora.

    Romero Britto, nascido em Recife, Pernambuco, no dia 6 de outubro de 1963, é um famoso pintor brasileiro. Radicado em Miami, nos Estado Unidos, ficou conhecido pelo seu estilo alegre e colorido, por apresentar uma arte pop, despojada da estética clássica e tradicional. É considerado um dos artistas mais prestigiados pelas celebridades norte-americanas e o pintor brasileiro mais bem sucedido fora do Brasil.

    Romero esboçou seu interesse pelas artes na infância, quando usava sucatas, papelões e jornais para exercitar sua criatividade. Eram tempos de pobreza e muitas limitações em Recife. Naquela época, também começou a usar a grafitagem, o que foi de grande influência em seu trabalho.

    Iniciou o curso de Direito na Universidade Católica de Pernambuco, mas  viajou aos Estados Unidos e lá estabeleceu-se como artista de sucesso até hoje. É muito influenciado pela estética cubista e tem Picasso como um grande mestre. Seu estilo vibrante e alegre, com cores fortes e impactantes, fez com que sua obra tivesse forte ligação com a publicidade. O artista já mostrou o seu talento pintando para uma campanha publicitária da marca de vodca sueca Absolut e para as latas de refrigerante da Pepsi Cola, e redesenhou personagens de Walt Disney.

    Muitas celebridades admiram a obra de Romero Britto, como Arnold Schwarzenegger e Madonna, e os ex-presidentes Bill Clinton, Fernando Henrique Cardoso e Carlos Menem, respectivamente, dos EUA, do Brasil e da Argentina. Suas coleções estão presentes em diversas galerias do mundo.

    Entre outras realizações, merece destaque a criação dos selos postais que levam o nome de Esportes para a Paz, sobre as olimpíadas de Beijing. Outra criação importante é uma pirâmide que esteve instalada no Hide Park, em Londres, com uma altura similar a de um prédio de quatro andares. A obra deveria ser encaminhada para o Museu da Criança, na cidade do Cairo, no Egito.

    Suas pinturas estão presentes em importantes aeroportos do mundo, como os de Washington D.C., Nova York e Miami. Vale citar outros locais onde se pode ver e apreciar as suas obras: Montreux Jazz Raffles le Montreux Palace Hotel e Azul Basel Children’s Hospital, ambos na Suíça, e o Sheba Sheba Medical Center, em Tel Aviv, em Israel.

    Romero Britto foi homenageado pela escola de samba carioca Renascer no desfile do Carnaval de 2012. O enredo abordou sua história, o colorido e a alegria da sua obra. O pintor vive em Miami, cidade com a qual possui grande identificação.

Romanita Disconzi. Gravadora e pintora. Santiago, RS, 1940. Formada pelo Instituto de Artes da UFRGS, iniciou como gravadora na segunda metade da década de 1960. Nos anos 70, participou de inúmeras bienais de gravura e obteve prêmios importantes. Residiu nos Estados Unidos, onde realizou mestrado e iniciou pesquisa sobre linguagem televisiva que transportou para a pintura. Integrou o corpo docente do Instituto de Artes da UFRGS, em Porto Alegre, onde reside. Sua primeira individual foi na Galeria Leopoldina, Porto Alegre, 1967. Participou da Bienal de São Paulo, 1973, e nesse mesmo período praticou arte conceitual-ambiental. Foi uma das primeiras artistas gaúchas a ter preocupações de fundo ecológico, realizando projeto de interferência no Parque Farroupilha, Porto Alegre. Em 1995 foi empossada como diretora do MARGS, onde está representada com peças gráficas e Totens, sólidos geométricos (nove módulos). Nesse mesmo ano participa da coletiva-homenagem ao cinema gaúcho, Espaço I, Usina do Gasômetro, Porto Alegre. Durante boa parte de sua carreira, expôs sob nome Romanita Martins, assinando, porém, seus trabalhos apenas como Romanita.

Fonte: Dicionário de Artes Plásticas no Rio Grande do Sul.Renato Rosa e Décio Presser. Porto Alegre: Ed.Universidade/UFRGS, 1997.

Gustavo Rosa (1946, São Paulo – idem, 2013). O artista brincava, que antes mesmo de falar aprendeu a desenhar. Autodidata, sempre gostou muito do desenho e através dessa paixão foi em busca de conhecimento artístico.
Ele largou sua carreira de Publicitário, para a Arte e Pintura. Estudou arte com o norte americano Amer Rudy Pozzati. Lançou uma grife com seu nome, em New York, Estados Unidos.
Gustavo Rosa, ganhou fama por sua pintura Colorida, Viva e com desenhos do cotidiano, desenhos exatos de pessoas, pássaros, animais. Ele se destacou por sua originalidade.
Sua primeira exposição individual foi em 1970 na galeria Alberto Bonfiglioli. Depois disso, começou a fazer exposições pelo mundo todo, em museus famosos e ganhou cada vez mais reconhecimento.
Gustavo Rosa se espantantava com alguns costumes, paixões e amores ridículos, então ao pintar cria seu próprio Mundo, com emoção e colorido.

Carlos Haraldo Sorensen (Bauru/SP, 1928 – Rio de Janeiro/RJ, 2008)

Pintor, ceramista, tapeceiro, cenógrafo, ilustrador, figurinista, arquiteto, designer, poeta. Carlos Haraldo Sorensen forma-se em arquitetura pela Faculdade de Arquitetura da Universidade do Brasil em 1958. Em 1952 e 1953 vive em Paris (França) onde freqüenta o ateliê de André Lhote e conhece Picasso, Roonet e Fernand Léger , durante esse período também estuda na Escola Superior de Belas Artes de Paris com Gleizes. Em 1948 trabalha com Di Cavalcanti (1897-1976), com quem pinta inúmeros painéis. Em 1949 faz sua primeira individual, na Cooperativa dos Artistas Plásticos em São Paulo SP. Durante a década de 50 ilustra diariamente inúmeras revistas e jornais com Santa Rosa (1909-1956), Portinari (1903-1962) e Sigaud (1899-1979); participa de diversos salões, entre eles o Salão Preto e Branco, no Palácio da Cultura do Rio de Janeiro. Em 1950 organiza o 1º Salão do ART no Clube do Rio de Janeiro, e dois anos depois organiza, junto com grupo de expositores orientados por Lucio Costa (1902-1998) e Jorge Amado (1912-2001), o 1º Salão Brasileiro de Arte Moderna. Em 1951 ingressa como ator na cia de Jean Louis Barrault – Madeleine Renaut. Entre 1956 e 1970 é diretor de arte na TV Tupi, a convite de Assis Chateaubriand (1892-1968). Entre 1970 e 1981 realiza a criação visual do programa Fantástico e de musicais e novelas da Rede Globo. Participa da 8ª Bienal Internacional de São Paulo em 1965, e em 1976, da Retrospectiva de 35 anos de atividades no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ), na Real Galeria de Arte e no MEC, onde recebe o Prêmio Aquisição MEC. Em 1985 expõe no 8º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ. Ilustra diversos livros, desenha figurinos para peças teatrais e recebe diversos prêmios como Prêmio Melhor Figurinista do Ano em 1958 e 1962.

Fonte: Itaú Cultural.

Dimas Florencio.  Dimas Florencio, autodidata e natural de Ronda Alta/RS. Aos 9 anos de idade manifestou seu interesse pela arte. Em 1987 foi para Porto Alegre,  onde dedicou-se a pintura.  A leveza de suas obras, as cores luminosas, suas mulheres com belos traços e sua alegria em lecionar em vários países, fazem de Dimas um vitorioso, um autodidata realizado.
Passeia pelo figurativo com desenvoltura e atento aos detalhes. Nada mais pretende a não ser evoluir dentro de sua arte e passar sua arte aos que o procuram. É um artista bem sucedido cujo talento já é reconhecido no Brasil e em outros países, como: Uruguai, Itália, França, Suíça, Portugal, Argentina e México.
 

Eli Malvina Diniz Heil (Palhoça, SC, 1929-Florianópolis, 2017). Pintora, desenhista, ceramista, escultora, tapeceira, poeta. Nos anos 1950, atua como professora de educação física. Autodidata, inicia sua produção artística em 1962. Nessa época, desenha animais e pinta paisagens de morros com casas, utilizando camadas espessas de tinta e cores saturadas. Em 1963, realiza sua primeira mostra individual, em Florianópolis. Nesse ano, o crítico e historiador da arte João Evangelista de Andrade Filho (1931) publica um ensaio sobre a obra da artista e a expõe em Brasília. Ainda nos anos 1960, começa a desenvolver objetos tridimensionais – aplica bonecos de pano na superfície da tela e, em seguida, cria seres imaginários com materiais diversos como cerâmica, cimento, madeira, argamassa e plásticos derretidos. Expõe individualmente no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo – MAC/USP, em 1966, a convite do historiador Walter Zanini (1925). Dois anos depois, passa a expor em países europeus. Participa da 1ª Bienal Latino-Americana de São Paulo, em 1978, e da seção de Arte Incomum da 16ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1981. O Museu de Arte de Santa Catarina – Masc realiza uma mostra retrospectiva de sua obra em 1982. A artista cria, em 1987, O Mundo Ovo de Eli Heil, na capital catarinense, onde monta seu ateliê e um espaço para exibição permanente de sua produção. Em 1994, é inaugurado oficialmente a Fundação O Mundo Ovo de Eli Heil. É autora do livro de poemas e desenhos Vomitando Sentimentos, 2000.

Erico di Primio Leitão dos Santos nasceu em Cacequi, Rio Grande do Sul, Brasil, em 1952. Fez desenho publicitário, ilustrações e cartoons. Formou-se em Direito em 1978. Exerceu advocacia, magistério e serviço público com funções de procurador autárquico. Atua no mercado de arte brasileiro desde os anos 70, com participações em salões oficiais, importantes mostras coletivas e diversas individuais. Obteve prêmios e homenagens especiais. Pintou a Via Sacra para a Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro de Porto Alegre. Erico Santos é aclamado pela crítica um pintor por excelência e um dos expoentes do mercado de arte do Rio Grande do Sul, considerado um dos cinco artistas mais carismáticos. Foi jurado em salões oficiais, proferiu palestras e escreveu sobre arte para jornais e revistas de cultura. Autor dos livros Pintura & Palavra, Porto Alegre, 1998 e Arte: emoção e diálogo, Porto Alegre, 1999. Verbete nos seguintes dicionários: Art Trade International Guide of Quotation, de Narcizo Martins, Porto, Portugal, 1993; Artes Plásticas Brasil, de Julio Louzada, São Paulo, diversas edições; e Dicionário de Artes Plásticas no Rio Grande do Sul, de Renato Rosa e Decio Presser, Porto Alegre, l997. Citado nos livros: Atuar Arquitetura & Decoração, de Renato Andreuchetti, Porto Alegre, 1998; Arte Brasil, Série Artistas Brasileiros, vol. 9 e Artes Plásticas Brasil 500,R Editora, Belo Horizonte, 2000 e Anuário de Artes Plásticas Brasileiro, Belo Horizonte, 2001, sendo a capa do livro.

Pintora e desenhista. Santa Cruz do Sul, RS. Formada pelo Centro de Artes da Universidade Federal de Santa Maria, atuou como monitora do professor Cláudio Carriconde. Tem participado de coletivas e salões. Fez individual na Galeria Geiger, Santa Maria, 1985. Seu nome completo é Djalmira de Freitas Rosa, assina seus trabalhos como Deja.

Francisco Domingos da Silva (Alto Tejo/ Acre, 1910 – Fortaleza/CE, 1985)

Chico da Silva,  pintor e desenhista. Começa a desenhar a carvão e giz sobre muros e paredes de casebres de pescadores por volta de 1937, em Fortaleza (Ceará). Na década de 1940, sob o incentivo do crítico e pintor suíço Jean Pierre Chabloz, inicia-se na pintura à guache e juntamente com Chabloz, Antônio Bandeira e Inimá de Paula, expõe na Galeria Askanasy, no Rio de Janeiro, em 1945. Entre 1961 e 1963, trabalha no recém-criado Museu de Arte da UFCE. Depois de permanecer quatro anos internado em um hospital psiquiátrico, volta a pintar em 1981. É considerado um dos maiores pintores primivistas do Brasil,  participou da Bienal de Veneza, em 1966 e da 9º Bienal Internacional de São Paulo, em 1968, além de várias exposições pela Europa. Personagem da cena boêmia de Fortaleza, teve vida atribulada alterando períodos de glória e ostracismo, sua obra teve reconhecimento da crítica e do mercado.

    O gravador, fotógrafo e pintor Carlos Augusto Caminha Vergara dos Santos nasceu em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, em 1941. Na década de 1950, transferiu-se para o Rio de Janeiro e, paralelamente à atividade de analista de laboratório, dedicou-se ao artesanato de jóias, que foram expostas na 7ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1963. No ano, voltou-se para o desenho e a pintura, realizando estudos com Iberê Camargo (1914 – 1994).

    Participou das mostras Opinião 65 e 66 no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Em 1967, foi um dos organizadores da mostra Nova Objetividade Brasileira, que procurou fazer um balanço da vanguarda brasileira. Atuou ainda como cenógrafo e figurinista de peças teatrais. Neste período, produziu pinturas figurativas, que revelam afinidades com o expressionismo e a arte pop. Durante a década de 1970, utilizou a fotografia e o filme super-8 para estabelecer reflexões sobre a realidade. O carnaval passou a ser também objeto de sua pesquisa.

    Atuou ainda em colaboração com arquitetos, realizando painéis para diversos edifícios e empregando materiais e técnicas do artesanato popular. Em 1972, publicou o caderno de desenhos Texto em Branco, pela Editora Nova Fronteira. Durante os anos 1980, voltou à pintura, produzindo quadros abstratos geométricos nos quais explora, principalmente, tramas de losangos que determinam campos cromáticos. Desde o fim dos anos 1980, emprega pigmentos naturais e minérios, com os quais produz a base para trabalhos em superfícies diversas.

    Em 1997, realizou a série Monotipias do Pantanal, na qual explora o contato direto com o meio natural, transferindo para a tela texturas de pedras ou folhas, entre outros procedimentos.

 

Rodrigo Pecci nasceu em Porto Alegre no ano de 1976. Ingressou no curso de Gravura em metal do Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre, ministrado pelo artista plástico Wilson Cavalcanti no ano de 2002. Trabalhou como impressor na Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre, sob orientação do artista e impressor Eduardo Haesbaert. Participou de diversas exposições coletivas de gravura, entre elas: Olhar Intimista, nos anos de 2003 e 2004; Diálogos, que ocorreu simultaneamente na Casa de Cultura Mário Quintana (Galeria Xico Stockinger), Porto Alegre e em Quilicura, Santiago, Chile, em 2004 e Os Gravo-Gráficos, no Espaço Cultural ESPM, Porto Alegre, em 2008. Realizou em 2008 sua primeira exposição individual de gravuras em metal, Sobreimpressões, muito bem recebida pela crítica, na Galeria Arte & Fato, Porto Alegre. Foi finalista do 19º Salão Jovem Artista de Porto Alegre, e do 18º Salão de Artes Plásticas da Câmara Municipal de Porto Alegre, ambos em 2008. Desde 2002 atua como técnico e impressor na oficina de gravuras do Museu do Trabalho, ministrando cursos e imprimindo para o Consórcio de Gravuras.

Francisco Brennand (Recife, PE, 1927 – 2019)Francisco de Paula Coimbra de Almeida Brennand – Ceramista, escultor, desenhista, pintor, tapeceiro, ilustrador, gravador. Inicia sua formação em 1942, aprendendo a modelar com Abelardo da Hora (1924). Posteriormente, recebe orientação em pintura de Álvaro Amorim (19-?) e Murilo Lagreca (1899 – 1985). No fim dos anos 1940, pinta principalmente naturezas-mortas, realizadas com grande simplificação formal. Em 1949, viaja para a França, incentivado por Cicero Dias (1907 – 2003). Frequenta cursos com André Lhote (1885 – 1962) e Fernand Léger (1881 – 1955) em Paris, em 1951. Conhece obras de Pablo Picasso (1881 – 1973) e Joán Miró (1893 – 1983) e descobre na cerâmica seu principal meio de expressão. Entre 1958 a 1999, realiza diversos painéis e murais cerâmicos em várias cidades do Brasil e dos Estados Unidos. Em 1971, inicia a restauração de uma velha olaria de propriedade paterna, próxima a Recife, transformando-a em ateliê, onde expõe permanentemente objetos cerâmicos, painéis e esculturas. Em 1993, é realizada grande retrospectiva de sua produção na Staatliche Kunsthalle, em Berlim. É publicado o livro Brennand, pela editora Métron, com texto de Olívio Tavares de Araújo, em 1997. Em 1998, é realizada a retrospectiva Brennand: Esculturas 1974-1998, na Pinacoteca do Estado – Pesp, em São Paulo. Desde os anos 1990, são lançados vários vídeos sobre sua obra, entre eles, Francisco Brennand: Oficina de Mitos, pela Rede Sesc/Senac de Televisão, em 2000.

Wesley Duke Lee (São Paulo/SP, 1931 – 2010)

Desenhista, gravador, artista gráfico e professor, fez curso de desenho livre no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand em 1951. Um ano depois, viajou para os Estados Unidos e estudou na Parson’s School of Design e no American Institute of Graphic Arts, em Nova York, até 1955. Naquela época, acompanhou as primeiras manifestações da arte pop e viu trabalhos de Robert Rauschenberg (1925 – 2008), Jasper Johns (1930) e Cy Twombly (1928 – 2011).

No Brasil, em 1957, deixou a publicidade e se tornou aluno do pintor Karl Plattner (1919 – 1989), com quem trabalhou em São Paulo e, posteriormente, na Itália e na Áustria até 1960. Nessa época, viveu também em Paris, frequentou a Académie de la Grande Chaumière e o ateliê de Johnny Friedlaender (1912 – 1992).

Retornou ao Brasil em 1960 e, em 1963, iniciou trabalho com os jovens artistas Carlos Fajardo (1941), Frederico Nasser (1945), José Resende (1945) e Luiz Paulo Baravelli (1942), entre outros. Nesse ano, realizou, no João Sebastião Bar, em São Paulo, o Grande Espetáculo das Artes, um dos primeiros happenings do Brasil.

Procurou organizar um movimento artístico, o realismo mágico, com Maria Cecília (1928), Bernardo Cid (1925 – 1982), Otto Stupakoff (1935 – 2009) e Pedro Manuel-Gismondi (1925 -1 999), entre outros. Em 1966, com Nelson Leirner (1932), Geraldo de Barros (1923 – 1998), José Resende, Carlos Fajardo e Frederico Nasser, fundou, como reação ao mercado de arte, o Grupo Rex, que existiu até 1967.

Oscar Crusius (Porto Alegre/RS, 1904 – 1991)

Foi pintor e desenhista. Formou-se no Instituto de Belas Artes em 1928 e foi discípulo de Ângelo Guido e Francis Pelichek. Em 1940 obteve seu primeiro prêmio no Salão Oficial do Instituto de Belas Artes. Durante sua trajetória artística, realizou mais de quarenta exposições individuais, sendo a última na Galeria Nelpi, em Porto Alegre, 1987. Sua obra é dominada por cenas rurais que retratam o Rio Grande do Sul. É citado no Dicionário brasileiro de artes plásticas. Existem exemplares de pintura de grande qualidade, resultantes de suas viagens ao norte do País. Roberto Pontual cita-o em seu Dicionário das Artes Plásticas no Brasil como pintou de “aspectos da paisagem e dos costumes regionais gaúchos”. Pintor e desenhista. Porto Alegre, RS, 1904 – Porto Alegre, RS, 1991. Formou-se no Instituto de Belas Artes em 1928. Foi discípulo de Ângelo Guido e  Francis Pelichek. Em 1940 obteve seu primeiro prêmio no Salão Oficial do Instituto de Belas – Artes. Durante sua trajetória artística, realizou mais de quarenta individuais, sendo a última na Galeria Nelpi, Porto Alegre, 1987. Sua obra é dominada por cenas rurais que retratam o Rio Grande do Sul. É citado no Dicionário brasileiro de artes plásticas. Existem exemplares de pintura de grande qualidade, resultantes de suas viagens ao norte do País. Roberto Pontual cita-o em seu Dicionário das Artes Plásticas no Brasil como pintou de “aspectos da paisagem e dos costumes regionais gaúchos”.

Fonte: https://www.galart.com.br/artista/oscar-crusius/.

Alexandre Rapoport (Rio de Janeiro/RJ, 1929)

É pintor, arquiteto, desenhista e gravador brasileiro.

Autodidata, começou a pintar na Faculdade de Arquitetura, antes do final da década de 1950. Estudou desenho com Ubi Paiva e, enquanto estudante, assistiu às aulas de gravura de Raymundo Cella, na Escola Nacional de Belas Artes. Teve contato com Cândido Portinari, cujas influências permeiam sua obra até hoje. Ainda na década de 50 ganhou a “Menção Honrosa” no Salão Nacional de Belas Artes.

De 1956 até aproximadamente 1972, dedicou-se também ao desenho industrial, expondo no Brasil e exterior. Além do Brasil, possui trabalhos em diversas coleções particulares e instituições públicas, em Roma, Viena, Zurique, Nova Iorque, Tóquio, Paris, Buenos Aires, Antuérpia, Washington e Jerusalém.

É considerado um surrealista, e sua obra tem grande fama e liquidez. Participou de diversas exposições coletivas, com pinturas, desenhos e gravuras no Museu Nacional de Belas Artes e no Ministério da Educação e Cultura. Durante o período de 1953 a 1966 lecionou como professor de composição decorativa na Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil, atual FAU-UFRJ. Desde 1956 até aproximadamente 1972 dedicou-se também ao desenho industrial, expondo no Brasil e exterior.

Artista surrealista, com formas desfocadas como que em movimento. São olhos que se mexem, personagens com instrumentos musicais, rostos que viram pro lado, casais que dançam. Suas peças têm um quê onírico, trazendo à tona o papel do inconsciente nas tarefas criativas. Mescla, para tanto, o figurativo e o abstrato; a representação e a imaginação.

Fonte: Catálogo das Artes.

Willem Leendert van Dijk (Westmass, Holanda 1915 – Petrópolis RJ 1990). Pintor e desenhista. Estuda arte e teologia em Leiden (Holanda), na Academia de Belas Artes e Universidade de Leiden. Em 1935, ganha viagem ao exterior, conhecendo a França, Itália e Grécia. Com a Segunda Guerra Mundial, alista-se na resistência aos nazistas, perdendo as duas pernas na frente de batalha. Em 1947, nomeado 1º Adido Cultural pela Rainha Guilhermina, viaja para o Brasil, fixando residência no Rio de Janeiro. Em 1948, é lançada a sua biografia L’Homme, Le Peintre, L’Oeuvre, de Carlos Torres Pastorino. Em 1960, publica o livro de poemas Convite à Exposição. Em 1971, é nomeado membro da Academia Metropolitana de Letras. Em 1947, realiza sua primeira exposição individual, na Associação Brasileira de Imprensa, no Rio de Janeiro. Em 1951, ganha medalha de ouro no Salão dos Artistas Nacionais e, em 1952, medalha de prata no Salão dos Artistas Brasileiros. Realiza exposições nos Estados Unidos, Alemanha, Holanda, França, Dinamarca, Argentina e Japão. Em 1966, a Harwick Collection (Estados Unidos) adquire para o seu acervo a tela Jangadeiros em ação. Em 1968, o governador do estado do Rio de Janeiro, Geremias Fontes, oferece ao Presidente Costa e Silva o quadro Rio Piabanha – Petrópolis e a tela Petrópolis em Flor à rainha Elisabeth II, em visita oficial ao Brasil. Em 1971, torna-se membro da Academia Petropolitana de Letras.

http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa1348/win-van-dijk

Nelson Boeira Fäedrich nasceu em Porto Alegre em 02 de janeiro de 1912. Começou a interessar-se pela arte ainda menino quando acompanhava seu tio, o artista plástico Oscar Boeira, em longos passeios pela cidade.
Nos anos 20, foi balconista na loja de ferragens “Casa Pimenta”, no centro de Porto Alegre, onde passava grande parte do tempo desenhando em papéis de embrulho sobre o balcão, ilustrando os poemas dos amigos. Seus primeiros trabalhos foram publicados nessa época no Correio do Povo.
No início da década de 30, foi convidado para trabalhar no atelier da Globo, sob o comando de Ernest Zeuner. Ilustrou mais de cem livros, entre os quais, Contos, de Hans Christian Andersen, Contos Gauchescos, de João Simões Lopes Neto, e o Tempo e o Vento, de Erico Verissimo.
Fäedrich se dizia um pintor “fantasista que gosta mais do fantástico, da lenda”. Recriou em nanquim e guache personagens míticos como a Salamanca e o Negrinho do Pastoreio, entre outros da coletânea Lendas do Sul, de Simões Lopes Neto.
Em 1954, fez parte da equipe que fundou “A Hora” e foram dele as primeiras ilustrações a cores que apareceram em jornais do Rio Grande do Sul.
A partir do final dos anos 60, sua arte voltou-se para a pintura. Realizou uma exposição de 14 quadros a óleo sobre o tema “A música interpretada através da pintura”, depois veio a série, “Deuses do Panteão Africano (Orixás)”, que foi

apresentada em todo o Brasil. Ao final da itinerância, o artista doou seus trabalhos ao Ministério do Interior e às embaixadas de Portugal e de países do continente africano.

Fäedrich recebeu várias premiações em concursos realizados em Porto Alegre e Rio de Janeiro. Entre elas, destacam-se o cartaz comemorativo ao centenário da Revolução Farroupilha, que em 1935 ganhou o primeiro lugar, e o cartaz “Brasileiros! Vossa Terra Vale Mais Que Todo o Ouro do Mundo”, premiado pelo Ministério de Educação e Cultura em 1938.

O artista faleceu em 04 de junho de 1994, em Porto Alegre, aos 82 anos, vítima de parada cardíaca.

http://catalogodasartes.com.br/Detalhar_Biografia_Artista.asp?idArtistaBiografia=9615

 

 

Luís Maristany de Trias (Barcelona, 1885Porto Alegre, Brasil, 1964) foi um pintor, desenhista e professor ativo na América do Sul no início do século XX.

Estudou em Barcelona na Escola de Belas Artes, e mais tarde foi discípulo de Pedro Borel. Ganhou seu primeiro prêmio aos 17 anos, no Salão de Belas Artes de Barcelona, que lhe proporcionou um ano de estudos na França.

Transferiu-se em seguida para a América do Sul, tendo viajado extensamente pela Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile, registrando em pinturas e desenhos as suas impressões. Durante esse período retornou várias vezes à Europa. Fixando-se no Rio Grande do Sul a partir de 1922, retratou as docas do Guaíba, as ruas e os arredores de Porto Alegre. Depois de naturalizar-se brasileiro, em 1938, aceitou convite do professor Tasso Corrêa, então diretor do Instituto de Belas Artes, e passou a ocupar as cátedras de Anatomia Artística e Paisagem. Casado com a pintora Amélia Pastro, dedicou grande parte de sua vida ao ensino. Revelou-se um ótimo professor, admirado pelos alunos e colegas como Ângelo Guido, João Fahrion, Fernando Corona, José Lutzenberger e Benito Castañeda. Tem obra no MAM, na Pinacoteca Aldo Locatelli e no MARGS.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADs_Maristany_de_Trias

Mario Gruber nasceu em Santos em 1927 e começou a pintar em 1943, como autodidata. Tornou-se profissional aos 20 anos de idade, quando participou da Exposição Grupo dos 19 e o júri, formado por Lasar Segall, Anita Malfatti e Di Cavalcanti, conferiu-lhe o primeiro prêmio em pintura. Em 1946, estuda com o escultor Nicola Rollo na Escola de Belas-Artes de São Paulo e em 1948, trabalha com Di Cavalcanti e estuda gravura com Poty.

Em 1949, com bolsa de estudos oferecida pelo Governo Francês, viaja a Paris, onde aperfeiçoa seus estudos de gravura em metal na École Nationale Supérieure des Beaux-Arts com Édouard Goerg. Em 1951 retorna ao Brasil, quando funda, em Santos, o Clube de Gravura, mais tarde Clube de Arte marcando o início de sua participação na vida artística e cultural brasileira. Em 1953, convocado por Gabriela Mistral, Diego Rivera e Pablo Neruda participa como delegado no I Congresso Continental de Cultura, no Chile.

Entre 1961 e 1964, leciona gravura em metal na Fundação Armando Álvares Penteado (São Paulo). Dedica-se especialmente à calcografia e produz edições de gravura em metal na Impremérie Georges Leblanc (Paris).
A partir dessa data os prêmios e as exposições nacionais e internacionais se acumulam e sua obra motiva a realização de dois curta-metragens, um deles exibido no Festival de Cinema de Veneza, em 1967, direção de Rubens Biáfora, ganhador do Prêmio Governador do Estado; o segundo – “A Arte Fantástica de Mario Gruber”, dirigido por Nelson Pereira dos Santos -, 1982.
Gruber tem telas em vários museus brasileiros e internacionais, como o Wisconsin State Museum College Union, USA; Museu Poushkin, Moscou, URSS; Museu de Arte Contemporânea, São Paulo, SP; Museu de Arte Brasileira, São Paulo, SP; Museu de Bahia, Salvador, BA e outros.
Sua participação em obras de arquitetura, a convite de seus autores, vem de longa data, destacando-se nas obras do arquiteto Vilanova Artigas, os painéis da “Casa dos Triângulos” na Galeria Califórnia, no Ginásio Estadual de Guarulhos, e mais recentemente marcando sua posição de vanguarda no realismo fantástico brasileiro – os grandes painéis no Aeroporto internacional de Cumbica e na Estação Sé do Metrô de São Paulo.
Em 1970, monta atelier de pintura e gravura em São Paulo, considerado um dos maiores e mais completos da América Latina; em 1974 transfere-se para Paris onde reside até 1978, voltando ao Brasil e montando atelier em Olinda, onde então o seu habitual rigor técnico e domínio pictórico se defronta com a intensidade luminosa do Nordeste e os quase cinco séculos de tradição cultural nordestina.
Em 1979, de volta a São Paulo, rigoroso em seu ofício, revelando como sempre, suas preocupações com as questões sociais brasileiras e latino-americanas, mantém intenso ritmo de trabalho, expondo em galerias séries de gravuras e pinturas, culminando em 1989 com o grande painel em grés, na Biblioteca do Memorial da América Latina.

http://www.pinturabrasileira.com/artistas_bio.asp?cod=26&in=9

     Niobe Nogueira Xandó Bloch nasceu em Campos Novos do Paranapanema (atual Campos Novos Paulista), São Paulo, em 1915 e morreu em São Paulo, São Paulo, em 2010. Pintora, desenhista e escritora autodidata, ela viveu a infância e a adolescência no interior de São Paulo, mudando-se para a capital em 1932. Niobe casou-se aos 16 anos com João Baptista Ribeiro Rosa, destacado militante, e passou a frequentar reuniões do Partido Comunista.

    Iniciou sua carreira como artista plástica em 1947. Naquele ano, conheceu os pintores Yoshiya Takaoka (1909 – 1978) e Geraldo de Barros (1923 – 1998) no ateliê do professor e artista Raphael Galvez (1895 – 1961). Fez sua primeira exposição individual em 1953, em São Paulo, na Livraria das Bandeiras, na Praça da República.

    Separada do primeiro marido, casou-se novamente com o intelectual tcheco Alexandre Bloch, por intermédio de quem se tornou amiga de Vilém Flusser, que escreveu artigos sobre a sua obra. Durante o ano de 1957, viajou pelas cidades de Madri, La Coruña e Paris. Seu trabalho ganhou destaque em 1965, na 8ª Bienal Internacional de São Paulo.

    De volta ao Brasil, mudou-se com o marido para Salvador. O casal seguiu para a Europa em 1968, com períodos em Paris, Londres e Estocolmo. Regressou ao Brasil em 1971, vivendo em São Paulo até 1980. Xandó viajou a Nova York em 1981 e 1983, depois voltou definitivamente ao Brasil.

    Entre as exposições em que se destacou, estão a 10ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1969, na qual teve sua obra apresentada na sala especial de Artes Mágica, Fantástica e Surrealista, e a 1ª Bienal Latino-Americana de São Paulo, em 1978, em que seu trabalho representou a influência das culturas africana e indígena na arte brasileira.

     O pintor, desenhista, muralista e professor Samson Flexor nasceu na cidade de Soroca, em Bessarábia, Rússia, em 1907 e morreu em São Paulo, São Paulo, em 1971. Viajou para a Bélgica em 1922, onde estudou química e cursou pintura na Académie Royale des Beaux-Arts (Academia Real de Belas Artes). Mudou-se para Paris em 1924 e fez o curso livre da Ecole Nationale Supérieure des Beaux-Arts (Escola Nacional Superior de Belas Artes), orientado por Lucien Simon (1861 – 1945). Paralelamente, cursou história da arte na Sorbonne. Em 1926, frequentou as academias La Grande Chaumière e Ranson, na qual recebeu aulas de Roger Bissière (1886 – 1964). No ano seguinte, realizou a primeira exposição individual, na Galeria Campagne Première, em Paris. Em 1929, participou da fundação do Salon des Surindépendants, atuando como seu diretor até 1938. Conviveu com o meio artístico parisiense durante mais de 20 anos.

    Quando se converteu ao catolicismo, em 1933, passou a executar pinturas murais de cunho religioso. Membro da Resistência Francesa durante a II Guerra Mundial (1939 – 1945), foi forçado a fugir de Paris. Nesse período, suas pinturas tornaram-se sombrias e ele iniciou estudos expressionistas e cubistas sobre a Paixão de Cristo.

    Em 1946, realizou viagem ao Brasil e expôs na Galeria Prestes Maia, em São Paulo, e, em 1948, fixou-se naquela cidade. Motivado pelo crítico Léon Dégand (1907 – 1958), então diretor do Museu de Arte Moderna, aproximou-se do abstracionismo geométrico e criou, em 1951, o Atelier Abstração, tendo como alunos Jacques Douches (1921), Norberto Nicola (1930 – 2007), Leopoldo Raimo (1912), Alberto Teixeira (1925) e Wega Nery (1912 – 2007), entre outros. O Atelier Abstração formou grande número de pintores interessados nesta tendência. Em meados da década de 1960, Flexor aproximou-se da abstração lírica e da figuração.

   Apesar de residir no Brasil, o artista realizava regularmente exposições individuais por diversas capitais da Europa, tendo participado de seis bienais de São Paulo, de Veneza e de Tóquio.

Roberto Burle Marx (São Paulo/SP, 1909 – Rio de Janeiro/RJ, 1994)

Paisagista, arquiteto, desenhista, pintor, gravador, litógrafo, escultor, tapeceiro, ceramista, designer de joias, decorador. Baseada no estudo da paisagem natural brasileira, sua obra tem caráter inovador, incorporando elementos de diferentes contextos, como espécies vegetais que descobre em expedições botânicas, colunas e arcadas coletadas em demolições ou mosaicos e painéis de azulejos recuperados da tradição portuguesa.

Durante a infância, vive no Rio de Janeiro. Em 1928, muda-se com a família para Berlim, na Alemanha, e entra em contato com as obras de artistas consagrados, como o holandês Vincent van Gogh (1853-1890), o espanhol Pablo Picasso (1881-1973) e o alemão Paul Klee (1879-1940). Em 1929, frequenta o ateliê de pintura de Degner Klemn.

De volta ao Rio de Janeiro, estuda  entre 1930 e 1934 pintura e arquitetura na Escola Nacional de Belas Artes (Enba), onde é aluno de Leo Putz (1869-1940), Augusto Bracet (1881-1960) e Celso Antônio (1896-1984). Em 1932, desenvolve ao lado de Gregori Warchavchik (1896-1972) seu primeiro projeto de jardim, a convite de Lucio Costa (1902-1998), arquiteto que projeta a residência da família Schwartz, no Rio de Janeiro.

Entre 1934 e 1937, ocupa o cargo de diretor de parques e jardins do Recife, Pernambuco, onde passa a residir. Nesse período, vai com frequência ao Rio de Janeiro e tem aulas com Candido Portinari (1903-1962) e Mário de Andrade (1893-1945) no Instituto de Arte da Universidade do Distrito Federal. Em 1937, retorna ao Rio de Janeiro e trabalha como assistente de Portinari. Na pintura, inicialmente se dedica a naturezas-mortas com motivos da flora brasileira, em traços sinuosos e uma paleta de tons sóbrios. Produz quadros em que incorpora soluções formais do cubismo, como Abóboras com Bananas (1933). Mantém diálogo com Picasso e com os muralistas mexicanos, representando figuras do povo, cenas de trabalho e favelas. Nos retratos, realistas, aproxima-se de Candido Portinari e Di Cavalcanti (1897-1976).

No final da década de 1930, trabalha em parceria com arquitetos e opera a integração de sua obra paisagística à arquitetura moderna. Na elaboração de seus projetos experimenta formas orgânicas e sinuosas, delineadas por um contorno preciso. Com Lucio Costa, atua no projeto dos jardins do Ministério da Educação e Saúde (Rio de Janeiro, 1938-1944) e do eixo monumental de Brasília (1961-1962); com Rino Levi (1901-1965), na residência Olivo Gomes (atual Parque da Cidade Roberto Burle Marx, em São José dos Campos [1950-1953 e 1965]); com Affonso Eduardo Reidy (1909-1964), nos jardins do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (1954-1956) e do Parque do Flamengo (1961-1965); e com Oscar Niemeyer (1907-2012), no Conjunto da Pampulha (Belo Horizonte, 1942-1945). Esses trabalhos revelam ainda atenção às massas de cor, obtidas pela disposição de arbustos e árvores em grupos homogêneos, de acordo com o potencial de mudanças cromáticas ao longo das estações do ano. Pedras, seixos e areias são empregados também conforme a cor.

Na Fazenda Marambaia (Petrópolis, 1948) e no Rancho da Pedra Azul (Teresópolis, 1956) integra a paisagem construída ao cenário natural: os jardins se expandem e incorporam a natureza local. A partir da década de 1950, utiliza em seus trabalhos uma ordenação mais geometrizante, como na Praça da Independência [João Pessoa (1952)].

O geometrismo está presente também em suas pinturas representando cidades, como Morro do Querosene (1936) e Morro de São Diogo (1941), obras de linhas retas e paleta sóbria, em que predominam tons amarelo, cinza e preto. Nessa mesma época, nota-se em alguns quadros a passagem gradual para o abstracionismo, como em Cataventos (1940), Figura em cadeira de balanço (1941) e Peixes (1944).

A partir da década de 1950, sua pintura atinge uma linguagem particular: a tendência para a abstração se consolida e a paleta passa a incluir nuances de azul, verde e amarelo mais vivos. O trabalho com a cor está associado ao desenho, que se sobrepõe e estrutura a composição. Nos anos 1980, passa a realizar composições geométricas em acrílico: com contornos desenhados com a cor, as telas têm aspecto fluído e flexível, ganhando leveza.

A paixão por plantas, que o acompanha desde a juventude, toma nova dimensão a partir de 1949, quando o artista adquire o Sítio Santo Antônio da Bica, de 800 mil metros quadrados, no bairro carioca de Campo Grande, onde reúne e estuda exemplares, muitas vezes raros, da flora brasileira. Em companhia de botânicos, realiza inúmeras viagens a diversas regiões do país para coletar e catalogar exemplares de plantas, reproduzindo em sua obra a diversidade fitogeográfica brasileira.

Ao longo da carreira são numerosos os desenhos a nanquim, nos quais trabalha com motivos tirados da trama finíssima de folhagens e galhos. Embora tenham como base a natureza, apresentam essencialmente caráter abstrato, com predominância de elementos lineares. O nanquim busca gradações em tonalidades diversas, como no desenho “Dia e noite” (Série 1973, 1).

Na década de 1970, Burle Marx tem marcante atuação como ecologista, defendendo a necessidade da formação de uma consciência crítica em relação à destruição do meio ambiente. O sítio é doado ao governo federal em 1985, passando a chamar-se Sítio Roberto Burle Marx, e se constitui como valioso patrimônio paisagístico, arquitetônico e botânico.

Inspirando-se constantemente em formas da natureza, o trabalho de Burle Marx reflete a indissociável experiência de paisagista e botânico, especialmente em seus jardins, pioneiros na maneira como reúnem arquitetura e espécies vegetais brasileiras.

Fonte: Itaú Cultural.

Artur Barrio (Porto, Portugal 1945) Artur Alípio Barrio de Sousa Lopes, Artista multimídia e desenhista. Em 1955, passa a viver no Rio de Janeiro. Começa a se dedicar à pintura em 1965 e, a partir de 1967, freqüenta a Escola Nacional de Belas Artes – Enba. Nesse período, realiza os cadernos livres, com registros e anotações que se afastam das linguagens tradicionais. Em 1969, começa a criar as Situações: trabalhos de grande impacto, realizados com materiais orgânicos como lixo, papel higiênico, detritos humanos e carne putrefata (como as Trouxas Ensangüentadas), com os quais realiza intervenções no espaço urbano. No mesmo ano, escreve um manifesto no qual contesta as categorias tradicionais da arte e sua relação com o mercado, e a situação social e política na América Latina. Em 1970, na mostra Do Corpo à Terra, espalha as Trouxas Ensangüentadas em um rio em Belo Horizonte. Barrio documenta essas situações com o uso de fotografia, cadernos de artista e filmes Super-8. Cria também instalações e esculturas, nas quais emprega objetos cotidianos. Realiza constantes viagens, e reside também na África e na Europa – em Portugal, na França e na Holanda. Desde a metade da década de 1990, ocorrem várias publicações e exposições que procuram recuperar sua obra.

(http://www.escritoriodearte.com/artista/artur-barrio/)

Elizabeth Costa

Biografia em construção.

Joan Miró i Ferrà (Barcelona, 20 de abril de 1893Palma de Maiorca, 25 de dezembro de 1983) foi um escultor e pintor surrealista catalão. Quando jovem frequentou a Escola de Belas Artes da capital catalã e a Academia de Gali. Em 1919, depois de completar os seus estudos, visitou Paris, onde entrou em contacto com as tendências modernistas como os fauvismo e dadaísmo. No início da década de 1920, conheceu o fundador do movimento em que trabalharia toda a vida, André Breton, entre outros artistas surrealistas. A pintura O Carnaval de Arlequim, 1924-25, e Maternidade, 1924, inauguraram uma linguagem cujos símbolos remetem a uma fantasia, sem as profundezas das questões psicanalistas surrealistas. Participou na primeira exposição surrealista em 1925. Em 1928, viajou para a Holanda, tendo pintado as duas obras Interiores holandeses I e Interiores holandeses II. Em 1937, trabalhou em pinturas-mural e, anos depois, em 1941, concebeu a sua mais conhecida e radiante obra: Números e constelações em amor com uma mulher. Mais tarde, em 1944, iniciou-se em cerâmica e escultura. Em suas obras, principalmente nas esculturas, utiliza materiais surpreendentes, como a sucata. Três anos depois, rumou pela primeira vez aos Estados Unidos. Já nos anos seguintes; durante um período muito produtivo, trabalhou entre Paris e Barcelona. No fim da sua vida reduziu os elementos de sua linguagem artística a pontos, linhas, alguns símbolos e reduziu a cor, passando a usar basicamente o branco e o preto. Algumas obras revelam grande espontaneidade, enquanto em outras se percebe a técnica feita com muito cuidado, e esse contraste também aparece em suas esculturas. Miró tornou-se mundialmente famoso e expôs seus trabalhos, inclusive ilustrações feitas para livros, em vários países. Em 1954, ganhou o prêmio de gravura da Bienal de Veneza e, quatro anos mais tarde, o mural que realizou para o edifício da UNESCO em Paris ganhou o Prêmio Internacional da Fundação Guggenheim. Em 1963, o Museu Nacional de Arte Moderna de Paris realizou uma exposição de toda a sua obra. Joan Miró morreu em Palma de Maiorca, Espanha, em 25 de dezembro de 1983.

Alfredo Volpi (Lucca/IT, 1896 – São Paulo/SP, 1988)

Pintor. Com uma trajetória singular e passagem por distintas vertentes da pintura, Volpi destaca-se por suas paisagens e temas populares e religiosos, como a série de bandeirinhas de festa junina.

Em 1897, chega ao Brasil com pouco mais de um ano e instala-se com a família no Cambuci, tradicional bairro de São Paulo. Estuda na Escola Profissional Masculina do Brás e, na juventude, trabalha como marceneiro, entalhador e encadernador. Em 1911, inicia a carreira como aprendiz de decorador de parede, pintando frisos, florões e painéis de residências. Na mesma época começa a pintar sobre madeira e tela.

Participa pela primeira vez de uma exposição coletiva no Palácio das Indústrias de São Paulo, em 1925, momento em que privilegia retratos e paisagens. Por causa da grande sensibilidade na representação da luz e da sutileza no uso das cores, é comparado aos impressionistas. Outras obras da década de 1920, no entanto, contam com traços que remetem a composições românticas. É o caso de Paisagem com Carro de Boi, com a movimentação curva da estrada e a árvore retorcida. A coexistência de elementos de escolas distintas indica o conhecimento da tradição e a recusa de Volpi à pintura de observação.

Na década de 1930, aproxima-se do Grupo Santa Helena, formado por artistas como os pintores Mário Zanini, Francisco Rebolo, o italiano Fulvio Pennacchi e Aldo Bonadei. Volpi participa de excursões para pintar os subúrbios e de sessões de desenho com modelo vivo realizadas pelo grupo. Em 1936, participa de uma exposição com os membros do Santa Helena e toma parte na formação do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo.

Em 1937, conhece o pintor italiano Ernesto de Fiori, importante figura no desenvolvimento artístico de Volpi. Com De Fiori, aprende que o tema da pintura e suas possibilidades narrativas não são tão importantes quanto os elementos plásticos e formais. De diálogos com o artista surgem soluções como o uso de cores vivas e foscas e um tratamento mais intenso da matéria pictórica. A partir desse ano, participa dos Salões da Família Artística Paulista (FAP), organizados pelo pintor Rossi Osir. Sem abandonar o trabalho de decoração de paredes, em 1939, inicia a série de marinhas e paisagens urbanas realizadas em Itanhaém, litoral de São Paulo.

Ganha o concurso promovido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 1940, por trabalhos realizados com base nos monumentos das cidades de São Miguel e Embu, e encanta-se com a arte colonial, voltando-se para temas populares e religiosos. Também realiza trabalhos para a Osirarte, empresa de azulejaria criada no mesmo ano por Osir. Nessa década, sua pintura passa por uma rigorosa simplificação formal.

Realiza a primeira exposição individual, na Galeria Itá, em São Paulo, no ano de 1944, e participa de coletiva organizada por Guignard, em Belo Horizonte.

No fim da década de 1940, confere à pintura uma textura rala com a aplicação da técnica da têmpera, como em Casa na Praia (Itanhaém), de 1949. Nesse período, o caráter construtivo é afirmado nos planos de fachadas, telhados e na paisagem, ao passo que certas composições gradativamente caminham para a abstração. Em 1950, viaja à Europa com Zanini e Osir e se interessa por pintores pré-renascentistas, o que confirma algumas soluções pictóricas que alcança em seu trabalho. Encontra na obra do pintor italiano Paolo Uccello jogos de ilusão em que ora o fundo se opõe à figura e a projeta para a frente, ora ambos se entrelaçam na superfície da tela. Volpi constrói, assim, um espaço indeterminado que permite o surgimento de uma estrutura que se esvai, fluida, ressaltada pela têmpera, e uma forte vontade de ordenação.

Participa das três primeiras Bienais Internacionais de São Paulo e, em 1953, divide com Di Cavalcanti o prêmio de melhor pintor nacional. É convidado a participar das Exposições Nacionais de Arte Concreta (1956 e 1957) e mantém contato com artistas e poetas dessa vertente.

Em 1958, é condecorado com o Prêmio Guggenheim, realiza exposição retrospectiva e é aclamado por Mário Pedrosa como “o mestre brasileiro de sua época”. No mesmo ano, pinta afrescos para a Capela Nossa Senhora de Fátima, em Brasília, e telas com temas religiosos. Ainda na década de 1950, surgem as bandeirinhas de festa junina que, além de um motivo popular, tornam-se elementos compositivos autônomos, como em Fachada com Bandeiras (1959).

Recebe o prêmio de melhor pintor brasileiro pela crítica de arte do Rio de Janeiro em 1962 e 1966. Nas décadas de 1960 e 1970, suas composições de bandeirinhas são intercaladas por mastros com grande variação de cores e ritmo. A técnica da têmpera lhe permite renunciar à impessoalidade do uso de tintas industriais e do trabalho automatizado e mecânico, dos quais os artistas concretistas se aproximam. A prática artesanal torna-se para Volpi uma resistência à automatização e, simultaneamente, a afirmação de seu lirismo, em vez de reiteração ingênua do gesto.

A trajetória artística de Alfredo Volpi é marcada por transformações gradativas que brotam de seu amadurecimento e diálogo com a pintura. Ao unir vasto conhecimento da história da arte com a prioridade do fazer artesanal, Volpi constrói uma obra original e incomparável.

Fonte: Itaú Cultural.

Ladislau Nahlowski( Kutunahora, Tchecoslováquia – 1906 – Porto Alegre, RS – 1992)

Pintor. Estudou na Universidade de Belas Artes de Praga. Em Porto Alegre, diplomou-se no Instituto de Belas Artes, onde foi aluno de João Fahrion, Francis Pelichek e Libindo Ferrás. Colaborou com Aldo Locatelli na execução dos afrescos da Igreja de São Pelegrino, em Caxias do Sul. Pintou afrescos também na Capela do Colégio Bom Conselho e na Igreja São José, ambas em Porto Alegre. Paisagens e flores foram os temas mais recorrentes em sua produção.

Saldanha, Ione (Alegrete RS 1919 – Rio de Janeiro RJ 2001). Pintora, escultora e desenhista. Realiza seus primeiros estudos no Rio de Janeiro, no ateliê do pintor Pedro Luiz Correia de Araújo (1874 – 1955), em 1948. Entra em contato com os artistas Arpad Szenes (1897 – 1985) e Vieira da Silva (1908 – 1992). Viaja para a Europa em 1951 e estuda a técnica de afresco em Paris, na Académie Julian, e em Florença, Itália. Inicialmente produz obras figurativas, como cenas cotidianas e retratos, e pintura de casarios, em que enfatiza a geometria. Posteriormente, sua produção adquire um caráter abstrato. No fim da década de 1960, passa a utilizar novos suportes, abandonando a superfície bidimensional, e pinta sobre ripas, carretéis (bobinas de madeira para cabos elétricos) e bambus. Em 1969, recebe o prêmio de viagem ao exterior no 7º Resumo de Arte do Jornal do Brasil, e vai para os Estados Unidos e Europa. Participa de várias edições da Bienal Internacional de São Paulo, com prêmio aquisição em 1967, e sala especial em 1975 e 1979. Apresenta a mostra Resumo de 45 Anos de Pintura, nas galerias A. M. Niemeyer, Paulo Klabin e Saramenha, no Rio de Janeiro, em 1988. Em 2001, é realizada a retrospectiva Ione Saldanha e a Simplicidade da Cor, no Museu de Arte Contemporânea de Niterói – MAC/Niterói.

Mirka Heinze de Almeida ( Santo Angelo, RS, 1929  –  Cuiabá, MT, 2015)

Pintora. Santo Ângelo, RS, 1929. Pintou desde os anos 40 e dedicou-se a pintura por mais de 50 anos produzindo e dando aulas de pintura. Fez cursos de atualização em Belo Horizonte, Brasília e Curitiba. Participou de coletivas em sua região e em outras estados como Santa Catarina. Expôs individualmente no Vestíbulo Norte da Assembleia Legislativa, Porto Alegre.  Muitos trabalhos da artista estão espalhados pelo mundo, adquiridos por colecionadores da boa arte, comprados em atelier italiano e alemão. Mas onde ficou Mirka e sua sensibilidade de cores do real? Ela, que era capaz de olhar e reproduzir um momento, um Bresson de saias em telas – o instante decisivo – imortalizado na imagem exposta feita de tinta e espátula.

Saint-Clair Cemin

Gravador e escultor. Cruz Alta, RS, 1951. Saint Clair Cemin cumpriu sua formação em ateliers públicos nos Estados Unidos. Estudou gravura em Paris, Atelier Calevert-Brun e na École Nationale Superieure des Beaux Arts. Estagiou no atelier de Tristan Bastit e no de Joelle Serve. Realizou ilustrações para Le Dernier Salon, especializada em arte e literatura. Em Nova Iorque trabalhou em gravura no estúdio de Roberto Blakburn (Printmaking Workshop) e no Pratt Graphics Center. Referindo-se ao gravador, em 1982 Jacob Klintowitz registrava para Zero Hora – Cultura: “É muito jovem, mas de alta qualidade”. Em 1997 mostra seis escultura na Galeria Camargo Vilaça, São Paulo. Em matéria assinada para o Caderno 2, página D7 de O Estado de São Paulo, de 5 de março, a crítica Angélica Moraes assinala: ” Sedutoras desde o primeiro olhar, as esculturas de Saint-Clair Cemin alimentam-se tanto de memória de formas arcaicas quanto de quebra de categorias estanques que caracteriza a contemporaneidade. Nascem da articulação afinada e criativa de fragmentos de história que podem vir da antiga Mesopotâmia, da Grécia ou mesmo do barroco mineiro” e, mais adiante, acrescenta: “Saint-Clair Cemin inverteu os pólos do chamado mecanismo consagratório do circuito artístico. Antes da sua obra ser apresentada ao Brasil na 22ª Bienal de São Paulo (1994), ele expôs na Documenta de Kassel (1992). Antes de chegar às melhores galerias brasileiras, já tinha conquistado espaços semelhantes na Europa e nos Estados Unidos”. Vive e trabalha em Nova Iorque.

Paula Kadunc, pseudônimo artístico de Maria Paula Kadunc, nasceu em São Paulo no ano de 1954. Seus primeiros estudos de arte tiveram inicio ainda na época do colégio onde freqüentou um curso clássico de arte e comunicação.
Formou-se em historia em 1975 e nos anos seguintes realizou viagens de estudo por toda a Europa, Japão, China e Filipinas com intuito de conhecer o maior numero de museus. No inicio da década de 80 trabalha no Museu de Arte de São Paulo como assessora de imprensa e relações publicas auxiliando ainda na curadoria de diversas exposições. Juntamente com a arquiteta Bya Barros abre um antiquário onde organiza leilões de arte com Luiz Arena. A partir dessa época realiza experiências e estudos sobre arte geométrica.
Na década de 90 dirige a Galeria Reflexus trabalhando com inúmeros artistas brasileiros e paralelamente freqüenta o atelier do escultor Paulo Tadee onde trabalha com desenhos e pinturas geométricas e passa a fundir esculturas em bronze.
Após estudar técnica de pintura com Marysia Portinari, a partir de 2001 inicia uma série de acrílicos sobre tela, seguindo sempre sua tendência geométrica. Tem participado com suas obras de várias exposições coletivas e leilões de arte e possui obras em diversas coleções particulares e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

Carlos José Pasquetti (Bento Gonçalves RS 1948 – 2022 Porto Alegre RS). Professor, pintor e desenhista. Gradua-se em pintura pela Escola de Belas Artes do Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em 1970 e, um ano depois, realiza sua primeira exposição individual no Instituto dos Arquitetos do Brasil de Porto Alegre. Ainda na década de 1970, leciona durante oito anos no departamento de arte dramática da UFRGS, fundando o grupo Nervo Óptico em 1976, e é premiado pela Universidade quando do 4° Salão de Artes Visuais. De 1980 a 1981, realiza sua pós-gradução na School of the Art Institute of Chicago, Estados Unidos, recebendo o título de Master in Fine Arts. De volta ao Brasil, atua como professor no departamento de artes visuais da UFRGS (1981 a 1991) e recebe o Troféu Scalp Destaque em Artes Plásticas em 1986. Em 1991, viaja para Europa, onde visita escolas e centros de Arte Contemporânea em Edimburgo e Glasgow, Escócia, e em Londres e Oxford, Inglaterra.

 

Gustav Moreau

Gustave Moreau (6 de abril de 1826 – 18 de abril de 1898) foi um pintor francês. Tornou-se célebre por ser um dos principais impulsionadores da arte simbolista do século XIX.

Moreau começou como pintor realista. Posteriormente, sob a influência dos impressionistas e pré-rafaelitas, evoluiu para uma pintura mais romântica e espiritual, que lhe permitiu entrar nas fileiras do simbolismo, junto com Munch, Ensor, Puvis de Chavannes e Redon. Alguns historiadores de arte preferem se referir a eles como pós-impressionistas.

Nascido em Paris, este pintor teve aulas dadas pelos mestres Chassériau e Picot em seus respectivos ateliês. Suas obras foram expostas pela primeira vez ao público e à crítica no Salão de 1852. Ele pregava que a inspiração nunca seria encontrada no objeto a ser pintado, pois ela seria única e exclusiva do pintor, ou seja, a obra seria executada a partir do que foi sentido por ele.

Os temas favoritos de Moreau eram as cenas bíblicas, principalmente a história de Salomé, muito em moda no final do século XIX, e as obras literárias clássicas.

Mestre da cor, soube representar mulheres de uma beleza rara com traços de anjo e pele aveludada, cobertas apenas por ousadas transparências. A luz foi utilizada por Moreau para obter essa atmosfera ao mesmo tempo mística e mágica, que caracterizou a pintura simbolista. No detalhismo caligráfico com que trabalhou os arabescos e demais elementos decorativos, Moreau se aproximou qualitativa e quantitativamente do modernista Klimt.

 

Georges Braque (1882-1963) foi um pintor francês. Junto com Pablo Picasso deu início ao Cubismo, um dos mais importantes movimentos da Arte Moderna do século XX.

Georges Braque nasceu em Argenteuil, perto de Paris, França, no dia 13 de maio de 1882. Seu pai trabalhava em uma pequena empresa que fazia trabalhos decorativos.  Aos 15 anos ingressou em um curso noturno na Academia de Belas Artes Le Havre. Com 17 anos passou a trabalhar como pintor de casas e decorador de interiores. Após um ano de serviço militar, mudou-se para Paris e no ano seguinte, ingressou na Académie Humbert, e por um curto período estudou na Escola de Belas Artes.

Depois de quatro anos de estudos alugou um estúdio em Montmartre, onde travou conhecimento com Raoul Dufy e Othon Friesz. Seus primeiros trabalhos foram impressionistas, mas em 1906, influenciado por seu amigo Othon Friesz, usou cores brilhantes e aderiu ao Fauvismo, o primeiro movimento moderno do século XX.

Em 1907, Braque conheceu o pintor espanhol Pablo Picasso e tendo ideias em comum, iniciaram uma parceria que resultou em um dos mais importantes movimentos da Arte Moderna, o Cubismo. Ambos procuravam novas respostas para a eterna questão de como retratar o mundo real tridimensional sem uma tela plana bidimensional. As pinturas de Braque de 1908 a 1913, começaram a refletir seu novo interesse por geometria e perspectiva, mostrando uma arquitetura e uma forma geométrica aproximando-se de um cubo, apresentando um sombreamento e imagens fragmentadas.

O crítico de arte francês Louis Vauxcelles usou pela primeira vez o termo “Cubismo”, em 1908, depois de ver as obras de Braque, embora Braque e Picasso não o tenham adotado inicialmente. Essas obras iniciais do “Cubismo Analítico”, como são conhecidas, geralmente retratavam figuras únicas ou naturezas mortas utilizando uma gama limitada de tons de cinza e marrom.

Em 1907, Braque conheceu o pintor espanhol Pablo Picasso e tendo ideias em comum, iniciaram uma parceria que resultou em um dos mais importantes movimentos da Arte Moderna, o Cubismo.

Ambos procuravam novas respostas para a eterna questão de como retratar o mundo real tridimensional sem uma tela plana bidimensional.

As pinturas de Braque de 1908 a 1913, começaram a refletir seu novo interesse por geometria e perspectiva, mostrando uma arquitetura e uma forma geométrica aproximando-se de um cubo, apresentando um sombreamento e imagens fragmentadas.
O crítico de arte francês Louis Vauxcelles usou pela primeira vez o termo “Cubismo”, em 1908, de pois de ver as obras de Braque, embora Braques e Picasso não o tenham adotado inicialmente.
As obras iniciais do “Cubismo Analítico”, como são conhecidas, geralmente retratavam figuras únicas ou naturezas mortas utilizando uma gama limitada de tons de cinza e marrom.

Em 1907, uma exposição de Cézanne e Picasso reunião com Braque colocar no caminho do cubismo, a tendência é co-fundador. A partir de então até a sua mobilização na Segunda Guerra Mundial, trabalhou em estreita colaboração com Picasso, dando vida ao cubismo analítico fase chamada (Natureza morta com instrumentos musicais) e, mais tarde chamado cubismo sintético (Glass e violino). Ao contrário de Picasso, que muitas vezes refletia a figura humana, Braque escolheu para toda a sua carreira, ainda vida, que introduziu inovações significativas, tais como o uso de colagem e da incorporação de letras e números. Em seu cubista vida ainda joga com o espectador, convidando-o a reconstruir os objetos a partir de várias perspectivas que eles introduziram em suas obras.

http://www.biografiasyvidas.com/biografia/b/braque.htm

Maria Leontina Mendes Franco da Costa (São Paulo SP 1917 – Rio de Janeiro RJ 1984), Pintora, gravadora, desenhista. Inicia estudos de desenho com Antônio Covello, em São Paulo, em 1938, e na primeira metade da década de 1940 estuda pintura com Waldemar da Costa. Em 1946, no Rio de Janeiro, freqüenta o ateliê de Bruno Giorgi e faz curso de museologia no Museu Histórico Nacional – MHN, entre 1946 e 1948. Em 1947, participa da exposição 19 Pintores, na Galeria Prestes Maia, em São Paulo, ao lado de Lothar Charoux, Marcelo Grassmann, Aldemir Martins, Luiz Sacilotto e Flavio-Shiró. Em 1951, é convidada pelo psiquiatra e crítico de arte Osório César para orientar o setor de artes plásticas do Hospital Psiquiátrico do Juqueri. No mesmo ano, organiza uma mostra dos internos no Museu de Arte Moderna de São Paulo – MAM/SP. Em 1952, com bolsa de estudo do governo francês, viaja para a Europa, acompanhada pelo marido, o pintor Milton Dacosta. Em Paris, entre 1952 e 1954, freqüenta o ateliê de gravura de Johnny Friedlaender. Na década de 1960, realiza painel de azulejos para o Edifício Copan e vitrais para a Igreja Episcopal Brasileira da Santíssima Trindade, ambos em São Paulo. Inicialmente, sua obra é pautada no figurativismo de cunho expressionista, mas paulatinamente passa ao abstrato, sem seguir o rigor da geometria pura. Em 1960, em Nova York, recebe o prêmio nacional da Fundação Guggenheim e, em 1975, o prêmio pintura da Associação Paulista de Críticos de Artes – APCA.

Claudia Sperb (1965, Novo Hamburgo, RS, Brasil) Artista plástica e professora de artes. Nascida em Novo Hamburgo (RS), é formada em artes plásticas pela FEEVALE-RS, com várias especializações em artes plásticas e história da arte. Atualmente vive em seu atelier-parque de mosaicos em meio à natureza nativa de Morro Reuter, RS. Desenvolve mosaicos coloridos, xilogravuras e outras técnicas.
No exterior participou de exposições coletivas na Alemanha, Argentina, Austrália, Bélgica, China, Cuba, Japão, Egito, Estados Unidos, França, Polônia e Portugal. Possui obras em acervos públicos e privados no Egito, Argentina (Buenos Aires), Índia (Calcutá) e Polônia (Biala). Especialização em Poéticas Visuais: gravura, fotografia e imagem digital,  2000 / 2002 FEEVALE. Especialização das Arte Visuais numa abordagem contemporânea – 1999 / 2001 FEEVALE; Curso de Mitologia, James Joyce, Escritores do Século XX com Dr. Donaldo Schüller – 1997/1998/1999/2000/2001; Monitoria da XXII Bienal de São Paulo – 1994/1995; Monitoria do Paço das Artes – USP – São Paulo – 1995; Cursos com Rosana Krug, Lurdi Blauth, Danúbio Gonçalves, Maristela Salvatori, Susana Hoffmann, Ernesto de Morais, Joana Moura, Paulo Chimenes, Maria Tomazelli e Eliane Santos Rocha, Rubem Grilo – 1991/2002; Licenciatura de Belas Artes na FEEVALE – NH/RS – 1991; Curso no Atelier da Escola Lorenzo de Medici – Florença/Itália – 1987; Curso na Escola de Artes Barreiras – Valência/Espanha – 1986.

(http://www.catalogodasartes.com.br/Detalhar_Biografia_Artista.asp?idArtistaBiografia=1248)

Homero Lima-Pelotas, RS, 1966. Formado em Engenharia Mecânica/ UFRGS (1989), exercendo sua atividade com desenvolvimento de produtos. Participou do II Salão de Desenho de Porto Alegre (1990), Instalações do Projeto Relógio do Sol na Casa de Cultura Mario Quintana (1995), do Projeto Cultural Mansão das Artes /RS (1999), do Projeto Diálogo Intercâmbio Brasil-Chile (2004). Estuda litografia (2001-2006) no Museu do Trabalho com Paulo Chimendes. Também atua na área de ilustrações, onde seu último trabalho foi realizar as ilustrações e capa para o Livro “Histórias Curtas” de Paulo Scott.
Trabalha com escultura e litografia onde procura a síntese de elementos abstratos e primitivos através do encontro com a figura

 

 

    John Louis Graz nasceu em Genebra, Suíça, no dia 12 de abril de 1891 e morreu em São Paulo, São Paulo, em 27 de outubro de 1980. Foi desenhista, pintor, decorador, escultor e artista gráfico.

    Ingressou no curso de Desenho, Arquitetura e Decoração da Escola de Belas Artes de Genebra em 1911, estudando com Eugène Guillard e Edouard Ravel. Iniciou a produção de cartazes publicitários e venceu vários concursos, inclusive o do lançamento no Brasil de um produto novo da Rhodia, o lança-perfume, em 1919. Aperfeiçou-se em litografia com o artista gráfico Carl Moos na Escola de Belas Artes de Munique. Ganhou por duas vezes a Bolsa de Estudos Lissignol,viajando para Toledo, na Espanha, onde realizou pinturas de paisagens com nítida influência de Ferdinand Hodler, renovador da pintura suíça.

    Em março de 1920, chegou ao Brasil e trouxe para o cenário das artes nacionais as influências recebidas de Ferdinand Hodler e das vanguardas européias. Casou-se com Regina Gomide, irmã de Antônio Gomide, artista modernista e seu contemporâneo na Escola de Belas Artes. Expôs no Salão do Cinema Central em São Paulo, onde conheceu Oswald de Andrade, que adquiriu uma de suas telas e o convidou a integrar a Semana de Arte Moderna de 22, na qual participou com sete quadros. A partir dali, atuou intensamente no grupo modernista e colaborou com a revista Klaxon. Em 1920, lançou um perfume chamado Odor Masculino.

    Em 1925, começou a produção e a criação de mobiliários, projetos de decoração e arquitetura de interiores, desenvolvendo ambientes com nítida influência da escola Bauhaus, e introduziu no Brasil o estilo art decó. Projetou mobiliário de interior como mesas, cadeiras, estantes, poltronas, camas, pisos, jardins, luminárias e objetos de uso cotidiano para as chamadas casas modernas ao lado dos arquitetos Rino Levi e Gregori Warchavchik, e passou a ser chamado, por Oswald de Andrade, de “Graz, o futurista”. Em 1969, interrompeu a produção de arquitetura de interiores, dedicando-se somente à pintura e às artes plásticas.

    Realizou diversas exposições importantes, entre elas Retrospectiva, no Museu de Arte Brasileira da Fundação Armando Álvares Penteado (1970), e John Graz e o Design, no MASP (1974), com apresentação de Pietro Maria Bardi. Em 1976, foi convidado a participar da XI Bienal Internacional de São Paulo, integrando a sala especial A Semana de Arte de 22.

    No dia 27 de outubro de 1980, faleceu em São Paulo, 11 dias antes da inauguração da exposição Reminiscências do Modernismo, no Paço das Artes, em homenagem a Becheret, Minoti e Graz, após uma vida dedicada às artes e ao país que adotou. Deixou um acervo composto por duas mil obras, entre telas, desenhos e projetos, que revelam não apenas sua trajetória, mas a contribuição ao desenvolvimento das artes plásticas e do design no Brasil.

Anico Rosalia Herkovitz (Montevidéu/UY, 1948)

Gravadora, desenhista, ilustradora e professora. Estuda, entre 1970 e 1974, no Instituto de Artes da UFRGS, em Porto Alegre. Em paralelo, participa de duas edições do Festival de Inverno de Ouro Preto da UFMG, em 1973 e 1974, e frequenta o Ateliê Livre da Prefeitura de Porto Alegre, por um período que se estende até depois de sua formação universitária. Desde 1976, ministra cursos de xilogravura e litogravura em diversas cidades do interior gaúcho. Em Porto Alegre, leciona no Ateliê Livre da Prefeitura, no Museu de Arte do Rio Grande do Sul, e no Instituto de Artes da UFRGS, como professora substituta de gravura. Participa de mostras individuais e salões de arte desde 1974, quando recebe menção honrosa no 6º Salão de Verão do Rio de Janeiro. Em 1981, é premiada no 38º Salão Paranaense, na Fundação Teatro Guaíra; dois anos depois, vence o Prêmio Ivan Serpa, promovido pela Funarte, que lhe garante a publicação do livro Xilogravura Arte e Técnica. Também em 1983, ao lado de Marta Loguércio e Maria Tomaselli, funda o ateliê de litografia do MAC/RS. Em 1996, torna-se ilustradora da coluna de Arnaldo Jabor no jornal Zero Hora, de Porto Alegre.

Fonte: Itaú Cultural.

 

Antoni Tàpies (Barcelona/ES, 1923 – 2012)

Foi um importante artista espanhol nascido na Catalunha. Ele é um dos famosos artistas do expressionismo abstrato europeu, talvez o artista catalão mais conhecido a surgir no período desde a II Guerra Mundial. Suas ideias tiveram influência mundial na arte, especialmente nos domínios das pinturas, esculturas, gravuras e litografia.

Em 1948, Tàpies ajudou a fundar o primeiro Movimento Pós-Guerra na Espanha, conhecido como Dau Al Set, movimento que estava conectado ao Surrealismo e ao Dadaismo. Tàpies começou como um pintor surrealista, seus primeiros trabalhos foram influenciados por Paul Klee e o também catalão Joan Miró; mas logo se tornou um expressionista abstrato, trabalhando em um estilo conhecido como “Arte Povera“, no qual materiais não artísticos são incorporados às pinturas.

Em 1950, Tàpies mudou-se para Paris. Para ele, de acordo com suas memórias pessoais, viveu momentos de “nova vitória para as democracias sobre o espectro das ditaduras da Europa Ocidental”. A experiência parisiense trouxe luz e esperança para a vida e obra do artista , enchendo-o de força otimista e nova inspiração. Em Paris, Tàpies decidiu renovar a sua obra unindo o espírito da vanguarda à crítica social e política. Em 1953 ele começou a trabalhar com mídia mista, período em que sua obra foi considerada mais original. Um dos primeiros a criar arte séria dessa forma, ele adicionou argila e pó de mármore à sua pintura e usou resíduos de papel, barbante e trapos.

Tàpies, um dos mestres da arte abstrata , acreditava que a pintura em si era uma abstração e que a realidade não está na pintura, mas na mente do observador. Assim, nesta fase Tàpies iniciou a sua experimentação com os mais diversos materiais. Ele criou uma linguagem própria, abandonando a figura e buscando captar os efeitos plásticos da matéria. Essa transformação começa com as colagens, enriquecidas com arranhões na tela, pegadas, cordas, areia e pó de mármore, entre outros materiais.

Em 1970, o artista assinou um manifesto, juntamente com centenas de artistas e intelectuais, exigindo anistia, abolição da pena de morte, reconhecimento das liberdades e direito à autodeterminação. Para Tàpies, a luta pela liberdade e pela democracia estava ligada à defesa dos direitos nacionais da Catalunha, e neste momento suas criações refletem esse desejo.

Nos últimos anos de sua vida, Tàpies retoma alguns de seus grandes temas: o corpo, morte e desejo. A convivência com a guerra civil na adolescência o deixou muito consciente da morte. Seu trabalho está enraizado neste fato.

Fonte: Arte e Artistas.

Charoux, Lothar (1912 – 1987) Lothar Charoux (Viena, Áustria 1912 – São Paulo SP 1987). Pintor, desenhista, professor. Inicia estudos artísticos com seu tio, o escultor austríaco Siegfried Charoux. Vem para o Brasil em 1928, e fixa-se em São Paulo. Na década de 1930, matricula-se no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo – Laosp, onde conhece Waldemar da Costa (1904 – 1982), com quem, a partir de 1940, estuda pintura. Pinta paisagens e retratos. Posteriormente passa a lecionar desenho no Liceu de Artes e Ofícios e no Senai. Em 1947, realiza sua primeira exposição individual, na Galeria Itapetininga. A partir de 1948, Charoux volta-se a questões construtivas. Em 1952, participa da fundação do Grupo Ruptura, ao lado de Waldemar Cordeiro (1925 – 1973), Geraldo de Barros (1923 – 1998), Anatol Wladyslaw (1913 – 2004) e outros. Com Hermelindo Fiaminghi (1920 – 2004) e Luiz Sacilotto (1924 – 2003), cria a Associação de Artes Visuais NT – Novas Tendências, em 1963. É homenageado com retrospectiva no Museu de Arte Moderna de São Paulo – MAM/SP e no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – MAM/RJ em 1974. Em 2005, é publicado o livro Lothar Charoux: A Poética da Linha, pela historiadora de arte Maria Alice Milliet.

Tadashi Kaminagai (Hiroshima, Japão 1899 – Paris, França 1982). Pintor, desenhista, professor. Por iniciativa da família, ingressa aos 14 anos num mosteiro budista na cidade japonesa de Kobe. Dois anos depois, viaja para as Índias Ocidentais Holandesas, atual Indonésia, atuando como missionário e agricultor até 1927. Nesse ano, decidido a seguir carreira artística, muda-se para Paris, onde conhece o artista Tsugouharu Foujita (1886 – 1968), que o orienta na pintura. Paralelamente à atividade artística, trabalha como moldureiro. No início da década de 1930, expõe quadros nos salões parisienses e retorna ao Japão em 1938. Embarca para o Brasil um ano após a eclosão da Segunda Guerra Mundial, 1939-1945, trazendo consigo uma carta de recomendação endereçada a Candido Portinari (1903 – 1962). Fixa residência no Rio de Janeiro e em 1941 instala ateliê e oficina de molduras no bairro de Santa Teresa, onde trabalha e atua como professor de diversos artistas brasileiros e nipo-brasileiros, como Inimá de Paula (1918 – 1999), Flavio-Shiró (1928) e Tikashi Fukushima (1920 – 2001), entre outros. Sua primeira exposição individual, por volta de 1945, é organizada por Portinari e ocorre no Hotel Serrador, no Rio de Janeiro. Em 1947, passa a integrar o Grupo Seibi. Retorna ao Japão em 1954 e três anos mais tarde volta a fixar-se em Paris. Vive entre o Japão, a França e o Brasil, até seu falecimento, em 1982.

http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa8875/tadashi-kaminagai

Regina Simonis (Santa Cruz do Sul, RS, 1900 – 1996)  Em 1927, ingressou corajosamente no Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul. Ela foi uma das primeiras alunas do Instituto investindo no que mais gostava de fazer: desenhar e pintar.

Desde meados do século dezenove a pintura brasileira permanecia dependente das acadêmicas influências da pintura oficial francesa que trazia como padrão estético o neoclassicismo, o ideal da antiguidade clássica .  O ensino artístico no Instituto de Belas Artes do nosso estado não fugia a este regra: os exercícios de claro-escuro, o estudo das esculturas greco-romanas, o conhecimento das leis matemáticas da perspectiva, assim como o domínio dos esquemas de composição e de anatomia. O único objetivo da pintura era procurar prazer na imitação de coisas que podem ser reveladas pela luz do sol através de linhas e cores sobre uma superfície plana.

Após seis anos no curso de pintura, orientada pelas mãos do mestre europeu Francisco Pelichek, consagrado na época como o melhor professor de pintura, em 1933 Regina diplomou-se, chamando a atenção de todos ao expor suas obras no Theatro São Pedro; por ocasião da Exposição Anual do Instituto de Belas Artes. O Jornal Folha da Manhã, em 1933, se refere entusiasmado à exposição: “grande número de telas esplêndidas, principalmente no gênero natureza-morta, traçados com notável fidelidade, demonstrando o poder artístico de quem os fez. Os contrastes, o colorido, o desenho, são revelações magníficas de futurosas palhetas”. O detalhe que não podemos deixar passar é que nesta publicação havia apenas uma obra reproduzida: uma natureza morta de Regina Simonis.

Ainda na década de 30, Regina retornou a Santa Cruz do Sul, dividindo seu tempo entre a pintura e os cuidados aos pais idosos. No início dos anos quarenta, após o falecimento destes, Regina passou a dedicar sua vida a pintura. Procurando em cada obra, em cada pincelada, a materialização colorida da sua concepção de um ideal artístico.

Regina Simonis pintou até o final da vida, transformou a arte e as flores na razão da sua existência e encontrando na simplicidade o sentido do ser. Faleceu aos 96 anos de idade, deixando obras que são consideradas um marco do desenvolvimento cultural do Estado.

Em 1995 a artista foi formal e oficialmente reconhecida pela sociedade santa-cruzense quando o prédio do antigo Banco Pelotense recebeu a denominação de Casa das Artes Regina Simonis, imortalizando seu nome. Considerado por muitos o mais belo de toda a região, o prédio foi cedido, em 1994, para a Associação Pró-Cultura de Santa Cruz do Sul pela Secretaria da Fazenda do Estado. No ano de 2000, com o apoio da Universidade de Santa Cruz do Sul e através de recursos captados pela Lei de Incentivo à Cultura do Governo do Estado, iniciaram-se as obras de restauro. No final de 2001, após a liberação de valores de um convênio com a Unisc e de uma doação da empresa Dimon do Brasil Tabacos, começaram as obras no telhado. Em seguida, a Unisc deu início ao restauro das salas que abrigam as obras da nossa artista.

Em outubro de 2002 o acervo da artista plástica Regina Simonis foi doado pelo empresário Geraldo Koehler, presidente da Igel S. A. Embalagens que repassou à Associação Pró-Ensino em Santa Cruz do Sul (APESC), por meio da Lei de Incentivo à Cultura. Na doação a APESC recebeu 15 telas e 20 estudos em crayon, além de um exemplar original do Jornal Folha da Manhã que divulga a primeira exposição dos alunos do Instituto de Belas Artes e o diploma do curso realizado por ela. Em 2005 a exposição permanente destes trabalhos foi inaugurada e desde então encontra-se aberta a visitação pública

http://www.unisc.br/portal/pt/cultura/nucleo-arte-cultura/exposicoes.html

Heitor dos Prazeres (Rio de Janeiro/RJ, 1898 – Rio de Janeiro/RJ, 1966)

Também conhecido como Mano Heitor e Mestre Heitor dos Prazeres, foi compositor, cantor e pintor autodidataImportante nome da cultura popular brasileira, como músico, participa da fundação de grandes escolas de samba cariocas, como Portela e Mangueira. Descendente de negros baianos que migram para o Rio de Janeiro, retrata na pintura as rodas de samba, as favelas, os rituais de candomblé, os bailes e as festas populares, a partir de cenas do cotidiano da população negra no subúrbio da cidade.

Dominava o clarinete e o cavaquinho e seus sambas e suas marchinhas alcançaram projeção nacional. Um dos pioneiros do samba carioca, Heitor compôs seu maior sucesso, Pierrô Apaixonado, em parceria com Noel Rosa. Nos anos 20, Heitor dos Prazeres foi um dos fundadores da escola de samba que mais tarde chamou-se GRES Portela, primeira vencedora em um concurso entre escolas, em 1929, com sua composição Não Adianta Chorar.

Heitor dos Prazeres adotou a pintura como hábito depois da morte da esposa, por volta de 1937. Autodidata, sem formação acadêmica em artes visuais, é considerado um dos representante da arte naïf no Brasil. Memórias de seu passado e cenas do cotidiano da população periférica da cidade do Rio de Janeiro são os temas principais de sua produção. A música também está presente na pintura de Heitor dos Prazeres e é o mote de diversas de suas telas, com cenas de bailes de carnaval e rodas de samba. Nas artes plásticas, teve seu trabalho reconhecido no Brasil e no exterior com obras presentes em numerosas exposições.

Fonte: https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa10428/heitor-dos-prazeres

Seelinger, Hélios (1878 – 1965)   Helios Aristides Seelinger (Rio de Janeiro RJ 1878 – idem 1965). Pintor, desenhista, caricaturista. Forma-se na Escola Nacional de Belas Artes – Enba entre 1891 e 1896, e freqüenta também o ateliê dos irmãos Henrique Bernardelli (1858 – 1936) e Rodolfo Bernardelli (1852 – 1931). Aconselhado por Henrique, parte para a Alemanha em 1897, onde permanece até 1900. Freqüenta a Academia Azbe e a Academia de Munique e é aluno do pintor Franz von Stuck (1863 – 1928). Retorna ao Brasil em 1901 e no ano seguinte realiza uma exposição individual na redação da revista O Malho, com boa parte da produção realizada em Munique. A partir de 1902, participa das Exposições Gerais de Belas Artes, e é premiado diversas vezes. Em 1903, conquista o prêmio de viagem ao exterior com o quadro Boêmia, no qual retrata intelectuais do meio carioca, como Gonzaga Duque (1863 – 1911), Fiúza Guimarães, Luis Edmundo (1878 – 1961), João do Rio (1881 – 1921) e Rodolfo Chambelland (1879 – 1967). Na segunda viagem à Europa, orientado novamente por Bernardelli, fixa-se em Paris, onde realiza estudos de aperfeiçoamento com Jean-Paul Laurens (1838 – 1921). Após o fim de sua pensão, retorna algumas vezes à Europa para estadas em Paris e em outras capitais até às vésperas da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), quando se estabelece definitivamente no Rio de Janeiro. Por volta de 1907, trabalha como assistente do pintor Eliseu Visconti (1866 – 1944) em Paris. Em 1911, realiza pinturas decorativas para o Clube Naval, no Rio de Janeiro. Faz freqüentes viagens a São Paulo e Porto Alegre, para expor ou comercializar suas obras. Atua como ilustrador e caricaturista em publicações como O Malho, Leitura para Todos, Careta, Fon Fon, entre outras. É por vários anos funcionário do Museu Nacional de Belas Artes – MNBA, no Rio de Janeiro, que em 1943 organiza exposição retrospectiva do artista, em comemoração de seu quinqüenário artístico.

 

Carlos Carrion de Britto Velho (Porto Alegre RS 1946). Pintor, desenhista, gravador, professor e escultor. Muda-se para Buenos Aires (Argentina) e reside dos onze aos dezenove anos na cidade, onde faz as primeiras pinturas. Em 1965 retorna a Porto Alegre, onde expõe pela 1ª vez em 1971. Estuda litografia com Danúbio Gonçalves, em 1974. No ano seguinte, viaja a Paris (França) e faz estágio na gráfica de litografia Desjobert. Na cidade pinta a série Reflexões e Variações sobre a América Latina, onde as figuras em cores escuras surgem vendadas e com microfones, que segundo o artista representam uma denúncia à ditadura da época. Fica em Paris até 1976, quando volta ao Brasil e passa a lecionar pintura no Ateliê Livre da Prefeitura de Porto Alegre, entre 1978 e 1981. Nessa época ocorre uma mudança em seu trabalho. As figuras passam a ter olhos novamente e como no início de sua carreira, são pintadas em tonalidades mais claras. Em 1981, as figuras ganham um 3º olho, o que segundo o artista significa o olho da visão interior. Nas pinturas, interagem o homem, animais e objetos do cotidiano, como elefantes de rodas, transformando-se em veículos e esses possuindo membros humanos. A partir daí em todas as pinturas observam-se os três olhos, até 1995, quando volta a pintar figuras com dois olhos. É convidado pela Rede Brasil Sul de Comunicações de Porto Alegre a fazer um outdoor para o projeto Vamos Colorir a Cidade. Muda-se para São Paulo em 1985 e no ano seguinte participa da 2ª Bienal de Havana. Participa do Projeto Extremos, uma exposição de pintura com Aprígio Fonseca, Dina Oliveira e Leonel Mattos, montada em 10 capitais brasileiras. É convidado pelo Sesc Pompéia em São Paulo a realizar o cartaz da exposição Gente de Fibra, mostra de que participa com esculturas. Em 1991, volta a morar em Porto Alegre, onde recebe homenagens do Museu de Arte Contemporânea de Porto Alegre – MAC e do Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli – Margs que dão destaque a sua obra. Nessa época realiza a retrospectiva O Realismo Mágico de Britto Velho, com obras desde 1975. Vive atualmente em Porto Alegre, onde ministra cursos particulares de pintura em seu ateliê.

Rita Bromberg Brugger (Porto Alegre, 1928) é uma artista plástica, ilustradora e escritora brasileira.

Bisneta do grande empresário Martin Bromberg e filha de Paulo Bromberg, desde cedo demonstrou interesse pelo desenho. Viveu sua juventude em Porto Alegre, foi aluna no Colégio Farroupilha e terminou seus estudos secundários num internato em Novo Hamburgo. Depois pretendeu estudar medicina, mas acabou optando pelas artes, formando-se na UFRGS, ao mesmo tempo em que dava aulas. Com 27 anos conheceu seu futuro marido, José Brugger, com quem casou-se na Áustria, e com quem teria cinco filhos. O casal viveu na Áustria até a primeira gravidez de Rita, retornando então para o Brasil e fixando residência em Caxias do Sul. Contudo, envolvida na criação de sua prole, a carreira de Rita entrou em recesso. Após os filhos crescerem, pôde se dedicar à arte e à literatura, ganhando “amplo reconhecimento nos meios artísticos e editoriais”.

Em 1988 foi uma das fundadoras do Núcleo de Artes Visuais, importante associação da qual foi um dos mais ativos membros, participando de várias exposições coletivas e realizando individuais. Segundo Odete Garbin, ex-presidente do NAVI, a colaboração de Rita foi essencial para o sucesso de inúmeras iniciativas artísticas e culturais, e enfatizou a estima e respeito, pela pessoa e pelo trabalho, com que é considerada por todos no meio local. Com o avançar dos anos seu interesse pelas atividades expositivas declinou, mas depois de alcançar os 80 anos de idade lançou-se no mundo da arte digital.

Enrico Bianco (Roma, Itália, 1918 – Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2013). Pintor, gravador, desenhista e ilustrador. Inicia seus estudos com Maud Latour, em Roma, na década de 1930. No Rio de Janeiro, entre 1935 e 1937, estuda com Candido Portinari (1903-1962) no Instituto de Artes da Universidade do Distrito Federal (UDF). No ano seguinte, trabalha com Portinari em diversas obras, destacando-se os murais do Ministério da Educação e Cultura (MEC), os painéis do Banco da Bahia, o edifício da ONU etc. Em 1940, realiza sua primeira individual no Copacabana Palace Hotel. Ilustra edição especial de Caçada de Esmeraldas, de Olavo Bilac (1865-1918), organizada por bibliófilos brasileiros e o álbum de gravação do poema sinfônico Anhanguera, de Hekel Tavares, em 1951. Realizou várias individuais, em destaque a do Museu Nacional de Belas Artes, em 1982. Em 1996, integrou a mostra Visões do Rio: 50 Anos Banerj, no Museu de Arte Moderna. Bianco pintou especialmente paisagens, naturezas mortas e cenas do campo, num trabalho que evoca a tradição do “saber fazer” de grandes pintores pelo labor incessante e a elaboração técnica.

Amélia Pastro Maristany  (Porto Alegre/RS, 1897 – Porto Alegre/RS, 1979)

Pintora. Passando sua infância num alegre casarão, rodeado de flores, na Rua Garibaldi. Filha de italianos naturais de Veneza, herdou deles o viés artístico – a sensibilidade pela beleza. Do convívio com as flores, cultivadas por ela e sua mãe, absorveu o perfume, as cores, a delicadeza: identificou-se tanto com as flores que fez, destas pequenas maravilhas da natureza, suas companheiras e confidentes.

Mais tarde, após receber aulas do pintor espanhol Coculilo, começou a transferir para as telas, com uma sensibilidade exuberante, o talento pictórico inspirado pela natureza. Em sua juventude, mantendo o interesse pela pintura, visitou várias exposições em Porto Alegre: em uma delas conheceu o pintor espanhol, natural de Barcelona, Luiz Maristany de Trias, que expunha suas telas no Clube Caixeral de Porto Alegre: deste primeiro encontro surgiu o amor e, em 1922, casaram-se.

Luiz Maristany de Trias encontrou na bela jovem esguia, de cabelos ondulados, de cor “rosa chá”, a companheira ideal para toda a sua vida. Nos primeiros anos de casados, Luiz e Amélia viajaram pela Europa, onde ela recebeu orientação de artistas famosos, como: Puigdomenech, Salvador Canedo e Fornells, aprimorando sua técnica na pintura de flores.

Em dezembro de 1923 realizou exposição na cidade de Santa Fé, na Argentina, na Galeria Gustavino y Carrières. Em agosto de 1924, em Bahia Blanca, Argentina, suas obras foram apresentadas no Salon de Actos del Palácio Municipal e, no mesmo ano, em Buenos Aires, no Salão do Palace Hotel.

Em março de 1925 realizou exposição no Rio de Janeiro, no Salão de Honra da Sociedade Rio-grandense, onde recebeu cobertura dos principais jornais e revistas da época, como: O Globo, Jornal do Brasil, Revista para Todos – inclusive do crítico de artes Argimino Zimmermann, enviado especial do jornal Correio do Povo.

Em janeiro de 1926 uma exposição foi realizada em São Paulo, no Salão do Cine Clube, onde recebeu, entre muitos outros, o seguinte comentário de José do Patrocínio Filho: “Nos seus quadros não há só a cor, a expressão íntima das flores, mas também o capitoso perfume e o encanto de sua alma de artista e de mulher”.

Durante 16 anos percorreu, com o esposo, os grandes centros culturais da Europa e da América, em busca de novas técnicas e locais para apresentar suas telas, expondo nas principais cidades da Itália e da Espanha.

Concorreu, no Brasil, no Salão Nacional de Belas Artes, obtendo “Menção Honrosa”, e no Salão do Rio Grande do Sul, onde foi agraciada com “Medalha de Prata”. Em 1938 radicou-se em Porto Alegre, onde viveu até seus últimos dias, dedicando-se à pintura de flores. Sua última exposição aconteceu em 1971, em Porto Alegre, na Galeria de Arte Rembrandt.

Amélia Pastro Maristany faleceu em Porto Alegre em outubro de 1979. Ela viveu entre flores e delas assimilou o perfume e a cor: desta íntima convivência nasceu sua arte – uma estranha simbiose de mulher e flor.

Fonte: Atelier Maristany.

 

Elisabéte Bina Monteiro nasceu em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil em 7 de novembro de 1952. Formou-se em Comunicação Social pela PUC em 1977, com especialização em Publicidade e Propaganda. Em 1980 cursa “Elementos Pictóricos com Fernando Baril; em 1982, participa da Escola de Arte da Secretaria de Educação e Cultura/RS; em 1983, Serigrafía no Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre; em 1984, “Interseções: da Reflexão e do Fazer em Artes Plásticas” com Monica Zielinsky; “Exercício da Expressão”, com Rubens Gerschmann; “Workshop” com Luis Paulo Baravelli. Em 1999 começa a dar aula de técnica de pintura. A partir de 2002 começa a presidir a Chico Lisboa- Associação Riograndense de Artes Plásticas Francisco Lisboa. Em 2004 foi reeleita por mais dois anos como presidente da Chico Lisboa. No mesmo ano começa mestrado em Museologia no Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Angelo Guido Gnocchi (Cremona/IT, 1893 – Pelotas/RS, 1969)

Pintor, escultor, gravador, crítico de arte. Muda-se com a família para São Paulo em 1895. Por volta de 1900, estuda com seu tio Aurélio Gnocchi e frequenta o Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo (Laosp), onde tem aulas com Piza e Bonomi; estuda e trabalha com César Formenti (1874-1944). Entre 1914 e 1925, colabora como crítico de arte no jornal Tribuna de Santos. A partir de 1925, estabelece-se em Porto Alegre e afasta-se temporariamente da pintura, devido a uma doença nos olhos, passando a fazer crítica de arte no jornal Diário de Notícias. Em 1936, torna-se membro do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul e assume a cadeira de história no Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul e na Faculdade de Arquitetura, em Porto Alegre. Entre 1959 e 1963, exerce o cargo de diretor do Instituto de Belas Artes de Porto Alegre. Textos de sua autoria são publicados após sua morte, em 1972, no livro Aspectos do Barroco em Portugal, Espanha e Brasil.

Fonte: Itaú Cultural.

 

Albano Vizzotto Filho (Garça/SP, 1928 – São Paulo/SP, 2002)

Pintor e escultor. Forma-se na Faculdade de Belas Artes, em 1964. Em meados de 1960, começa a expor suas esculturas. Dentre as obras que esculpe estão o busto do presidente Jonh F. Kennedy (1963), que pertence ao acervo da família; o do ator Sérgio Cardoso caracterizado como Dr. Valcourt, personagem da novela o Preço de uma Vida, e que encontra-se no Museu Sérgio Cardoso e o busto do escultor Vicente Larocca (1964). Em 1979, estuda com Arlindo Castellane de Carli. No ano seguinte, torna-se membro da Academia Paulista de Belas Artes.

Fonte: Itaú Cultural.

Antenor Finatti (Pinhal/SP, 1923)

Pintor, desenhista e professor. Seus principais temas são paisagens, principalmente com barcos. Ao longo do tempo conquistou grande reconhecimento da crítica. Nasceu em São Paulo, mas fixou-se no Rio de Janeiro, onde iniciou sua formação com Armando Vianna, em 1944. Um dos grandes paisagistas de sua geração. Foi pintor, desenhista e professor, tendo guiado outros grandes nomes através de suas aulas na Sociedade Brasileira de Belas Artes. Para Finatti, que preferia pintar ao ar livre, a arte servia como uma espécie de reverência à natureza – mestra das mestras. Entre seus principais temas estão as paisagens, marinhas e barcos à beira d’água. Seus temas principais são paisagens e marinhas, especialmente barcos. Foi premiado diversas vezes, entre elas no Salão Nacional de Belas Artes, onde recebeu três medalhas de bronze e uma de prata, em 1970;  Menção Honrosa SNBA 1961, Medalha de Bronze SNBA 1962, Medalha de prata SNBA 1968, Menção Honrosa SFBA 1967, Medalha de Prata SBBA 1967 e Medalha de Ouro Núcleo dos Artistas Fluminense 1969. Suas obras são encontradas em inúmeras coleções no país.

Fonte: Catálogo das Artes | Guia das Artes.

 

Antônio Gonçalves Gomide (Itapetininga/SP, 1895 – Ubatuba/SP, 1967)

Pintor, escultor, decorador e cenógrafo. Antônio Gomide se destaca pela diversidade técnica realiza pinturas a óleo, aquarelas, desenhos, afrescos, cartões para vitrais e projetos decorativos. Apesar de pouco lembrado, é considerado um artista fundamental para o modernismo brasileiro pelo caráter versátil e inovador de sua obra, além de ser um dos precursores da arte decorativa no Brasil.

Muda-se com a família para a Suíça em 1913 e frequenta a Academia de Belas Artes de Genebra até 1918, onde estuda com os artistas suíços Eugène Gilliard e Ferdinand Hodler. Viaja para a França na década de 1920 e trabalha com o pintor francês Marcel Lenoir, com quem aprende a técnica do afresco. De 1924 a 1926, com um ateliê em Paris, conhece pintores ligados ao cubismo e a outros movimentos de vanguarda, como o art déco. 

Um exemplar desse estilo na obra de Gomide é o quadro Retrato de Vera Azevedo, que, na opinião da crítica Maria Alice Milliet, representa a assimilação máxima do art déco no Brasil, pelo caráter altamente estilizado. Já os quadros Paisagem com barcos e Ponte de Saint-Michel (ambos de 1923) revelam a geometrização e a simplificação formal cubistas, aliados a uma paleta com suaves passagens de tons que remete ao pintor francês Paul Cézanne. 

Algumas obras de Gomide revelam ainda afinidades estilísticas com a produção de Vicente do Rego Monteiro e Victor Brecheret, artistas com os quais o pintor convive em sua estada em Paris. Uma das mais conhecidas é Cristo (1925), em que permanece o trabalho com volumes, do cubismo, mas exclusivamente de formas circulares, ovais e cilíndricas. Num jogo de luz e sombra, a composição de diferentes planos geométricos articulados produz uma distorção da forma, resultando no que Aracy do Amaral chamou de “falsa escultura”.

O tema religioso aparece também em outras obras, inclusive em formatos diferentes. De volta ao Brasil em 1929, o artista passa a fazer cerâmicas, tapeçarias e vitrais para igrejas. Uma dessas obras é o afresco Santa Ceia, no qual retoma a técnica aprendida com Lenoir, na França, e reinterpreta elementos da arte renascentista. Elvira Vernashi, autora do livro Gomide (1989), que compila a vida e obra do pintor, afirma que o artista passa a produzir trabalhos de cunho religioso por sugestão de amigos, para atingir um público comprador sem, contudo, perder de vista a qualidade estética.  

A produção de Antônio Gomide nas artes decorativas vai além dos objetos de temática religiosa. Com trabalho inovador, atua como artista-decorador em diversos projetos em São Paulo. Realiza parcerias com o arquiteto modernista Gregori Warchavchik e os artistas Regina Graz e John Graz. Ao lado desses dois, é considerado um dos introdutores do estilo art déco no Brasil.

A partir do final da década de 1940, o artista se concentra em pintar figuras femininas, especialmente as mulheres de origem afro. São nus e cenas de dança representadas por meio de diferentes técnicas, mas com um elemento comum: a sensualidade – expressa por meio das cores, que se contrastam entre suaves e fortes, e da voluptuosidade das figuras. Nas pinturas de danças, predomina o ritmo, mais do que a fidelidade às linhas e formas. De acordo com Elvira Vernashi, Gomide busca “captar o caráter da religiosidade afro do nosso povo”2. São exemplos dessa fase as obras Roda de samba (1954) e Cena de samba (1956). 

Apesar da intensa produção artística, seu papel no desenvolvimento da arte moderna brasileira é pouco lembrado. Ainda que não tenha participado da Semana de 22, sua obra tem consonância com os princípios estéticos dos principais movimentos de vanguarda do início do século XX. O curador Walter Zanini, responsável pela primeira exposição retrospectiva do artista, realizada em 1968 no Museu de Arte Contemporânea (MAC) da Universidade São Paulo (USP), refere-se ao pintor como “o impossível omitido da história do nosso modernismo”3. À época, como diretor do museu, Zanini realiza uma grande aquisição de obras do artista, a fim de constituir um acervo para pesquisa. A relevância de Antônio Gomide é reconhecida também por Mário de Andrade, que, em exposição de 1927.

É essencial conhecer Antônio Gomide e reconhecer seu papel na constituição da cultura brasileira, afinal, o artista e sua obra trazem muitos traços de brasilidade, como a inventividade, a pluralidade e a versatilidade. Caracteriza-se, assim, como um nome de relevo das artes plásticas no Brasil.  

Fonte: Itaú Cultural.

Alice Brill Czapski (Colônia/DE, 1920 – Itu/SP, 2013)

Fotógrafa, pintora, gravadora e desenhista, veio para o Brasil em 1934, fugindo do nazismo.

Frequentou o Grupo Santa Helena, em São Paulo, na primeira metade dos anos 1940. Entre 1946 e 1947, nos Estados Unidos, realizou cursos na University of New Mexico, em Albuquerque, e na Art Student’s League, em Nova York. Retornou ao Brasil, atuou na revista Habitat, para a qual fotografou arquitetura e obras de arte entre 1948 e 1960.

A convite de Pietro Maria Bardi (1900 – 1999), diretor do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), realizou, em 1953 e 1954, grande trabalho fotográfico sobre o cotidiano na cidade de São Paulo.

Sua atividade como fotógrafa ocorreu principalmente entre 1948 e 1960. Paralelamente, dedicou-se à pintura a óleo em obras que têm como tema a paisagem urbana. Em produção posterior, aproximou-se da abstração.

Formou-se em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP) em 1976. Realizou mestrado em 1982 e doutorado em 1994 na Universidade de São Paulo (USP). Publicou os livros Mario Zanini e Seu Tempo, em 1984, e Samson Flexor – Do Figurativismo ao Abstracionismo, em 1990, entre outros. Em 2005, foi realizada a retrospectiva O Mundo de Alice Brill com parte da sua produção fotográfica pertencente ao acervo do Instituto Moreira Salles.

A pedido de Pietro Maria Bardi, diretor do Masp, Alice Brill realiza, entre 1953 e 1954, grande trabalho fotográfico sobre a cidade de São Paulo. Nessas imagens, a artista revela o espaço urbano e o cotidiano paulistano, como em Movimento na Rua Direita (ca.1953).

Desde o início da carreira, a artista dedica-se paralelamente à pintura a óleo, explorando também a paisagem urbana. Na década de 1960, destacam-se as pinturas que apresentam figuras humanas em casarios ou apartamentos, e revelam a solidão na metrópole. À estrutura marcada de suas telas, ela alia o uso apurado da cor, e cria inesperadas relações formais na paisagem. Em pinturas posteriores, mantém diálogo com a abstração, e explora as texturas em obras de riqueza tonal. Ao longo de sua carreira, Alice Brill realiza ainda pesquisas sobre artistas brasileiros, e publica textos sobre Mario Zanini (1907-1971) e Flexor (1907-1971), entre outros.

Fonte: Itaú Cultural.

Carlos Bernardo Bracher (Juiz de Fora MG 1940). Pintor, desenhista, escultor, gravador. Freqüenta a Sociedade de Belas Artes Antônio Parreiras, em Juiz de Fora, Minas Gerais, por volta de 1959. Entre 1965 e 1966, em Belo Horizonte, é aluno de Fayga Ostrower (1920 – 2001) na Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG. Estuda técnicas de mural e de mosaico com Inimá de Paula (1918 – 1999), na Escola Municipal de Belas Artes. Em 1967, recebe o prêmio de viagem ao exterior do Salão Nacional de Belas Artes – SNBA do Rio de Janeiro. Vai para a Europa, fixa-se principalmente em Paris e Lisboa, estuda pintura e expõe em galerias locais. Retorna ao Brasil em meados de 1970 e reside em Ouro Preto, Minas Gerais. Em 1989, é realizada a exposição retrospectiva de seus 30 anos de trabalho, intitulada Pintura Sempre, em São Paulo, Curitiba, Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte. No ano seguinte, pinta uma série de quadros em homenagem ao centenário da morte do pintor holandês Vincent van Gogh (1853 – 1890), que é exposta em várias galerias e museus no Brasil e no exterior. São editados vários livros sobre sua obra, entre eles, Bracher, do crítico Olívio Tavares de Araújo, pela editora Métron, em 1989, e Bracher: Do Ouro ao Aço, pela editora Salamandra, em 1992.

Jorge do Nascimento Ramos, mais conhecido pelo seu nome artístico Menelaw Sete (Salvador, 1964)  um pintor e músico brasileiro.  Natural de Salvador, Menelaw já expôs suas obras em países como França, Holanda, Alemanha, Bélgica, Espanha, Portugal, Itália, Dinamarca, Inglaterra, Estados Unidos, totalizando mais de 40 mostras internacionais. Alguns de seus trabalhos estão expostos no Consulado Brasileiro em Atlanta, no Museu de Antropologia de Frankfurt, na Alemanha, e na Casa das Américas, em Bruxelas. O sucesso obtido no exterior foi tamanho que, em julho de 2003, o artista ganhou uma sala-museu com o seu nome em Siacca Terme, na Sicília, sendo o primeiro artista latino-americano a receber esta honraria do Governo Italiano.

As pinturas de Menelaw Sete são um verdadeiro reino do imaginativo, povoado por temas ideográficos que contam histórias de entidades biomórficas, deuses, demônios, de contos de fadas saídos de seus sonhos no quarto de noite. Ele com sua criatividade apresenta uma vasta produção de pinturas que parecem ser uma grande e fascinante enciclopédia da simbologia sul-americana, um baú precioso de sinais arcaicos que vazam do encanto de um antigo tesouro.

Artista plástica, Mestre em Artes Visuais (Poéticas Visuais) pelo Instituto de Artes da UFRGS (2003) e Professora de Litografia do Atelier Livre da PrefeituraMunicipal de Porto Alegre desde 1997.

Desde 1985 vem participando de Salões de Arte, exposições coletivas e Bienais de Gravura no Brasil e exterior, tendo recebido inúmeros prêmios, destacando-se: 2003 II Salão de Arte de Gravataí/ 2o Prêmio/ Fundarc/ Gravataí/ RS 1996 1o Salão SESC de Gravura/ Menção Honrosa/ SESC/ RJ, 12o  Salão de Artes Plásticas Câmara Municipal de Porto Alegre/ Prêmio Estímulo à Criatividade/ CCMQ/ POA/ RS 1995  I Prêmio Yázigi Sonilton Alves/ Menção Honrosa/ Yázigi/POA/ RS, VI Salão Latino-americano/ Menção Especial do Júri/ Museu de Arte de Santa Maria/ RS 1993  Salão FUNDARTE de Gravura/ 1o Prêmio/ Montenegro/ RS 1991  11o  Mini Print Internacional de Cadaqués/ Purchased Prize/ Espanha 1988  I Salão de Arte de Montenegro/ 1o Prêmio Gravura/ FUNDARTE/ RS 1984  XIV Salão do Jovem Artista/ RBS/ 1o Prêmio Pintura/ POA/ RS

“Nascido em São Paulo em 1894, Benedito José Tobias produziu sua obra entre as décadas de 30 e 40, na capital paulista. O artista tem a obra ainda pouco pesquisada, apesar da qualidade de seus trabalhos.
Teve uma vida inquieta. Gastou praticamente tudo que herdara dos pais, passando a viver exclusivamente de sua arte. Neste momento de sua vida, volta o olhar para o pobre e para a beleza dos atos vulgares, o que influenciou bastante sua obra.
Embora tenha recebido vários prêmios e trabalhado num período de efervescência cultural, Tobias permaneceu longo tempo quase desconhecido. Do autor, o que se conhece são pequenos retratos de negros e negras, executados a óleo sobre madeira, ou guache sobre papel. Há ainda algumas pinturas de paisagens. Todos os seus quadros têm um certo tom expressionista”.

Noemia Mourão (Bragança Paulista SP 1912 – São Paulo SP 1992) Pintora, cenógrafa, e desenhista.

Em 1932, Noemia Mourão Moacyr estudou com Di Cavalcanti, com quem casa-se no ano seguinte. Entre 1935 e 1940, vive em Paris (França) e freqüenta as Academias Ranson e de La Grande Chaumiere e estuda Filosofia e História da Arte na Sorbonne. Colabora como ilustradora, para os jornais Le Monde e Paris Soir e é contratada pela Radio Difusion Française, para participar de um programa sobre literatura e artes plásticas, juntamente com Cícero Dias, Tavares Bastos e Marcelino de Carvalho. De volta ao Brasil, estuda escultura com Victor Brecheret.

https://www.escritoriodearte.com/artista/noemia-mourao/

Nasceu na aldeia de Vitebsk, na Bielorrússia, no dia 7 de julho de 1887, o pintor, ceramista, gravador e vitralista surrealista Moishe Zakharovich Shagalov, futuramente conhecido como Marc Chagall.

Sua iniciação no universo das artes plásticas ocorreu em sua própria terra natal, no ateliê de um célebre pintor de retratos local. Dele Marc herdou tanto o ofício da pintura, quanto o prazer estético e a inclinação para expressar sua vocação artística. Em 1908 ele entrou na Academia de Arte de São Petersburgo, daí partindo para Paris, o centro da cultura e da arte. Antes disso, porém, em uma passagem por sua aldeia, conheceu Bella, com quem mais tarde se casaria, retratando sua musa em 1909. Um ano depois já se encontrava na capital francesa, ao lado de Blaise Cendrars, que batizaria grande parte de suas obras, de Max Jacob e Apollinaire, bem como dos pintores Delaunay, Modigliani e La Fresnay.

Na cidade-luz ele conheceu todas as nuances da arte moderna e das vanguardas, lutando para encontrar um espaço para suas miragens oníricas no universo de fauvistas e de cubistas. Neste contexto em que imperava um sistema filosófico que valorizava apenas a forma, marcado também pela abstração, sua obra se distinguia pela presença do conteúdo temático surreal, o qual revela suas origens nas esferas emocionais e culturais do pintor.

Neste período Chagall entrou em contato com vanguardistas como Amedeo Modigliani  e La Fresnay, embora tenha sido mais profundamente influenciado por Guillaume Apollinaire, posteriormente um fiel amigo. É quando Marc produz dois de seus mais célebres trabalhos – Eu e a aldeia, de 1911, e O Soldado bebé, de 1912, mais tarde exibidas em Berlim, entre várias outras obras escolhidas por Apollinaire, em 1914, mesmo ano em que tem início a Primeira Guerra Mundial.

Outras obras desta época são Auto-retrato com sete dedos (1911), Mulher grávida (1912-1913), entre outros. Depois da eclosão da Primeira Guerra, Chagall retorna à Rússia, sendo então convocado para lutar nas trincheiras. Contrariando estas diretrizes, ele permanece em São Petersburgo, casando-se com Bella, seu grande amor, em 1915. Após o desabrochar da Revolução Socialista de 1917 o artista alcança o posto de comissário de belas-artes, no governo de Vitebsk, sua aldeia natal. Ele institui então sua própria escola artística, livre para incluir qualquer inclinação modernista; ao mesmo tempo ele cria murais para o teatro judaico de uma escola local; ao se confrontar, porém, com Kasimir Malevich, pintor soviético pertencente à vanguarda russa, ele pede demissão do seu cargo.

Voltando para Paris, em 1922, ele atende a uma encomenda empreendida pelo editor Ambroise Vollard, ilustrando o Livro Sagrado e realizando 96 gravuras para um exemplar do livro Almas Mortas, do escritor Gogol, o qual só seria lançado em 1949. Uma versão das Fábulas de La Fontaine foi também ilustrada por Chagall, em 1927. Sua etapa paisagística, marcada pela temática das flores, pertence a este período.

Na década de 30, com a ascensão do Nazismo na Alemanha e a ameaça de mais uma Guerra Mundial, o artista, enquanto judeu praticante, foge para os Estados Unidos, depois de representar artisticamente o clima enervante e preocupante que se estendia por todo o continente europeu. Na América, em 1944, ele perde Bella, sua esposa, o que lhe provoca uma intensa depressão, e o leva a caminhar novamente pelas antigas vias oníricas. Ele encerra esta fase com uma obra já esboçada em 1931, Em torno dela. Com o final da guerra, ele volta de vez para a França, e neste país ele elabora as famosas pinturas dos vitrais da Universidade Hebraica de Jerusalém.

Nos anos 50 Chagall viaja várias vezes para Israel, atendendo a diversas encomendas. Seus vitrais e mosaicos também se tornaram célebres, e pode-se dizer que ele demonstrou igual cuidado com a cerâmica. Em 1973, como uma homenagem ao artista, foi aberto o Museu da Mensagem Bíblica de Marc Chagall, em Nice, cidade francesa. Quatro anos depois o Estado francês entregou-lhe a Grã-cruz da Legião de Honra.

Ele morreu em Saint-Paul-de-Vence, cidade do sul da França, no dia 28 de março de 1985, como um dos maiores e mais famosos pintores do século XX.

http://www.infoescola.com/biografias/marc-chagall/

 

 

Gravador e desenhista. Santiago, RS, 1942. Ex – aluno do Atelie Livre da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, estudou gravura com Xico Stockinger, Danúbio Gonçalves e, mais tarde, com Tadeusz Lapinski. A partir da década de 60 participa de diversos salões e coletivas. Expôs individualmente na Galeria Espaço em Porto Alegre, 1967. Na década seguinte, e até os dias atuais, saiu do circuito de galerias e exposições. É focalizado com ilustrações por Carlos Scarinci em A gravura no Rio Grande do Sul 1900-1980, e consta no Catálogo Geral das Obras do MARGS, em Porto Alegre.

Hidalgo Adams (Cerro Largo/RS – 1962)

Artista autodidata. Trabalha com arte desde 1973, e suas atividades artísticas iniciaram-se através da madeira, nas formas de entalhe e relevo. Reside em Porto Alegre desde 1982 e, em 1984 faz estágio no Atelier do escultor GUMA, com o qual aperfeiçoa-se em escultura em madeira, bronze, terracota e pedra sabão. A partir de 1986 inicia participações em mostras coletivas, saldes de arte e artesanato no Estado e no país. Em 1988, ingressa no Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre, onde foi aluno do escultor Cláudio Martins Costa. Entre 1991 e 1995 faz aprimoramentos técnicos e reestrutura. fisicamente o seu atelier do bairro Cascata. Em 1997/98, frequenta o Atelier Vila Nova, onde recebe orientações e ensinamentos do escultor Xico Stockinger. Verbete no Dicionário de Artes Plásticas no Rio Grande do Sul, de Renato Rosa & Décio Presser, Editora da UFRGS – Porto Alegre /RS. 2003 , Recebe a Comenda Pedro Weigartner da Câmara Municipal de Porto Alegre/RS. Cria o Troféu Sandra Garcia para a Faculdade de Comunicação Social da ULBRA, Canoas, RS.

Dedicando-se há 35 anos exclusivamente à escultura, Hidalgo Adams apresenta dois monumentos em praças públicas no estado do Rio Grande do Sul. Nos últimos anos, ampliou a sua estrutura para atender à demanda por esculturas de grande porte para empreendimentos e coleções privadas.
Principais exposições individuais: “Do Abraço à Expansão” na Sala Augusto Meyer da Casa de Cultura Mário Quintana e “A Pedra em Processo” no Centro Municipal de Cultura de Porto Alegre. Exposição “Artistas Gaúchos na Fundação Iberê” na Fundação Iberê Camargo é uma das inúmeras coletivas que participou. Seu trabalho engloba o figurativo e abstrato, sendo atualmente uma das referências do Brasil na técnica de escultura em pedra.
Fonte: www.hidalgoadams.com

Fernando Botero é um pintor e escultor colombiano.(Medellin, Colombia, 1932)

Fernando Botero Angulo é um artista figurativista colombiano, cujo estilo é chamado por alguns de “Boterismo”, o que lhe dá uma identidade inconfundível. Suas obras destacam-se sobretudo por figuras rotundas, o que pode sugerir a estaticidade da humanidade.

Em 1948, começou a trabalhar como ilustrador. Mudou-se para Bogotá em 1951 e realizou sua primeira mostra internacional. Partindo para Madrid em 1952, estudou na Academia de Bellas Artes de San Fernando. De 1953 a 1955, aprendeu a técnica de afrescos e história da arte em Florença, que tem influenciado suas pinturas, desde então. De volta à Colômbia, expôs na Biblioteca Nacional, em Bogotá, e começou a lecionar na Escola de Belas Artes da Universidade Nacional; naquele mesmo ano, passou algum tempo no México, estudando os murais políticos de Rivera e Orozco, cuja influência é evidente em sua perspectiva política.

A visita de Botero aos Estados Unidos em fins da década de 1950 motivaria, dez anos mais tarde, sua volta à Nova Iorque e o trabalho nesta cidade. Embora o expressionismo abstrato lhe interessasse, buscou inspiração no renascentismo Italiano. Durante este período, começou a experimentar a criação do volume em suas pinturas, expandindo as figuras e comprimindo o espaço em torno delas, uma qualidade que continua explorando ao pintar retratos de grupos imaginários ou paródias sobre o trabalho de mestres famosos.

Com um grande número de exposições na Europa e nas Américas do Norte e do Sul, Botero recebeu inúmeros prêmios, inclusive o Primeiro Intercol, no Museu de Arte Moderna de Bogotá, e figura no acervo dos principais museus em todo o mundo. Desde o início da década de 1970, Botero divide seu tempo entre Paris, Madrid e Medellin.

Nas obras satíricas de Fernando Botero, políticos, militares e religiosos, músicos e a realeza, são retratados com figuras rotundas e sem movimento, assumindo a característica de vida humana estática. De natureza humorística à primeira vista, as pinturas de Botero são geralmente um comentário social com toques políticos.

O artista Fernando Botero é um dos observadores mais agudos da conjuntura colombiana e é interessante notar os dois traços mais salientes de quase toda a sua obra: suas figuras são gordas e têm a boca fechada. Parecem pessoas bem enredadas em sistemas de clientelismo, no qual recebem comida em troca de seu silêncio.

Para este artista a cor é fundamental nos seus quadros porque ilumina a pintura. Nos seus quadros somente existe a forma e a cor interior também procura sempre uma certa monumentalidade.

Há quem não goste de suas pinturas e esculturas, outros tantos que vejam em sua obra uma apologia à obesidade. Mas a obra de Botero é uma releitura instigante dos ideais de beleza do Renascimento.

https://www.escritoriodearte.com/artista/fernando-botero/

Eduardo Kickhöfel. Graduado em Artes Plásticas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1994), mestre em História da Arte e da Cultura pela Universidade Estadual de Campinas (1999) e doutor em Filosofia da Ciência pela Universidade de São Paulo (2007).  Desde 2007, é professor convidado na Escola do MASP, onde ministra cursos de história da arte do Renascimento. Desde 2008, é professor de História da Filosofia da Renascença na Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Unifesp, em duas áreas: arte e ciência na Renascença italiana, tendo como objetos de estudo os tratados de arte do período, e filosofia natural da Renascença, tendo como objetos de estudo a anatomia, a cosmologia e a formação da ciência moderna. Participa do Programa de Pós-Graduação em Filosofia, e ocupa-se atualmente de uma nova edição dos estudos de anatomia de Leonardo da Vinci, acompanhados de introduções e comentários. Uma vertente contemporânea de seus estudos de filosofia e história da ciência visa pensar consequências do rompimento com o senso comum feito pela ciência moderna, especificamente na área da neurociência cognitiva que, ao elaborar suas teorias, desconsidera noções intencionais. Atua principalmente nos seguintes temas: Filosofia Ciência; Ciência Arte; Renascença Ciência Moderna; Leonardo da Vinci Anatomia. (Texto informado pelo autor)

Carmem S.Moralles. Desenhista e gravadora. Porto Alegre, RS, 1953 – Porto Alegre, RS, 1992. Formada pelo Instituto de Artesda UFRGS em 1976, também frequentou o Atelie Livre da Prefeitura de Porto Alegre, onde mais tarde integrou o corpo docente, lecionando Desenho e História da Arte. Fez cursos com Paulo Peres, Danúbio Gonçalves, Rubens Gerchman, Álvaro Apocalypse e Baravelli. Em 1971 participou de coletivas de alunos do Instituto de Artes da UFRGS, dando início à carreira marcada por dois primeiros prêmios na III e IV Mutepla, Porto Alegre, 1974 e 1975. Neste último ano obtém menção hornrosa no 4º Salão do Jovem Artista – RBS, Porto Alegre. Em 1982 participou da 3º Mostra Internacional de Arte, Bilbao, Espanha. Expos individualmente na Galeria Arte&Fato, Porto Alegre, 1987. Foi responsável pela formação de toda a geração de desenhistas. Está catalogada no MARGS, Porto Alegre, como Carmem Silva  Moralles e representada no acervo com Câmara ardente, gravura em metal. Em 1996 é realizada a retrospectiva Curriculum Vitae, Sala Fahrion, Reitoria da UFRGS, Porto Alegre.

Bruno Giorgi (Mococa, São Paulo, 1905 – Rio de Janeiro, 1993)

Escultor.   Muda-se com a família para Itália, e fixa-se em Roma em 1913.      Em 1920, inicia estudos de desenho e escultura com o professor Loss. Participa de movimentos antifascistas. Em 1931, é preso por motivos políticos e condenado a sete anos de prisão. É extraditado para o Brasil em 1935, por intervenção do embaixador brasileiro na Itália. Em São Paulo, trava contato com Joaquim Figueira (1904 – 1943) e Alfredo Volpi (1896 – 1988). Em 1937, viaja para Paris e freqüenta as academias La Grand Chaumière e Ranson, onde estuda com Aristide Maillol (1861 – 1944). Em 1939, retorna a São Paulo e convive com Mário de Andrade (1893 – 1945), Lasar Segall (1891 – 1957), Oswald de Andrade (1890 – 1954) e Sérgio Milliet (1898 – 1966), entre outros. Começa a praticar desenho de modelo-vivo e pintura com os artistas do Grupo Santa Helena e integra a Família Artística Paulista (FAP). Em 1943, transfere-se para o Rio de Janeiro. A convite do ministro Gustavo Capanema (1900 – 1985) instala ateliê no antigo Hospício da Praia Vermelha, onde orienta jovens artistas como Francisco Stockinger (1919). Possui obras em espaços públicos como Monumento à Juventude Brasileira (1947), nos jardins do antigo Ministério da Educação e Saúde (MES), atual Palácio Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro; Candangos (1960), na praça dos Três Poderes, e Meteoro (1967), no lago do edifício do Ministério das Relações Exteriores, em Brasília; e Integração, 1989, no Memorial da América Latina, em São Paulo.
Herdeiro das lições do escultor Aristide Maillol (1861 – 1944), a partir dos anos 1940, Bruno Giorgi revela em seus trabalhos um crescente interesse pela temática e pelos tipos brasileiros. Sua obra gradualmente passa de uma leve estilização da figura humana a uma maior deformação. Na rudeza das superfícies, o modelado evidencia a mão do escultor, como em Mulher ao Luar, 1949.  A partir desses trabalhos, começa a apresentar uma nova plasticidade. Em Maternidade, 1952 ou São Jorge (1953), os troncos e membros das figuras se alongam e se deformam em contínuo desenvolvimento no espaço. Essa dinâmica abstrata conduz a um jogo de cheios e vazios. A progressiva estilização e redução da figura a poucas linhas pode ser vista, por exemplo, em Candangos.   Passa então a realizar composições abstratas, onde se nota a tentativa de integração entre sua escultura e a arquitetura moderna, como em Meteoro, uma de suas obras de maior destaque, ou Condor (1978). Na década de 1970, Bruno Giorgi retoma a exploração da figura humana, principalmente a representação das formas femininas, muito frequente em sua produção anterior, da qual resulta uma série de torsos de pedra.

 

Alfredo Ceschiatti (Belo Horizonte/MG, 1918 – Rio de Janeiro/RJ, 1989)

Escultor, desenhista, professor. Em 1938, viaja à Itália e se interessa, sobretudo, por obras de artistas renascentistas. Em 1940, no Rio de Janeiro, ingressa na Escola Nacional de Belas Artes – Enba, onde estuda escultura com Corrêa Lima. Frequente o ateliê instalado na Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro, juntamente com Bruno Giorgi e José Pedrosa. Cria, em 1944, o baixo-relevo da Igreja de São Francisco de Assis, na Pampulha, em Belo Horizonte, por encomenda de Oscar Niemeyer. No ano seguinte, conquista com esse trabalho o prêmio de viagem ao exterior no 51º Salão Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro. Entre 1946 e 1948, permanece na Europa e conhece a obra de Max Bill, Henri Laurens, Giacomo Manzù e, principalmente, Aristide Maillol. Sua primeira exposição individual ocorre na sede do Instituto dos Arquitetos do Brasil – IAB, no Rio de Janeiro, em 1948. Integra, em 1956, a equipe vencedora do concurso de projetos para o Monumento aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, no Rio de Janeiro. No começo da década de 1960, leciona escultura e desenho na Universidade de Brasília – UnB. Várias de suas obras estão em espaços e edifícios públicos, entre eles, o Palácio da Alvorada, a Praça dos Três Poderes e o Palácio dos Arcos, em Brasília; o Memorial da América Latina e a Praça da Sé, em São Paulo; e a Embaixada do Brasil em Moscou.

As esculturas de Alfredo Ceschiatti estão presentes em importantes espaços públicos de Brasília, como as Duas Irmãs (1966), no Palácio dos Arcos; e os Anjos (1970) e os Evangelistas (1968), na Catedral de Brasília. O escultor explora bastante a figura feminina, representada em suas obras com formas curvilíneas, puras, arredondadas, que têm, como contraponto, a movimentação dos planejamentos.

Ceschiatti desenvolve suas esculturas por meio de um traçado sensível, como aponta a crítica de arte Sheila Leirner, proporcionando equilíbrio e leveza a obras como os Anjos da Catedral de Brasília, ou o Contorcionista (1952). O artista, que se interessa muito pelo barroco mineiro, resgata alguns elementos dessa tradição em vários de seus trabalhos, aliando-os a uma maior simplificação formal.

Fonte: Itaú Cultural.

Rosina Becker do Valle (1914, Rio de Janeiro, RJ – 2000, Rio, RJ)

Pintora. Era dona de casa até começar a pintar por lazer, em 1955. Então matriculou-se na escola do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, sendo aluna de Ivan Serpa. Participou do Salão Nacional de Belas Artes entre 1967 e 1969, e da Bienal de São Paulo em suas V e VII edições. Além disso já expôs coletiva ou individualmente em muitas cidades brasileiras e do exterior. [2][1]

Seu trabalha enfoca principalmente o folclore, as florestas e os santos. Tem obras no Musée d’Art Naïf de L’Île de France, nos Museu de Arte Moderna de Hamburgo e de Buenos Aires, além de ter obras reproduzidas em livros editados no Brasil, SuíçaInglaterra e França.

https://www.escritoriodearte.com/artista/rosina-becker-do-valle/

Miriam Postal – 1962 – Natural de Passo Fundo, Miriam Postal é Bacharel em Desenho e Plástica e pós-graduada em ARTE/ EDUCAÇÃO ambos pela Universidade de Passo Fundo. Com cursos de especialização no Brasil e exterior, seu currículo vem sendo construído através da participação em importantes exposições de arte nacionais e internacionais.

Dona de um estilo próprio, Miriam tem sua marca registrada, reconhecível em meio a tantos outros artistas, linguagens e temas. Utiliza a técnica de acrílico sobre tela, criando formas generosas de volumes sensuais sem sinal de esgotamento num exercício constante na temática que conta a história dos centros urbanos brasileiros. Em seus quadros, Miriam combina quase sempre personagens masculinos e femininos em clima de sedução. São namoricos que acontecem em praça pública, em meio a festas juninas ou na praia. E assim seguem as imagens construídas pela artista, com visões da colônia, jogos de carta e sinuca.

As silhuetas e formas são ritmadas com posturas dependentes e ingênuas, onde se destaca o traço forte do estilo pessoal da artista: a competência no uso da técnica, o desenho, a linguagem expressiva, a composição oposta às regras, a criatividade e a espontaneidade.

Seu mundo é uma aldeia global. Tem profundo interesse que seus “Joãos e Maria” brasileiros se tornem cidadãos do mundo. Aplicando elementos (tickets, dinheiros, panfletos, etc.) que coleta pelo mundo afora, insere seus personagens por outros continentes sem perderem a sua verdadeira essência de brasilidade.

Sua obra é vibrante e expressiva mostrando situações de um povo simplório, com corpos volumosos, posturas ingênuas e cores quentes. Vestindo chita e chinelos de dedo, seus personagens transmitem um retrato da alma brasileira.

http://www.miriampostal.com.br/miriampostal

Milton Rodrigues da Costa (Niterói RJ 1915 – Rio de Janeiro RJ 1988) Pintor, desenhista, gravador, ilustrador.

Inicia estudos de desenho e pintura em 1929 com o professor alemão August Hantv. No ano seguinte matricula-se no curso livre de Marques Júnior (1887 – 1960), na Escola Nacional de Belas Artes – Enba, que é fechada pela Revolução de 1930. Milton Dacosta, com Edson Motta (1910 – 1981), Bustamante Sá (1907 – 1988) e Ado Malagoli (1906 – 1994), entre outros, cria o Núcleo Bernardelli em 1931. Sua primeira exposição individual ocorre em 1936, no Rio de Janeiro. Nesse ano recebe menção honrosa no Salão Nacional de Belas Artes. Viaja para Estados Unidos em 1945, com o prêmio de viagem ao exterior do Salão Nacional de Belas Artes do ano anterior. Na cidade de Nova York, estuda na Arts Students League of New York. Em 1946, vai para Lisboa, e conhece Almada Negreiros (1893 – 1970) e Antonio Pedro (1909 – 1966). Após visita a vários países da Europa, fixa-se em Paris, onde estuda na Académie de La Grande Chaumière. Conhece Pablo Picasso (1881 – 1973), por intermédio de Cicero Dias (1907 – 2003), e freqüenta os ateliês de Georges Braque (1882 – 1963) e Georges Rouault (1871 – 1958). Expõe no Salon dAutomne e regressa ao Brasil em 1947. Em 1949, casa-se com a pintora Maria Leontina (1917-1984) e passa a residir em São Paulo. Na década de 1950, desenvolve uma obra de cunho construtivista, característica que muda na década seguinte retorna ao figurativo com a série de gravuras coloridas em metal com o tema Vênus.

https://www.escritoriodearte.com/artista/milton-dacosta/

Márcia  Marostega. Natural de Santa Rosa (RS). Atualmente reside em Santa Cruz do Sul (RS). Bacharel em Desenho e Plástica-Habilitação Desenho Artístico, pela Universidade Federal de Santa Maria em 1988. Pós-graduada em “DESIGN para ESTAMPARIA” pela Universidade Federal de Santa Maria em 1996. Curso de pintura na SCUOLA LORENZO DE’MEDICI em Florença-Itália. Orientou curso “Atelier Livre”  (desenho/pintura) no  Programa UNIARTE da Universidade de Santa Cruz do Sul de agosto de 1997 a novembro de 2010 – UNISC.

http://www.galeriaartequadros.com.br/site/acervo_detalhe_artista.php?id_artista=55

 

Maria Lídia Magliani (Pelotas, RS, 1946 – Rio de Janeiro, 2012) Pintora e desenhista. Formada em Artes Plásticas pela Escola de Artes da UFRGS em 1966, fez aperfeiçoamento na mesma escola no ano seguinte, onde foi aluna de Ado Malagoli, pelas mãos de quem realizou sua primeira mostra individual, Galeria Espaço, Porto Alegre, 1966. A partir de então, firmou-se como um dos mais expressivos valores da arte no Rio Grande do Sul.Realizou diversas exposições individuais de impacto, como Galeria Leopoldina, 1967;
Galeria do IAB, 1977; e Galeria Independência, 1979, quando faz sua despedida do Sul.
Nessa ocasião, Sergius Gonzaga anotou: “ A arte de Magliani tem a densidade de um pesadelo opressivo […]Penso que esses trabalhos devem ser vistos de outro ângulo: que descubramos neles a alegoria de nosso tempo, uma espécie de metáfora de uma época de deformação e aviltamente do ser humano. A um universo histórico de autoritarismo, violência, corrupção e impunidade corresponderá uma arte aberta para o caricatural, o feio, o sórdido. Uma arte reveladora – apesar de sua linguagem simbólica -, o grau de coisificação a que fomos submetidos […] os seres de Magliani nos remetem obrigatoriamente para a realidade que os tornou possível. A isso chamamos arte social. Enfim, não se busque em Magliani o adorno para a sala de jantar. A cor onde repousam os olhos e a consciência dos objetos que ela produz então carregados de uma força tão visceral, possuem uma tal carga de denúncia, que impossibilitam o deleite estético burguês ou a indiferença. Conhecer a arte de Magliani é predispor-se ao ferimento.” Realizou ilustrações para jornais de Porto Alegre como Folha da Manhã e Zero Hora, criou capas de livros e cartazes. Também realizou algumas xilogravuras. Quando residia em Porto Alegre, dedicou-se um período, nos anos 60, a fazer teatro, como atriz. Integrou o elenco de montagens como La Celestina, de Rojas, As criadas, de Jean Genet, e no papel titulo de O Negrinho do Pastoreio, de Delmar Mancuso. Em 1980 transfere-se para São Paulo.Realiza individual na Galeria Paulo Figueiredo, São Paulo, e faz ilustrações para jornais.

Uma das características de seus trabalhos é enfeixá-los por séries tituladas, o que permite mapear sua obra, como por exemplo; Objetos de cena, 1975, Ela, 1978, Brinquedo de armar, 1979, Breve História da Infância, 1978, Retratos Falados, 1981, Encontros numa esquina, 1981, Como o nosso amor, 1982, Relatos em câmara lenta, 1985. Sempre retornou ao Sul.

Expôs em diversas ocasiões na Galeria Tina Presser, Porto Alegre. Fixou-se durante uma década em Tiradentes, Minas Gerais. O catálogo Geral das Obras do MARGS, Porto Alegre, aponta, em seu acervo, Pintura I, Da série anotações para uma estória – Passantes. Ao final de 1996, volta a residir em São Paulo, retoma o trabalho de ilustradora e passa a atuar no Caderno 2 de O Estado de São Paulo. É focalizada e consta com ilustrações no livro das pesquisadoras Ursula Rosa da Silva e Mari Lúcie da Silva Loreto, História da arte em Pelotas a pintura de 1870 a 1980. A partir de 1997 passa a residir no Rio de Janeiro,fixando-se no bairro das artistas; Santa Tereza. Em 1999 volta a residir no Rio Grande do Sul, mas em 2000 volta ao Rio de Janeiro.

http://www.guion.com.br/arte/magliani_bio.htm

   

Ivald Granato(1949 – 2016)

Nasceu em Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro, no dia 29 de dezembro de 1949. Artista plástico e performático, além de escultor brasileiro. Até 1966, viveu em sua cidade natal, onde começou a desenhar muito cedo, sob influência dos pintores cubistas. Ainda em 1966, iniciou seus estudos com Robert Newman e, no ano seguinte, ingressou na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

    Artista polêmico e provocador, utilizou, afora a pintura, a performance como meio de expressão. Foram algumas de inúmeras performances: “O urubu eletrônico”, no Teatro Municipal de São Paulo, 1976; “Ciccilo Matarazzo em mitos vadios”, na Rua Augusta, em São Paulo, 1978; “Bandaid”, no Centro Cultural São Paulo, 1982; “Painting performance”, em Munique, Alemanha, 1984; “Pasta man-bassel”, na Suíça; “Painter and model”, na Escola Panamericana de Arte, 1991.

    Recebeu vários prêmios, entre eles, o Prêmio de Melhor Ilustrador do Ano, da Editora Abril, e o Prêmio Aquisição, na 1ª Trienal de Osaka, Japão, ambos em 1990, e o Prêmio Jabuti, como Melhor Capa de Livro-Processo de Criação Darlene Dalto, em 1993. Seus trabalhos estão nos maiores museus, empresas e coleções particulares do Brasil e do mundo, como Masp, Mam/SP, Mam/RJ, Pinacoteca do Estado de São Paulo, Coleção Gilberto Chateaubriand, Coleção Princessa Gloria von Thurn, Und Taxis (Alemanha), Coleção Luis Oswaldo Pastore, Kimmy Esteve, Museu Ludwig, Osaka Foundation of Culture (Japão), Banco América, Fundação Itaú, Banco Real, Chase Manhattan Bank.

    Granato realizou inúmeras exposições individuais e coletivas no Brasil, Estados Unidos, Japão, America Central e América do Sul, das quais se destacam: Bienal Internacional de São Paulo, em 1979, 1981, 1985, 1989 e 1991; 1ª Bienal de Havana, Cuba, em 1984; IV Bienal Ibero Americana de Arte, México, em 1984; Galeria Maeder, Alemanha, em 1984 e 1985; International Gallery, New York, em 1988; Museu de Gottenborg, Dinamarca, em 1989; Feira de los Angeles, em 1989; Homenagem a Bardi-Masp, em 1990; 1ª Trienal de Gravuras de Osaka, Japão, em 1991; Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro; Museu de Belas Artes, Rio Janeiro, em 2002; Centro Cultural dos Correios/ Rio de Janeiro; Mube São Paulo, em 2004 e 2005; Mac/ SP; Museu de Arte Contemporânea de Olinda, Pernambuco, e Museu de Arte Moderna de Salvador, Bahia.

Gustavo Epstein – Gravador e pintor, Áustria. Fixou-se no Rio Grande do Sul na década de 30. É citado por Ângelo Guido em As artes plásticas no Rio Grande do Sul. Participou da mostra Arte Rio-Grandense do Passado ao Presente, Galeria do Instituto de Belas Artes, Porto Alegre, 1961. Seu nome completo é Gustavo Epstein. Consta no Dicionário brasileiro de artistas plásticos.

 

    Eduardo Sued nasceu no Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, em 1925. Pintor, gravador, ilustrador, desenhista, vitralista e professor. Graduou-se na Escola Nacional de Engenharia do Rio de Janeiro em 1948. No ano seguinte, estudou desenho e pintura com Henrique Boese (1897 – 1982). Entre 1950 e 1951, trabalhou como desenhista no escritório do arquiteto Oscar Niemeyer (1907). Em 1951, viajou para Paris, onde frequentou as academias La Grande Chaumière e Julian. Em sua estada na capital francesa, entrou em contato com as obras de Pablo Picasso (1881 – 1973), Joán Miró (1893 – 1983), Henri Matisse (1869 – 1954) e Georges Braque (1882 – 1963). Retornou ao Rio de Janeiro em 1953 e frequentou o ateliê de Iberê Camargo (1914 – 1994) para estudar gravura em metal, tornando-se, mais tarde, seu assistente. Lecionou desenho e pintura na Escolinha de Arte do Brasil em 1956 e, no ano seguinte, transferiu-se para São Paulo, onde ministrou aulas de desenho, pintura e gravura na Fundação Armando Álvares Penteado de 1958 a 1963. Em 1964, voltou a morar no Rio de Janeiro e publicou o álbum de águas fortes “25 Gravuras”. O artista não se vincula a nenhum movimento, mantendo-se alheio aos debates da época. Sua carreira teve uma breve etapa pautada no figurativismo, mas logo se encaminhou para a abstração geométrica. Nos anos 1970, aproximou-se das vertentes construtivas, desenvolvendo sua obra a partir da reflexão acerca de Piet Mondrian (1872 – 1944) e da Bauhaus. Entre 1974 e 1980, ministrou aulas de gravura em metal no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

Dario Mecatti (Florença, Itália, 1909 – São Paulo, SP, 1976)

Foi pintor e desenhista. Em torno de 1927, pinta cartazes para a sala de cinema de seu primo, em Florença. Recebe orientação artística do pintor e professor italiano Camillo Innocenti (1871-1961), embora não se matricule em nenhum curso oficial. Em 1933, realiza sua primeira exposição, em Florença, viajando em seguida para o Norte da África, onde percorre países como Líbia, Tunísia, e Argélia. Realiza exposições em algumas das cidades por onde passa. Entre 1936 e 1939 visita o Marrocos, onde produz diversos trabalhos retratando os costumes da região. Em 1939, viaja para a Ilha de São Miguel, nos Açores.

No ano seguinte, viaja para o Brasil ao lado dos pintores Renzo Gori e Silvio Nigri. Desembarca no Rio de Janeiro, onde realiza exposição na Sociedade Brasileira de Belas Artes. Viaja pelas cidades mineiras de Belo Horizonte, Juiz de Fora e Ouro Preto e se muda, no final de 1940, para São Paulo. Entre 1941 e 1945, trabalha na Galeria Fiorentina. Participa do 7º Salão Paulista de Belas Artes, em 1941, recebendo pequena medalha de prata. Em 1945, se casa com a pintora Maria da Paz. Em 1946, constrói sua casa-estúdio, onde realiza exposições individuais anuais.

Em 1947, faz sua primeira viagem de volta à Itália, passando a viver e expor alternadamente no Brasil e na Europa. Durante as décadas de 1940 e 1950, expõe em diversas cidades brasileiras, além de realizar mostras em Buenos Aires e Montevidéu. Na Europa, expõe em Barcelona, Lisboa, Florença, Milão, San Remo e Berlim. Entre 1969 e 1976 é artista exclusivo da Galeria Irlandini, no Rio de Janeiro, que apresenta regularmente seus trabalhos. Em 1978, recebe homenagem póstuma no 42º Salão Paulista de Belas Artes.

 

Fonte: Itaú Cultural.

Nasceu em Santo Ângelo (1944 – 2016) (RS) Nasceu no dia 15 de janeiro de 1944. Foi um pintor com destaque nacional, neto do espanhol José Ibañez Soriano (ourives e sócio da antiga Joalheria Ibañez em Porto Alegre). Soriano militou na publicidade, atividade que lhe rendeu prêmios. Foi aluno de Rubens Galant Costa Cabral e de Ado Malagoli , o pintor viveu na região sul de Porto Alegre, onde manteve seu atelier.

Pablo Ruiz Picasso (Málaga/ES, 1881 – Mougins/FR, 1973)

Foi pintor, escultor, desenhista, ceramista e um dos principais artistas plásticos do século XX. Suas obras amadureceram desde o naturalismo de sua infância até o cubismo, o surrealismo e muito mais, moldando a direção da arte moderna e contemporânea ao longo das décadas. O artista é considerado um dos fundadores do Cubismo juntamente com Georges Braque, que foi um movimento artístico que tinha o intuito de desconstruir a imagem por meio das figuras geométricas. O artista teve grande influência das máscaras africanas, que inspiraram a fase inicial desse movimento, juntamente ao lado do artista francês Paul Cézanne.

Filho de um professor de Desenho e Pintura, deslocou-se ainda jovem para Barcelona, onde estudou Belas-Artes e pintou seus primeiros quadros de tendência acadêmica, entre os quais se destaca Ciência e Caridade (1897). No início do século XX, partiu para Paris, cidade em que se instalou em 1904 e onde recebeu a influência de Gauguin e Toulouse-Lautrec (período azul, com obras de tema popular, e período rosa, centrado no mundo do circo). Na primavera de 1907, pintou na capital francesa As Senhoritas de Avignon, quadro com que rompe com a profundidade espacial, ao representar as figuras numa simultaneidade de planos, e inicia, assim, seu período cubista. Entre 1908 e 1911, desenvolveu sua fase analítica por meio da decomposição das formas, especialmente de paisagens como as de Horta d’Ebre, ao mesmo tempo que reduz a sua gama cromática aos cinzentos. Em 1912, interessou-se pela técnica da colagem: Natureza Morta com Cadeira de Palha, com que inicia também sua passagem para o cubismo sintético, no qual prevalece a reconstrução do objeto através de seus planos essenciais. Ao mesmo tempo, sua gama cromática amplia-se de novo, como se observa em Natureza Morta Dentro de uma Paisagem (1915). Depois de passar por uma fase realista e outra com influências surrealistas, a guerra civil imprimiu uma marca profunda em sua produção. Assim, o bombardeamento da cidade de Guernica levou-o a criar Guernica, exposto no pavilhão espanhol da Exposição de Paris em 1937, como protesto pela violência sem sentido da guerra, sentimento também expresso no quadro Matanças na Coréia (1950). A partir de 1947, interessou-se especialmente pela cerâmica e pela reelaboração de obras clássicas: Mulheres de Argel,de Delacroix (1955), As Meninas, de Velásquez (1957), ou Merenda Campestre, de Manet (1960).

Fonte: Escritório de Arte.

Paulo Chimendes (Rosário do Sul, RS, 1955) Desenhista e gravador.  Reside em Porto Alegre desde 1962, aos 12 anos, iniciou-se no desenho com Paulo Peres no Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre. Foi integrante da Oficina 11 – Atelier de Litografia e Gravura em Metal e fez diversas exposições individuais e coletivas. Também participou de muitos salões e mostras, sendo premiado em seis delas e homenageado em 2004 pelo Núcleo de Gravuras do Rio Grande do Sul (do qual é sócio fundador). Fez litografia com Danúbio Gonçalves e pintura com Fernando Baril. Também estudou desenho com Nemer, no 9º Festival de Inverno de Ouro Preto, MG. Realizou muitas individuais, entre as quais se destacam: Galeria de Arte do Atelier Livre, desenhos na Galeria Sete Povos e aquarelas no MARGS, todas em Porto alegre. Participou de coletivas como Cidada Irmã, Kanazawa, Japão, e Galeria Sete Povos, Artistas Brasileiros, na Universidade de Iowa, Estados Unidos, e Seleção Verde e Amarelo, no MARGS.

Paulo Chimendes é um dos gravadores com mais tempo em atividade ininterrupta em litografia no RS, estado que possui uma longa tradição em litografia (artística e comercial). 

Aldo Cláudio Felipe Bonadei (São Paulo/São Paulo, 1906 – 1974)

Pintor, designer, gravador, figurinista e professor. Entre 1923 e 1928 é aluno de desenho do pintor Pedro Alexandrino (1856-1942), período em que também frequenta o ateliê do pintor Antonio Rocco (1880-1944). Em 1929, Bonadei torna-se amigo do professor de arte Amadeo Scavone. Viaja para a Itália, entre 1930 e 1931, e freqüenta a Accademia di Belle Arti di Firenze [Academia de Belas Artes de Florença], onde tem aulas com o pintor Felice Carena (1879-1966) e seu assistente Ennio Pozzi (1893-1972), ambos ligados ao movimento novecento. Nesse período, dedica-se ao desenho da figura humana, principalmente ao nu.  Retorna a São Paulo no início da década de 1930 e participa ativamente do Grupo Santa Helena, da Família Artística Paulista (FAP) e do Sindicato dos Artistas Plásticos. Integra de 1939 e 1941 o Grupo Cultura Musical, criado pelo psiquiatra Adolpho Jagle, que promove reuniões de artistas. Datam dessa época as suas primeiras experiências abstratas. Em 1949 leciona na Escola Livre de Artes Plásticas, primeira escola de arte moderna de São Paulo e participa do Grupo Teatro de Vanguarda. No ano seguinte, funda a Oficina de Arte (ODA), com Odetto Guersoni (1924-2007) e Bassano Vaccarini (1914-2002). No fim da década de 1950 atua como figurinista nas peças Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues (1912-1980), e Casamento Suspeitoso, de Ariano Suassuna (1927-2014), ambas encenadas pela Companhia Nídia Lícia – Sérgio Cardoso. Nesse período, desenha alguns figurinos para dois filmes dirigidos por Walter Hugo Khoury (1929-2003), Fronteiras do Inferno (1958) e Na Garganta do Diabo (1959).

Fonte: Itaú Cultural.

Aldo Daniele Locatelli (Lombardia/Itália, 1915 – Porto Alegre/RS, 1962)

Pintor, muralista, professor. Aos dez anos, entra em contato com artistas que restauram os murais da igreja da Villa d’Almè. Em 1931 ingressa no curso de decoração da Escola de Cursos Livres de Instrução Técnica Andrea Fantoni. Entre 1932 e 1935, estuda na Accademia Carrara di Belle Arti [Academia Carrara de Belas Artes], em Bérgamo, Itália, e recebe uma bolsa de estudos para a Escola de Belas Artes de Roma. Interessado na pintura mural, passa a estudar as obras da Capela Sistina, no Vaticano. Volta a Villa d’Almè depois da morte de seu pai, em 1940. Em 1946, muda-se para Gênova a fim de trabalhar na abóbada da Igreja Nossa Senhora dos Remédios. No ano seguinte, estuda obras de artistas como Giovanni Battista Tiepolo (1696 – 1770), Leonardo da Vinci (1452 – 1519) e Michelangelo Buonarroti (1475 – 1564). Chega ao Brasil em 1948 para realizar afrescos na Catedral de Pelotas, Rio Grande do Sul, a convite do bispo dom Antônio Zattera. Em 1949, ano em que termina seu trabalho na Catedral, Locatelli torna-se um dos fundadores da Escola de Belas Artes de Pelotas, onde introduz o estudo do nu artístico. Passa a receber encomendas em outras cidades, como Caxias do Sul e Porto Alegre, e decide trazer a esposa para o Brasil. Em 1951, já naturalizado brasileiro, dá início aos murais e pinturas da igreja de São Pelegrino, em Caxias do Sul, trabalho que conclui em 1960.

Embora se dedique também à pintura de cavalete, Aldo Locatelli pode ser considerado um dos mais profícuos pintores de afrescos – sacros, especialmente -, atuantes no Rio Grande do Sul, no século XX. Em sua curta trajetória (falece aos 47 anos) Locatelli, em seu país de origem, pauta-se na arte Renascentista para os afrescos que realiza. No Brasil, notadamente no projeto da Igreja de São Pelegrino, em Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, trabalha com base nesses padrões tanto nos afrescos quanto nas pinturas da Via Sacra: “Locatelli, sem dúvida é um tradicionalista; são visíveis em sua obra as influências, de ordem iconográfica e técnica, dos grandes mestres do Renascimento (…) Mas o talento do artista é tal que não lhe permite submeter-se a eles (…) sendo (…) capaz de recriá-los, a partir justamente daquilo que neles permaneceu em estado germinal”.

O artista trabalha nos afrescos da Igreja de São Pelegrino de 1951 a 1960 e nos 14 óleos sobre tela da Via Sacra – executadas em seu ateliê, em Porto Alegre -, entre 1958 e 1960. Locatelli se faz fotografar nas posições de Cristo para compor a obra. Procura expressar a dor de Jesus durante o trajeto do Calvário, sendo o “elemento determinante da dramaticidade e expressividade da obra (…) sem dúvida alguma, o livro de Pierre Barbet, A Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo o Cirurgião, no qual estão descritos os sofrimentos físicos da paixão de Cristo sob o ponto de vista da medicina”.

 

Fonte: Itaú Cultural.

 

Edgar Koetz (Porto Alegre/RS, 1914 – 1969)

Professor, desenhista, gravador, artista gráfico, pintor. Como artista gráfico, manifesta o imaginário moderno de sua época, em imagens que exploram a planaridade por meio de um acentuado caráter caricato, onde predominam linhas angulosas e geométricas. Na pintura, retrata transformações nas paisagens urbanas, muitas vezes realçando a sobrevivência de aspectos bucólicos e campestres em meio ao crescimento das cidades.

Edgar Koetz passa a infância na capital gaúcha. Seu envolvimento com o desenho é tão grande que, ainda com 15 anos, ganha do pai seus primeiros cartões de visita, onde lê-se: “Edgar Koetz – Desenhista”. Em sua cidade natal, ainda adolescente, começa a atuar como aprendiz de clicherista na Fotogravura Geyser, mas logo em seguida se torna principiante de litógrafo na editora Livraria do Globo, que então possui o maior parque gráfico da cidade. A editora dispõe de uma seção de desenho dirigida pelo artista Ernst Zeuner (1895-1967), que traz da Alemanha uma série de princípios gráficos modernos, logo absorvidos pelas práticas de Koetz. O artista produz dezenas de ilustrações para livros e de capas da Revista do Globo, que o notabilizam. Nestas capas, onde é recorrente a figuração de rostos femininos, vemos os hábitos de lazer da elite sulina de então, frequentemente representada praticando o turfe e o tênis, ou flagrada em passeios a praias ou parques.

Neste âmbito, ele também convive com artistas e ilustradores de uma geração logo anterior à sua, como João Fahrion (1898-1970) e João Faria Viana (1905-1975), com os quais obtém importantes aprendizados. O trabalho na editora acaba sendo fundamental para sua formação artística e profissional, que se dá de maneira autodidata, já que ele não frequenta o Instituto de Belas Artes (IBA) de Porto Alegre ou aulas particulares em ateliês. Marginalizados pelos artistas com formação no IBA, diversas figuras oriundas do ambiente gráfico da editora Livraria do Globo se organizam para fundar, em 1938, a Associação Rio-Grandense de Artes Plásticas Francisco Lisboa (Chico Lisboa), que conta com a participação de Edgar Koetz.

Neste mesmo ano, o grupo realiza o 1º Salão da Associação, surgido como alternativa ao Salão da Escola Nacional de Belas Artes, embora ambos compartilhassem de projetos estéticos avessos aos preceitos modernistas que se encontram em ascensão na época. Tanto que, em 1942, após organizarem o polêmico 1º Salão Moderno de Artes Plásticas do Rio Grande do Sul, os próprios artistas da Chico Lisboa decidem fechá-lo, declarando que seu real intuito era desmoralizar a arte moderna. Nesta ocasião, Edgar Koetz figura como um dos signatários do Manifesto Contra a Arte Moderna, publicado na imprensa, onde há um declarado rechaço ao modernismo.

Em 1945, Edgar Koetz deixa a Livraria do Globo para trabalhar como ilustrador de jornais e revistas em Buenos Aires (Argentina), cidade que detém o maior centro editorial da América Latina da época. Nesta ocasião, recebe o grande prêmio da Câmara Argentina do Livro, por suas ilustrações para Juarez y Maximiliano, escrito por Franz Werfel (1890-1945). Nesta época, Koetz também se dedica a pinturas, onde realça resquícios de provincianismo em meio à rápida aceleração da urbe, figurados em pinceladas expressivas, com ênfase no gesto e na cor. Retornando ao Brasil, em 1950, o artista participa da fundação do Clube de Gravura de Porto Alegre, capitaneada por Carlos Scliar (1920-2001) e Vasco Prado (1914-1998). A organização traz o realismo socialista para as artes plásticas brasileiras e dá uma importante contribuição para renovar as artes gráficas do estado, repercutindo em âmbito nacional.

Dois anos depois, o artista se muda para a capital paulista, pois é convidado por Samuel Wainer (1910-1980) para trabalhar na idealização do jornal Última Hora, para o qual concebe a logotipo e atua como ilustrador e diagramador. No mesmo ano, Koetz participa da criação da Escola de Propaganda, coordenada por Rodolfo Lima Martensen (1915-1992), que funciona junto ao Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp). A década de 1950 representa um período especialmente profícuo em sua carreira como ilustrador, com uma série de capas concebidas para os livros de Paulo Dantas (1922-2007) e Monteiro Lobato (1882-1948), publicados pela Editora Brasiliense e Francisco Alves. Também se destacam seus desenhos que ilustram a tradução de Doutor Jivago, de Boris Pasternak (1890-1960), semanalmente publicada no Jornal Última Hora, em fragmentos, ao longo de 1958. Com a Ditadura Militar (1964-1985), o acirramento da censura e o aparelhamento do jornal Última Hora levam Edgar Koetz a retornar para Porto Alegre no ano de 1964.

Edgar Koetz apresenta uma poética extremamente versátil, que transita por diversas linguagens e temas com propriedade, embora mantenha um núcleo comum de princípios formais e cromáticos, em que as pinturas absorvem elementos de seu trabalho como artista gráfico e vice-versa. Seus trabalhos fornecem um retrato do Brasil entre o fim da República Velha (1889-1930) e o Golpe Militar (1964), com a representação de personagens e hábitos da época, além do acentuado processo de urbanização e industrialização vivido no país. Ao longo de sua vida, estabelece uma relação contraditória com as correntes modernas, manifesta em episódios como o 1º Salão da Associação, que Koetz primeiro organiza e logo depois confronta. Mas a despeito de seu discurso crítico em relação ao modernismo, ele exerce plena influência sobre suas obras.

Fonte: Itaú Cultural.

Daisy Viola Pintora, Santa Maria, RS, 1956. Bacharel em Artes pela Universidade Federal de Santa Maria em 1983. Artista plástica, instrutora de arte no Atelier Livre Xico Stockinger da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Tem participado de coletivas e salões, com destaque no Salão MARGS-35 Anos, 1989, e 15º Salão de Artes Plásticas da Associação Riograndense de Artes Plásticas Francisco Lisboa (Chico Lisboa), 1992, ambos em Porto Alegre. Neste mesmo ano expôs individualmente na galeria João Fahrion, MARGS, em Porto Alegre.

Vasco Prado

Vasco Prado Gomes da Silva (Uruguaiana, Rio Grande do Sul, 1914 – Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 1998). Gravador, escultor, tapeceiro, ilustrador, desenhista, professor. Com linhas curvas, valorizando as formas e explorando variados materiais, Vasco Prado explora a figura humana e os contornos dos animais.

Em 1940, frequenta por breve período a Escola de Belas Artes de Porto Alegre, mas sai da instituição e inicia pesquisas em escultura como autodidata. Em 1941, instala seu primeiro ateliê com Iberê Camargo (1914-1994) e é assistido pelo pintor Oscar Boeira (1883-1943). No mesmo ano, participa da primeira exposição coletiva na Galeria do Instituto de Belas Artes, em Porto Alegre.

Entre 1947 e 1948, estuda em Paris como bolsista do governo francês. É aluno do pintor francês Fernand Léger (1881-1955) e do escultor franco-húngaro Étienne Hajdu (1907-1996). Frequenta por curto período o ateliê de gravura da École Nationale Supérieure des Beaux-Arts. Em Paris, entra em contato com o artista mexicano Leopoldo Mendez (1902-1969), dirigente do Taller de Gráfica Popular. Esse encontro desperta em Prado o interesse pela gravura.

Retorna ao Brasil em 1949 e realiza sua primeira exposição individual na Galeria do Correio do Povo, em Porto Alegre. Em 1950, funda o Clube de Gravura de Porto Alegre, com Carlos Scliar (1920-2001).  do qual participam também Glauco Rodrigues (1929-2004), Danúbio Gonçalves (1925-2019) e Glênio Bianchetti (1928-2014). A união do grupo se pauta pela afirmação do valor social da arte e pelo interesse de representar a realidade local.

No ofício de escultor é possível notar a influência dos trabalhos do escultor francês Auguste Rodin (1840-1917). Em 1960, realiza escultura em bronze para a cidade de Pelotas, na qual retoma o tema do Negrinho do Pastoreio, apresentado, porém, com uma concepção mais livre, em que se evidencia o despojamento formal. Em Acrólito (1965), o curador Agnaldo Farias (1955) destaca a mistura de técnicas distintas na fusão da “docilidade de madeira” com a rigidez do bronze. Além desses dois materiais, Prado trabalha com terracota em suas esculturas.

O artista procura temáticas ligadas aos valores regionais, como o tema do cavaleiro e do cavalo. A figura humana costuma ser  representada com um amplo sentido de dignidade, e o animal, com atributos de força e altivez, sem perder a suavidade. Os contornos femininos, com traçados curvos e sinuosos, também são recorrentes objetos de representação.

Em 1967, participa da X Bienal Internacional de Arte de São Paulo. Entre 1968 e 1969, faz estágio como artista convidado, viaja pela Europa e expõe em Madri, Munique e Roma. Em 1968, recebe a medalha de prata na I Bienal do Metal realizada em Varsóvia, Polônia. Também atua como professor: em 1966 leciona escultura no Ateliê Livre da Prefeitura Municipal de Porto Alegre e ministra cursos na Universidade de Caxias do Sul e no Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Mars).

Em 1972, ganha o Concurso Nacional para o Mural da Assembleia Legislativa do estado do Rio Grande do Sul, o que resulta na obra Revolução Farroupilha (1973). Em 1976, o monumento Tiradentes é instalado também na Assembleia Legislativa, em Porto Alegre. Entre 1987 e 1991, atua como diretor do Mars.

Em 1994, é realizada a retrospectiva Vasco Prado, 80 Anos, na Usina do Gasômetro, em Porto Alegre. No mesmo ano, Iberê Camargo pinta um retrato de Vasco Prado, cuja residência em Porto Alegre é transformada em memorial em 2000, com a finalidade de preservar documentos, objetos pessoais e obras do artista. Em 2013, a Fundação Iberê Camargo realiza a exposição Xico, Vasco e Iberê: o Ponto de Convergência”, que celebra as obras e a amizade de Francisco Stockinger (1919-2009), Iberê Camargo e Vasco Prado.

Comprometido com o lugar de origem e em busca de diferentes linguagens para expressar a vida, Vasco Prado dá forma aos contornos humanos e animais em suas gravuras e esculturas. Atuante na transmissão do conhecimento e autor de obras públicas e monumentos, o valor social da arte tem papel importante em seu trabalho.

Fonte: Itaú Cultural

Acesso em: https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa7486/vasco-prado

 

Arthur Luiz Piza (São Paulo, São Paulo, 1928 – Paris, França, 2017). Gravador, desenhista, escultor. Começou sua formação artística em 1943, estudando pintura e afresco com Antonio Gomide (1895 – 1967). Após participar da 1ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1951, viajou para a Europa e passou a residir em Paris.

    Frequentou o ateliê de Johnny Friedlaender (1912 – 1992) e aperfeiçoou-se nas técnicas de gravura em metal, água-forte, talho-doce, água-tinta e ponta-seca. Em 1953, participa da 2ª Bienal Internacional de São Paulo e obteve o prêmio aquisição. Na 5ª Bienal, em 1959, foi contemplado com o grande prêmio nacional de gravura.

    Nesse período, começou a fazer relevos, picotando suas aquarelas e aproveitando os fragmentos em colagens sobre tela, papel, cobre e madeira. Posteriormente, criou relevos de metal sobre sisal e produziu peças tridimensionais em grande escala e trabalhos em porcelana e ourivesaria. Realizou ilustrações para diversos livros de tiragens reduzidas.

    No fim dos anos 1980, criou um mural tridimensional para o Centro Cultural da França em Damasco, Síria. Em 2002, foram apresentadas, na Pinacoteca do Estado de São Paulo e no Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli, em Porto Alegre, duas amplas retrospectivas da sua obra.

    Claudio José Tozzi nasceu em São Paulo em 1944. Pintor e mestre em arquitetura pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, em suas primeiras obras, o artista revelou a influência da arte pop, pelo uso de imagens retiradas dos meios de comunicação de massa, como na série de pinturas Bandido da Luz Vermelha (1967), na qual remete à linguagem das histórias em quadrinhos.

    Tozzi trabalha com temáticas políticas e urbanas, utilizando com frequência novas técnicas em seus trabalhos, como a serigrafia. Em 1967, seu painel Guevara Vivo ou Morto, exposto no Salão Nacional de Arte Contemporânea, foi destruído a machadadas por um grupo radical de extrema direita, sendo posteriormente restaurado pelo artista.

    Claudio Tozzi viajou a estudos para a Europa em 1969. A partir dessa data, seus trabalhos revelam maior preocupação com a elaboração formal e perdem o caráter panfletário que os caracterizava. Começou a desenvolver pesquisas cromáticas na década de 1970. Nos anos 1980, sua produção abriu-se a novas temáticas figurativas, como é possível observar nas séries dos papagaios e dos coqueirais. Apresenta também a tendência à geometrização das formas. Na realização dos quadros, utiliza um rolo de borracha de superfície reticulada, o que agrega novos aspectos às suas obras, como textura e volumetria. Passou a realizar trabalhos abstratos, nos quais explora efeitos luminosos e cromáticos.

    Criou painéis para espaços públicos de São Paulo, como Zebra, colocado na lateral de um prédio da Praça da República, e outros na Estação Sé do metrô, em 1979, na Estação Barra Funda do metrô, em 1989, no edifício da Cultura Inglesa, em 1995, e na Estação Maracanã do metrô do Rio de Janeiro, em 1998.

   

    Tomie Ohtake (Kyoto, Japão, 1913 – São Paulo, SP, 2015) Pintora, gravadora e escultora, veio para o Brasil em 1936, fixando-se em São Paulo. Em 1952, iniciou-se em pintura com o artista Keisuke Sugano. No ano seguinte, integrou-se ao Grupo Seibi, do qual participaram Manabu Mabe (1924 – 1997), Tikashi Fukushima (1920 – 2001), Flavio Shiró (1928) e Tadashi Kaminagai (1899 – 1982), entre outros.

    Após um breve período de arte figurativa, a artista definiu-se pelo abstracionismo. A partir dos anos 1970, passou a trabalhar com serigrafia, litogravura e gravura em metal. Surgiram em suas obras as formas orgânicas e a sugestão de paisagens. Na década de 1980, começou a utilizar uma gama cromática mais intensa e contrastante.

Dedicou-se também à escultura e realizou algumas delas para espaços públicos. Em 1995, recebeu, em Brasília, o Prêmio Nacional de Artes Plásticas do Ministério da Cultura. Em 2000, foi criado o Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo.

Fonte: Itaú Cultural.

   

    Zoravia Augusta Bettiol, nascida em Porto Alegre em 1935, é artista plástica e arte educadora. Com mais de 50 anos dedicados às artes, produz gravura, pintura, desenho, arte têxtil, arte mural e instalações.

    Entre 1952 e 1955, fez estudos de pintura no Instituto de Belas Artes, em Porto Alegre. Entre 1956 e 1957, estudou desenho e xilogravura no ateliê de Vasco Prado (com quem foi casada durante 28 anos) e, em 1968, tapeçaria no ateliê de Maria Laskiewicz, em Varsóvia, na Polônia. Artista multipremiada, participou de importantes exposições coletivas e individuais no Brasil e no exterior, entre as quais em Montevidéu, Punta del Leste, Washington, D.C., Praga, Varsóvia, Genebra, Lisboa, Roma, Milão, Madri, Buenos Aires, Estocolmo e Paris.

    Em 2007, foi lançado o livro em edição bilíngue (português e inglês) Zoravia Bettiol: a Mais Simples Complexidade, com textos de seis especialistas – Maria Amélia Bulhões, pesquisadora (desenho e pintura); Paulo Gomes, curador (gravura); Ana Albani de Carvalho, historiadora e crítica de arte (arte têxtil); Fernando Cocchiarale, crítico de arte e curador do MAM/RJ (instalação, mural e performance); Ulpiano Bezerra de Menezes, historiador e arqueólogo, professor titular da USP (objeto); e Paula Ramos, jornalista e crítica de arte – que abordam a trajetória da artista.

    Yeddo Nogueira Titze (1935 – 2016) nascido em Santana do Livramento em 1935, foi pintor, tapeceiro, desenhista e professor. Estudou no Instituto de Belas Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), quando fez parte do Grupo Triângulo, de tendência modernista. Ali foi aluno de Ado Malagoli.

    Premiado com uma bolsa de estudos na França, estudou pintura em Paris com André Lothe e Marcel Gromaire e tapeçaria na famosa manufatura de Aubusson. De volta ao Brasil, iniciou frutífera carreira como artista e mestre, lecionando na Universidade Federal de Santa Maria e sendo um pioneiro na introdução da tapeçaria e da estamparia artística na cidade. Também foi responsável pelo setor de artes plásticas na Funarte, em Brasília, de 1976 a 1979. Nos anos 1980, passou a dar aulas no Instituto de Artes da UFRGS.

    Segundo especialistas da área, seu maior mérito está “na introdução das primeiras referências abstratas em nível matérico”, sendo “um dos precursores das novas alternativas de modernidade visual dos anos 50“.

    Yeddo Titze realizou inúmeras exposições e, em 2011, recebeu o Prêmio Especial do Júri do Prêmio Açorianos, da prefeitura de Porto Alegre.

Stockinger, Francisco (1919 – 2009)Francisco Alexandre Stockinger (Traun, Áustria 1919 – Porto Alegre RS 2009). Escultor, gravador, desenhista, caricaturista, xilógrafo, professor. Vem para o Brasil em 1921. Em 1929, fixa-se em São Paulo e faz curso de desenho com Anita Malfatti no Colégio Mackenzie. Em 1937, passa a viver no Rio de Janeiro e inicia estudos no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro em 1946. Trava contato com Bruno Giorgi, e freqüenta o ateliê do artista, no antigo hospício da Praia Vermelha, entre 1947 e 1950. Convive também com Oswaldo Goeldi, Marcelo Grassmann e Maria Leontina. Realiza caricaturas e charges políticas para jornais. Em 1954, transfere-se para Porto Alegre, para trabalhar na diagramação do jornal A Hora. Nesse período, começa a realizar xilogravuras. Em 1956, ano em que se naturaliza brasileiro, é eleito presidente da Associação Rio-Grandense de Artes Plásticas Francisco Lisboa, cargo que ocupa em 1957 e em 1978. É fundador e primeiro diretor do Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre, em 1961, e diretor do Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli – Margs e da Divisão de Artes do Departamento de Cultura da Secretaria de Educação e Cultura do Estado, em 1967. Ministra curso de escultura com modelo vivo com Vasco Prado, no Margs em 1985. Recebe, em 1994, o título de cidadão honorário de Porto Alegre e, em 1997, o prêmio do Ministério da Cultura na área de artes plásticas.

Waldeny Elias nasceu em (1931, Capoeiras, RS – 2010, Porto Alegre, RS) Pintor, desenhista e gravador. Formado pela Escola de Belas Artes da UFRGS, integrou o grupo Bode Preto com Léo Dexheimer, Joaquim Fonseca e Cláudio Carriconde. Foi aluno de Locatelli, Malagoli, Fahrion, Alice Soares, Corona e Ângelo Guido. É um dos mais importantes artistas de sua geração. Realizou individuais com periodicidade nos anos 70, uma delas na Galeria Esphera e na década anterior, em diversas ocasiões no MARGS. A partir dos anos 80, seu trabalho dirigiu-se “exclusivamente ao mercado carioca”, conforme entrevista registrada no Caderno de Decoração de O Globo, Rio de Janeiro. Pintor de refinado acabamento, sua fase denominada As Minas é um dos pontos altos ( e dramáticos) da moderna pintura do Rio Grande do Sul. Manteve-se afastado do movimento artístico gaúcho durante toda a década de 80. No caderno de Cultura de Zero Hora, de 24 de setembro de 1994, o jornalista Juarez da Fonseca em matéria denominada Memórias do pintor quando jovem, apresenta figuras familiares do artista: os pais, Adélia, cartomante amadora, Waldy Manssur Elias, comerciante, o poeta Heitor Saldanha , Ruth, sua mulher e a loja de tecidos Porto-Alegrense, de propriedade da família. Durante o Governo Alceu Colllares, coordenou a equipe de ilustradores do Projeto Nenhum Adulto Analfabeto, para a Secretaria de Educação do Estado. Fato marcante de sua carreira é a disposição para ilustração de obras literárias, notadamente a poesia de amigos como Luiz de Miranda e Carlos Saldanha Legendre. Consta com ilustração no Dicionário Brasileiro de Artista Plásticos. Divide atividades entre Guaíba, RS, onde reside e Porto Alegre. Em 1996 expõe Amores Imperfeitos, Galeria I do MARGS, Porto Alegre, integrando o projeto Artistas Gaúchos – Memória Recente. 

Vitório Gheno (Muçum/RS, 1923)

Artista plástico, designer, ilustrador e aquarelista. Com poucos anos de idade, mudou-se para Porto Alegre. Ainda jovem, frequentava assiduamente a Livraria do Globo e sua facilidade para desenhar o levou a mostrar seus trabalhos à Editora Globo, que o contratou. Assim, Gheno ilustrou dezenas de contos de escritores consagrados. Ele participou, em 1942, do 1º Salão de Artes Plásticas de Porto Alegre e, em 1945, mudou-se para a Argentina, para trabalhar com publicidade. Lá permaneceu por dois anos. De volta a Porto Alegre, fez sua primeira exposição e ganhou um prêmio de viagem pelo Brasil. E passou a trabalhar também para o Correio do Povo.

Em 1950, por conta própria, mudou-se para Paris para estudar gravura por dois anos. Ao retornar ao Brasil, foi contratado por uma agência de publicidade norte-americana como diretor de arte e criação.Com a criação da revista Manchete, passou a colaborar com esta publicação. No fim dos anos 1950, Gheno voltou a morar em Porto Alegre, onde, em 1957, fundou a primeira loja de decoração da cidade. No início da década de 1960, atuou na área de decoração e design de interiores, especializando-se em hotelaria. Decorou dezenas de hotéis no Brasil para redes hoteleiras como Hotel Tropical e Hotel Plaza.

Vitório Gheno é conhecido por seu traço firme e leve e suas cores vibrantes, tendo criado milhares de obras utilizando as mais variadas técnicas, como óleo, aquarela, nanquim, guache, litografia, acrílica, bico de pena, ponta seca, sanguínea, pastel, carvão etc. Em 2009, recebeu, da Câmara Municipal de Porto Alegre, a Comenda Pedro Weingärtner.

 

Vera Guerra Chaves Barcellos nasceu em Porto Alegre em 1938. Estudou no Instituto de Belas Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e, nos anos 1960, complementou seus estudos em cursos de pintura, gravura e desenho na Holanda e na França. De volta ao Brasil, trabalhou inicialmente com gravura em metal no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

    No início da década de 1970, por meio de uma bolsa do British Council, Vera aprofundou seus conhecimentos em fotografia e técnicas gráficas no Croydon College, em Londres. Passou então a trabalhar com fotografia e em seguida partiu para trabalhos mais conceituais, misturando técnicas como xilogravura e serigrafia a novas possibilidades de expressão. Em 1976, representou o Brasil na Bienal de Veneza com o trabalho “Testarte”.

    Participou do grupo Nervo Óptico (1976 – 78) e foi uma das fundadoras do centro de cultura alternativa Espaço N.O. (1979 – 82) em Porto Alegre, este se tornou referência nacional para a produção artística contemporânea, construindo e ajudando a divulgar manifestações artísticas em novas mídias.

    A partir dos anos 1980, produziu instalações multimídias, usando a fotografia manipulada, imagens computadorizadas, objetos, vídeo e videoanimação. Um bom exemplo é o seu trabalho Visitant Genet, mostrado no Museu D’Art de Girona, em 2000 – 2001. Participou do Mois de Photographie, em Paris, França, e da Bienal de Havana, em Havana, Cuba, em 1984. Seu trabalho foi selecionado em quatro ocasiões para a Bienal Internacional de Arte de São Paulo.

    Desde 1986, Vera vive entre Viamão, na Grande Porto Alegre, e Barcelona. Desde então, seu trabalho tornou-se uma ponte cultural entre Brasil e Espanha. Em 1998, integrou o Salão Nacional do Rio de Janeiro e a exposição Pasage de Ida na Galeria Antonio de Barnola, em Barcelona. Em 2002, teve mostra inidividual no Instituto Francês de Barcelona. No ano seguinte, participou da mostra Le Revers du Rêveur na Capella de San Roc, em Valls. Após ter realizado mais de 20 exposições individuais e coletivas na Espanha, Vera conquistou a nacionalidade espanhola em 2004.

    Em 1999, ela criou a Galeria Obra Aberta, que funcionou até 2002. Neste período, abrigou mais de 20 exposições de artistas como Karin Lambrecht, Begoña Egurbide, Antoni Muntadas, Lia Menna Barreto, Lúcia Koch, Nick Rands e Luiz Carlos Felizardo, entre outros.

    Em 2000, Vera teve seu trabalho presente na mostra Território Expandido, em São Paulo. Em 2001, integrou a abertura do Centro Cultural Santander, em Porto Alegre, na exposição Sem Fronteiras. Vera já participou de exposições coletivas na América Latina, Alemanha, Bélgica, Coréia, França, Holanda, Inglaterra, Japão, Estados Unidos e Austrália. Em 2004, Vera Chaves Barcellos instituiu, em Porto Alegre, uma fundação cultural que leva seu nome, dedicada à difusão da arte contemporânea.

    Entre maio e julho de 2007, o Santander Cultural apresentou ao público de Porto Alegre a exposição O Grão da Imagem, uma Viagem pela Poética de Vera Chaves Barcellos, uma retrospectiva dos 40 anos de trajetória da artista com 114 obras selecionadas pelos curadores Fernando Cocchiarale (Rio de Janeiro), Moacir dos Anjos (Pernambuco) e Agnaldo Farias (São Paulo).

    Em 2009, a Zouk Editora publicou o livro Vera Chaves Barcellos, Obras Incompletas, com um ensaio do crítico francês Pierre Soulages, uma cronologia comentada e um caderno com imagens de obras da artista produzidas entre 1963 e 2007.

 

Geraldo Trindade Leal (Santana do Livramento RS 1927 – Porto Alegre RS 2013). Gravador, desenhista, ilustrador e pintor. Estuda no curso livre de desenho do Instituto de Belas Artes, em Porto Alegre. Em 1953 vai para a Bahia, onde pesquisa a arte africana e desenvolve estudos sobre Pablo Picasso e o cubismo. Volta, em 1954, para Porto Alegre e inicia-se em xilogravura no ateliê de Francisco Stockinger. Convive com artistas da Sociedade Amigos da Arte, como Rubens Cabral, Joaquim Fonseca, Zorávia Bettiol e outros. Na segunda metade dos anos 50, realiza ilustrações para contos de Edgar Allan Poe e lança um álbum de xilogravuras intitulado O Lobisome. http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa207424/trindade-leal

Yutaka Toyota (Tendo/JP, 1931)

Pintor, escultor, desenhista, gravador e cenógrafo. No início da década de 1950, frequenta a Universidade de Arte de Tóquio, Japão. Transfere-se para o Brasil em 1962 e, no ano seguinte, é premiado no 2º Salão do Trabalho, em São Paulo, e no 12º Salão Paulista de Arte Moderna. Entre 1965 e 1968, vive em Milão, Itália, onde conhece designer Bruno Munari (1907-1998). Recebe prêmio na 10ª Bienal Internacional de São Paulo em 1969. Em 1964, expõe individualmente no Museu de Arte Moderna do Rio Grande do Sul (MAM/RS). Ganha prêmios no 1º Salão Esso de Jovens Artistas em 1965; em 1968, na 2ª Bienal de Artes Plásticas da Bahia, em Salvador, e no Salão de Santo André, São Paulo. No mesmo ano, participa do 12º Salão Seibi, em São Paulo. A partir da década de 1970, realiza esculturas para espaços públicos e edifícios no Brasil e no exterior. Entre outros locais estão: a Praça da Sé (1978), o Hotel Maksoud Plaza (1979), ambos em São Paulo; Parque Toyotomi em Hokkaido, Japão (1979). Em 1973, apresenta mostra individual no Museu de Arte Moderna de Kyoto e, em 1974, expõe na mostra Artistas Japoneses nas Américas, no Museu de Arte Moderna de Tóquio. Participa do Panorama de Arte Atual Brasileira, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), em 1972 e 1985, sendo premiado no primeiro. Em 1991, é eleito melhor escultor pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), em São Paulo.

No início da década de 1960, a pintura e o desenho de Yutaka Toyota tendem ao informalismo com ressonâncias “zen-budistas”, traduzidas na utilização de formas circulares, segundo o historiador da arte Walter Zanini. Em Abstração Cinza (1963), a recorrente forma circular aparece sobreposta a uma faixa horizontal e preenchida por outra retangular. Essa sobreposição causa a sensação de que o círculo se projeta para fora, em direção ao espectador; o fundo em cinza esverdeado torna-se mais claro ao redor do círculo, reafirmando essa sensação e conferindo volume. Apesar da presença constante de formas geométricas, o gesto que lhes dá origem é perceptível, e por isso a obra de Toyota pode ser entendida dentro da tendência informal.

As obras Espaço Negativo Infinito e Espaço In-Yo, ambas de 1969, parecem comentar a op art, embora já prenunciando a fase posterior do artista, na qual geometrismo e gesto se separam para dar lugar maior à ilusão perceptiva – Espaço In-Yo apóia-se sobre uma base espelhada côncava. Ainda segundo Zanini, essa guinada no trabalho de Toyota deve-se, sobretudo, ao contato com o artista e designer italiano Bruno Munari (1907-1998). No fim dos anos 1960, Munari produzia esculturas de caráter geométrico que se estruturavam como complicadas dobraduras de papel, solução também presente em Espaço Metamorfose, de Toyota, na qual o equilíbrio do peso do metal se sustenta por meio de pontas e planos meticulosamente estruturados.

Nos anos seguintes, Toyota detém-se principalmente na produção de esculturas pensadas para grandes espaços. Se não há mais a presença do gesto, que é substituído por contornos precisos que caracterizam as obras em alumínio, resistem, porém, a flexibilidade e o ritmo. Em Espaço Cósmico Ressonância (1978), o reflexo no metal modulado dialoga com o entorno. Tanto Zanini como Munari, em textos sobre a obra de Toyota, atentam para a deformação por meio do reflexo que o artista cria, tanto na relação entre obra e ambiente como na própria obra, entre formas justapostas nas quais uma reflete a outra – é o caso de Espaço Cósmico (1979). Ressalte-se ainda a alternância entre plano preenchido e vazado, responsável pelo ritmo da maior parte das obras.

Fonte: Itaú Cultural.

Adelheid Tomaselli (Innsbruck/AT, 1915 – 2014)

Mãe da artista Maria Tomaselli Cirne Lima. Em 1975 faz suas primeiras gravuras em metal, na Klosterpresse, em Frankfurt. A partir dos anos 90, em suas visitas de verão a Porto Alegre, faz curso de cerâmica no Museu da Arte do Rio Grande do Sul, com Marlies Ritter, e no Atelier Livre da Prefeitura com Gustavo Nakle , que a convida para trabalhar em seu atelier de Belém Novo. No MAM-Atelier de Litografia, aprende as técnicas desta gravura e realiza duas exposições. Volta a trabalhar com gravura em metal, orientada por Eduardo Haesbaert, na oficina de gravura da Fundação Iberê Camargo. Fez xilogravura com Paulo Chimendes no Museu do Trabalho, Porto Alegre.

Fonte: Galeria Gestual.

Alencastro, Tito de (1934 – 1999)   José Tito Regis de Alencastro (Rio de Janeiro RJ 1934 – São Paulo SP 1999). Pintor, desenhista, gravador, mosaicista e cenógrafo. Ingressa na Escola Nacional de Belas Artes (Enba) no Rio de Janeiro, em 1956, onde estuda desenho com Zaluar (1924-1987) e composição com Quirino Campofiorito (1902-1993) e Santa Rosa (1909-1956). Paralelamente, estuda técnicas de mosaico com José Miraes e gravura em metal com Johnny Friedlaender (1912-1992) no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ). Forma-se em Museologia pelo Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), onde estuda com Gustavo Barroso. Atua em numerosos concertos de câmara e óperas no Rio de Janeiro como ator e cantor. Fixa residência em São Paulo em 1961, onde coordena o antiquário Chico Rei. Faz sua primeira exposição individual na Galeria Seta, São Paulo, em 1966. Como cenógrafo, trabalha no filme Roleta Russa e nas peças O Grande Sonhador, Você Pode Ser O Que Quiser, Macho Beleza e Monólogo a Dois, as três de sua autoria. Em 1979, executa os painéis Os Imigrantes e O Trabalho e o Lazer.

 

Thomaz Ianelli nasce em São Paulo, em 16 de agosto de 1932. É irmão mais moço do também pintor Arcângelo lanelli (1922). A família é de origem italiana.

Em 1948 Thomaz Ianelli começa a trabalhar como aprendiz de cartazista na Compa­nhia de Anúncios em Bondes, onde permanece até 1955. Descobre a vocação colorista misturando tintas para os arte-finalistas.

No início da década de 1950, freqüenta o ateliê de seu irmão, o pintor e escultor Arcangelo Ianelli.

Em 1953 na Associação Paulista de Belas Artes, estuda com o artista italiano Angelo Simeone, ex-professor de Volpi e ex-­integrante do Grupo Santa Helena. Pratica pintura ao ar livre de inspiração impressionista. Inicia longa amizade com Bonadei. Con­versas com Flávio de Carvalho. Freqüenta o ateliê de Volpi.

Entra em contato com os artistas que transitam da arte figurativa para a abstração e a arte construtiva como Mario Zanini, Flexor e Arnaldo Ferrari, entre outros.

A partir de 1957, dedica-se à pintura, e, no ano seguinte, integra o Grupo Guanabara, participando de suas mostras coletivas. Ao lado do irmão, Arcângelo lanelli e dos artistas Tikashi Fukushima , Ma­nabu Mabe, Tomie Ohtake e Wega Nery, entre outros. O grupo faz pintura ao ar livre nos arredores da cidade de São Paulo e se reúne na moldura ria que Fukushima mantém no Largo Guanabara, atual Estação Paraíso do metrô.

De 1958 até 1964 freqüenta o final da primeira fase e parte da se­gunda fase do Ateliê Abstração, de Samson Flexor, um dos principais pólos irradiadores da arte abstrata no Brasil. Sob influência desse aprendizado, adota composições de viés cubista e experimenta algo da abstração geométrica, sem deixar de lado a referência figurativa, por mais residual que seja.

Em 1960 realiza sua primeira exposição individual, na Galeria das Folhas. Prê­mio Leirner de Aquisição.

Recebe o Prêmio Velázquez de Viagem à Espanha em 1961 , outorga­do no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e instituído pela Espanha para homenagear o terceiro centenário da morte do pintor espanhol.

Em 1961, através do prêmio viagem que recebe no Concurso Velázquez, do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – MAM/RJ, viaja para a Europa, e conhece obras de artistas como Paul Klee (1879-1940) e Karel Appel (1921-2006), que passam a influenciar a sua pintura.

Percorre onze países e radica-se em Paris. Faz mostras individuais em Madri, Bilbao e Paris, com obras realizadas no Brasil antes da viagem. O impacto cultural da temporada no exterior desencadeia o início de profun­das transformações de linguagem, só exercitadas no retorno ao ateliê paulistano.

Em 1965, ministra curso de desenho no Centro de Estudos Brasileiros, em Lima. Recebe prêmio aquisição nas 9ª e 12ª edições da Bienal Internacional de São Paulo, em 1967 e 1975.

Surge o traço garatujado e a pincelada gráfica de percurso rítmico, referenciada na memória da infância, ainda obedecendo uma composição de tradição moderna, com malhas ortogonais ou em diagonal ancorando as figuras ao fundo da tela. Individual na Galeria Astréia (SP). Começa a fazer aquarelas no ateliê.

Em 1967 recebe Prêmio Aquisição na IX Bienal de São Paulo (Prêmio Itamaraty).

Casa-se com Célia Franco de Godoy lanelli em 1970 . Começa a fazer assemblages. Pinta as primeiras aquarelas ao ar livre, ainda com as cores terrosas e os grafismos (letras e números) que caracterizam a maioria de suas telas do período.

Torna-se membro do conselho da Associação Internacional de Artes Plásticas da Unesco, em 1972, e, dez anos depois é eleito o primeiro presidente da Associação Profissional de Artistas Plásticos.

Recebe o prêmio Aquisição na XIII Bienal de São Paulo em 1975. Um ano depois realiza o lançamento do livro Capitanias de Mar e Serra, no Museu de Arte de São Paulo (Masp), com reprodução de 22 aquarelas fei­tas ao ar livre. Ed. Lastri.

Em 1979, participa do Congresso Internacional de Artes Plásticas realizado em Stuttgart, na Alemanha, e trabalha em um ateliê de Rothrist, na Suíça.

Em 1981, produz séries de têmperas e gravuras em metal. Com abordagem baseada na semiótica e na teoria da per­cepção, o crítico e historiador de arte Hector Cartier, professor de Teoria das Cores na Escola Superior de Artes de La Plata (Argenti­na), escreve texto sobre a obra de Thomaz.

Um ano depoi é 1982 eleito primeiro presidente da Associação Paulista dos Ar­tistas Plásticos (Apap).

Estabelece em Lisboa um espaço cultural de exposição per­manente de suas obras e residência de artistas no ano de 1986. No mesmo local, tem seu ateliê e dá aulas. Intercala temporadas de trabalho em Por­tugal e Brasil. Viaja com freqüência pela Europa, levando mostras individuais ou itinerando com coletivas.

No final dos anos 80 a linguagem informal emerge com vigor e, irradiando-se para as telas, ocuparia lugar de destaque na produ­ção de todos os anos 90 e até o final da trajetória do artista. Tho­maz iria alternar, em ritmo pendular, as ousadias informais quase abstratas com a rigorosa disciplina da pintura moderna de origem cubista e referência figurativa.

Em 1997, ilustra o livro Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente, publicado pela editora Bibla, e, em 2000, é lançado pela editora Berlendis & Verteccia o livro Pinturas de Thomaz Ianelli: arte para criança, de Alberto Goldin.

Em 1992 recebe o prêmio Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) de melhor exposição do ano, por sua individual no Museu de Arte de São Paulo (Masp).

Outono em Campos de Jordão: última incursão para fazer aquarelas ao ar livre. Em 24 de setembro de 2001, morre de insuficiência cardíaca.

https://www.mercadoarte.com.br/blog/thomaz-ianelli/

TERESA POESTER nasceu em Bagé, RS, Brasil, em 1954. Como artista plástica e professora, dedica-se ao desenho e suas múltiplas possibilidades de expansão. 
  Entre 1979 e 1986, atua como artista plástica e professora em escolas e ateliês, realiza cenografia para teatro e cinema, trabalha como artista gráfica e ilustradora em Porto Alegre. Participa neste período do movimento de Arte Postal expondo em diferentes cidades. Entre 1986 e 1989, estuda pintura em Madri. A partir de 1990, começa a escrever apresentações de artistas e artigos sobre arte. Nos anos 90 ingressa como professora no Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Entre 1998 e 2002 habita em Paris para realizar sua dissertação de doutorado. Em licença provisória como professora de desenho no IA, volta a viver na França, entre 2006 e 2009, onde trabalha em Eragny-sur-Epte, na Normandia. Em agosto de 2009 retorna à suas atividades em Porto Alegre. Mantém grupos de investigação em desenho no IA- UFRGS (atelier d43). Expõe desde 1979. Coletivamente, na Bélgica, Alemanha, Uruguai, Argentina e Coréia, e, individualmente, no Brasil, Espanha, França e Bélgica.

Carlos Gustavo Tenius (Porto Alegre RS 1939). Escultor.  Estuda artes com o Fernando Corona em 1962. Dois anos depois, forma-se em escultura na Escola de Artes da UFRGS. Em 1965, torna-se auxiliar de ensino das cadeiras de escultura e modelagem desta escola. Em 1967, cria uma escultura para a sede do IAB/RS e no ano seguinte, desenvolve a Pira da Pátria para a Prefeitura de Porto Alegre. Entre 1972 e 1975, participa de vários concursos de arte, conquistando a primeira colocação em 1975, quando apresenta proposta ao monumento comemorativo do Centenário da Imigração Italiana, em Farroupilha RS. Em 1977, obtém a vaga de professor assistente no Instituto de Artes da UFRGS, por concurso público. Dois anos depois, desenvolve o monumento em homenagem ao Marechal Castelo Branco, implantado no Parcão, em Porto Alegre. Expõe em coletivas desde 1961, recebendo, no ano seguinte, a medalha de ouro no 19º Salão Paranaense e o título de melhor escultor nacional no 3º Salão de Curitiba.

(http://www.itaucultural.org.br/AplicExternas/enciclopedia_IC/index.cfm?fuseaction=artistas_biografia&cd_verbete=1364&cd_idioma=28555&cd_item=1)

Tarsila do Amaral (1886 – 1973) foi uma pintora e desenhista brasileira, uma das artistas centrais da pintura brasileira e da primeira fase do movimento modernista brasileiro, ao lado de Anita Malfatti. Seu quadro Abaporu, de 1928, inaugurou o movimento antropofágico nas artes plásticas.

Juntamente com Candido Portinari, Di Cavalcanti, José Pancetti e alguns outros pintores, Tarsila; dona de referência bibliográfica invejável – creio que sobre ela e sua arte todos os aspectos importantes e menos importantes já tenham sido explorados – faz parte da própria história da arte moderna brasileira.

A ‘Caipirinha’ vestida por Jean Patou e (Paul) Poiret, viveu a prodigiosa efervescência e a desvairança dos anos ’20 no Brasil e na França, e deles tirou grande proveito.

E studou com William Zadig, Mantovani, Pedro Alexandrino e Georg Elpons, no Brasil; em Paris, com Emile Renard na “Académie Julian”, André Lhote, Albert Gleizes e Fernand Léger, o qual exercerá grande influência, em virtude da poética seguida por ambos os artistas incorporarem em suas obras, a dinâmica das transformações industriais na França e no Brasil com suas particulares especifidades.

Relacionou-se com Pablo Picasso cuja obra não a influenciou, viu de perto a produção dos dadaístas e futuristas, pôs-se em contato com Blaise Cendrars, Ambroise Vollard, Eric Satie, Léonce Rosenberg Jean Cocteau, Jules Supervielle, Jules Romains, Arthur Rubinstein, Maurice Raynal, Paul Morand, Frederic Brancusi e muitos outros.

Aracy A. Amaral e Sônia Salzstein e outros importantes nomes de nossas artes já deram conta do recado.

Seus tons, de intensidade e força absurdas, são reminiscências de infância da pintora nascida em Capivari, interior de São Paulo. Desde então, Tarsila adota de forma quase que rebelde e contestadora, cada colorido excessivo para, assim, melhor representar um país-aquarela.

Engana-se, no entanto, quem acredita ser uma pintora estritamente rural.

Fonte: https://www.escritoriodearte.com/artista/tarsila-do-amaral/

Tadeusz Andrzej Łapiński nasceu em 20 de Junho de 1928, em Rawa Mazowiecka, estudou pintura sob a direção de Artur Nacht-Samborski e gráficos sob a direção de Joseph e Joseph Tom Pakulski na Academia de Belas Artes de Varsóvia. Em 1955 ele recebeu um diploma. Seus colegas mais próximos eram artistas: Francis Starowieyski, Zbigniew Makowski, Roman Opalka, Jan Lebenstein. Seus traços de personalidade e talento abriram as portas para a carreira artística do mundo. Em 1963, mudou-se de Polaco. Depois de ficar na Iugoslávia, França e Brasil estabeleceram nos Estados Unidos, onde, desde 1972, ele tem sido um professor da Universidade de Maryland. Ele ensina pintura e gráfica. Litografia de cor é uma técnica T. Łapiński dedicado mais atenção e esforço em seu trabalho criativo. Ele é o autor de soluções originais para oficina de gráficos coloridos. A imaginação artística e tecnologia, cujo resultado tem o efeito de mais cor e saturação de cor T. Łapiński colocar na vanguarda da arte contemporânea no mundo e são uma inspiração para jovens artistas, especialmente na academia, onde ele ensina T. Łapiński. É conhecida por sua animação ambientes criativos e atividade pedagógica. Uma longa lista de prêmios e distinções artísticas, que jogou T. Łapiński em muitos países em ambos os hemisférios, refletindo a popularidade de sua arte. Um exemplo é o anúncio de 9 de Dezembro “Tadeusz Dia Łapiński” pelo prefeito do estado de Colômbia em Washington em 1981. Entre as inúmeras entradas europeus e publicações americanas, como quem é quem deve mencionar a posição: 2000 Circulação Povo da 20th Century oh, publicado em Cambridge em 1998. As obras foram expostas Tadeusz Lapinski na Europa, Ásia e Américas, o número de suas exposições remonta duzentos. Gráficos Łapiński estão nas coleções de muitos museus do mundo, m Al:.. Museu de Arte Moderna de Nova York, o Museu Nacional de Varsóvia, Instituto Nacional Central das Artes em Pequim, o Museu Albertina em Viena, na Biblioteca Nacional de Paris, o Museu de Arte Moderna, em Turim , o Museu Nacional, em Ottawa, o Museu de Arte de San Francisco. Gráficos Łapiński está localizado nas coleções de renome no mundo. Para criatividade T. Łapiński mais característico é a arte abstrata, praticada desde a faculdade na Polónia através de todas as fases do desenvolvimento da personalidade artística.

http://www.galeria-esta.pl/artysta.php?id=11

 

Franca Giovanna Biancheri Taddei (Ospedaletti, Itália, 1930 – Porto Alegre, RS, 2005)

1950 – Transfere-se para o Brasil. Residiu nas cidades de Pelotas, Caxias do Sul e Porto Alegre
1950 – 1953 – Cursou a Escola de Belas Artes, Pelotas/RS
1953 – Transfere-se para Caxias do Sul/RS
1964 – Fixa residência em Porto Alegre/RS

CURSOS
1953 – Cursou a Escola de Belas Artes, Pelotas, na qual foi aluna e modelo (de quem era cunhada) de Aldo Locatelli, desde essa época participou de diversas exposições coletivas em Brasília, Porto Alegre, Curitiba, Ouro Preto, São Paulo, Florianópolis, Caxias do Sul, Santa Maria, Rio de Janeiro, etc.
1979 – 1980 – Faz litografia e pintura mural no Atelier Livre da Prefeitura Municipal de Porto Alegre respectivamente com Danúbio Gonçalves e Clébio Sória, e procedimentos pictóricos com Fernando Baril.

EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS:
1981 – Galeria Studio – Novo Hambrugo – RS
1982 – Bureau de Cultura – Porto Alegre – RS
Casa de Cultura – Caxias do Sul – RS
1989 – Agência de Arte (em Sala especial) – Porto Alegre – RS
1990 – Museu Leopoldo Gotuzo – Pelotas – RS
Museu de Arte do Rio Grande do Sul – MARGS – Porto Alegre – RS
Agência de Arte – Porto Alegre – RS
1993 – Galeria de Arte Mosaico – Porto Alegre – RS
Galeria Grafitti – Uruguaiana – RS
1996 – Galeria de Arte Mosaico – POA-RS
1997 ­- Galeria de Arte Mosaico – POA-RS
1999 – Galeria de Arte Mosaico – POA-RS

PREMIAÇÕES E EXPOSIÇÕES COLETIVAS
1959 – I Salão de Arte Popular de Caxias do Sul/RS – 1° lugar
1978 – II Salão de Artes Plásticas de Pelotas/RS- Menção Honrosa
1982 – V Salão de Artes Plásticas de Franca/SP – Prêmio Aquisição
1985 – Salão de Santo Ângelo – Santo Ângelo/RS – Prêmio Aquisição
A mulher nas Artes Plásticas – Galeria Masson – Porto Alegre – RS
1986 – II Salão de Artes Plásticas de Pelotas/RS – Menção Honrosa
1989 – Produção Recente – MARGS – Porto Alegre/RS
– Salão Copesul – MARGS – Porto Alegre/RS
– Projeção 89 – AGARGS (pela Agência de Arte) – MARGS – Porto Alegre/RS
1990 – Pequenos Formatos – Coleção Renato Rosa – MARGS – Porto Alegre/RS
Arte Ecológica – Panambi/RS
Instituto José Artigas – Brasil/Uruguai – Porto Alegre/RS
IV Mostra Missioneira – São Luiz Gonzaga/RS
1991- Mostra de Artistas Portoalegrenses – Sala Cláudio Carriconde – USFM – Santa Maria/RS
1992 – 360º Pintura Agora – Casa de Cultura Mário Quintana – Porto Alegre/RS
1994 – Coletiva Hotel Continental – Torres/RS
Mostra comemorativa Zero Hora 30 Anos – Agência de Arte – Porto Alegre/RS
1995 – Atelier Livre Municipal – Cachoeira do Sul/RS
Pequim é aqui – Agência de Arte – Porto Alegre/RS
Arte Preferencial – Agência de Arte – Porto Alegre/RS
1996 – Galeria Klinger Filho – Porto Alegre/RS
Prata da Casa – Agência de Arte – Porto Alegre – RS
1997 – Gal. Sociedade Germânia – Porto Alegre/RS
– Sociedade Libanesa – São Paulo/SP
– Mosaico Galeria de Arte – Porto Alegre/RS
– Lançamento Projeto Dicionário de Arte – Solar Palmeiro – POA – RS
1998 – Brazilian Kunst Art – Galeria Caco Zanghi – Bélgica
Arte Erótica – MARGS – curadoria: Renato Rosa – Porto Alegre/RS
I Salão de Arte Contemporânea – Sociedade Libanesa – São Paulo/SP
1999 – II Salão de Arte Contemporânea – Sociedade Libanesa – São Paulo/SP
Grupo 6 – Porto Alegre/RS
III Salão de Arte Contemporânea – Sociedade Libanesa – São Paulo/SP

Possui obras em acervos públicos como o museu de Arte do Rio Grande do Sul, POA, RS. É verbete com ilustrações nas I e II edições do “Dicionário de Artes Plásticas no Rio Grande do Sul”, de Renato Rosa e Decio Presser, Editora da Universidade, RS.

http://www.guion.com.br/arte/franca_bio.htm

 

Suely Beduschi (Ibirama/SC, 1943) Desenhista, pintora, escultora e performer. Estudou desenho e pintura com Reynaldo Manzke; modelagem com Miguel de Borba. Executa máscaras e estandartes que chama de arte nativa ou arte-objeto. 1972/73/74/76: Cols. Barriga-Verde, Blumenau/SC. 1974: Ind. Pinturas, Galeria Açu-Açu, Blumenau. 1979: Col. Memorial Eduardo Dias, Galeria de Arte do Palácio Barriga Verde, Florianópolis; Pan’Arte, Baln. Camboriú/ SC, Prêmio em Escultura; Salão Paranaense, Curitiba/PR, Prêmio em Pintura. 1980: com Elke Hering, Eli Heil e Jandira Lorenz, Quatro Damas da Arte Catarinense, MAJ e MASC. 1981: Festival de Inverno de Itajaí/SC, Menção Honrosa; Salão Nacional do Desenho, Curitiba, Artista Convidada. 1982: representa Santa Catarina no I Festival de Mulheres nas Artes, São Paulo; Premiada no concurso de interpretação de A Primeira Missa no Brasil, MASC; efeitos visuais para as peças Zumbi dos Palmares, TAC, e em 1984, Vale das Bonecas, Teatro Guaíra, Curitiba; Salão Universo Ferroviário, Tubarão SC. 1º Prêmio em Pintura; Pan’Arte Pintura, itinerante promovida pelo MASC. 1985: Ind. Grito Verde-Amarelo, Museu Guido Viaro, Curitiba. 1986: Perspectiva Catarinense, composta por sete artistas, promovida pelo MASC e apresentada em Florianópolis, São Paulo e Brasília. 1987: Artistas Catarinenses no MASC; Ind. Espaço de Arte José Artur d’Acâmpora, Florianópolis. 1990: Panorama Catarinense do Volume, MASC; Col. 5º Centenário da América, San José, Costa Rica. 1995: Col. Novos Territórios – Arte Catarinense Atual, Ilha de Anhatomirim/SC. 1997: Ind. Reflexão Étnica, Fundação Cultural de Blumenau; com Semy Braga, Expo Ação – Planeta Terra, Casa Açoriana, Santo Antônio de Lisboa, Florianópolis. 1998: Ind. Tambores da Montanha, FIC/Espaço Cultural BESC, Indaial; Ind. Condução Brasil Colonial, Fundação Cultural de Blumenau. 2000: Coletiva Tributo a Lindolf Bell, Fundação Cultural de Blumenau. 2001: recebe o Troféu Mulheres nas Artes pela FFC. 2002: Col. Releitura da obra de Victor Meirelles, Espaço Cultural Fernando Beck, BADESC. 2003/04: Performance em Homenagem a Harry Laus, MASC, itinerante por cidades de SC. 2004: Col. A pintura segundo a sequência do alfabeto, acervo do MASC. 2005: Col. ACE, Florianópolis. 2007: Col. Porto Belo Arte’s, Porto Belo/SC. 2008: Col. Casa da Cultura Municipal de São José, São José/ SC. 2009: Ind. Sentinela Verde, Espaço Cultural do BRDE, Florianópolis; Ind. Olhar Atual – Victor Meirelles, Espaço Cultural Fernando Beck, Florianópolis; Col. com Semy Braga, Vera Sabino e Neri Andrade, BRDE. Artista representada no acervo do MASC. BORTOLIN, Nancy Therezinha. Indicador Catarinense de Artes Plásticas.

 

Sobragil Gomes Carollo (Alegrete, RS, 1896 – 1974, Rio de Janeiro, RJ)

Pintor, desenhista e cenógrafo. Foi aluno de Eugênio Latour no Instituto de Belas Artes de Porto Alegre. Em 1922 ingressou como aluno ouvinte na Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, onde estudou com Rodolfo Amoêdo. Participou do Salão da Primavera, no Liceu de Artes e Ofícios, e da Exposição Geral de Belas Artes da ENBA, em 1924. Em Paris, frequentou as academias de La Grande Chaumiére e Julien. Participou de inúmeras edições do Salão Nacional de Belas Artes, recebendo vários prêmios. O palácio do Governo de Santa Catarina guarda sua tela Praia das Pedras executada entre 1921 e 1925. Possui obras em museus, entre as quais a Igreja de São João de Santa Catarina, que se encontra no acervo do Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro.

http://www.ufrgs.br/acervoartes/artistas/c/carollo-sobragil

Gessiron Alves Franco (Goiás Velho, Goiás, 1947). Pintor, escultor, ilustrador, desenhista, gravador e diretor de arte. Siron Franco tem uma produção artística de predominância pictórica, em que mescla ora num vocabulário surrealista, ora com abstrações ainda passíveis de identificação alegórica, comentários críticos sobre problemas sociais e personagens da cultura pop e do cerrado goiano.

Natural da antiga capital do estado de Goiás, em 1950 o artista muda-se com a família para Goiânia. Em 1959, aos 12 anos, passa a frequentar como ouvinte as aulas do curso livre de artes da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-Goiás), onde permanece até 1964. Ali estuda pintura com os artistas D. J. Oliveira (1932-2005) e Cleber Gouvêa (1942-2000), que o influenciam em sua futura produção, e frequenta também os ateliês de estudos anatômicos. Simultaneamente aos seus estudos informais, Siron executa diversos retratos e paisagens do cerrado para a elite de Goiânia, a fim de arcar com os custos do curso e auxiliar a vida doméstica, e investe numa figuração gráfica grotesca e criticamente caricatural.

Em 1968 é contemplado com o Prêmio de Desenho da Bienal da Bahia, mudando-se no ano seguinte para São Paulo, onde reside até 1971. Nesse período de residência paulistana, entra em contato com personalidades como o artista alemão surrealista Walter Lewy (1905-1995), com quem participa da exposição coletiva Surrealismo e Arte Fantástica, na Galeria Seta, e com o poeta e crítico de arte Ferreira Gullar (1930-2016), que apoia as investidas formais de Siron em direção a uma ampliação da escala em seu trabalho.

Em 1974 recebe o prêmio de melhor pintor nacional na 12ª Bienal Nacional de São Paulo, participa também da 13ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1975, com 13 telas da série Fábulas do Horror. Nessa série, Siron desenvolve um vocabulário de representação do corpo humano que remete tanto a soluções do pintor irlandês Francis Bacon (1909-1992), como também do pintor modernista alemão Georg Grosz (1893-1959). Os corpos são inchados, volumosos, com deformações que não perdem a dimensão anatômica, mas adquirem uma condição de paródia ácida às figuras representadas com uma paleta terrosa, escura e com uma fatura de pigmentos como manchas aquosas e sedimentações arenosas.

A série mais conhecida do artista, e que desencadeia uma mudança paradigmática em sua produção, é o conjunto de obras ligadas ao acidente radioativo do Césio 137, em Goiânia, em setembro de 1987.1 A demora no atendimento aos contaminados e na contenção dos danos causados pela radiação, além do descaso jurídico dos responsáveis pelo abandono irregular do aparelho na clínica de tratamento médico, afeta profundamente Siron, principalmente por seu vínculo afetivo com o local, onde no passado vive em situação de rua.

Como resultado de seu estado de indignação, o artista produz telas, desenhos e esculturas já não mais tão teatrais e caricatos como sua produção da década de 1970, mas então próximos a algumas estratégias compositivas do pintor espanhol Antoni Tàpies (1923-2012), em que há uma economia de elementos de fundo e um destaque às pontuais imagens que funcionam como alegorias da tragédia radioativa, como silhuetas das vítimas, menções urbanísticas e arquitetônicas ao local da tragédia, e, principalmente, o uso do amarelo fosforescente em menção à letalidade da substância e da terra retirada diretamente do entorno da cidade de Goiânia.

A produção de Siron após esse evento trágico, que já seguia por uma vertente de comentários sobre as dinâmicas de violência no cotidiano, toma então um rumo de militância política. O artista passa a elaborar monumentos e ações poético-críticas, transitando desde os tópicos das violações aos direitos civis até os problemas ecológicos e o genocídio histórico das comunidades indígenas. Desse período, uma peça significativa é o Monumento às Nações Indígenas (1992) na cidade de Aparecida de Goiânia. Inaugurado para as comemorações da Conferência Rio Eco-92, a obra é constituída por 500 placas de concreto com 2 metros de altura que, sobre um piso de concreto redondo suspenso, formam o mapa do Brasil. Nessas placas, há inscrições rupestres e máscaras humanóides de cimento, aludindo não a uma edificação austera das culturas originárias, mas sim a grandes lápides de civilizações subjugadas e eliminadas.

Ainda que com predomínio da pintura em sua obra, a produção de Siron Franco tem uma variedade técnica e material bastante rica, coerente com seus temas, que seguem das crônicas do cotidiano à crítica às fissuras sociais, com enfoque considerável na contingência do entorno de Goiás, com sua população laboral e indígena.

Fonte: https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa8771/siron-franco

Eugênio de Proença Sigaud (Santo Antônio do Carangola/RJ, 1899 – Rio de Janeiro/RJ, 1979)

Foi pintor, gravador, artista gráfico, ilustrador, cenógrafo, crítico, professor, arquiteto e poeta. Formou-se em engenharia agronômica em 1920, na Escola de Agronomia de Belo Horizonte. Em 1921 frequenta o curso livre da Escola Nacional de Belas Artes (ENBA), e foi aluno de Modesto Brocos. Mais tarde, em 1927, ingressa no curso de arquitetura da Enba, que concluiu em 1932.  Sigaud participou do 38º Salão Nacional de Belas Artes, organizado em 1931 pelo urbanista Lucio Costa (1902-1998), conhecido como Salão Revolucionário por permitir a exibição da obra de todos os inscritos, causando a polêmica que leva ao afastamento do urbanista da direção da instituição. Em seguida Sigaud formou-se, ao lado de Quirino Campofiorito, Milton Dacosta , Joaquim Tenreiro e José Pancetti, o Núcleo Bernardelli, em 1931. Movimento de oposição ao conservadorismo reinante na Enba, o grupo propõs, entre outras iniciativas, a democratização do ensino técnico e o acesso livre aos salões de arte. Em 1935, o grupo é expulso dos porões da Enba por pressão dos acadêmicos, mas continua unido até o início da década seguinte. Também em 1935 Sigaud ingressou no Grupo Portinari, agremiação informal que se reúne em torno de Candido Portinari, tendo como uma de suas principais linhas de atuação a pintura mural. Tornou-se um dos principais porta-vozes do muralismo ao publicar, no mesmo ano, o artigo Por que É Esquecida entre Nós a Pintura Mural?, no Jornal de Belas Artes. Foi um dos artistas brasileiros selecionados para a 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão do Trianon. A convite de seu irmão, o bispo dom Geraldo Sigaud, projeta e decora a Catedral Metropolitana de Jacarezinho, no Paraná,  entre 1954 e 1957.

Além das cenas de trabalho, confessadamente influenciadas por sua atividade como engenheiro e arquiteto, Sigaud dedica-se à pesquisa técnica, explorando ampla gama de suportes, materiais e linguagens. Na pintura, por exemplo, experimenta diversos recursos, indo da  tinta a óleo e aquarela às obras com encáustica, têmpera e afresco. No campo da pintura mural, sua obra de maior destaque é o painel que realiza na década de 1950 para a Catedral de Jacarezinho, no Paraná, a convite de seu irmão, o bispo de tendência conservadora dom Geraldo de Proença Sigaud. Nessa obra, executada juntamente com uma série de modificações arquitetônicas, o artista – que não hesita em reafirmar sua condição de ateu e comunista – concilia a representação das cenas religiosas com uma espécie de inventário da população local, inserindo na obra uma série de retratos, de celebridades, figuras populares e anônimas.

Fonte: Itaú Cultural.

José Riera Sicart (Barcelona, Espanha, 1911 – Porto Alegre, RS, 2007) – Pintor e ilustrador.  Nasceu em Barcelona, Formado, em 1931, pela Escola de Belas Artes de sua cidade natal. Realizou viagem de estudos pela Alemanha e França a partir de 1934. Entre 1942 e 1950, atua no campo editorial com ilustrações em livros para várias editoras de Barcelona.  Em 1950 transfere-se para Porto Alegre contratado da Editora Globo. Cinco anos mais tarde abandona o emprego e passa a dedicar-se à pintura, fazendo sua primeira individual. Participa de coletivas e salões, entre eles o concorrido Salão de Belas Artes de Porto Alegre, 1958. Em 1966 pinta dois painéis religiosos para a Capela da Santa Casa e, em 1968, um grande mural para a Igreja de Nossa Senhora de Lourdes, ambas em Porto Alegre. Fez também diversos retratos oficiais. Viveu e trabalhou em Porto Alegre, mantendo a fidelidade aos temas que lhe conferiram projeção, como as cenas de casarios típicos espanhóis, nus femininos e bailarinas. Está representado e catalogado no MARGS com Praça da Alfândega, 1958, e consta no Dicionário brasileiro de artistas plásticos, com reprodução fotográfica de A moça do leque. Em 1993 participa de Os Artistas da Livraria do Globo, coletiva na Agência de Arte, Porto Alegre. Seu nome é José Riera Sicart.

 

 

Satyro de Mello Marques (Maceió AL 1935). Pintor. Inicia-se como artista autodidata, no Rio de Janeiro, por volta de 1952. Obtém diversas premiações em sua carreira: Gran Cruz da Ordem do Mérito das Belas Artes, Medalha Honoris Arts/SBBA, Comenda da Ordem do Mérito Presidente Antonio Carlos, Ordem do Mérito Santos Dumont, e Troféu Prefeitura de Petrópolis.

http://www.catalogodasartes.com.br/Detalhar_Biografia_Artista.asp?idArtistaBiografia=3371

 

 

 

Sansão Pereira, Sansão Campos Pereira (Seringal Capatará – Acre, 11 de junho de 1919 – Rio de Janeiro, 11 de dezembro de 2014) foi um artista plástico, intelectual, engenheiro elétrico e PhD em física, Brasileiro.  Inspirado na beleza da Amazônia e do Brasil, Sansão Pereira logo se destacou no cenário nacional e internacional. Realizou exposições na Alemanha, Argentina, Canadá, Chile, Espanha, Estados Unidos da América, França, Japão, México, Paraguai, Portugal e Uruguai, além de diversas exposições individuais por todo o Brasil.
Assim, Sansão Pereira tem no seu currículo a realização de mais de 30 mil obras de arte. Seus quadros, suas pinturas e seus murais estão distribuídos por museus, pinacotecas, aeroportos, igrejas e coleções particulares. Seu trabalho tem uma característica tão especial que ultrapassa as fronteiras do seu país de origem, tornando-o um pintor universal.
Em seus mais 60 anos de carreira, recebeu expressivo número de medalhas e menções honrosas, tornando-se um dos artistas mais laureados do panorama da arte internacional.

Samico, Gilvan (1928 – 2013) – Gilvan José Meira Lins Samico (Recife PE 1928 – idem 2013). Gravador, pintor, desenhista, professor. Em 1952, Gilvan Samico funda, juntamente com outros artistas, o Ateliê Coletivo da Sociedade de Arte Moderna do Recife – SAMR, idealizado por Abelardo da Hora (1924). Estuda xilogravura com Lívio Abramo (1903 – 1992), em 1957, na Escola de Artesanato do Museu de Arte Moderna de São Paulo – MAM/SP. No ano seguinte, transfere-se para o Rio de Janeiro, onde cursa gravura com Oswaldo Goeldi (1895 – 1961) na Escola Nacional de Belas Artes – Enba. Possuidor de grande domínio técnico, dedica-se à realização de texturas elaboradas com ritmos lineares em seus trabalhos. Em 1965, fixa residência em Olinda. Leciona xilogravura na Universidade Federal da Paraíba – UFPA. Em 1968, com o prêmio viagem ao exterior obtido no 17º Salão Nacional de Arte Moderna, permanece por dois anos na Europa. Em 1971, é convidado por Ariano Suassuna a integrar o Movimento Armorial, voltado à cultura popular nordestina e à literatura de cordel. Sua produção é marcada pela recuperação do romanceiro popular nordestino, por meio da literatura de cordel e pela utilização criativa da xilogravura. Suas gravuras são povoadas por personagens bíblicos e outros, provenientes de lendas e narrativas locais, assim como por animais fantásticos e míticos. Com a apresentação de uma nova temática, introduz uma simplificação formal em seus trabalhos, reduzindo o uso da cor e das texturas.

Salvador Domingo Felipe Jacinto Dalí i Domènech (Catalunha/ES, 1904 – 1989)

Pintor espanhol, representante do surrealismo, pintou algumas das obras clássicas dessa escola, empregando desenho refinado e técnica meticulosa para criar imagens provocativas e alucinadas que se chamava “sonhos fotográficos pintados à mão”. Salvador Dalí foi um grande artista que era também um grande promotor de si mesmo e showman. A combinação foi uma fórmula irresistível para o sucesso. Dalí, com os bigodes arrogantemente arrebitados, tornou-se uma figura familiar para milhões de pessoas que nunca tinham chegado perto de uma galeria de arte. Dalí era espanhol, nascido em 11 de maio de 1904, na pequena cidade catalã de Figueras. De certo modo, o mundo interior de Dalí era Figueras, a planície de Ampurdán onde ela se localiza, a aldeia de pescadores, logo atrás das montanhas, e o vizinho Port Lligat onde ele construiu seu lar. Estes são os cenários da grande maioria de seus trabalhos, até mesmo quando o fundo é ocupado por uma crucificação ou por uma guerra civil. Proveniente de uma família sólida de classe média, amigos ricos e cultos incentivavam o jovem Dalí e o mantinham extraordinariamente bem informado sobre os desenvolvimentos no mundo das artes. Ele já tinha uma bagagem artística muito boa quando foi estudar pintura em Madri (1921-6), e o período teve mais importância pelas amizades que fez com o poeta Lorca e o diretor de cinema Luis Buñuel, com quem filmou o famoso Un Chien Andalou (1929). A partir de 1929, Dalí foi sendo cada vez mais atraído pelo Surrealismo. Este movimento sediado em Paris, influenciado pelas teorias relativamente novas de Sigmund Freud, criava obras ditadas pelo inconsciente através dos sonhos, com a escrita automática e outros procedimentos voltados para libertar o artista da tirania da racionalidade. Em 1929, com a ajuda da mulher que seria sua amante, esposa, “zeladora” e musa, Gala Eluard, o pintor se estabeleceu como membro do grupo. Gala parece ter salvo Dalí de uma grave crise mental, e sem a sua ajuda e fé no gênio dele, talvez ele não tivesse tido tanto sucesso; por outro lado, foi Gala, cada vez mais gananciosa e extravagante, que o incentivou a comercializar e frequentemente banalizar sua arte. O próprio Dalí promoveu um culto exagerado a Gala, cujos diversos aparecimentos em suas obras culminaram em imagens quase deificadas. Dalí pintou suas obras mais famosas, e provavelmente as melhores, na década de 1929-39, usando um “método crítico-paranoico” que ele mesmo imaginou. Este método envolvia várias formas de associações irracionais, notadamente imagens que variavam conforme a percepção do observador, de tal maneira que um grupo de soldados guerreando pudesse de repente ser visto como o rosto de uma mulher. Uma característica distintiva da arte de Dalí é que, além de serem fantásticas, elas eram sempre pintadas com uma técnica “acadêmica” impecável e precisão “fotográfica” que a maioria dos artistas de vanguarda contemporâneos considerava fora de moda. No final da década de 1930, Dalí estava começando a ser reconhecido nos Estados Unidos, onde as atitudes em relação às novidades artísticas eram menos conservadoras do que no Velho Mundo. O início da Segunda Guerra Mundial e a vitória dos alemães sobre a França, em 1940, levaram Dalí a fugir para os EUA, onde ficou oito anos. A América proporcionou inúmeras oportunidades para ele usar seu talento e também despertou deu lado exibicionista. Tornou-se uma super celebridade, encenando happenings muito antes da invenção deste termo, e eventualmente até aparecendo em comerciais de TV. Entretanto, Dalí também continuava trabalhando muito e com seriedade, mantendo-se prolífero como artista, projetista e escritor. Viveu o bastante para se tornar um ícone da geração hippie e criar um monumento pessoal fantástico na forma do Museu Dalí em Figueras, todo um ambiente repleto de objetos e murais bizarramente criativos. Os últimos anos da Dalí foram obscurecidos por um distanciamento de Gala, embora ele se sentisse arrasado com sua morte em 1982. Subsequentemente, crescia a preocupação com a quantidade de obras falsas circulando atribuídas a Dalí. Ele mesmo foi culpado disso, porque é claro que foi induzido a assinar centenas, talvez milhares, de folhas em branco que seriam obviamente usadas de forma ilícita. Perdurou virtualmente como um espectro vivo até sua morte, em 20 de janeiro de 1989. Está enterrado no Museu Dalí em sua terra natal.

Fonte: Guia das Artes.

   

Sylvio Pinto (1918, Rio de Janeiro, RJ – 1997, Rio de Janeiro, RJ)

Primeiros estudos de pintura com seu pai, Bernardo Pinto da Silva (vulgo Pinto das Tintas), e no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro. Conheceu e se aproximou de José Pancetti, Armando Vianna, Manoel Santiago, Bustamante Sá, entre outros, cuja convivência foi fundamental para a sua formação. Obteve o prêmio de viagem à Europa no Salão Nacional de Belas Artes, em 1952. Participou da I Bienal de São Paulo, em 1951, e foi premiado em inúmeros salões e coletivas importantes a partir dos anos 50. Expôs individualmente no Brasil e no exterior. Em 1985, integrou a mostra 100 Obras Itaú, no Museu de Arte de São Paulo. Em 1993, o Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, inaugurou uma retrospectiva de sua obra. Para Walmir Ayala, “Sylvio Pinto viveu todas as trepidações contemporâneas, mas não quis fazer da pintura uma bandeira de protesto ou de crítica. Preocupou-se sempre em pintar, e sua pintura tem aquele toque pulsante do coração que se confunde com a mão e o pincel, na resolução de um rastro pictórico. Os quadros de Sylvio Pinto, no máximo, refletiram estados emotivos. Foram sombrios nos tempos sombrios, depois mais luminosos. Consentiram em certas influências que o tempo se encarregará de filtrar. E finalmente chegarão a montar o mostruário mínimo e essencial, que faz a glória de qualquer pintor.”

http://www.bolsadearte.com/artistas/perfil/id/107/

Ruth Schneider (Passo Fundo RS 1943 – Porto Alegre RS 2003)

Pintora, desenhista, gravadora.

Ruth Trelha Schneider iniciou seus estudos participando do Ateliê Livre da Prefeitura de Porto Alegre, entre 1974 e 1976. Realiza sua primeira mostra individual em 1977, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Faz o curso de arte com o professor Fernando Baril (1948) no Ateliê Encontro de Arte/Enart, entre1980 e 1983. Em 1982, integra o Grupo Pigmento, formado por artistas interessados em dar continuidade aos estudos iniciados no curso de Baril.

https://www.escritoriodearte.com/artista/ruth-schneider/

Gerchman, Rubens (1942 – 2008)   Rubens Gerchman (Rio de Janeiro RJ 1942 – São Paulo SP 2008). Pintor, desenhista, gravador, escultor. Expoente das vanguardas artísticas surgidas na segunda metada da década de 1950, quando elementos da vida cotidiana e popular associados ao universo da cultura de massa e o mundo impresso nas páginas dos meios de comunicação tornam-se fonte e referência dos artistas.  Em 1957, freqüenta o Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro, onde estuda desenho. Faz curso de xilogravura com Adir Botelho (1932) e freqüenta a Escola Nacional de Belas Artes – Enba, entre 1960 e 1961. Em 1967, é contemplado com o prêmio de viagem ao exterior no 16º Salão Nacional de Arte Moderna – SNAM e viaja para os Estados Unidos. Reside em Nova York entre 1968 e 1972. Retorna ao Brasil e faz o roteiro, a cenografia e direção do filme Triunfo Hermético e os curtas ValCarnal e Behind the Broken Glass. De 1975 a 1979, assume a direção da Escola de Artes Visuais do Parque Lage – EAV/Parque Lage, Rio de Janeiro. É co-fundador e diretor da revista Malasartes. Em 1978, viaja para os Estados Unidos com bolsa da Fundação John Simon Guggenheim. Em 1981, a convite da arquiteta Lina Bo Bardi (1914 – 1992), realiza painel de azulejos para o Sesc Fábrica Pompéia, em São Paulo. Em 1982, permanece por um ano em Berlim como artista residente, a convite do Deutscher Akademischer Austauch Dienst – DAAD [Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico]. Lança, em 1989, o livro Gerchman, com textos do crítico de arte Wilson Coutinho. Publica o álbum de litografias Dupla Identidade, com texto do poeta Armando Freitas Filho (1940), em 1993. Como docente ministra cursos no Brasil e no exterior. Em 2000, lança álbum com 32 litografias, primeiro volume da coleção Cahier d’Artiste, da Lithos Edições de Arte.

Grilo, Rubem (1946)   Rubem Campos Grilo (Pouso Alegre, Minas Gerais, 1946). Gravador, ilustrador, professor, curador. Em 1963, transfere-se para Itaguaí, Rio de Janeiro, e, aos 23 anos, conclui o curso de agronomia pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Em 1970, estuda xilogravura com José Altino (1946), na Escolinha de Arte do Brasil, no Rio de Janeiro. No ano seguinte, passa a freqüentar a Seção de Iconografia da Biblioteca Nacional e entra em contato com as gravuras de Oswaldo Goeldi (1895-1961)Lívio Abramo (1903-1992)Marcelo Grassmann (1925). Nesse período, inicia curso de xilogravura na Escola de Belas Artes da UFRJ e é orientado por Adir Botelho (1932). Em visitas ao ateliê de Iberê Camargo (1914-1994), recebe lições de gravura em metal e, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV/Parque Lage), estuda litografia com Antonio Grosso (1935). No início da década de 1970, ilustra jornais como Opinião, Movimento, Versus, Pasquim, Jornal do Brasil. Na Folha de S. Paulo, cria ilustrações para os fascículos da coleção Retrato do Brasil. Em 1985, publica o livro Grilo: Xilogravuras, pela Circo Editorial. Em 1990, é premiado pela Xylon Internacional, na Suíça. Em 1998, participa, com sala especial, da 24ª Bienal Internacional de São Paulo e, no ano seguinte, é curador geral da Mostra Rio Gravura. Tem trabalhos publicados em revistas especializadas como Graphis e Who’s Who in Art Graphic (Suíça), Idea (Japão), Print (Estados Unidos).

“Um fato: a xilogravura contemporânea brasileira recupera, através de Grilo, sua dimensão maior na tradição instaurada pela obra de Oswaldo Goeldi. Essa dimensão – a da obra magistral – tornada hoje uma crescente evidência quando da apreciação do trabalho de Rubem Grilo, resulta de um processo de criação no qual a intensidade produtiva logrou estabelecer o difícil mas possível equilíbrio entre invenção e inteligibilidade. A criação, na gravura de Rubem Grilo, é um tempo de construção/desconstrução imagística na qual o contínuo compor/descompor/recompor do trabalho estabelece a premissa básica da maestria: o eterno aprendizado. Fazer o trabalho para aprender com o trabalho, diz Grilo, situando-se na perplexidade do eterno aprendiz diante do mistério da criação. Essa perplexidade, longe de atenuar-se, só tende a intensificar-se, na crescente complexidade de um trabalho que tem logrado, em sua tensão específica, preservar o compromisso com a invenção sem cair no hermetismo”.

 

Pintor, muralista, ilustrador (Recife PE 1925 – Idem, 2019)

Reynaldo de Aquino Fonseca freqüenta como ouvinte a Escola de Belas Artes de Pernambuco, no Recife, em 1936, onde é aluno de Lula Cardoso Ayres (1910 – 1987), e faz curso de magistério em desenho. Em 1944, reside no Rio de Janeiro, e estuda com Candido Portinari (1903 – 1962) por seis meses. É um dos fundadores da Sociedade de Arte Moderna do Recife – SAMR, associação que propõe a ruptura com o sistema acadêmico de ensino. Realiza viagem de estudos à Europa, em 1948. Estuda gravura em metal com Henrique Oswald (1918 – 1965) no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro, entre 1949 e 1951. Além da gravura, utiliza a aquarela e, predominantemente, a técnica de óleo sobre tela, apresentando uma produção figurativa. Em meados de 1952, torna-se professor catedrático de desenho artístico na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Pernambuco – UFPE. Freqüenta o Ateliê Coletivo, fundado por Abelardo da Hora (1924), e realiza cursos de desenho. Realiza mural para o Banco do Brasil, no Recife, em 1964. Volta a residir no Rio de Janeiro em 1969, e retorna ao Recife no início da década de 1980. Ilustra, entre outros, o livro Pintura e Poesia Brasileiras, com poemas de João Cabral de Melo Neto (1920 – 1999), publicado em 1980. Entre 1993 e 1994 o Centro Cultural Banco do Brasil – CCBB promove mostra retrospectiva de sua produção no Rio de Janeiro e em São Paulo.

https://www.escritoriodearte.com/artista/reynaldo-fonseca/

Renina Katz (Rio de Janeiro RJ 1925). Gravadora, desenhista, ilustradora, professora. Cursa a Escola Nacional de Belas Artes – Enba, no Rio de Janeiro, entre 1947 e 1950. Tem como professores, entre outros, Henrique Cavalleiro (1892 – 1975) e Quirino Campofiorito (1902 – 1993). Licencia-se em desenho pela Faculdade de Filosofia da Universidade do Brasil. Inicia-se em xilogravura com Axl Leskoschek (1889 – 1975) , em 1946. Incentivada por Poty (1924 – 1998), ingressa no curso de gravura em metal, oferecido por Carlos Oswald (1882 – 1971) no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro. Muda-se para São Paulo em 1951, e leciona gravura no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – Masp e, posteriormente, na Fundação Armando Álvares Penteado – Faap, até a década de 1960. Em 1956, publica o primeiro álbum de gravuras, intitulado Favela. A partir dessa data, é docente da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo – FAU/USP, onde permanece por 28 anos, e na qual apresenta teses de mestrado e doutorado.

Henrique Radomsky( Porto Alegre, RS, 1946). Escultor. Participa do Grupo Vila Nova, escultores reunidos em livre criação por Francisco Stockinger em seu atelier no Bairro Vila Nova, Porto Alegre, desde 1984. Obteve o segundo lugar em escultura no XII Salão do Jovem Artista – RBS. Realizou diversas individuais, como as da Pinacoteca de São Paulo, 1986, do Espaço Cultural Ýazigi – Sonilton Alves, Porto Alegre, 1994. É um dos articuladores e fundadores, no Rio Grande do Sul, da Associação dos Escultores. Tem realizado exposições no centro do País, em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Vitória, ES, onde tem projeto de montagem de atelier. Em 1995, participa da mostra inaugural do Pátio de Esculturas, Agência de Arte, Porto Alegre, cidade onde vive e trabalha. É um dos articuladores e fundadores da Associação dos Escultores do RS.

 Plinio Bernhardt (Cachoeira do Sul/RS, 1927 – Porto Alegre/RS, 2004)

Pintor, gravador, desenhista e professor. Forma-se em artes plásticas pelo Instituto de Artes da UFRGS, em 1948. Em 1951 participa do início do Clube de Gravura de Porto Alegre, que incorpora a seu acervo o patrimônio do Clube de Gravura de Bagé em 1952. Estuda pintura com Iberê Camargo no MARGS, em 1965, litografia com Octávio Pereira no Atelier Livre de Porto Alegre, em 1977, e gravura em metal com Armando Almeida, em 1987.

Fonte: Escritório de Arte.

  Pitágoras Lopes Gonçalves (Goiás, 1964). Pintor, desenhista. Pitágoras é um artista autodidata, já realizou importantes exposições individuais e coletivas. Está na Bienal Vento Sul (2009) com curadoria de Leonor Amarante, Curitiba (PR). Fez parte do Programa de Exposições do Centro Cultural São Paulo (SP), em 2006. Com curadoria de Tadeu Chiarelli participou, em 2005, do “Erótica – Os Sentidos da Arte” no Centro Cultural Banco do Brasil, São Paulo e Rio de Janeiro. Participou também do 29° Panorama das Artes, Museu de Arte Moderna de São Paulo (SP), curada por Felipe Chaimovich. Na ocasião as obras de Pitágoras expostas foram compradas pelo MAM-SP. O artista possui obras em importantes museus e coleções particulares no Brasil, Europa e EUA.

Píndaro Castelo Branco (Floriano/PI, 1930)

Foi cartazista, ilustrador, pintor e professor de artes plásticas reconhecido pela pintura expressionista figurativa. Entre 1957 e 1962  estudou na ENBA, Escola Nacional de Belas, criada no Rio de Janeiro  em 1890 e que a partir da década de 1930 esteve a frente na modernização do ensino artístico e na renovação das artes no país. Foi professor da 1ª cadeira de Desenho Artístico da ENBA e, em 1962, criou o símbolo do carnaval daquele ano.  Pintou naturezas mortas e também obras figurativas, nas quais representava os conflitos e angústias humanas.  Sobre sua pintura, escreveu o crítico Antônio Bento, nos anos 60: “Reflete sua visão pessimista ou dramática do homem e da própria sociedade, cujos conflitos ou angústias são agora o tema principal de sua pintura expressionista”.

Suas obras participaram de importantes eventos da arte, como o 17º Salão Nacional de Arte Moderna e o 18º Salão Nacional de Arte Moderna. Suas pinturas a óleo têm conceito e identidade inconfundíveis, tornando seu trabalho único e elogiado nacionalmente. Também trabalhou com outras técnicas, como o nanquim, por exemplo.

São poucos os artistas que reúnem técnica apurada, estilo próprio e dramaticidade à flor da pele. Píndaro Castelo Branco é um deles. Afortunadas são as pessoas que se aproximam de Píndaro e de sua obra. Eu sou uma delas.

Fonte: Arremate Arte.

Pietrina Checcacci nasceu em Taranto na Itália em 1941, e veio para o Brasil em 1954 aos 13 anos de idade, fixando residência no Rio de Janeiro. Estudou na Escola Nacional de Belas Artes de 1958 a 1964. Foi quando ganhou o Prêmio Medalha de Ouro na Universidade do Brasil e Medalha de Ouro no Curso de Especialização de pintura em 1965. Realizou exposições coletivas no Brasil e em muitos países, como os Estados Unidos, México, Portugal, Itália. Entre os prêmios que recebeu destacam-se : 1970 – Prêmio Pesquisa – Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e 1º Prêmio do Salão de Artes Visuais do Rio Grande do Sul – Prêmio de Aquisição do Museu de Arte Contemporânea de Belo Horizonte – 1972 – 1º Prêmio de Pintura da 1ª Mostra de Artes Visuais – Niteroí – 1974 – Prêmio de Viagem ao Estrangeiro pelo XXXIII Salão de Arte Moderna – Rio de Janeiro – 1977 – Prêmio da Associação Filatélica de São Gabriel, pelo melhor selo religioso emitido no mundo em 1976 – Roma – Itália – 1980 – Prêmio Destaque da Pintura da Década de 1970/80 (dez artistas ) – MAM – Rio de Janeiro – 1982 – Prêmio Rosa de Prata para o selo mais artístico sobre o tema religioso editado no mundo nos anos 1980/81 outorgado por ocasião da Reunião Internacional da Associação São Gabriel, em Cássia, nos festejos do 6º Centenário de Nascimento de Santa Rita – Itália.  Uma artista de estilo próprio e inconfundível, sua obra está ligada as flores e ao corpo como tema principal, usando a leveza das cores de uma forma poética e elegante.

 

Pedro Weingartner

Pedro Weingartner (Porto Alegre RS 1853 – idem 1929). Pintor, gravador, litógrafo, desenhista e professor. Filho de imigrantes alemães, trabalha inicialmente como caixeiro-viajante e depois como litógrafo. Em 1879, viaja por conta própria para Hamburgo, na Alemanha, e estuda no Liceu de Artes e Ofícios. Posteriormente, segue para Karlsruhe, cursa a Escola de Belas Artes de Baden, onde é aluno de Ferdinand Keller (1842 – 1922), Theodor Poeckh (1839 – 1921) e Ernst Hildebrandt.

No início dos anos 1880, viaja para Paris, estuda com Tony Robert-Fleury (1837 – 1911) e William-Adolphe Bouguereau (1825 – 1905), com quem permanece por três anos. Bouguereau solicita ao imperador dom Pedro II (1825 – 1891) uma bolsa para que o jovem possa continuar seus estudos na Europa. Em 1886, Weingartner passa a residir em Roma, onde permanece por longo período. Viaja constantemente ao Brasil e participa de diversas exposições. Realiza mostra individual no Rio de Janeiro, em 1888, com paisagens e cenas de gênero, que são muito elogiadas pelos críticos brasileiros.

De volta ao Brasil, em 1891, torna-se professor da cadeira de desenho figurado na Escola Nacional de Belas Artes – Enba, no Rio e Janeiro. Realiza diversas viagens ao sul do país, e explora temas regionais, que se tornam freqüentes em sua produção. Viaja novamente para a Itália, entre 1896 e 1902, e posteriormente, entre 1911 e 1920, realizando constantes viagens ao Brasil. Passa a dedicar-se também à técnica da água-forte, da qual é um dos precursores no país.

Comentário crítico: Filho de imigrantes alemães, Weingartner inicia a formação artística na oficina de litografia de sua família. Em 1879, a fim de se aprimorar, viaja por conta própria para Hamburgo, onde estuda no Liceu de Artes e Ofícios. Em seguida vai para Karlsruhe e estuda na Escola de Belas Artes de Baden, onde tem como professores Ferdinand Keller (1842 – 1922), Theodor Poeckh (1839 – 1921) e Ernst Hildebrandt. Com a transferência desse último para Berlim, acompanha o mestre e ingressa na Academia de Belas Artes. Para o historiador da arte Quirino Campofiorito (1902 – 1993), o contato com esses artistas marca a produção de Weingartner, principalmente em relação à preocupação com detalhes, e confere às suas composições um tratamento minucioso que as aproxima da imagem fotográfica. No começo da década de 1880, estuda em Paris com Tony Robert-Fleury (1837 – 1911) e William-Adolphe Bouguereau (1825 – 1905). Posteriormente passa a residir em Roma, com subsídio do imperador dom Pedro II (1825 – 1891). O artista viaja constantemente ao Brasil, e expõe no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Porto Alegre. Em 1888, em mostra individual no país, apresenta diversas cenas de gênero e paisagens pintadas na Itália, obtendo muito sucesso.

Entre 1891 e 1896, Weingartner atua como professor de desenho figurado na Escola Nacional de Belas Artes – Enba. Nesse período, realiza diversas viagens ao sul do país, onde começa a explorar motivos regionais, temática que se torna constante em sua produção, como em Chegou Tarde, s.d., Desterro, s.d., Paisagem do Rio Grande do Sul, 1900 ou Ceifa, s.d. Para o historiador da arte Luciano Migliaccio, o artista funda um novo regionalismo na pintura brasileira, apresentando a vida dos imigrantes do Sul do país com sensibilidade. O artista realiza também gravuras em água-forte e litografias com apurada habilidade técnica.

Fonte: Itaú Cultural.

Acesso: https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa24732/weingartner

Paulo Peres (Arroio Grande, 1935)Pintor, desenhista e gravador. Graduado pelo Instituto de Artes da UFRGS em 1962. Estudou pintura com Iberê Camargo, xilogravura com Glênio Bianchetti e litografia com Marcelo Grassmann em Porto Alegre. Participou do Salão Municipal de Porto Alegre em 1960, onde obteve o Prêmio Aquisição em desenho e da mostra “Arte Hoje no Rio Grande do Sul”, no MARGS, em 1966. Realizou exposição individual na Aliança Francesa em 1961. Criou, com os artistas Almeida, Anestor, Brasil e Jair, o álbum “5 Gravadores”. Foi docente de pintura na Escola Superior de Artes de Cachoeira do Sul e de desenho na Faculdade de Belas Artes de Santa Maria e no Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre. Em 1993 fez, no MARGS, a exposição individual “Presença de Paulo Peres”, e no ano de 1999 ganhou, na mesma instituição, mostra retrospectiva.

http://www.catalogodasartes.com.br/Detalhar_Biografia_Artista.asp?idArtistaBiografia=9797

Paulo Borgato Olszewski nasceu em Porto Alegre, RS, Brasil em 4 de junho de 1949. Ingressou na faculdade de Arquitetura na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em 1970. Em 1974 participou da Pré-Bienal de São Paulo e Porto Alegre (desenho, bico-de-pena). Em 1983, participou de Exposição Individual na Sommerstown Studio & Gallery, em Nova York, USA; e, em 1984 participou da Exposição Individual na Galeria Tina Presser em Porto Alegre, RS. Após, realizou o curso de pintura com Fernando Baril. Em 1986, a Exposição Coletiva MAM em Porto Alegre, RS (litografia) e em 1988 ganhou o Primeiro Prêmio VIII Salão da Câmara de Porto Alegre, (instalação). Nos anos 90 integrou diversas exposições e participou da fundação do grupo de gravura Oficina 11, em Porto Alegre.

Goeldi, Oswaldo (1895 – 1961) Oswaldo Goeldi (Rio de Janeiro RJ 1895 – idem 1961). Gravador, desenhista, ilustrador, professor. Tendo se destacado como um dos principais gravadores da história da técnica do Brasil. Grande parte de suas obras são em preto e branco, com predominância para o preto. Em algumas, Goeldi colocou detalhes em vermelho, azul ou amarelo. Pode ser caracterizado como pertencendo a estética expressionista, movimento artístico que teve lugar especialmente na Alemanha, no começo do século XX. Os sentimentos angustiados do artista expressam um real deformado, que ele mostra de forma intensa em sua arte.

Filho do cientista suíço Emílio Augusto Goeldi. Com apenas 1 ano de idade, muda-se com a família para Belém, Pará, onde vivem até 1905, quando se transferem para Berna, Suíça. Aos 20 anos ingressa no curso de engenharia da Escola Politécnica, em Zurique, mas não o conclui. Em 1917, matricula-se na Ecole des Arts et Métiers [Escola de Artes e Ofícios], em Genebra, porém abandona o curso por julgá-lo demasiado acadêmico. A seguir, passa a ter aulas no ateliê dos artistas Serge Pahnke (1875 – 1950) e Henri van Muyden (1860 – s.d.). No mesmo ano, realiza a primeira exposição individual, em Berna, na Galeria Wyss, quando conhece a obra de Alfred Kubin (1877 – 1959), sua grande influência artística, com quem se corresponde por vários anos. Em 1919, fixa-se no Rio de Janeiro e passa a trabalhar como ilustrador nas revistas Para Todos, Leitura Para Todos e Ilustração Brasileira. Dois anos depois, realiza sua primeira individual no Brasil, no saguão do Liceu de Artes e Ofícios. Em 1923, conhece Ricardo Bampi, que o inicia na xilogravura. Na década de 1930, lança o álbum 10 Gravuras em Madeira de Oswaldo Goeldi, com introdução de Manuel Bandeira (1886 – 1968), faz desenhos e gravuras para periódicos e livros, como Cobra Norato, de Raul Bopp (1898 – 1984), publicado em 1937, com suas primeiras xilogravuras coloridas. Em 1941, trabalha na ilustração das Obras Completas de Dostoievski, publicadas pela Editora José Olympio. Em 1952, inicia a carreira de professor, na Escolinha de Arte do Brasil, e, em 1955, torna-se professor da Escola Nacional de Belas Artes – Enba, no Rio de Janeiro, onde abre uma oficina de xilogravura. Em 1995, o Centro Cultural Banco do Brasil realiza exposição comemorativa do centenário do seu nascimento, no Rio de Janeiro.

ORLANDO TERUZNascimento18 de agosto de 1902, Rio de Janeiro – Falecimento17 de agosto de 1984 Rio de Janeiro

Pintor, professor. Estuda na Escola Nacional de Belas Artes – ENBA, entre 1920 e 1923, é aluno de Baptista da Costa e Rodolfo Chambelland, tendo, no ano seguinte, sua primeira participação na Exposição Geral de Belas Artes do Rio de Janeiro. Em 1934, recebe Prêmio de Viagem ao Exterior, que usufruí apenas em 1939, quando viaja para França, Holanda e Itália, mas é obrigado a interrompê-la devido à deflagração da Segunda Guerra Mundial, 1939-1945. Trabalha com Lucio Costa e Candido Portinari pela implementação da divisão moderna no Salão Nacional de Belas Artes, que passa a vigorar em 1940. No ano de 1944, integra a Exposição de Pinturas Modernas Brasileiras, realizada na Burlington House, sede da Royal Academy of Art de Londres. Participa em 1951 e 1953 da 1ª e 2ª Bienais Internacionais de São Paulo. Trabalha como professor de pintura no Instituto de Belas Artes da Guanabara em meados de 1950.  Tendo integrado representações de artistas brasileiros em várias coletivas realizadas fora do país (Londres, 1944; Buenos Aires e Montevidéu, 1945, Vaticano, 1958, etc.), realizou também inúmeras individuais em cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Recife e Fortaleza passando também a integrar importantes coleções de todo mundo, como as do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – Masp, do Museu Nacional de Belas Artes – MNBA e do Museu Hermitage, de São Petesburgo, Rússia.

Sua obra demonstra constância e estilo definido durante toda a carreira, facilmente reconhecível por sua técnica e em sua temática, que preferiu aprofundar a variar. Seus temas normalmente são populares, pintando a favela, cidades do interior, passistas de frevos e jovens moças de uma sensualidade que é marcante na obra de Orlando Teruz.

  Na década de 1970, inicia com a família a formação de seu museu particular no bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro.

Fonte: Itaú Cultural

Nelson Jungbluth (Taquara/RS, 1921 – Porto Alegre/RS, 2008).

Inicia carreira em 1936 através de histórias em quadrinhos e, em 1939, trabalha profissionalmente para O Guri e Suplemento juvenil, no Rio de Janeiro. Seu desenho torna-se internacionalmente conhecido através da criação dos calendários da VARIG, e, em 1972, se destaca como o melhor do mundo em arte publicitária entre as companhias de aviação. Sua primeira individual foi na Galeria do IAB em Porto Alegre, 1974, com apresentação assinada pelo escritor Josué Guimarães (seu amigo pessoal) que assim se referiu:”[…] Nelson só agora resolve enfrentar o público como pintor, mas temeroso da decisão, revestido de modéstia, vacilante quanto ao valor de sua obra. Desenhista excepcional, estilo muito seu, técnica segura. Nelson não precisa abrir caminho”. Na década seguinte, baseado em personagens deste seu amigo escritor, Jungbluth faz-lhe homenagem através de individual na Cambona Centro de Arte, Porto Alegre. Participou de mostras coletivas e salões com regularidade. Realiza exposições periodicamente em Porto Alegre, cidade onde vive e trabalha inclusive com técnicas gráficas como a serigrafia. Está representado no acervo do MARGS, Porto Alegre, com Iemanjá, óleo sobre tela. Em 1995 realiza exposição de pinturas com Alice Brueggemann, Galeria Mosaico, e participa de A arte vê a moda, coletiva na Galeria Xico Stockinger, Casa de Cultura Mário Quintana. Em 1997 expõe Reencontros, série de pinturas, Galeria Mosaico, Porto Alegre, tentativa de resgate da figura paterna. Inspirando-se em Alziro Jungbluth, fotógrafo na cidade de Rio Grande, RS, através do retoque, criou, de acordo com suas palavras, uma pintura monocromática “sem o contraste violento de cores”, conforme depoimento para o Jornal Zero Hora, em 7 de maio deste mesmo ano. Faleceu em 05 de abril de 2008 em Porto Alegre.

Fonte: Galart.

Marta Penter nasceu em Porto Alegre, RS em 1957. Desenhista e aquarelista. Iniciou estudos em arte com Eduardo Cruz em 1981 e, posteriormente, com Nathaniel e Eduardo Guimarães.  Desde muito cedo se vinculou ao mundo das artes, tendo freqüentado várias escolas e centros de arte. Atualmente, tem se dedicado a pintura em aquarela e óleo sobre tela. Com uma linguagem realista contemporânea explora o tema do inconsciente coletivo, através de imagens de objetos antigos de uso pessoais e da figura humana numa relação tempo e espaço. Ícones advindos da forte influência de sua formação em Psicologia, que adquirem força e expressão em seus trabalhos. Suas pinturas, geralmente, em tamanhos grandes, caracterizam-se por valorizar os efeitos de luz e sombra criando uma atmosfera intimista típica em suas obras. Em sua nova fase, a artista vem pesquisando um novo olhar sobre o homem e seu mundo, resgatando o sentimento de intimidade perdido num mundo imediatista e globalizado
http://www.martapenter.com.br/a-artista

Mário Zanini (São Paulo/SP 1907 – 1971)

Pintor, decorador, ceramista, professor. Filho de imigrantes italianos, desenvolve sua trajetória artística em São Paulo, onde reside no bairro operário do Cambuci – fato que deixa marcas em sua produção, com predomínio de cenas de uma cidade em transformação.

Aos 13 anos, inicia curso de pintura da Escola Profissional Masculina do Brás, em São Paulo. Trabalha como letrista na Companhia Antarctica Paulista, entre 1922 e 1924. Em 1924, matricula-se no curso noturno de desenho e artes do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo – Laosp, que conclui em 1926. Conhece Alfredo Volpi em 1927 e no ano seguinte estuda com o pintor Georg Elpons. Trabalha no escritório de decoração de Francisco Rebolo entre 1933 e 1938. Em 1935, instala-se no palacete Santa Helena, na praça da Sé, onde divide, a partir de 1936, uma sala com Manoel Martins e Clóvis Graciano. Da reunião desses e de outros artistas, surge o Grupo Santa Helena. Em 1940 recebe medalha de prata no 46º Salão Nacional de Belas Artes – SNBA e é convidado por Rossi Osir a trabalhar em seu ateliê de azulejos artísticos, o Osirarte.

Sua primeira exposição individual acontece em 1944, na galeria da Livraria Brasiliense, em São Paulo. Em 1950, viaja por seis meses pela Itália, em companhia de Volpi e Osir. Ensina gravura na Associação Paulista de Belas Artes e na Escola Carlos de Campos em 1958. A partir de 1968 leciona na Faculdade de Belas Artes de São Paulo. Sua família doa 108 de suas obras ao Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo – MAC/USP em 1974.

Tanto na gravura como na pintura, o artista apresenta diversas cenas da cidade de São Paulo, em que, por vezes, aparecem as chaminés das fábricas vistas da janela de seu ateliê. A temática da vida urbana é constante em sua produção, na qual aparecem retratados, por exemplo, músicos populares, operários e grupos de crianças ou ciclistas.

Mario Zanini pinta também muitas paisagens, em que retrata os subúrbios paulistanos que começavam a ser tomados pela metrópole. Representa, em várias obras, grupos de pessoas às margens do rio Tietê, como lavadeiras, e as regatas que ali se realizavam. Acompanhado por outros artistas do Grupo Santa Helena, realiza frequentes viagens ao litoral e interior do estado de São Paulo, que lhe servem de inspiração.

Compartilhando com o Grupo Santa Helena características como a representação de figuras anônimas e da realidade urbana, a preocupação com o apuro formal e o acompanhamento das tendências europeias, Mario Zanini dedica sua obra sobretudo à vida no subúrbio de São Paulo.

Fonte: Itaú Cultural.

Maria Tomaselli Cirne Lima (Innsbruck, 1941) é uma pintora e gravadora austro-brasileira. Estudou filosofia na terra natal. Veio para o Brasil em 1965, estabelecendo-se em Porto Alegre. Estudou pintura com Iberê Camargo, escultura com Xico Stockinger e gravura com Eduardo Sued, Danúbio Gonçalves e Anna Letycia Quadros. Artista socialmente engajada, Maria Tomaselli incorpora questões filosóficas ao seu trabalho, questiona a arte e procura promover o intercâmbio de experiências e reflexões com outros artistas. Atuava também como cronista e colaboradora de cultura do Segundo Caderno do jornal Zero Hora até 2006 . Participou de inúmeras exposições, coletivas e individuais, no Brasil, na Europa e América Latina. Em 1999, participou da II Bienal do Mercosul, em Porto Alegre, como artista convidada.

Maria Bonomi  (nasceu na cidade de Meina, Italia, 8 de julho de 1935) é uma renomada artista plástica ítalo-brasileira que trabalha como gravadoraescultorapintoramuralistacuradorafigurinistacenógrafa e professora.  Radicou-se em São Paulo, onde fez vários cursos de pintura, desenho e gravura com Yolanda Mohalvi, Karl Plattner, Lívio Abramo. Na década de 50, na Columbia University, Nova Iorque, estuda artes gráficas com Hans Muller e História da Arte Comparada com Meyer Schapiro. Obtém bolsa de estudos no Pratt Institute, Nova Iorque, onde trabalha com Seong Moy e Fritz Eichenberg entre outros.

Em 1956, realiza mostra individual no Museu de Arte de São Paulo; na década de 60, funda com Lívio Abramo o Estudio Gravura, em São Paulo, tradicional centro de formação de numerosos artistas contemporâneos, que funcionou até 1964.

Bonomi é um dos mais expressivos nomes da gravura brasileira, campo no qual adquiriu reconhecimento internacional. Entre outros, recebeu em 1965 o Prêmio de Melhor Gravador da VIII Bienal de São Paulo; em 1968, o Prêmio de Gravura na V Bienal de Paris; e o Prêmio de Gravura da VIII Exposição Internacional Ljubljana, modalidade xilogravuras; em 1971, Prêmio de Aquisição na IX Bienal de mesmo nome, culminando em 1983 com o Prêmio Internacional de Gravura, modalidade litografia.

Tem trabalhado ainda como pintora, figurinista e cenógrafa, setores nos quais conquistou dezenas de prêmios, valendo destacar o Prêmio de Revelação de Cenógrafa e Melhor Figurinista com a peça “As feiticeiras de Salém” de Arthur Miller. O Prêmio Revelação dado pela APCT – Associação Paulista de Críticos Teatrais, se repete nos anos de 1962, 1965 e 1967. Em 1965, recebe o Prêmio Molière como melhor cenógrafa da peça ” A megera domada”, de Shakespeare.

Desde 1975 realiza numerosos painéis em concreto, de grande dimensões, como os do Saguão do Maksoud Hotel e do Banco Sudameris do Brasil, as fachadas laterais do Esporte Clube Sírio e do Edifício J. Riskallah Joye, todos em São Paulo, e em Santiago do Chile, os painéis do Banco Exterior da Espanha.

Maria Bonomi realizou várias exposições individuais no Brasil e no exterior e tem coleções em museus como o Museum Art (Nova Iorque), Museu do Vaticano (Roma), Museu Bezelel (Jerusalém) e Museu de Arte Moderna (São Paulo).

http://www.memorial.org.br/acervo/obras-de-arte/futura-memoria/biografia-maria-bonomi/

Márcio Schiaz (São Paulo, 10 de maio de 1965) é o nome artístico de Márcio Bueno de Souza, pintor e gravador brasileiro.Pintava desde criança, tanto que seus trabalhos escolares sempre terminavam com um desenho. Iniciou seus estudos de pintura na Associação Paulista de Belas Artes na classe do professor Loris Foggiatto. Desenvolveu seus conhecimentos nas artes plásticas frequentando o Ateliê Enio Cintra onde estudou a técnica da linoleogravura e da xilogravura. Na Editora Graffito aprendeu litografia e no Museu Lasar Segall foi-lhe ensinado a gravar em metal.A paisagem é o tema que mais lhe atrai. Viaja constantemente para as cidades históricas de Minas Gerais a fim de pintar suas velhas ruas e famosas igrejas. Outro tema recorrente na obra de Schiaz é a paisagem urbana, em que focaliza principalmente o centro de São Paulo e Rio de Janeiro.

Grassmann, Marcelo (1925 – 2013)    Marcelo Grassmann (São Simão SP 1925 – São Paulo SP 2013). Gravador, desenhista, ilustrador, professor. Estuda fundição, mecânica e entalhe em madeira na Escola Profissional Masculina do Brás, em São Paulo, entre 1939 e 1942. Passa a realizar xilogravuras a partir de 1943. Atua como ilustrador do Suplemento Literário do Diário de São Paulo, entre 1947 e 1948, e do jornal O Estado de S. Paulo, em 1948. Reside no Rio de Janeiro a partir de 1949, atuando como ilustrador do Jornal do Estado da Guanabara. Freqüenta, no Liceu de Artes e Ofícios, os cursos de gravura em metal, com Henrique Oswald (1918 – 1965), e de litografia, com Poty (1924 – 1998). Em 1952, reside em Salvador, onde trabalha com Mario Cravo Júnior (1923). Recebe, em 1953, o prêmio de viagem ao exterior do Salão Nacional de Arte Moderna – SNAM, e viaja para Viena, onde estuda na Academia de Artes Aplicadas. Passa a dedicar-se principalmente ao desenho, à litografia e à gravura em metal. Em 1969, sua obra completa é adquirida pelo governo do Estado de São Paulo, passando a integrar o acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo – Pesp. Em 1978, a casa em que nasceu, em São Simão, é transformada em museu, por iniciativa da Secretaria de Cultura, Ciência e Tecnologia de São Paulo, e tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo – Condephaat no mesmo ano. Entre 1991 e 1992, Grassmann é bolsista da Fundação Vitae, em São Paulo.

Manoel Colafante Caledônio de Assumpção Santiago (Manaus AM 1897 – Rio de Janeiro RJ 1987). Pintor, desenhista, professor. Muda-se para Belém em 1903 e inicia estudos de pintura. Em 1919 transfere-se para o Rio de Janeiro, e cursa direito ao mesmo tempo que freqüenta a Escola Nacional de Belas Artes – Enba, onde é aluno de Rodolfo Chambelland e Baptista da Costa. Na época, assiste a aulas particulares de Eliseu Visconti. Casa-se em 1925 com a pintora Haydeá Santiago. Participa em 1927 do Salão Nacional de Belas Artes – SNBA e recebe o prêmio viagem ao exterior. Vai para Paris no ano seguinte, e lá permanece por cinco anos. De volta ao Rio de Janeiro, em 1932, torna-se professor do Instituto de Belas Artes. Em 1934, passa a lecionar pintura e desenho no Núcleo Bernardelli, figurando entre seus alunos José Pancetti, Edson Motta, Bustamante Sá, Ado Malagoli, Rescála e Milton Dacosta.

http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa21449/manoel-santiago

Manabu Mabe (Kumamoto/JP, 1924 – São Paulo/SP, 1997)

Pintor, gravador, ilustrador. As pinturas de Manabu Mabe são caracterizadas sobretudo pela gestualidade, pelo trabalho com manchas de grande expressividade e pelo apuro no uso das cores. De Kobe, Japão, emigra com a família para o Brasil em 1934, para se dedicar ao trabalho na lavoura de café no interior do estado de São Paulo. Interessado em pintura, começa a pesquisar sobre o tema, como autodidata, em revistas japonesas e livros sobre arte.

Em 1941, na cidade de Lins, dedica-se aos desenhos com crayon e aquarelas, apenas nos domingos e nos dias de chuva – quando não pode trabalhar na lavoura. Em 1945, adquire as primeiras tintas a óleo, aprende a diluí-las e a preparar a tela com o pintor e fotógrafo Teisuke Kumasaka (1901-1987). Nesse período, utiliza como suporte para as pinturas o papelão ou a madeira

Em 1947, em viagem a São Paulo, conhece o pintor Tomoo Handa (1906 -1996), que o incentiva a ter a natureza como fonte de inspiração. No ano seguinte, estuda com o pintor Yoshiya Takaoka (1908 -1978), que lhe transmite ensinamentos técnicos e teóricos sobre pintura. Nesse período,  integra o Grupo Seibi e participa das reuniões de estudos do Grupo 15, com Yoshiya Takaoka, Shigeto Tanaka (1910-1970) e Tomoo Handa. Dedica-se ao estudo do nu artístico, pinta paisagens e naturezas-mortas, inicialmente com estilo mais conservador, mas progressivamente se aproxima do impressionismo e do fauvismo.

Na 1ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1951, entra em contato com obras de artistas da Escola de Paris, como Jean Claude Aujame (1905-1965), André Minaux (1923-1986), André Marchand (1907-1997) e Bernard Lorjou (1908-1986). Essa experiência, segundo o artista, modifica sua forma de pensar e sua atitude perante a pintura. Nessa década, participa das exposições organizadas pelo Grupo Guanabara.

No começo dos anos 1950, apresenta em suas telas formas geometrizadas, aproximando-se do cubismo, e figuras contornadas por grossos traços negros, Gradualmente, adere à abstração e, em 1955, pinta sua primeira obra abstrata Vibração-Momentânea.  A produção do artista passa a dialogar com a obra do pintor espanhol Pablo Picasso (1881-1973) e a de Candido Portinari (1903-1962), por quem manifesta forte admiração, como podemos observar em Carregadores (1953) ou Colheita de café (1956).

Em 1957, vende seu cafezal em Lins e se muda para São Paulo para se dedicar exclusivamente à pintura.  Recebe, em 1959, o Prêmio Leirner de Arte Contemporânea, com as pinturas abstratas Grito e Vitorioso, ambas realizadas em 1958. As obras aludem ao sentimento de alegria do artista pelo convite para participação no evento. Vitorioso é também uma homenagem à atuação de Pelé na Copa do Mundo do ano anterior.

Em 1959, participa da 5ª Bienal Internacional de São Paulo, com as obras Composição móvel, Pedaço de luz e Espaço branco, todas daquele ano, e recebe o prêmio de Melhor Pintor Nacional. As pinturas se destacam pelas grandes manchas cromáticas, executadas em gestos rápidos e largos, nos quais se percebe o equilíbrio entre a espontaneidade e a contenção. Nessas telas, encontramos referências à tradicional arte da caligrafia japonesa

Em 1959, consagra-se nacional e internacionalmente: é premiado na 1ª Bienal dos Jovens de Paris; a revista Time dedica-lhe um artigo, intitulado The year of Manabu Mabe [O ano de Manabu Mabe]; e, no ano seguinte, é premiado na 30ª Bienal de Veneza. Torna-se assim um dos artistas mais destacados do abstracionismo informal brasileiro.

No início de sua trajetória no campo da abstração, explora o empastamento, a textura e o traço e se revela um colorista de porte. Ao se voltar para o universo das formas caligráficas, percebe também as possibilidades de criar uma linguagem lírica com a cor. Em meados da década de 1960, depois de uma viagem de oito meses pela Europa, começa a se aproximar de certos aspectos do tachismo.

Os títulos de suas obras costumam evocar emoções ou fenômenos da natureza, como Canção melancólica (1960), Primavera (1965), Vento de Equador (1969), Outono tardio (1973), Meus sonhos (1978) ou Viver (1989). A partir da década de 1970, cristaliza seus procedimentos anteriores – que reaparecem de forma estilizada em quase toda sua produção –, incorpora em seus quadros figuras humanas e formas de animais, apenas insinuadas ou sugeridas, mas representadas em grandes dimensões. Paralelamente, as grandes massas transparentes e etéreas com que trabalha adquirem um aspecto de solidez.

Nos anos 1980 pinta um painel para a Pan American Union em Washington, Estados Unidos; ilustra O livro de hai-kais – com tradução de Olga Salvary e edição de Massao Ohno e Roswitha Kempf – e elabora a cortina de fundo do Teatro Provincial, em Kumamoto, Japão.

Manabu Mabe explora o uso das cores e as texturas em suas telas. Com contornos alusivos e um traçado ao mesmo tempo espontâneo e controlado, aproxima-se do abstracionismo, retratando também referências às formas da caligrafia japonesa.

Fonte: Itaú Cultural.

Manuel Navarro –  Nascimento 1915 – Granada (Espanha) – Pintor

Formação:
s.d. – Estuda com Enrico Vio no Liceu de Belas Artes
s.d. – Tem aulas com Antonio Rocco

1927/1930 – Matricula-se na Escola Profissional Masculina tendo como professor Giuseppe Barchita
1920 – São Paulo SP – Viveu nessa cidade

Lívio Abramo (Araraquara SP 1903 – Assunção, Paraguai 1992). Gravador, ilustrador, desenhista. Muda-se para São Paulo, onde, em 1909, estuda desenho com Enrico Vio (1874-1960) no Colégio Dante Alighieri. No início dos anos de 1920, faz ilustrações para pequenos jornais e entra em contato com a obra de Oswaldo Goeldi (1895-1961) e de gravadores expressionistas alemães. Realiza as primeiras gravuras em 1926. No começo dos anos de 1930, influencia-se pela fase antropofágica de Tarsila do Amaral (1886-1973). Durante o governo Getúlio Vargas, filia-se ao Partido Comunista Brasileiro (PCB), do qual é expulso em 1932. É preso por motivos políticos por duas vezes. Ainda nessa época deixa de gravar para dedicar-se ao sindicalismo. Retornando à gravura em 1935, incorpora a temática social em seu trabalho. Em 1947, ilustra o livro Pelo Sertão, do escritor Afonso Arinos de Mello Franco, publicado em 1949 pela Sociedade dos Cem Bibliófilos do Brasil. Com essa série de ilustrações, apresentadas no Salão Nacional de Belas Artes (SNBA), obtém o prêmio de viagem ao exterior. Segue para a Europa em 1951. Em Paris freqüenta o Atelier 17 aperfeiçoando-se em gravura em metal com Stanley William Hayter (1901-1988). De volta ao Brasil, em 1953, é premiado como o melhor gravador nacional na 2ª Bienal Internacional de São Paulo. Dá aulas de xilogravura na Escola de Artesanato do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP). Foram seus alunos, entre outros, Maria Bonomi (1935) e Antonio Henrique Amaral (1935). Funda o Estúdio Gravura, em 1960, com Maria Bonomi. Em 1962, é convidado pelo Itamaraty a integrar a Missão Cultural Brasil-Paraguai, posteriormente Centro de Estudos Brasileiros. Muda-se para o Paraguai e dirige até 1992, o Setor de Artes Plásticas e Visuais. É fundador do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Paraguai.

http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa9132/livio-abramo

 

Libindo Ferrás (Porto Alegre, 1877Rio de Janeiro, 1951) foi um pintor e professor brasileiro. Inicialmente dedicou-se à pintura em caráter amador, expondo pequenas telas na vitrine da casa comercial O Preço Fixo, onde uma delas foi notada por Olinto de Oliveira, que a elogiou em sua coluna no jornal Correio do Povo, no início de 1896. Porém, nesta época, Libindo ainda não imaginava tornar-se um pintor profissional, estando em meio a estudos preparatórios para o curso de Engenharia. Terminados estes, seguiu para o Rio de Janeiro, onde deveria ingressar na Escola Politécnica, mas antes de completar um ano ali, abandonou o curso e embarcou para a Itália, lá permanecendo por dois anos, de 1897 a 1899. Voltando a Porto Alegre, não instala de imediato um ateliê, dedicando-se antes a uma vida boêmia e perambulando por diversas outras disciplinas e atividades, como o ciclismo, a matemática, o xadrez, a música, a esgrima e o tiro ao alvo, mas expondo ocasionalmente em salões de pintura locais. Entretanto, essa vida inconstante teria um fim quando, em 1910, foi indicado diretor da Escola de Artes, recém criada como departamento do Conservatório de Música de Porto Alegre. Nesta função permaneceria até a incorporação da Escola à Universidade de Porto Alegre, em 1936, sendo além de administrador também professor. Neste período concentrou seus múltiplos talentos na pintura, produzindo grande quantidade de obras principalmente na técnica do óleo e na temática da paisagem, e firmando a reputação, que até hoje perdura, de um dos principais artistas gaúchos da primeira metade do século XX. Segundo o historiador Sérgio da Costa Franco, Libindo Ferrás “foi um reputado pintor acadêmico, com influência em várias gerações de estudantes de arte”. Para Athos Damasceno, Libindo teve um início de carreira bastante promissor e original, mas após encontrar um estilo pessoal seu talento conformou-se a uma fórmula um tanto avessa a inovações, mas que não obstante produziu uma das mais sólidas carreiras no paisagismo gaúcho, com momentos realmente apreciáveis. Possui diversas obras no acervo do MARGS, em Porto Alegre.

Walter Lewy (Bad Oldesloe, Alemanha 1905 – São Paulo SP 1995). Gravador, pintor ilustrador, paisagista, desenhista e publicitário. Estuda na Escola de Artes e Ofícios de Dortmund, Alemanha, entre 1923 e 1927. Nesse período, filia-se à tendência do realismo mágico. Já em 1928, participa de coletivas em Dortmund, Gelsenkirchen, Boclusim e outras cidades. Com a crise econômica de 1929, Lewy perde seu emprego de desenhista numa gráfica e vai viver com os pais no interior, tornando-se ilustrador de anedotas em jornais. Realiza sua primeira exposição individual em Bad Lippspringe em 1932, mas ela é fechada quando a Câmara de Arte Alemã proíbe a participação de judeus na vida artística. Escapando dessa situação opressora, o artista imigra para o Brasil em 1938, retomando profissionalmente a pintura. Deixa para trás centenas de trabalhos, que são enviados para a Holanda e perdidos durante os bombardeios da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). No Brasil, fixa-se em São Paulo. Nos primeiros anos faz desenho publicitário e mais tarde capas de livros e ilustrações para diversas editoras. Ilustra obras de Bertrand Russell, Machado de Assis e Arnold Toynbee, entre outras. Mais tarde, emprega-se como diagramador, letrista e arte-finalista nas agências de propaganda De Carli, Lintas Publicidade, Martinelli, Santos & Santos e Thompson Propaganda.

Leopoldo Gotuzzo (Pelotas RS 1887 – Rio de Janeiro RJ 1983). Pintor e desenhista. Inicia sua formação artística em Pelotas, Rio Grande do Sul, em torno de 1900, com o pintor italiano Frederico Trebbi (18– – 1928?). Vive em Roma, de 1909 a 1915, quando estuda pintura com Joseph Nöel e visita os principais museus italianos. Transfere-se para Madri, em 1915, ano em que, pela primeira vez, envia seus trabalhos ao Salão Nacional de Belas Artes – SNBA do Rio de Janeiro. Retorna ao Brasil em 1919 e passa a expor em Pelotas, Porto Alegre e Rio de Janeiro, onde se radica no ano seguinte. Como participante do SNBA, é premiado em 1916 com medalha de bronze, em 1917 e 1919 com medalhas de prata, e em 1922 com medalha de ouro. Entre 1927 e 1930, viaja novamente à Europa mostrando suas obras em Lisboa, Porto e Paris. Participa de diversas edições do Salão Paulista de Belas Artes, no qual é premiado em 1938 e 1939. Em 1949, Gotuzzo torna-se patrono da Escola de Belas Artes de Pelotas e, em 1955, a instituição cria um salão de arte com seu nome. Após sua morte, em 1983, a Universidade Federal de Pelotas – UFPel recebe sua coleção de quadros e desenhos, legados em testamento. Em 1986, é inaugurado o Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo – Malg nessa universidade.

http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa10135/leopoldo-gotuzzo

Nasceu em 1891, em Vilna, capital da Lituânia. Aos 15 anos viajou para a Alemanha, onde cursou a Academia de Belas Artes de Berlim. Em 1910, transferiu-se para Dresden onde também frequentou a Academia de Belas Artes. Dessa época, datam suas primeiras gravuras. Mais tarde, integrou-se ao movimento expressionista alemão.

Viajou para a Holanda e fez sua primeira visita ao Brasil em 1912. Em 1913, expôs em São Paulo e Campinas. Um ano depois, retornou a Dresden. A partir de 1914, participou ativamente do movimento expressionista.  Fez sua segunda viagem ao Brasil em 1923, tendo se fixado em São Paulo. Seus trabalhos dessa época retratam o povo e a terra brasileiros. Segall adequou a cultura imigrante à nova pátria, assim como ajustou sua palheta às cores tropicais. Perfil de Zulmira pode ser visto como uma tentativa de definir uma temática local através do retrato. Suas primeiras esculturas datam de 1930. Em 1932, executou cenário e decoração para a inauguração da Sociedade Pró Arte Moderna, SPAM, além de ter participado de sua fundação. Em 1935, pintou uma série de retratos da pintora Lucy Ferreira tendo, em seguida, retomado seus temas expressionistas.

Em 1955, realizou trabalhos com características abstracionistas. Participou das I, III, IV, V Bienais de São Paulo e da XXIX Bienal de Veneza. Morreu em São Paulo, em 1957.  Em 1970 foi fundado o Museu Lasar Segall, em sua antiga residência, na Vila Mariana.

 

Roberto Kenji Fukuda (Indiana, SP, 1943 — Curitiba/PR, 2021)

Foi escultor, pintor, gravador. Filho do artista plástico Tamotsu Fukuda. Em 1955, sob orientação de seu pai, iniciou-se pintura. Sua primeira exposição ocorreu em 1963, na cidade de Lins (SP), realizando, depois, inúmeras mostras. Participou das seguintes exposições coletivas: em 1979, em São Paulo, na Mostra Senac; em 1985, em Berlim (Alemanha), na Coletiva; em 1988, em Curitiba (PR) e Rio de Janeiro (RJ), na Coletiva 80 Anos da Imigração Japonesa Brasil, na Galeria de Arte Ida & Anita e na Fundação Mokiti Okada. Fora do Brasil, expôs, em 1989, Paris e, em 1990, na Flórida (Estados Unidos). Sua escola é, principalmente, a Abstrata: Tachismo. Fukuda é conhecido por sua linha de trabalho em composição com manchas.

Há poucos anos fez sua entrance no universo tridimensional, durante sua primeira exposição de esculturas que aconteceu em 1996, em São Paulo. Com formas aparentemente informais, Fukuda trabalha profundamente sua criação, que tem como base os signos orientais. ‘Virtuosismo técnico’ são características de suas obras que transmitem, além de beleza, força e muita leveza. Kenji Fukuda viveu das artes plásticas e começou sua carreira como pintor figurativo: naturezas mortas, retratos e paisagens. Nos nos 1980, iniciou sua fase abstracionista viajando pelo mundo, expondo nas mais conhecidas galerias europeias e americanas.  O artista revela que “o abstrato é muito mais difícil que o figurativo; a harmonia e o equilíbrio simbolizam o abstrato perfeito, e o abstrato perfeito, e o abstrato é a última fase do artista plástico. Nele há possibilidades infinitas”.

Há 20 anos trabalhando, Fukuda, que nasceu no interior de são Paulo e começou a gostar de artes observando seu pai, já fez grandes exposições. Suas esculturas e telas podem ser encontradas no acervo de grandes instituições brasileiras, em Genebra, Suíça, Miami, Nova Iorque, Paris e Iwakuni no Japão.  “A fase figurativa é sempre o início e é muito importante para adquirir experiência, encontrar caminhos. Com o tempo fui enxergando outras possibilidades e criando a concepção de que a pintura deve ser mais livre” conta Fukuda, que hoje utiliza texturas, cores fortes e chapadas que se colam em seus quadros. Mas não se trata de um silêncio que se vale de si mesmo para criar um leque de observação que as pessoas descobrem a partir do título da obra, cujo resultado final se traduz como sendo de um lirismo plástico repleto de serenidade.

Fonte: http://altitgallery.com/fukuda/.

  Kazuo Wakabayashi ( Kobe, Japão, 1931 – 2021, São Paulo, Brasil)  Em 1944, estudou na Escola Técnica de Hikone, em Shiga. Entre 1947 e 1950, frequentou a Escola de Belas Artes e a Academia Niki, em Tóquio, e as aulas de desenho e pintura de Kanosuke Tamura.

    De volta a Kobe, preparou-se para ingressar na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Tóquio, porém, abandonou a arquitetura em 1950, voltando-se para a pintura. No ano seguinte, integrou o grupo Babel ao lado de Rokuichi, Kaibara, Ko Nishimura e outros. Em 1953, tornou-se membro do grupo Seiki e publicou álbum de pinturas e poesias. Em 1954, participou do Delta, além de ilustrar os jornais Shinko Shimbum e All Sports. Entre as décadas de 1940 e 1960, participou de salões japoneses, recebendo prêmios em 1947, 1950, 1954 e 1959.

    Em 1961, transferiu-se para São Paulo e tornou-se membro do Grupo Seibi(1935), apresentado por Manabu Mabe (1924 – 1997) e Tomie Ohtake (1913). Dois anos depois, recebeu medalha de ouro tanto no 12º Salão Paulista de Arte Moderna como no 7º Salão do Grupo Seibi de Artistas Plásticos.

    Foi agraciado com o primeiro prêmio no Salão de Abril do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro em 1966. Participa de diversas edições da Bienal Internacional de São Paulo entre 1963 e 1967, quando foi premiado.

    Em 1992, publicou-se o livro Wakabayashi, com apresentação do crítico Jayme Mauricio. No ano seguinte, o Paço das Artes, em São Paulo, apresentou uma retrospectiva da sua obra.

Em 19 de maio de 2017, durante cerimônia de oficialização da Comissão Organizadora das festividades dos 110 anos da imigração japonesa ao Brasil, Wakabayashi apresentou pessoalmente a logomarca da efeméride : a imagem de dois tsuru (grou) – um de cor vermelha (alusão à bandeira japonesa) e outro, amarelo com detalhes em verde e azul.

Juarez Machado (Joinville / Santa Catarina, 16 de março de 1941), pintor, escultor, desenhista, mímico, caricaturista, cenógrafo, escritor, fotógrafo, ator e designer. Passou sua infância em Joinville na companhia da mãe Leonora e de seu irmão Edson. Seu pai era caixeiro viajante, trabalho que o ausentava bastante.

Aos 14 anos, trabalhou em uma oficina gráfica, no setor de produções de rótulos de remédios, embalagens e cartazes para laboratórios. Nesse processo de criação, entre pincéis, tintas e papéis, um profissional estava sendo formado.

Como sua cidade natal era muito pequena, com características do velho mundo (grande parte da população era de origem alemã sendo, consequentemente, sua arquitetura semelhante a da germânica), Machado resolveu explorar outras cidades, indo assim para Curitiba aos 18 anos. Matriculou-se na Escola de Música e Belas Artes do Paraná. Logo ao se formar, realizou sua primeira individual na Galeria Cocaco de Curitiba, dando início a sua carreira de contínuo sucesso.

Em 1965, mudou-se para o Rio de Janeiro – cidade que, como São Paulo, tinha maiores oportunidades e era onde tudo estava acontecendo – conseguindo, aos poucos, conquistar seu espaço.

Mudou para Paris em 1978, onde fez seu terceiro ateliê – deixando o de Joinville e o do Rio de Janeiro (ambos em atividade) – mas antes, visitou Nova York, Londres, Itália, Dinamarca, Chipre, Israel e Grécia onde tomou partido dos acontecimentos do universo artístico de cada região.

Ganhou o prêmio da 5ª Bienal de Arte da Itália, prêmio Cenários em Televisão, o prêmio “Barriga Verde” de Artes Plásticas de Santa Catarina, o prêmio Nakamori (Japão) pelo melhor livro infantil, entre outros.

Sua cidade natal (Joinville), deu-lhe o título de Cidadão Honorário em 1982, e o presidente da República concedeu-lhe a Ordem do Mérito de Rio Branco, em 1990.

 

Pintor e escultor. Encruzilhada do Sul, RS, 1946. Formado em Medicina, especializou-se em Psiquiatria. Entre 1975 e 1981 residiu em Buenos Aires. É autodidata na produção plástica, com experimentos em esculturas de pequenas dimensões utilizando ossadas animais. Sua atividade artística iniciou-se em 1968 com as promoções Arte na Praça da Alfândega, mostras com sentido popular organizadas por Cladis Aranha, em Porto Alegre. A experiencia anterior conta de exposição, aos dez anos, no Colégio Júlio de Castilhos. Retoma o trabalho em 1988, quando participa da coletiva de Artistas Gaúchos, Centro de Cultura de Criciúma, SC, Prever 90, Galeria Arte&Fato, Porto Alegre, onde, posteriormente, realiza individualmente. Alterna escultura com pintura em Porto Alegre, onde reside.

 

    José Sabóia do Nascimento nasceu em Almadina, Bahia, em 1949. Artista autodidata, começou a pintar em 1967, um ano depois de chegar ao Rio de Janeiro. Sua obra caracteriza-se por abordar a temática popular, especialmente o futebol.

    Fez sua primeira exposição individual em 1970, no Ideal Clube, em Fortaleza (Ceará). Entre as exposições de que participou, destacam-se: I e III Salões Nacionais de Artes Plásticas do Ceará, Fortaleza, 1969/1971 (Prêmio Aquisição 1971); Dez Pintores no Rio de Janeiro, no MNBA, Rio de Janeiro, 1983; Brésil Naifs, no Espace Art 4, Paris (França), 1986; Salon d’Art Naif, Marseille (França), 1987; Pintura, Presença e Povo na Arte Brasileira, no Museu da Casa Brasileira, São Paulo, 1990; Visões do Rio, no MAM/RJ, Rio de Janeiro, 1996.

    Realizou inúmeras exposições nas principais cidades brasileiras e, com maior frequência , no eixo Rio – São Paulo. No exterior, expôs individualmente em São Francisco, Estados Unidos, e Munique, Alemanha, além de participar de coletivas em vários paises, principalmente na França, com exposições organizadas pela Galerie Jacqueline Bricard e uma presença cativa na Galerie Naifs Du Monde Entier, em Paris. José Sabóia participou do Concurso Internacional de Morges, quando seu quadro foi eleito pelo público a melhor obra entre 60 participantes de 21 países, premiação que originou o convite da Galeria Kasper para realizar uma exposição individual.

Jorge Eduardo Guinle Filho (Nova York/EUA, 1947 – 1987)

Foi um pintor, desenhista e gravador brasileiro nascido nos Estados Unidos da América. Filho de Jorginho Guinle, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro no ano do seu nascimento. De 1955 a 1962, acompanhou a mãe em Paris e depois, até 1965, em Nova York.

Na França, a par dos seus estudos regulares, iniciou, como autodidata, estudos de pintura, passando a frequentar museus e galerias de arte, hábito que conservou nos Estados Unidos. O contato que esse ambiente, quer em termos de obras, quer de artistas contemporâneos, marcou a sua formação artística. Entre essas influências destacam-se a obra do francês Henri Matisse e a action painting e a pop art norte-americanas.

A partir de 1965, voltou a residir no Rio de Janeiro, alternando temporadas em Londres e Paris. Retornou para esta última cidade em 1974, permanecendo lá por três anos. Em 1977, voltou a residir no Rio de Janeiro. Nessa fase, seu trabalho adquiriu repercussão no mercado e, na década de 1980, passou a integrar as principais exposições de arte do país.

A sua produção, que se concentra, nos seus últimos sete anos de vida, sob a forma de pintura, chama atenção pelo vigor e pela complexa referência aos movimentos artísticos modernos e contemporâneos. Desse modo, seu trabalho constitui-se num importante incentivador da revalorização da pintura, promovida por um grupo de jovens artistas conhecido como Geração 80. Assim como o pai, Guinle também foi um amante do jazz.

Após a sua morte, por Aids, seu companheiro, Marco Rodrigues, entrou na justiça brasileira para receber parte dos seus bens. Esse foi um dos primeiros casos jurídicos, no Brasil, sobre a união estável entre homossexuais.

João Luiz Roth (1951, Santa Maria, RS) João Luiz Roth é um dos grandes artistas visuais do RS que vive na região central do estado, na cidade de Santa Maria. “Senhor de uma técnica própria e de um método Roth” conforme Jacob Klintowitz (texto da exposição na galeria Agência de Arte, Porto alegre, RS, 1988) Roth expandiu sua linguagem plástica do desenho para outros sistemas como a pintura em acrílico e a infogravura, podendo ser considerado um dos pioneiros na pesquisa do hibridismo, mesclando em suas poéticas a produção e união de processos manuais aos processos digitais. Graduou-se em Desenho e Plástica pela Universidade Federal de Santa Maria onde tornou-se professor na cadeira de Desenho aos 23 anos. Em 1975 o Instituto de Cultura Hispánica de Porto Alegre lhe  concede bolsa de estudos  na Escuela Superior de Bellas Artes de San Fernando  da Universidad Complutense de Madrid, escola fundada no séc.XVIII  reconhecida internacionalmente por onde passaram grandes nomes da história da arte como Velázquez, Dalí e Goya. Na Espanha permanece especializando-se  por quase três anos com destacado desempenho reconhecido por aquela instituição. Sua conexão com o universo literário o leva a diplomação de Doutor em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul com a Tese “Os Lusíadas”,  uma interpretação visual  do poema de Luís de Camões.  Foi Pró-Reitor e Vice-Reitor da UFSM e professor junto ao Curso de Comunicação Social do Centro de Ciências Sociais e Humanas, além de secretário de Cultura e secretário de Educação na administração municipal em Santa Maria.

João Faria Vianna-Porto Alegre, RS, 1905-1975- Pintor, gravador, desenhista e aquarelista. Desempenhou funções de professor, desenhista e ilustrador. Foi aluno de Libindo Ferras e Francis Pelichek. É um dos fundadores – e tornou-se o primeiro presidente – da Associação Riograndense de Artes Plásticas Francisco Lisboa (Chico Lisboa). Participou da célebre Exposição do Centenário Farroupilha, em Porto Alegre, 1935. Figurou em salões oficiais no Estado, obtendo diversas premiações nas técnicas de sua especialidade. Como gravador, deixou incontáveis imagens antigas de Porto Alegre, como a Rua Riachuelo, Mercado Público e antigo cais, Rua dos Andradas, Solar dos Câmara, assim como as Missões. Também abordou os casarios da região da colonização alemã que formam importante e forte registro documental da arquitetura gaúcha. Carlos Scarinci inclui-o álbum Precursores da Arte do Rio Grande do Sul. Na exposição Do Passado ao Presente, Cambona Centro de Arte, Porto Alegre, 1983, constou com pintura reproduzida em catálogo da mesma. Na década de 90 foi incluído na coletiva Os Artistas da Livraria do Globo, Agência de Arte, Porto Alegre.

Serpa, Ivan  Ivan Ferreira Serpa (Rio de Janeiro, 1923 – Rio de Janeiro, 1973) Foi pintor, desenhista, professor e gravador. Ainda jovem, foi convidado pelo Museu Arte Moderna do Rio de Janeiro para dar aulas livres de pintura para crianças. Na década de 40, estudou com o gravador Axl Leskoschek. Começou a participar de exposições realizadas na Divisão Moderna do Salão Nacional e da 1ª Bienal de São Paulo, onde ganhou seu primeiro prêmio. Realizou sua primeira individual no Instituto Cultural Brasil-Estados Unidos e expôs na XXVI Bienal de Veneza. No ano de 1953, juntamente com Lygia Clark, Lygia Pape, Weissmann, Palatinik, Oiticica   e Aluísio Carvão, articulou a criação de um núcleo de arte chamado Grupo Frente. Fundou, com Bruno Tausz, o Centro de Pesquisa de Arte no Rio de Janeiro. Recebeu o Prêmio Viagem ao Estrangeiro no VI Salão Nacional de Arte Moderna do Rio de Janeiro, passando dois anos na Europa, principalmente na Itália e Espanha.
Mais conhecido como um dos primeiros abstrato-geométricos do Brasil, teve, em 96, suas obras apresentadas na exposição Tendências Construtivas no Acervo do MAC – USP.

 

Inos Corradin (Vogogna, Itália – 1929 Estudou em Castelbaldo com o mestre Tardivello. Ao Chegar ao Brasil, em 1950, logo estabeleceu-se em Jundiaí, São Paulo, sua obra, desenvolvida durante o modernismo, não encontra similaridade em nenhum outro artista. Para ela, muito contribuiu o período passado na Bahia, a partir de 1953. Sua operosidade no campo das artes o levou também à dedicar-se à cenografia também na década de 1950.

Pintor de muita atividade, seu vasto currículo registra exposições em grande número, tanto individuais quanto coletivas. Sua primeira exposição internacional ocorreu em 1975,  na Galeria Debret, em Paris.

Artista figurativista, dedicou-se a paisagens, naturezas-mortas e figuras, tratadas estilizadamente, com cores e tons iluminados. Passou a infância e adolescência em Castelbaldo, província de Padova, onde teve aulas de pintura com Tardivello. Em 1947 trabalhou em um monumento em homenagem aos mártires da resistência italiana contra o fascismo, erguido em Castelbado. Muda-se para o Brasil em 1950, fixando-se em Judiaí, São Paulo. É convidado pelo pintor argentino Osvaldo Navarro a fazer parte do núcleo artístico do Atelier Cooperativa Politone, na Vila Mariana, São Paulo, em 1951. Visita em Salvador, em 1953, onde conhece diversos artistas, como Mário Cravo Júnior, Rubens Valentin, Caribè, Jenner Augusto e Mirabeau Sampaio, o crítico Wilson Rocha e o cantor e compositor Dorival Caymmi. Participou da equipe de cenógrafos do Balé do IV Centenário de São Paulo em 1954 e executa cenários para balés e peças teatrais para Rugero Giacobbi e Aldo Cravo. Instala-se em Ibiúna, SP, onde pintou e trabalha com os madeireiros, que na época tinham na madeira sua principal fonte de economia, no ano de 1957. Na década de 1960 conhece o seu primeiro marchand, Américo Reisfield, que após cessar suas atividades foi sucedido por Josef Bar-Tzion, que passou a representá-lo em exposições internacionais, cada vez mais frequentes. Em 1979 é contratado para pintar um cenário 8 x 11m para o teatro de Rovigo, na Itália. Recebeu o Prêmio Quadrivio de Pintura, na Itália. Em 1997 lança o livro La Visione Incantata, simultaneamente no Brasil e na Europa. Ao longo dos anos 2000 lança outros livros, lançados na Europa e no Brasil além de realizar trabalhos de ilustração. Em 2008 é lançado o documentário Inos, sobre sua vida artística e pessoal.

https://www.guiadasartes.com.br/inos-corradin/obras-e-biografia

 Inimá de Paula (Itanhomi MG 1918 – Belo Horizonte MG 1999)

Pintor e desenhista. A partir de 1937, freqüenta o Núcleo Antônio Parreiras, em Juiz de Fora, Minas Gerais. Em 1940, instala-se no Rio de Janeiro, matriculando-se nas aulas de Argemiro Cunha (1880-1940) no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro, as quais abandona em pouco tempo. Passa a pintar com alguns dos ex-integrantes do Núcleo Bernardelli. Em 1944, transfere-se para Fortaleza, onde conhece artistas locais e participa da criação da Sociedade Cearense de Artes Plásticas (SCAP). Volta ao Rio de Janeiro em 1945 e expõe com Aldemir Martins (1922-2006), Antonio Bandeira (1922-1967) e Jean-Pierre Chabloz (1910-1984), na galeria Askanasy. Em 1948, graças ao apoio de Candido Portinari (1903-1962), faz sua primeira mostra individual no Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB/RJ). Em 1950, ganha o prêmio de viagem ao país do Salão Nacional de Belas Artes (SNBA) e, no ano seguinte, viaja e expõe na Bahia. Em 1952, recebe o prêmio de viagem ao exterior do Salão Nacional de Arte Moderna (SNAM). Em Paris, entre 1954 e 1956, assiste a cursos na Académie de la Grande Chaumière e na École Normale Supérieure des Beaux-Arts. Em seguida, acompanha as aulas de André Lhote (1885 – 1962) e de Gino Severini (1883-1966). Quando volta, passa a fazer pinturas abstratas, algumas das quais mostra na 5ª Bienal de São Paulo. Na primeira metade dos anos 1960, muda-se para Belo Horizonte e retoma a pintura figurativa. Em 1998 é criada a Fundação Inimá de Paula em Belo Horizonte.

 

 

Iberê Bassani de Camargo (Restinga Seca/RS, 1914 – Porto Alegre/RS, 1994)

Pintor, gravador, desenhista, escritor, professor. É um daqueles artistas que não cansam de buscar “a verdade” em sua arte. Passando por diferentes fases ao longo de sua trajetória, constrói um acervo rico e diverso, que nasce com paisagens e deságua, ao final, em obras que focam o ser humano.

Inicia sua educação artística, aos 14 anos, na Escola de Artes e Ofícios de Santa Maria, Rio Grande do Sul, onde tem aulas de pintura com o alemão Frederico Lobe e o italiano Salvador Parlagreco (1871-1953).

Aos 18 anos, emprega-se como aprendiz no Batalhão Ferroviário. Passa para o posto de desenhista técnico, aprende geometria e perspectiva. Permanece no cargo até 1936, quando retoma os estudos em Porto Alegre e ingressa no curso técnico de arquitetura do Instituto de Belas Artes, sob orientação do professor Fahrion (1898-1970).

A partir de 1940, passa a se dedicar às artes com mais afinco, desenha personagens da rua e aumenta progressivamente seu interesse pela pintura. Realiza telas em que retrata sua esposa e faz paisagens, que pinta com grande espontaneidade. Em quadros como Dentro do mato (1942), diz procurar o “instante fugidio”. Pinta um panorama natural, traçando as figuras com gestos fortes sobre a massa espessa de tinta. Esse procedimento não encontra lugar no ambiente artístico acadêmico do Rio Grande do Sul da época. Por isso, o pintor procura ampliar seus horizontes: pleiteia e consegue bolsa do governo gaúcho para estudar no Rio de Janeiro.

Chega à então capital federal no fim de 1942 e logo conhece Candido Portinari (1903-1962), Djanira (1914-1979), Milton Dacosta (1915-1988) e Maria Leontina (1917-1984). Alguns meses depois, ingressa na Escola Nacional de Belas Artes (Enba). Insatisfeito com o academicismo, abandona o curso em poucos meses. Seguindo a indicação de Portinari, passa a assistir às aulas de desenho de Guignard (1896-1962) e funda, em 1943, com outros artistas, o Grupo Guignard. As faturas se tornam mais ralas e de gestualidade menos pronunciada. Em Auto-retrato (1943), tenta reconstituir o aspecto diáfano da pintura de Guignard.

Iberê continua a pintar paisagens urbanas, com cenas das ruas cariocas. A tela Lapa (1947) lhe rende o prêmio de viagem ao exterior do Salão Nacional de Belas Artes de 1947. No ano seguinte, desembarca na

Europa e tem aulas de pintura com o italiano Giorgio de Chirico (1888-1978), em Roma, e com o francês André Lhote (1885-1962), em Paris. Aproveita a temporada para conhecer o acervo dos museus, estudando com afinco nomes como os italianos Michelangelo (1475-1564), Tiziano (1488 ou 1490-1576) e Tintoretto (1518-1594), o holandês Johannes Vermeer (1632-1675), o espanhol Pablo Picasso (1881-1973) e o grego El Greco (1541-1614).

Volta ao Brasil em 1950. Em 1953, é contratado como professor do Instituto Municipal de Belas Artes do Rio de Janeiro, atual Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV/Parque Lage), onde inaugura a cadeira de gravura, iniciando importante trajetória nessa técnica. Entre seus alunos, encontram-se artistas como Regina Silveira (1939), Eduardo Sued (1925), Carlos Vergara (1941) e Carlos Zilio (1944). Em 1954, participa, com Djanira e Milton Dacosta, da organização do Salão Preto e Branco e, no ano seguinte, do Salão Miniatura, ambos realizados em protesto às altas taxas de importação de material artístico.

A tendência ao escurecimento de sua paleta e a dedicação a temas ligados ao ambiente de estúdio se acentuam a partir de 1958, quando uma hérnia de disco o obriga a pintar somente no ateliê. Seu trabalho deixa de procurar a rítmica das cores nas paisagens e passa a se interessar majoritariamente pela disposição dos objetos em naturezas-mortas. Nesses quadros, predominam tons escuros, azulados e violetas.

Progressivamente, um pequeno objeto, utilizado por Iberê como brinquedo em sua infância, toma conta das telas: o carretel. A pintura dos carretéis, a princípio, compõe uma série de naturezas-mortas. O artista distribui os objetos na mesa, representando-os de forma figurativa.

Com o tempo, aqueles corpos roliços perdem sua função representativa e se tornam formas espessas de tinta. É o início de seu trabalho abstrato. Essa produção engrossa ainda mais a massa de tinta e incorpora mais cores. Um aspecto mais gestual dá origem aos trabalhos feitos a partir dos anos 1960, bastante próximos da abstração informal, que se tornam conhecidos como Núcleos, Estruturas e Desdobramentos. Explorando ainda a abstração, executa, em 1966, o painel de 49 metros quadrados oferecido pelo Brasil à Organização Mundial de Saúde (OMS), em Genebra.

No começo dos anos 1970, aparecem signos e figuras reconhecíveis pontuando as pinceladas grossas de cores indefinidas de sua pintura. De certo modo, essa dinâmica prenuncia a volta do artista à figuração na década de 1980. Paulatinamente, a figura humana se torna o centro da cena das pinturas. Pinta personagens solitários, sombrios e disformes. A ação das telas ocorre em um fundo indefinido, feito com tinta grossa e pintado com grande maestria. Surgem aí as chamadas séries dos Ciclistas (1989), das Idiotas (1991) e um de seus últimos conjuntos de obras intitulado Tudo te é falso e inútil (1992). Em 1986, recebe o título de doutor honoris causa da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

Iberê Camargo é um dos nomes mais importantes da arte brasileira do século XX, sendo fonte de inspiração e pesquisa para aqueles que vislumbram a arte como um caminho incontornável para se chegar à essência humana.

Fonte: Itaú Cultural.

Hilda Mattos. Pintora e desenhista. Pelotas, RS, 1928, faleceu em  Porto Alegre.Cursou a Escola de Belas -Artes de Pelotas. Em Porto Alegre frequentou o Atelie Livre da Prefeitura Municipal. Foi aluna de Ado Malagoli, Aldo Locatelli, Danúbio Gonçalves, Paulo Porcella e Fernando Baril. Expõe desde 1956, mantendo-se fiel à figura. Participou de inúmeros salões, podendo ser destacados a 10º e 15º Salão da Associação Riograndense de Artes Plásticas Francisco Lisboa (Chico Lisboa), em Porto Alegre, 1958 e 1992, e VI Salão de Ribeirão Preto, em São Paulo, 1981. Expôs individualmente em galerias e museus de Porto Alegre e outras cidades do Estado. Suas mais recentes individuais foram no MARGS e na Galeria Mosaico, ambas em Porto Alegre, 1989, mostrando sua temática habitual, a figura humana feminina. Por ocasião de exposição com caráter retrospectivo, em 1983, na Galeria de Arte do Clube do Comércio, Porto Alegre, mereceu apresentação de Ado Malagoli, seu antigo mestre: “Seus trabalhos […] de  corpos nus, numa representação de movimentos livres, nos transmite a idéia de evasão de uma existência contida pura […]. Hilda Mattos se renova. Seus nus, agora ganham mais espaço dentro do quadro, pois as formas se rebatem numa sucessão de planos realmente invertidos, sempre fugindo a tentações do devaneio surrealista”. Em 1995 expõe Cabeças, na Galeria de Arte Mosaico, Porto Alegre, pinturas. As pesquisadoras Ursula Rosa da Silva e Mari Lúcie da Silva Loreto analisam e reproduzem sua obra em História da arte em Pelotas: a pintura de 1870 a 1980.

O pintor, desenhista e gravador Henrique Leo Fuhro nasceu em Rio Grande, RS, em 1938 e morreu em 2006 em Porto Alegre, RS. Sua carreira inicia com participação no Salão de Artes Plásticas da Associação Riograndense de Artes Plásticas Francisco Lisboa (Chico Lisboa), 1957, como pintor, e a primeira mostra individual ocorre no Instituto Brasileiro Norte-americano em Porto Alegre, 1963. Em 1965 é incluído no álbum Dez gravadores gaúchos, edição de Júlio Paccello, São Paulo. Participa do Salão de Abril do MAM, Rio de Janeiro, 1966, e, nesse mesmo ano, expõe na Galeria Guignard, Belo Horizonte. E participante da I Bienal Nacional de Artes Plásticas de Salvador e obtém o prêmio “ex-aequo”, na II Exposição da jovem Gravura Nacional no MAC de São Paulo. Em 1967 expõe na IX Bienal Internacional de São Paulo. Mereceu inúmeros prêmios em salões nacionais: aquisição em Belo Horizonte, Cidade de Porto Alegre, Salão do Paraná, Isenção de Júri no Salão Nacional, no Rio de Janeiro, 1969, seleção brasileira da X Bienal Internacional de São Paulo, Salão de Campinas e representação brasileira na I e II Bienal Latino-Americana del Grabado, San Juan de Puerto Rico, XI Bienal Internacional de São Paulo, Grabados em Lima, Artes Gráficas no Museo de La Tertullia, Caiu, Colômbia. Recebe aquisição no I Salão de Artes Visuais da UFRGS, Porto Alegre, 1970. Realiza sua primeira individual em São Paulo, 1971, com o escultor Francisco Stockinger, na Galeria Astréia. A partir desta data vai abandonando gradativamente a gravura. Alterna o desenho, a serigrafia e a pintura. No início dos anos 80 realiza exposições individuais em Porto Alegre, Rio de Janeiro, Curitiba e Campinas, (com temas esportivos, acompanhando nessas cidades a Copa Koch-Tavares de tênis) e São Paulo, galeria Aki, a convite do arquiteto Ruy Ohtake. Integrou, como artista convidado, exposições nacionais e internacionais como Créativité dans l’Art Brésilien Contemporain, Musées Royaux des Beaux-Arts de Beigique, Bruxelles, 1978.
É verbete com reprodução no Dicionário das artes plásticas no Brasil e Brasil arte 50 anos depois, ambos de Roberto Pontual, Dicionário brasileiro de artistas plásticos, Dicionário de pintores brasileiros, de Walmir Ayala, História da arte brasileira, de Pietro Maria Bardi, e História geral da arte no Brasil de Waiter Zanini. Em Mestres do desenho brasileiro e Artistas gravadores brasileiros, ambos de Jacob Klintowitz consta com diversas ilustrações. No livro A criação plástica em questão, Walmir Ayala registra-o com extenso depoimento. Em ampla análise de seu trabalho, Jacob Klintowitz refere que “Fuhro é um sensível aparelho registrador, olhos e memória percepção e mão emoção e gesto. Um artista profundamente tocado pela realidade que, no seu caso, é composta de imagens repetidas, vibrantes padrões visuais, instrumentos de sopro ornamentos“. Este mesmo crítico lhe convida para integrar mostra representativa de arte brasileira, em 1991, no Museu Real da Dinamarca. Carlos Scarinci analisa e reproduz seu trabalho em A gravura no Rio Grande do Sul 1900-1980. Em 1995 participa de A arte vê a moda, Galeria Xico Stockinger, na Casa de Cultura Mario Quintana. Está catalogado pelo MARGS. Possui obras em museus brasileiros e internacionais como o da Universidade de Stanford, Califórnia, Estados Unidos. Notabilizou-se pela criação de figuras mascaradas, influência assumida de histórias em quadrinhos e esportistas (golfistas, tenistas, skatistas, jogadores de futebol ciclistas, etc.). A figura feminina tem papel importante em sua obra. Um fato que chama atenção é que embora seja publicitário (contato), nunca praticou, como pensam, arte publicitária, mas não descarta a interferência dos meios de comunicação no trabalho. Dedica-se à pintura em Porto Alegre, cidade onde reside. Assina H. Fuhro ou Fuhro. Seu nome é Henrique Leo Fuhro.

Fonte: ROSA, Renato e PRESSER, Décio . Dicionário de Artes Plásticas do Rio Grande do Sul. p. 18, 25, 29, 31, 48, 247, 248 e 249. 1ª e 2ª ed. Porto Alegre, Ed. da Universidade Federal do RGS, respectivamente, 1997 e 2000.

    Glênio Alves Branco Bianchetti(Bagé, RS, 1928 – Brasília, DF,2014) Foi gravador, pintor, ilustrador, tapeceiro, professor e desenhista. Iniciou seus estudos artísticos em Bagé na década de 1940, junto com Glauco Rodrigues (1929 – 2004) e sob a orientação de José Moraes (1921 – 2003). Em 1949, ingressou no Instituto de Belas Artes de Porto Alegre.

    Fundou, em 1951, ao lado de Glauco Rodrigues e Danúbio Gonçalves (1925), o Clube de Gravura de Bagé, posteriormente incorporado ao Clube de Gravura de Porto Alegre, grupo que realiza uma produção artística de caráter social, do qual participaram também Carlos Scliar (1920 – 2001) e Vasco Prado (1914 – 1998).

    Na década de 1950, Bianchetti produziu xilografia e linoleogravura com temas relacionados ao trabalho e aos costumes regionais. A partir dos anos 1960, trabalhou principalmente com pintura, litografia e gravura em metal. Em 1962, lecionou desenho e pintura na recém-inaugurada Universidade de Brasília, na qual permaneceu até 1965, quando foi afastado pelo regime militar.

    No início da década de 1970, colaborou na criação do Museu de Arte de Brasília e participou de projetos voltados ao ensino artístico. Em 1988, foi reintegrado à UnB. Entre 1996 e 1997, foi organizada mostra retrospectiva do Grupo de Bagé com exposições em várias capitais. Foi homenageado com a retrospectiva dos seus 50 anos de carreira em 1999, no Palácio do Itamaraty, em Brasília. Em 2004, foi publicado o livro Glenio Bianchetti, de autoria de José Paulo Bertoni.

Glauco Rodrigues (Bagé, 1929- Rio de Janeiro, 2004) foi um pintor, desenhista e gravador brasileiro. É considerado um dos maiores pintores da arte brasileira contemporânea.

Começou a pintar em 1945, e expôs pela primeira vez em 1948, na mostra Os Novos de Bagé, em Porto Alegre, onde frequentava a Escola de Belas-Artes. Logo depois transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde estudou na Escola Nacional de Belas Artes. Voltando a Porto Alegre, criou o Clube da Gravura de Porto Alegre e o Clube da Gravura de Bagé, em 1950, juntamente com Carlos Scliar, Glênio Bianchetti, Danúbio Gonçalves e Vasco Prado. De volta ao Rio no final da década, iniciou-se na carreira de ilustrador.

Em 1960, participou do IX Salão Nacional de Arte Moderna, quando obteve o prêmio de viagem ao exterior. Participou da Bienal de Paris em 1961 e, no ano seguinte, viajou para Roma, onde permaneceu até 1965. Realizou exposições individuais em Munique, Stuttgart e Frankfurt. Em Roma, em 1963, expôs na Galeria d’Arte della Casa do Brasil e, em 1964, participou da XXXII Bienal de Veneza. Em 1967 foi premiado na IX Bienal Internacional de Arte de São Paulo.

Em 1980, pintou o quadro A Primeira Missa no Brasil, uma espécie de releitura da obra de Vitor Meireles, oferecido pelo governo brasileiro ao Papa João Paulo II. Em 1985 realizou aquarelas de paisagens gaúchas para a abertura e as vinhetas da minissérie O tempo e o vento, da Rede Globo, obras estas que se encontram atualmente no MARGS, em Porto Alegre.

É o autor do painel em mosaico na entrada da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, uma obra gigantesca, toda construída em pastilhas, e encomendada para celebrar o centenário da entidade, no ano de 2000. A obra destaca as figuras de Oswaldo Cruz, Carlos Chagas e também de Louis Pasteur, exibindo ainda as expedições científicas na Amazônia. Outro painel realizado por ele se encontra na estação de passageiros do Aeroporto Internacional de Salvador, na Bahia, e que retrata os costumes e manifestações folclóricas baianas.

Glauco Rodrigues morreu vítima de uma parada respiratória, aos 75 anos, no Rio de Janeiro. Está enterrado no Cemitério São João Batista, em Botafogo.

Glauco Pinto de Moraes, nascido em Passo Fundo, Rio Grande do Sul, em 1928 e morto em São Paulo, São Paulo, em 1990, foi pintor, desenhista, gravador e advogado. Iniciou suas atividades artísticas no fim da década de 1940. Paralelamente, exerceu a advocacia (entre 1950 e 1968) em Porto Alegre, onde realizou sua primeira individual, na Galeria Yazigi, em 1973.

Foi premiado pela Associação Brasileira de Críticos de Arte pela melhor exposição de pintura em 1977. No ano seguinte, recebeu prêmio de viagem ao exterior no Salão Nacional de Arte Moderna, no Rio de Janeiro.

Moraes integrou o Conselho de Arte e Cultura da Bienal Internacional de São Paulo e foi fundador e conselheiro da Associação Profissional de Artistas Plásticos. Atuou também como assessor especial de artes plásticas da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo.

Em suas obras, explorou o universo das engrenagens e do maquinário ferroviários.

Gilberto Orcioli Salvador (São Paulo16 de dezembro de 1946), mais conhecido como Gilberto Salvador, é um pintordesenhistagravadorarquiteto e professor brasileiro.

Gilberto Orcioli Salvador formou-se em arquitetura em 1969 pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU/USP), onde mais tarde atuou como professor.

Paralelamente aos estudos universitários, dedicou-se à pintura e ao desenho. Expôs individualmente, pela primeira vez, em 1965, na Galeria de Arte do Teatro de Arena em São Paulo.

Foi premiado com a medalha de ouro no Salão de Arte Contemporânea, Campinas, em 1967, e, nas edições de 1969 e 1970, com o prêmio aquisição.

Participou de várias edições da Bienal Internacional de São Paulo, e entre suas principais mostras individuais destacam-se duas exposições no MASP, em 1985 e 1995.

Em 1999, a escultura Vôo de Xangô foi instalada na estação Jardim São Paulo (Metrô de São Paulo) e, no mesmo ano, passou a presidir a Fundação Gilberto Salvador, em São Paulo.

O crítico de arte Jacob Klintowitz publicou dois livros sobre o trabalho do artista: História Natural do Homem Segundo Gilberto Salvador (1985), e Gilberto Salvador — o Reino Interior, de 2001.

Gessy Geyer. Pintora, escultora e ceramista. Porto Alegre, RS, 1935. Durante sua formação passou pelo Instituto de Belas Artes de Porto Alegre e Rio de Janeiro. Teve como mestres Francisco Bellanca e Ado Malagoli. Foi professora de criatividade artística e infantil de 1969 a 1975. Lançou em 1994, com Ângela Geyer de Menezes, a Lavoro D’arte Galleria, onde expõe e organiza exposições. Dirige e mantém, desde 1969, A Capella, Escola de Preparação do Artista Plástico do Básico ao Mercado de Artes, sob  o lema “Divulgar arte é cultura”, em Porto Alegre, lugar onde reside. Expõe desde 1968, tendo participado de salões e leilões. A maioria de suas individuais aconteceram na Galeria A Capella. Em 1995 fez individual no Lindóia Tênis Clube, Porto Alegre.

Georgina de Moura Andrade Albuquerque (Taubaté/SP, 1885 – Rio de Janeiro/RJ, 1962)

Foi uma das principais mulheres brasileiras a conseguir firmar-se como artista no começo do século XX. Pintora e professora, aos 15 anos, inicia sua formação na cidade de Taubaté (1900) com o pintor italiano Rosalbino Santoro que morava em sua casa. Muda-se para o Rio de Janeiro, em 1904, matricula-se na Escola Nacional de Belas Artes- Enba -, do Rio de Janeiro – RJ, onde é aluna de Henrique Bernardelli (1858-1936). Em 1906, casa-se com o pintor Lucílio de Albuquerque (1877-1939) que acabara de receber o prêmio de viagem ao exterior, e viaja para a França, onde completa sua formação na École Nationale Supérieure des Beaux-Arts (Escola Nacional Superior de Belas Artes) tendo como professores Paul Gervaix, Guetin, Miller e Decheneau. No mesmo período estuda na Académie Julian, onde é aluna de Henri Royer Em 1927, leciona desenho na Enba, ocupando mais tarde o cargo de diretora. Em 1935, assume a chefia do curso de arte decorativa da Universidade do Distrito Federal. Em suas pinturas, a artista tem como parâmetro o impressionismo e suas derivações. Elas apresentam uma paleta de cores luminosas, empregada com sensibilidade. Os temas mais constantes de Albuquerque são o nu, o retrato e a paisagem. Em Raio de Sol (s.d.) ou Dia de Verão (ca. 1920), com amplas pinceladas, ela explora as incidências luminosas e a vibração cromática. A partir de 1920, passa a trabalhar com uma paleta mais sóbria e a realizar pinturas com temas da vida popular, como Duas Roceiras (s.d.) ou No Cafezal (ca.1930), entre outras. Em 1943, Georgina de Albuquerque funda, no Rio de Janeiro, o Museu Lucílio de Albuquerque, onde, anos depois, institui um curso pioneiro de desenho e pintura para crianças.

 

Fonte: Itaú Cultural.

Gelson Radaelli (Nova Bréscia/RS, 1960 – Porto Alegre/RS, 2020)

Pintor e desenhista. Estudou pintura com Baril, Karen Lambrecht, Bavarelli e outros, em cursos livres. Desde 1981 participa de exposições, sempre fiel ao figurativo em preto e branco a partir de manchas e gestos rápidos. Em 1990 realizou individual na galeria João Fahrion, MARGS, Porto Alegre. Trabalha com ilustrações para edições culturais, e foi editor do jornal de artes plásticas Prá Ver. Participou em duas ocasiões, 1993 e 1996, de Destaques no Sul, Edel Trade Center, Porto Alegre, e Projeto Macunaima, IBAC/Funarte, Rio de Janeiro. Figurou em Uma Visão Plástica, Instituto de Artes, mostra comemorativa dos cinquenta anos de Filosofia e Ciências Humanas na UFRGS. É selecionado, premiado e expoe em 1995 no I Prêmio Espaço Cultural Yázigi Sonilton Alves, 1996, em Porto Alegre.

Fulvio Pennacchi (Villa Collemandina – Garfagnana Toscana, Itália 1905 – São Paulo SP 1992). Pintor, ceramista, desenhista, ilustrador, gravador, professor. Em 1924, muda-se para Lucca e inicia sua formação artística freqüentando o Regio Istituto di Belle Arti (atual Istituto Superiore Artistico A. Passaglia), onde tem aulas com o pintor Pio Semeghini (1878 – 1964). Muda-se para São Paulo em 1929 e dedica-se à diferentes atividades até 1933, quando passa a auxiliar Galileo Emendabili (1898 – 1974) na execução de monumentos funerários. Em 1935, conhece Francisco Rebolo (1902 – 1980), passa a freqüentar seu ateliê e convive com os artistas do Grupo Santa Helena. No ano seguinte, indicado por Emendabili, trabalha como professor de desenho geométrico e artes no Colégio Dante Alighieri. Nessa mesma época integra a Família Artística Paulista – FAP e inicia a produção de painéis em afresco e óleo para residências, igrejas hotéis e outras edificações, destacando-se os afrescos de grandes dimensões para a Igreja Nossa Senhora da Paz, no bairro do Glicério, executados entre os anos de 1941 e 1948. A partir de 1952, pesquisa técnicas de policromia em cerâmica. Em 1965, inicia um período de recolhimento e mantém-se afastado das exposições e do circuito artístico. Em 1973, reabre seu ateliê e recebe diversas homenagens no Brasil e na Itália. Nesse mesmo ano conhece a ceramista Eunice Pessoa e com ela desenvolve um um grande número de peças, expostas em 1975. Sem nunca ter abandonado as atividades artísticas, volta a figurar em diversas mostras e continua a produzir painéis em afresco. Em 1980, Pietro Maria Bardi (1900 – 1999) publica um livro sobre sua obra. Nove anos depois, é lançado, pela editora Gema Design, o livro Ofício Pennacchi, organizado por Valério Antonio Pennacchi, responsável também pela publicação, em 2002, do livro Fulvio Pennacchi: Pintura Mural, editado pela Metalivros.

Frank Schaeffer (1917 – 2008) Conceituado pintor brasileiro, que também foi engenheiro, desenhista e professor. Mineiro de Belo Horizonte, nasceu em 1917, estudou pintura com o artista húngaro Arprad Szene.

“Frank Schaeffer é pintor de cunho expressionista, praticando uma arte de natureza figurativa que, a despeito das variações obviamente determinadas pela passagem dos anos, em essência tem permanecido sempre fiel a si mesma.” (LEITE, José Roberto Teixeira (org.), 1988:464).

Foi convidado pelo Ministério das Relações Exteriores da Noruega para realizar diversas exposições naquele país e pronunciar palestras sobre as artes do Brasil. Foi professor, ilustrou capas de livros de escritores famosos, criou painéis para instituições e foi agraciado com vários prêmios. Viajou por toda a Europa e diversos países americanos. Em 1971, escreveu Quirino Campofiorito: – “Frank Shaeffer ocupa um lugar todo especial na arte brasileira, sem se filiar a correntes ou tendências, sem pertencer a grupos, ele é respeitado por todos, por sua integridade, competência e suas atividades de verdadeiro profissional. Sua obra Ressaca, de 1959, pertence ao acervo do Museu Nacional de Belas-Artes, no Rio. Nos anos seguintes se aperfeiçoou em pintura e explorou a gravura respectivamente com Arpad Szenes e Hans Steiner. Voltando à Europa entre 1948 e 1949, realizou estudos com Fernand Léger, André Lhote, Robert Cami e Ducos de la Haille. Depois, desenvolveu ativa carreira no país e no exterior. Ilustrou os livros Guerra e Paz, de Leon Tolstoi, Contos Russos e São Jorge de Ilhéus, de Jorge Amado, e Antologia Poética, de Augusto Frederico Schmidt. Realizou exposições Individuais e participou de coletivas em Salões desde 1941 no Brasil, França, Inglaterra, Noruega, estados Unidos, Áustria, Peru e Argentina.

Participou das Bienais de São Paulo, Barcelona e México.

Participou dos Salões de Belas Artes e de Arte Moderna no Rio e outros Estados.

Possui extensa obra em pintura, de cunho expressionista, transitando da abstração à figuração, e presente em diversos acervos nacionais e estrangeiros, com destaque para as paisagens e retratos.

Francisco Rebolo Gonsales (São Paulo/SP, 1902 – 1980)

Pintor e gravador. Iniciou seus estudos em artes na Escola Profissional Masculina do Brás, onde tem aula de desenho com o professor Barquita, entre 1915 e 1917. Aos 14 anos, trabalha como aprendiz de decorador de paredes. Paralelamente à sua atividade como decorador, atua como jogador de futebol, passando pela Associação Atlética São Bento, de 1917 a 1922, pelo Sport Club Corinthians Paulista, de 1922 a 1927, e pelo Clube Atlético Ypiranga, de 1927 a 1934. Em 1926, monta ateliê de decoração na Rua São Bento. A partir 1933, transfere seu ateliê para uma sala no Palacete Santa Helena, quando inicia-se na pintura. A partir de 1935, partilha seu ateliê com Mario Zanini (1907 – 1971). Posteriormente, outras salas do Palacete são transformadas em ateliês e ocupadas por vários pintores, entre eles Fulvio Pennacchi (1905 – 1992), Bonadei (1906 – 1974), Humberto Rosa (1908 – 1948), Clóvis Graciano (1907 – 1988), Alfredo Volpi (1896 – 1988), Rizzotti (1909 – 1972) e Manoel Martins (1911 – 1979). Mais tarde, este grupo de artistas passa a ser denominado Grupo Santa Helena. Rebolo desenvolve uma obra pautada na figuração, mas, a partir da década de 1950, esboça algumas experiências no abstracionismo e posteriormente no construtivismo. Em 1937, participa da formação do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo e integra a Família Artística Paulista – FAP. Em 1945, trabalha com outros artistas para a criação do Clube dos Artistas e Amigos da Arte (Clubinho), do qual é diretor por várias vezes. Com prêmio de viagem ao exterior, obtido no 3º Salão Nacional de Arte Moderna, embarca para a Europa em 1955. Em 1956, faz curso de restauração no Vaticano, participando da recuperação de uma obra de Raphael (1483 – 1520). A partir de 1959, incentivado por Marcelo Grassmann (1925), inicia uma série de experiências como gravador.

Mais conhecido como pintor de paisagens, Rebolo também se dedica à pintura de naturezas-mortas, de retratos e autorretratos, de cenas urbanas e suburbanas. Sua produção pictórica se desenvolve sem saltos e permanece unitária em vários aspectos, por exemplo, no uso da paleta rebaixada rica em matizes. Nesse sentido, Milliet o define em 1941 como “mestre do meio-tom”. No decorrer dos anos 1940, as manchas de cor mais ou menos difusas que servem a representação de seus temas no início de sua carreira cedem lugar a massas coloridas e bem definidas, e os quadros passam a se estruturar mais fortemente como campos distintos de cor. Desde o início, chamam a atenção a empatia e o olhar lírico e sem dramas de Rebolo ao focalizar as paisagens dos arrabaldes e as cenas urbanas.

Fonte: Itaú Cultural.

Flávio Resende de Carvalho (Amparo da Barra Mansa, Rio de Janeiro, 1899 – Valinhos, São Paulo, 1973). Pintor, desenhista, arquiteto, cenógrafo, decorador, escritor, teatrólogo, engenheiro. Destaca-se pela atuação no teatro e pelas performances que abrem caminho para novos procedimentos artísticos desenvolvidos no Brasil a partir das décadas de 1960 e 1970.

Muda-se com a família para São Paulo em 1900. Em 1911, estuda em Paris e, três anos depois, em Newcastle (Inglaterra). Em 1918, inicia o curso de engenharia civil no Armstrong College da Universidade de Durham e ingressa no curso noturno de artes da King Edward the Seventh School of Fine Arts. Conclui o curso de engenharia em 1922 e volta a residir em São Paulo, logo após a realização da Semana de Arte Moderna. 

Desenvolve atividades em várias áreas artísticas, frequentemente de forma inovadora e provocativa. Embora participe de diversos concursos públicos, como o de 1927, para construção do Palácio do Governo do Estado de São Paulo, não vence em nenhum deles. De qualquer modo, seus projetos são considerados pioneiros da arquitetura moderna no país. 

Apenas dois de seus projetos são realizados: o conjunto de casas da alameda Lorena (1936/1938) e a fazenda Capuava (1939), ambos precursores da arquitetura moderna no Brasil. A casa da fazenda é a que melhor sintetiza suas ideias. Nela, a decoração é tão importante quanto a arquitetura. Sua frente é um trapézio alto; o interior, um grande salão sem divisórias, com cortinas de panos coloridos que dançam com o vento. Os banheiros e a cozinha são revestidos com chapas de alumínio, material extremamente moderno. Há ainda uma lareira com cúpula de alumínio que solta fumaça colorida.

Em 1930, participa do Congresso Pan-Americano de Arquitetos com a conferência A cidade do homem nu, na qual ressalta a ideia do homem despido dos preconceitos da civilização burguesa. A tese tem ampla conexão com o movimento antropofágico. 

Em 1931, realiza o polêmico evento Experiência n. 2, em que caminha com boné na cabeça, de forma desafiadora, em sentido contrário ao de uma procissão de Corpus Christi. O artista quase é linchado e tem que ser protegido por policiais. Sua intenção é testar os limites de tolerância e a agressividade de uma multidão religiosa. Escreve um ensaio sobre o assunto, publicado no livro Experiência n. 2: uma possível teoria e uma experiência.  

Em 1932, abre um ateliê, onde funda o Clube dos Artistas Modernos (CAM), com Antonio Gomide (1895-1967), Di Cavalcanti (1897-1976) e Carlos Prado (1908-1992). No espaço estimula a vida cultural da cidade de São Paulo e o debate entre representantes de diferentes áreas culturais, agregando artistas, compositores, escritores e psiquiatras.

Em 1933, funda o Teatro da Experiência, que encena O bailado do deus morto, espetáculo experimental de teatro e dança, para o qual cria texto, cenário, figurino e faz a iluminação. Os atores, em sua maioria negros, usam máscaras de alumínio e realizam movimentos dinâmicos e ritualistas. A performance inova a cena teatral brasileira e se filia às manifestações dadaístas e surrealistas. Depois de poucas apresentações, o teatro é fechado pela polícia, encerrando as atividades do CAM.

Em 1934, realiza a primeira exposição individual, também fechada pela polícia, com cinco obras apreendidas sob a alegação de atentado ao pudor e de imoralidade. O artista, entretanto, conquista na Justiça o direito de reabertura da mostra. 

Ainda na década de 1930, produz algumas de suas mais importantes telas, como Retrato de Oswald de Andrade e Julieta Bárbara (1939) e Retrato de Mário de Andrade (1939). Essas obras trazem um gestualismo que se intensifica nas composições do artista nas décadas seguintes. O ritmo das pinturas é dado pelas pinceladas densas, exacerbadas, e pela utilização de forte cromatismo, com ênfase no rosto para valorizar a carga expressiva e explorar a personalidade do retratado. O artista afirma que “no retrato há um mundo a se descobrir e a se aperfeiçoar; não só no que se refere à dialética pura da pintura como [também] no que toca à importância humana do personagem”1

Em 1947, realiza a Série Trágica, desenhos em que retrata, com traços rápidos, a morte de sua mãe. De forma geral, os traços são agressivos em seus desenhos, criando uma pulsação gráfica.  

Após publicar, em 1956, uma série de artigos sobre moda na coluna “Casa, Homem, Paisagem” – que mantém no Diário de São Paulo e onde escreve sobretudo a respeito de arquitetura e urbanismo –, apresenta-se, e causa escândalo, em passeata pelo centro da cidade de São Paulo com o New Look. Trata-se de um traje tropical masculino desenvolvido por ele, composto de chapéu de abas largas, blusa de mangas curtas e folgadas e saia, todas peças confeccionadas com tecidos leves, acompanhado de meia arrastão e sandálias. Para o artista, o desfile com o traje é mais uma experiência com a finalidade de questionar as convenções sociais.

Nas décadas de 1950 e 1960, pinta nus femininos, dedica-se ao desenho, à aquarela e à gravura. Sua pintura é classificada geralmente como expressionista, embora com aspectos surrealistas. O artista utiliza ainda materiais novos em seus últimos trabalhos, como tinta fosforescente para luz negra. 

 

 

Fernando Corona (Santander, 26 de novembro de 1895Porto Alegre, 1979) foi um escultor, arquiteto, ornatista, ensaísta, crítico e professor de arte de origem espanhola, radicado em Porto Alegre, RS.Era filho de Jesús Maria Corona, escultor e arquiteto espanhol. Diplomou-se na Escola de Belas Artes de Vitória, ainda na Espanha, mas chegando em Porto Alegre em 4 de março de 1912, e considerando sua preparação insuficente, ingressou como aprendiz na oficina de decoração predial de João Vicente Friedrichs, participando da ornamentação externa de alguns prédios hoje históricos da capital gaúcha, como o edifício do antigo Correios e Telégrafos, e trabalhando na decoração interna da ala residencial do Palácio Piratini.Mais tarde desenvolveu uma carreira individual como arquiteto, desenhando o exterior do prédio do antigo Banco Nacional do Comércio (este uma adaptação de projeto anterior, de Theo Wiederspahn, no local funciona hoje o Santander Cultural) e sendo o autor dos projetos arquitetônicos para o Instituto de Educação General Flores da Cunha e para a Galeria Chaves, dentre outros. Foi um dos precursores da arquitetura moderna na cidade, sendo autor ou co-autor de prédios relevantes como o Edifício Guaspari e o Edifício Jaguaribe. É também de Corona o projeto do imponente Edificio Colonial, prédio residencial tradicional construído por Tasso Corrêa na Rua 24 de Outubro 820, em frente ao hoje McDonalds.Em 1938, com a tese Fídias – Miguel Ângelo – Rodin, venceu concurso para a cátedra de Escultura e Modelagem do Instituto de Belas Artes de Porto Alegre, onde lecionou por mais de 30 anos, influenciando gerações de outros artistas locais e granjeando estima e respeito de colegas e alunos.Exerceu significativa atividade como escultor, sendo autor da imagem de Nossa Senhora do Líbano na fachada da igreja de mesmo nome, da máscara de Beethoven no Parque Farroupilha, do grupo escultórico do frontispício do Santander Cultural, e do desenho da Fonte Talavera defronte ao paço municipal. Também tem peças em coleções particulares e no MARGS. Recebeu medalha de ouro no IV Salão Gaúcho de Belas Artes e realizou duas exposições individuais na cidade na década de 1950.No campo do ensaio deixou obra fundamental para a historiografia da crítica de arte no estado, colaborando assiduamente na página de arte do Correio do Povo e da Revista do Globo e escrevendo o livro Caminhada das Artes, com crônicas, ensaios e impressões pessoais a respeito do ambiente artístico gaúcho e brasileiro de sua época e suas personalidades mais marcantes. Também deixou importantes registros sobre os inícios da escultura e do ensino da arquitetura no Rio Grande do Sul através de seus artigos para a Enciclopédia Rio-Grandense, embora algumas de suas declarações ali tenham sido contestadas por pesquisas recentes.1

    Fayga Perla Ostrower foi uma artista plástica brasileira nascida na Polônia. Ela nasceu no dia 14 de setembro de 1920 em Lódz e morreu em 13 de setembro de 2001 no Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. Atuou como gravadora, pintora, desenhista, ilustradora, teórica da arte e professora.

   De família judia, Fayga viveu na Alemanha, mudou-se para a Bélgica e emigrou para o Brasil em 1934. Casou-se, em 1941, com o historiador Heinz Ostrower, com quem teve dois filhos, Carl Robert e Anna Leonor (Noni).

   Cursou artes gráficas na Fundação Getúlio Vargas, em 1947, estudando xilogravura com o austríaco Axl Leskoscheck e gravura em metal com Carlos Oswald, entre outros. Em 1955, viajou por um ano para Nova York com uma bolsa de estudos da Fundação Fullbright.

    A obra de Paul Cezanne lhe exerceu grande fascínio e contribuiu para que adotasse o estilo abstrato, causando reação de críticos e colegas. Realizou diversas exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior. Seus trabalhos se encontram nos principais museus brasileiros, da Europa e das Américas.

    Recebeu numerosos prêmios, entre os quais o Grande Prêmio Nacional de Gravura da Bienal de São Paulo (1957) e o Grande Prêmio Internacional da Bienal de Veneza (1958). Nos anos seguintes, os grandes prêmios nas bienais de Florença, Buenos Aires, México e Venezuela, entre outros.

   Entre 1954 e 1970, desenvolveu atividades docentes na disciplina de composição e análise crítica no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. No decorrer da década de 1960, lecionou no Spellman College, em Atlanta, Estados Unidos, na Slade School da Universidade de Londres, Inglaterra, e, posteriormente, como professora de pós-graduação em várias universidades brasileiras. Durante aqueles anos, desenvolveu também cursos para operários e centros comunitários, visando à divulgação da arte. Proferiu palestras em inúmeras universidades e instituições culturais no Brasil e no exterior.

    Fang Chen Kong Fang nasceu em 1931 em Tung Cheng, na China, e morreu em 2012, no Brasil. Veio para o Brasil com a família em 1951. Pintor, desenhista, gravador e professor, Fang Chen Kong Fang estudou sumiê e aquarela na China em 1945. Entre 1954 e 1956, após estudar pintura com Yoshiya Takaoka em São Paulo, iniciou a procura do seu próprio caminho artístico.

    No desenho, por bastante tempo, ele se deliciou com o assunto dos cavalos em movimento, que aprendeu com seu mestre, dentro dos limites do naturalismo. Em seu desenvolvimento, entrou a tentativa do abstracionismo. Pressionado pela moda da pintura abstrata que dominava o país, ele tentou, entre 1965 e 1967, tornar-se abstrato. Foram anos de sofrimento. O abstracionismo não estava em seu sangue.

    A onda da nova figuração libertou-o desses anos de sofrimento. Ele voltou aos seus temas figurativos e prediletos: casarios, plantas, naturezas mortas, paisagens, brinquedos de criança etc. e desenvolveu o expressionismo oriental. Em 1972, lecionou na Faculdade de Belas Artes de São Paulo.

 

João Fahrion (Porto Alegre, 4 de outubro de 1891 — Porto Alegre, 11 de agosto de 1970) foi um pintor, ilustrador, desenhista, gravador e professor brasileiro.

Levou uma vida discreta, inteiramente dedicada à sua carreira, mas em certos períodos apreciou a boemia. Passou muitos anos atribulado por crises periódicas de depressão, que em seus anos finais o deixou incapacitado. Recebeu uma sólida formação acadêmica, estudando em Amsterdam, Berlim e Munique, com bolsa concedida pelo governo do Rio Grande do Sul, mas entrou em contato com as vanguardas modernistas e delas recebeu influência. Nos anos 1930-1940 foi prolífico capista e ilustrador da Revista do Globo e de livros infantis publicados pela Editora Globo, criando imagens alinhadas à estética modernista que circularam por todo o Brasil e que o creditaram como um dos grandes ilustradores de sua geração. Deu aulas no Instituto de Belas Artes de Porto Alegre de 1937 a 1966, sendo considerado um excelente professor e formando gerações de alunos.

Na pintura deixou obra extensa, centrada nos retratos, nos auto-retratos e nas cenas de bastidores do teatro e do circo. Os retratos, embora de grande qualidade, são tipicamente conservadores, produzidos para a elite gaúcha, e lhe trouxeram uma apreciável fama dentro deste círculo. Já os auto-retratos e as cenas, em que surge nítida a influência da Nova Objetividade e do Expressionismo alemães, são os grupos, junto com suas ilustrações, em que deixou sua contribuição mais original e renovadora para a arte de seu estado natal. Hoje seu nome parece definitivamente consagrado no Rio Grande do Sul, é considerado por outros críticos brasileiros como um mestre, e é um consenso que sua obra precisa ser mais conhecida e divulgada, principalmente no restante do Brasil. Tem obras em inúmeras coleções privadas e públicas.

 

Bianco, Esther (1934)   Esther Lurdes Benetti Bianco (Porto Alegre RS 1934). Pintora e gravadora. Gradua-se em artes plásticas pelo Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em 1961. Faz, entre 1977 e 1980, cursos de aperfeiçoamento em gravura em metal e litogravura no Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre, estudando com os artistas Carlos Martins, Luiz Paulo Baravelli (1942), Branca Oliveira (1956), Michel Chapman (1948) e Iole Di Natale (1941). No ano 2000, participa da exposição Brasil 500 Anos – Navegadores de Imagens, realizada na Usina do Gasômetro em Porto Alegre, que posteriormente é editada em livro, com fotos de Luiza Fontoura (1931), Nelson Jungbluth (1921), Esther Bianco e Astrid Linsenmayer (1936), entre outros. Participa, em 2001, de workshop em comemoração aos 25 anos da Federação das Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul, FAMURS, realizando pinturas com a interação do público, no Espaço Cultural da FAMURS.

Ernane Cortat é um conhecido artista naif contemporâneo, que consta entre os maiores nomes do gênero no cenário nacional e internacional. Nascido na vila de Santa Clara, distrito de Porciúncula, estado do Rio de Janeiro. Filho de Geraldo Vieira Cortat e Neréa Ramos Cortat. É formado em Psicologia Clínica. Mora na cidade do Rio de Janeiro – Brasil. Começou a pintar profissionalmente em 1976. Criado em uma família de pintores, seu irmão, Sylvio Cortat, foi uma das pessoas que mais o influenciou, quem o incentivou a começar a se dedicar mais à pintura, que só aconteceu quando se mudou para os EUA. Sylvio também desenvolveu obras de arte Naif, indo em direção a tendências diferentes. Ernane Cortat já fez 53 exposições individuais e mais de 200 exposições coletivas em cidades como Rio de Janeiro, Brasília, Bogotá, Santiago do Chile, New York, Washington, Miami, Paris, Londres, Nápolis , Tel Aviv, Caracas , São Paulo entre outras.

 

Eduardo Vieira da Cunha (Porto Alegre RS 1956)

Reconhecido fotógrafo, pintor e desenhista gaúcho. Iniciou sua trajetória artística cursando desenho e linguagem de visão com Pamela Barr, em 1978. Entre 1978 e 1987 atuou como repórter fotográfico do jornal O Globo, na sucursal de Porto Alegre/RS e nesta função percorreu o litoral gaúcho, registrando-o em fotografias. Durante esse período, o artista formou-se Artes Visuais pelo Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, em 1983. Na década de 1990, realizou o mestrado nos Estados Unidos (Master of Fine Arts, no Brooklyn College da City University of New York), onde participou de exposições promovidas pela universidade e, em 1989, recebeu o prêmio ‘Shaw 89’ de apoio à arte, conferido pelos professores de arte da instituição.

Ao regressar ao Brasil, desenvolveu uma série de pinturas, frutos de pesquisa sobre mitos e metáforas de uma região específica do Rio Grande do Sul. Participou do Salão Jovem Arte Sul América, no MARGS, em 1982; do Prêmio Pirelli de Pintura Jovem, no MASP, em 1983; das mostras Arte Sul 89 e Arte Gaúcha Contemporânea, no MARGS, em 1989 e na Casa de Cultura Mário Quintana, em 1991.

No ano seguinte, foi nomeado professor titular de fotografia no Instituto de Artes da UFRGS, função que já desempenhava como auxiliar desde 1985. Em 2001 realizou seu doutorado na Université de Paris-1 Panthéon-Sorbonne. Atualmente, o artista e pesquisador é professor do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais – PPGAV da UFRGS, onde desenvolve produção e pesquisa sobre as relações entre a fotografia e a pintura.

    Durval Pereira nasceu em 1917 em São Paulo, São Paulo, e morreu em 1984. Perdeu o pai aos nove anos e teve de trabalhar para ajudar sua família, fato que não o afastava dos desenhos. Aprendeu a retocar fotografias com o senhor José Piciochi e, mais tarde, foi trabalhar como retocador por conta própria e como cinegrafista do governo, sem, no entanto, abandonar a pintura.

    Em 1944, Durval recebeu seu primeiro prêmio, uma Menção Honrosa no Salão Paulista de Belas Artes. Então, foi viver da pintura. Em 1946, estudou artes plásticas na Associação Paulista de Belas Artes.

    Recebeu inúmeros prêmios e participou de muitas exposições coletivas, dentro e fora do Brasil. Em 1983, nos Estados Unidos, recebeu troféu. É considerado pelos norte-americanos como o maior impressionista dos tempos atuais.

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Djanira da Motta e Silva (Avaré SP 1914 – Rio de Janeiro RJ 1979)

Pintora, desenhista, ilustradora, cartazista, cenógrafa e gravadora.

No final da década de 1930, passa a morar no Rio de Janeiro, onde tem suas primeiras instruções de arte em curso noturno de desenho no Liceu de Artes Ofícios e com o pintor Emeric Marcier (1916 – 1990), hóspede da pensão que Djanira instala no bairro de Santa Teresa. Os contatos com os artistas Carlos Scliar (1920 – 2001), Milton Dacosta (1915 – 1988), Arpad Szenes (1897 – 1985), Vieira da Silva (1908 – 1992) e Jean-Pierre Chabloz (1910 – 1984), freqüentadores de sua pensão, proporcionam um ambiente estimulador que a leva a expor no 48º Salão Nacional de Belas Artes, em 1942. No ano seguinte, realiza sua primeira mostra individual, na Associação Brasileira de Imprensa – ABI. Em 1945, viaja para Nova York, onde conhece a obra de Pieter Bruegel (ca.1525 – 1569) e entra em contato com Fernand Léger (1881 – 1955), Joán Miró (1893 – 1983) e Marc Chagall (1887 – 1985). De volta ao Brasil, realiza o mural Candomblé para a residência do escritor Jorge Amado (1912 – 2001), em Salvador, e painel para o Liceu Municipal de Petrópolis, no Rio de Janeiro. Entre 1953 e 1954, viaja a estudo para a União Soviética. De volta ao Rio de Janeiro, torna-se uma das líderes do movimento pelo Salão Preto e Branco, um protesto de artistas contra os altos preços do material para pintura. Realiza em 1963, o painel de azulejos Santa Bárbara, para a capela do túnel Santa Bárbara, Laranjeiras, Rio de Janeiro. No ano de 1966, a editora Cultrix publica um álbum com poemas e serigrafias de sua autoria. Em 1977, o Museu Nacional de Belas Artes – MNBA, realiza uma grande retrospectiva de sua obra.

Dirce Pippi. Pintora e desenhista. Santo Ângelo, RS, 1956. Dedica-se à pintura a partir de 1981. É bacharel em desenho e plástica pela Universidade Federal de Santa Maria desde 1983. Catalogada no Dicionário de artes plásticas no Brasil, realizou, entre 1983 e 1988, diversas exposições coletivas e individuais no Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Desenvolve estudos de teoria do não-objeto. Realiza pintura que segue as normas da escola abstrata. Participa de salões oficiais n Brasil. Expos no MARGS, Porto Alegre e Rembrandt Galeria de Arte, Buenos Aires, Argentina. Em 1994 expos individualmente na Bolsa de Arte de Porto Alegre. Vive e trabalha em Porto Alegre

Christina Balbão nasceu em Porto Alegre, em 1917. Foi professora do Instituto de Belas Artes e ajudou a organizar o Margs, desde a sua criação. Foi então que Ado Malagoli a contratou como assistente técnica quando o Museu funcionava junto ao Theatro São Pedro. Ela também trabalhou com Aldo Locatelli, João Fahrion e Alice Soares.

Foi assistente de Fernando Corona no Instituto de Artes. Junto com ele, lecionou escultura e modelagem. Também deu aulas de desenho por quase 40 anos. Era considerada uma mulher introvertida. Não gostava de falar de sua atividade artística. É apontada como mestra de várias gerações de artistas.

Christina morreu em 2007, aos 90 anos.

Clóvis Graciano (Araras/SP, 1907 – São Paulo/SP, 1988).

Pintor, desenhista, cenógrafo, gravador e ilustrador, ele passou a residir em São Paulo em 1934. Realizou estudos com o pintor Waldemar da Costa (1904 – 1982) entre 1935 e 1937. Em 1937, integrou o Grupo Santa Helena com Francisco Rebolo (1902 – 1980), Mario Zanini (1907 – 1971) e Aldo Bonadei (1906 – 1974) e outros.

Frequentou, como aluno ouvinte, o curso de desenho da Escola Paulista de Belas Artes até 1938. Membro da Família Artística Paulista, em 1939 foi eleito presidente do grupo. Participou regularmente dos Salões do Sindicato dos Artistas Plásticos e, em 1941, realizou sua primeira individual. Em 1948, foi sócio fundador do Museu de Arte Moderna de São Paulo.

Viajou para a Europa em 1949 com o prêmio recebido no Salão Nacional de Belas Artes. Permaneceu dois anos em Paris, onde estudou pintura mural e gravura. A partir dos anos 1950, dedicou-se principalmente à pintura mural. Fez ilustrações de obras literárias, como o livro Cancioneiro da Bahia, de Dorival Caymmi (1914), publicado pela Editora Martins em 1947, e o romance Terras do Sem Fim, de Jorge Amado (1912 – 2001), pela Editora Record em 1987.

Em 1971, assumiu o cargo de diretor da Pinacoteca do Estado de São Paulo. De 1976 a 1978, exerceu a função de adido cultural do Brasil em Paris. Ao longo de sua carreira, foi fiel ao figurativismo, com o predomínio de temas sociais.

Clara Pechansky (Pelotas, 1936)

Desenhista, gravadora, pintora e um nome fundamental para a história da arte no país.  Seus desenhos e gravuras já percorreram os cinco continentes e ilustram livros, revistas, jornais, convites, cartazes e outras peças gráficas. Sua opção pela figura humana e por temas de impacto social estão na raiz de toda a sua obra.

Nascida em Pelotas – RS, em 1936, graduou-se Bacharel em Pintura pela Escola de Belas Artes de Pelotas (UFPEL) aos 19 anos (1956). Transferiu-se para Porto Alegre em 1957. Cursou Licenciatura em Desenho e História da Arte na Faculdade de Educação da UFRGS (1972). Estudou com importantes mestres, como Aldo Locatelli, Xico Stockinger, Glenio Bianchetti, Glauco Rodrigues, Danúbio Gonçalves e Anico Herskovits. Realizou mais de 60 exposições individuais no Brasil, Alemanha, Argentina, Bélgica, Colômbia, Espanha, Estados Unidos e Holanda, mostrando pintura, desenho e gravura em galerias e museus. Representou o Brasil em mais de 100 coletivas de Desenho e Arte Gráfica em 20 países, tendo conquistado 3 prêmios internacionais. Suas obras integram coleções particulares e públicas.

www.margs.rs.gov.br

  • Francisco Rodrigues de Souza. Pintor. São Paulo, SP – 04/04/1964;
    Trabalhou como Artista na empresa Arte
  • Estudou na instituição de ensino Artes
  • Mora em São Paulo

Alberto da Veiga Guignard (Nova Friburgo/RJ, 1896 – Belo Horizonte/MG, 1962)

Pintor, professor, desenhista, ilustrador e gravador. Dedica-se a vários gêneros da pintura, como retrato, autorretrato, paisagem, natureza-morta, flor, pinturas de gênero e temática religiosa, muitas vezes tratando de dois ou mais gêneros na mesma tela, quase sempre de caráter fantástico, que trazem uma paisagem ao fundo.

Muda-se com a família para a Europa em 1907 e inicia os estudos artísticos na Königliche Akademie der Bildenden Künste [Real Academia de Belas Artes] de Munique, entre 1917 e 1918 e de 1921 a 1923, onde tem aulas de pintura e desenho com o pintor alemão Hermann Groeber (1865-1935), e com o artista gráfico e ilustrador Adolf Hengeler (1863-1927), que influenciam em sua carreira. Dedica-se ainda ao aprendizado da arte flamenga na Pinacoteca de Munique. Em 1924 prossegue com os estudos em Florença, momento em que se liberta da rigidez acadêmica, marcando sua passagem para o modernismo.

Retorna ao Rio de Janeiro em 1929 e integra-se ao cenário cultural por meio do contato com o pintor Ismael Nery (1900-1934). Na época, Guignard pinta a cidade em cores claras e pinceladas miúdas. No ano seguinte, instala seu ateliê no Jardim Botânico, que retrata em várias obras, como em Bambus (1937), com a qual recebe o segundo prêmio no Salão Oficial de Buenos Aires.

Participa do Salão Revolucionário de 1931 com 27 obras, e destaca-se como uma das revelações da mostra. Em sua atividade docente, de 1931 a 1943, dedica-se ao ensino de desenho, pintura e gravura na Fundação Osório, no Rio de Janeiro, e, em 1935, no Instituto de Artes do Distrito Federal.

A pintura de Guignard tem um caráter decorativo acentuado, presente nos retratos, nos arranjos florais, nas estampas das roupas e em toda ornamentação em torno dos modelos femininos, como na obra Os Noivos (1937), repleta de arabescos e outros motivos. Pinta também tetos, painéis, móveis e objetos.

Há ainda traços da nova objetividade – movimento alemão que transpõe os limites do real, buscando impregná-lo de poesia –, aproximando-a, pelo tema tratado, da produção do pintor francês Henri Rousseau (1844-1910), especialmente na fase denominada lirismo nacionalista, representada por obras como Família do Fuzileiro Naval (ca. 1937), Família na Praça (1940) e Casamento na Roça (1960).

Os retratos, considerados por alguns críticos a vertente mais fértil de sua obra, constituem a maior parte de sua produção e trazem pessoas de sua família, amigos ou filhos de amigos, intelectuais, artistas e autorretratos. Estão presentes também representações de Cristo e seu martírio, e de outras figuras religiosas. Nessa produção destaca-se ainda As Gêmeas (1940), com a qual recebe o prêmio de viagem ao país, na divisão moderna do Salão Nacional de Belas Artes. A tela retrata as irmãs Léa e Maura sentadas num sofá, com a paisagem de Laranjeiras, bairro do Rio de Janeiro, ao fundo.

Entre 1940 e 1942, vive num hotel em Itatiaia, onde pinta a paisagem local, como na obra Serra de Itatiaia (1940), e dedica-se à decoração de peças e cômodos do hotel. Em 1941, integra a Comissão Organizadora da Divisão de Arte Moderna do Salão Nacional de Belas Artes, com o arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012) e o contista Aníbal Machado (1894-1964). Em 1943, funda com outros artistas, no Diretório Acadêmico da Escola Nacional de Belas Artes (Enba), o Grupo Guignard, no qual orienta artistas como Iberê Camargo (1914-1994) e Waldemar Cordeiro (1925-1973). A única exposição do grupo é fechada por alunos conservadores e reinaugurada na Associação Brasileira de Imprensa (ABI).

A convite do então prefeito de Belo Horizonte, Juscelino Kubitschek (1902-1976), transfere-se para a cidade no ano de 1944 e leciona num curso livre de desenho e pintura na Escola de Belas Artes, também conhecida por Escola do Parque. Frequentam a escola artistas como Mary Vieira (1927-2001), Amilcar de Castro (1920-2002), Farnese de Andrade (1926-1996) e Lygia Clark (1920-1988). Permanece à frente da escola até 1962, quando, em sua homenagem, esta passa a se chamar Escola Guignard.

Na década de 1960, pinta ainda paisagens imaginantes, como Noite de São João (1961), em que sua palheta volta-se para um cinza esbranquiçado e tudo parece estar em suspensão, sem solo ou pontos de apoio firmes. Não há caminhos, acidentes geográficos, nem distâncias, há apenas um mundo nublado e tristonho. Alberto da Veiga Guignard consolida-se como um dos mais renomados pintores do modernismo brasileiro do século XX e torna-se influência para outros artistas no país. Reinventa-se em sua produção artística, retratando tanto a paisagem quanto a sociedade brasileira e seu imaginário religioso.

 

Fonte: Itaú Cultural.

Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo (Rio de Janeiro/RJ, 1897 – 1976)

Foi pintor, ilustrador, caricaturista, gravador, muralista, desenhista, jornalista, escritor e cenógrafo. Iniciou sua carreira artística como caricaturista e ilustrador, publicando sua primeira caricatura em 1914 na revista Fon-Fon. A importância e reconhecimento de seu trabalho nas artes plásticas, o alçou à condição de um dos maiores pintores modernistas do país.  Em 1917, residiu em São Paulo, onde frequentou o curso de Direito no Largo São Francisco e o ateliê de Georg Elpons (1865 – 1939). Conviveu com artistas e intelectuais paulistas como Oswald de Andrade (1890 – 1954) e Mário de Andrade (1893 – 1945), Guilherme de Almeida (1890 – 1969), entre outros. Em 1921, ilustrou A Balada do Enforcado, de Oscar Wilde (1854 – 1900), e publicou o álbum Fantoches da Meia-Noite, editado por Monteiro Lobato (1882 – 1948). Foi o idealizador e o principal organizador da Semana de Arte Moderna de 1922, na qual expôs 12 obras. Em 1923, fez sua primeira viagem à França, onde atuou como correspondente do jornal Correio da Manhã. Em Paris, frequenta a Academia Ranson, instalou ateliê e conheceu obras, artistas e escritores europeus de vanguarda como Pablo Picasso (1881 – 1973), Georges Braque (1882 – 1963), Fernand Léger (1881 – 1955), Henri Matisse (1869 – 1954), Jean Cocteau (1889 – 1963)  e Blaise Cendrars (1887 – 1961). Voltou a São Paulo em 1926 e trabalhou como jornalista e ilustrador no jornal Diário da Noite. A estada em Paris marcou um novo direcionamento em sua obra. Conciliando a influência das vanguardas européias com a formulação de uma linguagem própria, adotou uma temática nacionalista e preocupou-se com a questão social. Em 1928, Di Cavalcanti filia-se ao Partido Comunista Brasileiro (PCB) e intensifica seu olhar sobre causas sociais, o que terá reflexo em toda a sua produção; suas preocupações com as questões nacionais e sociais levaram o artista a se tornar um defensor ardoroso da arte figurativa, em posicionamento declarado contra o abstracionismo. Evitando se perder nas teorias cubistas, puristas, futuristas que por ele passaram, a fidelidade à realidade pode ser apontada como “o caráter mais permanente de sua arte”, como salientou Mário de Andrade.  Em 1931, participou do Salão Revolucionário e, no ano seguinte, fundou, em São Paulo, com Flávio de Carvalho (1899 – 1973), Antonio Gomide (1895 – 1967) e Carlos Prado (1908 – 1992), o Clube dos Artistas Modernos. Em 1933, publicou o álbum A Realidade Brasileira, uma sátira ao militarismo da época. Em 1938 viajou a Paris, onde trabalhou na rádio Diffusion Française, nas emissões Paris Mondial. Retornou ao Brasil em 1940, trabalhou como ilustrador e publicou poemas e memórias de viagem. Em 1972, seu álbum 7 Xilogravuras de Emiliano Di Cavalcanti foi editado pela Editora Chile. Emiliano Di Cavalcanti permanecerá para sempre como um dos maiores pintores brasileiros, e o que melhor captou um determinado lado do país: o amoroso, o sensual. O largo predomínio da figura humana em sua arte é também uma manifestação de seu humanismo essencial – o mesmo humanismo que o levou a ser um indivíduo de esquerda, embora não exatamente um ativista partidário. Como Segall, Ismael Nery e Portinari, Di fez do homem o objeto de sua atenção.

Fonte: Itaú Cultural.

Carmen Medeiros nasceu em São Gabriel (RS) em 1950. Cursou a Faculdade de História da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Em 1982 realizou curso básico no Atelier Livre da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Entre os responsáveis pela sua formação encontram-se os professores Maruso Caruso, Armando Almeida, Jailton Moreira, Danúbio Gonçalves, Alice Brueggemann e Norberto Stori. Desde 1984 participa de coletivas e salões. Realizou individual no L`Atelier D´Arte Maria Helena Rambor, em Porto Alegre, 1989. Neste mesmo ano obteve medalha de bronze no V Salão de Verão, Rio de Janeiro. Em 1995 realiza individual na Bublitz Decaedro, inspirada em figuras da estatuária clássica grega, em Porto Alegre, cidade onde vive e trabalha.

    Carlos Scliar (Santa Maria, Rio Grande do Sul, 1920 – Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2001) foi pintor, desenhista, gravador, ilustrador, cenógrafo, roteirista e designer gráfico. Estudou com Gustav Epstein em Porto Alegre, em 1934. Participou, em 1938, da fundação da Associação Rio-Grandense de Artes Plásticas Francisco Lisboa. Entre 1939 e 1947, residindo em São Paulo, integrou a Família Artística Paulista. Em 1942, publicou seu primeiro álbum de litografias, Fábula.

    Fez ilustrações para livros e cenários de teatro. No Rio de Janeiro, escreveu e dirigiu, em 1944, o documentário Escadas, sobre os pintores Arpad Szenes (1897 – 1985) e Vieira da Silva (1908 – 1992). Convocado pela Força Expedicionária Brasileira, participou da Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945) na Itália entre 1944 e 1945. Morando em Paris de 1947 a 1950, entrou em contato com o gravador mexicano Leopoldo Méndez (1902 – 1968). De volta ao Brasil, fundou, com Vasco Prado (1914 – 1998), o Clube da Gravura de Porto Alegre.

    Em 1956, passou a viver no Rio de Janeiro. Foi diretor do departamento de arte da revista Senhor entre 1958 e 1960. Fundou a editora Ediarte em 1962 com os colecionadores Gilberto Chateaubriand, Michel Loeb e Carlos Nicolaievski e o pintor José Paulo Moreira da Fonseca. Em 1969, foi publicado o Caderno de Guerra de Carlos Scliar com seus desenhos realizados durante a guerra. Na década de 1970, executou painéis para a prefeitura municipal de Porto Alegre. Entre 1992 e 1999, a mostra Ouro Preto, Saudade de Quem Te Ama percorreu várias cidades brasileiras. Em 1999, realizou o álbum de serigrafias 1500/2000 – A Redescoberta do Brasil.

CARLOS EDUARDO da SILVA FERREIRA BRAGA nasceu em 1961 em Porto Alegre. De 1980 a 1984 freqüentou o Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre onde cursou escultura e litografia. Foi bolsista no atelier de Vasco Prado. De 1985 a 1991 trabalhou com o escultor Luiz Gonzaga. Fez várias exposições individuais destacando na Galeria Marisa Soibelmann em 1993. Dos vários salões que participou, foi premiado em alguns, como em 1988 quando ganhou o 1º prêmio no Salão da Câmara Municipal de Porto Alegre. Foi classificado no Espaço-Arte com uma escultura em praça pública no Parque Marinha do Brasil. Criou e realizou o “Troféu Carnaval 92” para a cidade de Porto Alegre.

Escultora e Pintora. Porto Alegre, RS, 1936. Inicia estudos com Vasco Prado em 1964, recebendo orientações posteriores com Stockinger, Porcella, Vilma Villaverde, Tom Hudson, Scliar e Norberto Stori. Também foram seus professores Chitti em Córdoba, Argentina, o escultor Rudolf Hoflehner e o ceramista Guenter Ulrich, na Akademie der Bildende Kunst Stuttgart, Alemanha. Participa de inúmeras mostras desde os anos 60, com diversas técnicas, em coletivas no Brasil e exterior. Coube ao MARGS abrigar sua retrospectiva em 1994, abrangendo 25 anos de trabalho em modelagem e pintura. O escritor Érico Veríssimo a referiu em 1972 como “uma artista de muitos talentos”. Já Luis Fernando Veríssimo, em 1994, diz que “a escultora descobre, a pintora tira do nada. Uma lida com a matéria do mundo, outra transforma seu mundo interior em imagens e texturas, às vezes texturas inéditas”. Em 1995, participa do lançamento do Pátio de Esculturas, em Porto Alegre , cidade onde vive e trabalha. No início da carreira assinava Hermann, e sob esse nome está catalogada no MARGS, em Porto Alegre , possuindo a obra Caracol, cerâmica com óxidos, em seu acervo. Entre suas principais exposições individuais constam: Galeria Alencastro Guimarães, em 1993; Retrospectiva no MARGS, Museu de Arte do Rio Grande do Sul, em 1994: Galeria Marisa Sibelmann, em 1994; Caixa Econômica Federal, Galeria da Matriz Porto Alegre e Gramado, em 1995. Via-Lívia Galeria de Arte , em 1996. Galeria Graffite Uruguaiana, em 1997. British House Porto Alegre, em 1998. Cabeças do Milênio, Hospital Moinhos de Vento Porto Alegre, em 2000.

Armando Romanelli de Cerqueira (Duque de Caxias, RJ, 20/01/1945) Pintor e gravador. Roma para os amigos, é um pintor impressionista de refinada sensibilidade nascido e formado no Estado do Rio de Janeiro. Filho e neto de grandes artistas da pintura, iniciou-se na arte aos 15 anos, cursando o Instituto de Belas Artes. Em 1968 conquista a medalha de ouro no “Salão Duquecaxiense” de pintura, atribuída por Orlando Teruz, Silvia de Leon Chalréo e Quirino Campofiorito. De 1965 a 1968 passa por um período de transição de estilo, do academicismo para o impressionismo. Entre os anos 1968 a 1972, participa de incontáveis Salões de Arte, vencendo e ganhando diversas medalhas de ouro, prata, bronze, Menções Honrosas entre outros prêmios. Na década de 70 no Brasil, Romanelli já fazia inúmeras exposições, mas foi em 1973 sua primeira exposição internacional, começando na Inglaterra em Londres, seguindo após exposições em Lisboa, Porto, Flórida, Atlanta e no Caribe. Lançou em 1987 o seu primeiro livro ROMANELLI e em 2002 o livro Romanelli “As Cores do Tempo”, com uma exposição retrospectiva,na Casa França Brasil Rio de Janeiro.Em 2009, realizou a pintura de um Painel de 20,00 m² na Igreja Santa Rosa de Lima, Rio de Janeiro.
Em perfeito equilíbrio de formas e cores, Romanelli desenvolve suas obras com grande influência dos mestres europeus, projetando emoções, criando uma atmosfera de encantamento, construindo um autêntico universo de sonho, sem porém, perder os vínculos com o mundo real.

(http://www.catalogodasartes.com.br/Detalhar_Biografia_Artista.asp?idArtistaBiografia=4159)

Armando Almeida – Gravador e escultor. (Dom Pedrito, RS, 1939 – 2013, Porto Alegre, RS)

Estudou na Escola de Artes de Porto Alegre de 1958 a 1962. Aperfeiçoou-se em xilogravura com Xico Stockinger, e em serigrafia com Roberto Griecco. Também aprendeu técnicas de gravura em metal com José de Assunção Souza e litografia com Quaglia. Começou a expor em 1959, participando de coletivas e obtendo premios em salões. Foi professor no Atelie Livre da Prefeitura de Porto Alegre, no Instituto de Artes da UFRGS e diretor do MARGS de 1972 e 1973. É focalizado por Jacob Klintowitz, em seu livro Versus e na análise editada por Zero Hora – Cultura, setembro de 1982, como “herdeiro da tradição da xilogravura (madeira). Tem um desenho expressivo , valoriza os pretos e os brancos. Um bom gravador. Figura com ilustrações em A gravura no Rio Grande do Sul, de Carlos Scarinci. O MARGS mostrou breve retrospecto de dez anos de trabalho em 1981. É detendor do premio Poty Lazzarotto, gravura, na I Mostra Anual de Gravura Cidade de Curitiba, Paraná. Em 1995, novamente no MARGS, expoe telas em terracota, em retrospectiva denominada Reflexões Intempestivas, destacado por esta razão, no número 24 do jornal Informativo daquele Museu. Em Trajetos e Cantigas, texto de sua autoria. assim se define em relação às suas origens: “Nasci em cima da divisa dos municípios de Dom Pedrito e Rosário do Sul, numa coxilha de Campo Seco, batizada por meu pai de Santo Antônio”. Introspectivo, mantém-se em sua simplicidade (e civilidade) à margem de grupamentos, constituindo trabalho sério e consistente em Porto Alegre.

Antonio Gutierrez (Maçambará/RS, 1934 – Porto Alegre/RS, 2004)

Pintor. Estudou pintura com Waldeni Elias em 1959. Sua primeira mostra individual aconteceu em 1962, no Instituto Cultural Brasileiro Norte-Americano, em Porto Alegre. A partir da metade dos anos 60, retoma a Maçambará. Participou de poucas exposições coletivas e matem-se avesso a esse sistema de trabalho, basicamente por escolha e temperamento. Desenvolve a técnica da têmpera-ovo.

Figurou no Festival de Artes Plásticas Contemporâneas em Porto Alegre, em 1960, e nas mostras 14 Artistas Gaúchos na Galeria Macunaíma, em 1963, e Arte Hoje no Rio Grande do Sul, no Museu de Arte do Rio Grande do Sul, em 1966. Seus temas principais eram naturezas mortas e paisagens da campanha gaúcha.

O crítico Walmir Ayala registra-o em seu Dicionário de pintores brasileiros. “Despojamento e concisão marcam a visão ambígua de sua cenografia, na qual a natureza contracena com os objetos, tecendo um tempo de mistério e reflexão”. Após muitos anos sem realizar exposições, mostrou pinturas na Galeria Graffitti, Uruguaiana, RS, 1994, o MARGS, Porto Alegre, dedica-lhe retrospectiva parcial. Vive em Porto Alegre desde 1994.

Fonte: Blog Maria Araci.

Carlos Páez Vilaró nasceu em Montevidéu, no Uruguai, em 1923. Em 1939 e se mudou para Buenos Aires, onde trabalhou como aprendiz de impressão no setor de Barracas industriais da capital argentina.Voltando a Montevidéu no final de 1940, ele desenvolveu um interesse na cultura afro-uruguaia.Em Montevidéu, principalmente nos bairros negros de “mediomundo” (“Middle Earth”), ele estudou o Candomblé e danças Comparsa característica da cultura Africana. Compôs inúmeras peças musicais nos dois gêneros e conduziu uma orquestra. Seu grupo de congas e bongôs foram decorados com desenhos temáticos.

Seu interesse pela cultura Africana, levou-o, mais tarde, para o Brasil que abriga a maior população do hemisfério ocidental de ascendência Africana. Páez Vilaró foi convidado pelo diretor do Museu de Arte Moderna de Paris, Jean Cassou, em 1956 para expor alguns de seus trabalhos. Ele viajou a Dakar, no final daquele ano – A sua primeira visita à África. Cada vez mais conhecido, Páez Vilaró foi convidado a criar um mural em 1959, para o túnel que levava ao novo anexo para a Organização dos Estados Americanos Washington, DC sede, o edifício da União Pan-Americana. Originalmente concebido para não ser maior do que 15 metros de comprimento, o mural completo (Raízes da Paz), media, depois de construído, 155 metros de comprimento e cerca de 2 metros de altura. Casapueblo, sua “escultura viva” e criação mais conhecida, é um destino turístico líder no Uruguai desde a década de 1960. O símbolo turístico de Punta del Este “Casapueblo”, fica a 130 km a leste de Montevidéu.  Ele comprou uma propriedade à beira-mar no leste do Uruguai cênica, o então desolado Punta Ballena, em 1958, um pequeno prédio de madeira que ao longo do tempo tornou-se “Casapueblo” (“House Village”).  Uma estrutura que lembra caiadas de cimento de Mykonos, foi construída em etapas pelo artista, para se assemelhar aos ninhos de barro criados por pássaros da região Hornero nativa, e hoje é sua casa, ateliê e museu. Embora residisse no Casapueblo. – sua “escultura viva” – em 1968, Páez Vilaró continuou a criar sobre a estrutura de seu desejo, às vezes acrescentando um espaço para um convidado especial, por exemplo. Mais tarde, ele abriu uma seção de Casapueblo com o turismo, e montou um resort Casapueblo.  Vilaró permaneceu próximo aos numerosos amigos de seus dias em Paris na década de 1950, particularmente Brigitte Bardot e Pablo Picasso, e em 1967, estabeleceu uma empresa de produção cinematográfica (“Dahlia”) com a ajuda de industriais europeus Gerard Leclery e Gunther Sachs.   Uma série de pinturas recentes do artista, está em exposição na Casapueblo. Ele continuou a criar murais e esculturas de diversos órgãos governamentais, sedes de empresas, casas particulares, e outros edifícios.

Dilva Lima (Curitiba, PR, 1933) Pintora, desenhista e escultura. Formada pela Escola de Belas Artes da UFRGS em 1955, tem participado de coletivas e salões no RS e no país. Estudou com Malagoli, Fahrion, Corona, Ângelo Guido e Castañeda, entre outros. Sua primeira individual foi no Centro Cultural de Santa Maria. Integrou a Bienal de Arte Mística em minas Gerais e expôs desenhos em Düren, Alemanha, 1994. Expõe desde 1958, dona de um vasto currículo com exposições internacionais na Alemanha, Estados Unidos, Uruguai, e também Portugal e Espanha, onde participou da coletiva “Alma Gaúcha” pelo projeto ENARTES.  Além de várias mostras individuais, coletivas e salões, participou da Bienal de Arte Mística em Governador Valadares, Minas Gerais. Entre outras obras, foi artista convidada da exposição “Um Lugar para Cristo no Terceiro Milênio” na cripta da Catedral de Porto Alegre e criou a “Via Sacra” instalada no Santuário Mãe de Deus em Porto Alegre.

Darel Valença Lins (Palmares PE 1924 – Rio de Janeiro, 7 de dezembro de 2017 ) Gravador, pintor, desenhista, ilustrador, professor.

Estuda na Escola de Belas Artes do Recife, atual Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, entre 1941 e 1942, e atua como desenhista técnico. Muda-se para o Rio de Janeiro em 1946. Estuda gravura em metal com Henrique Oswald (1918 – 1965) no Liceu de Artes e Ofícios, em 1948. Dois anos depois, entra em contato com Oswaldo Goeldi (1895 – 1961). Atua como ilustrador em diversos periódicos, como a revista Manchete e os jornais Última Hora e Diário de Notícias. Entre 1953 e 1966, encarrega-se das publicações da Sociedade dos Cem Bibliófilos do Brasil. Com o prêmio de viagem ao exterior, recebido no Salão Nacional de Arte Moderna – SNAM do Rio de Janeiro, em 1957, viaja para a Itália, onde permanece até 1960. Ilustra diversos livros, como Memórias de um Sargento de Milícias, 1957, de Manuel Antônio de Almeida (1831 – 1861); Poranduba Amazonense, 1961, de Barbosa Rodrigues (1842 – 1909); São Bernardo, 1992, de Graciliano Ramos (1892 – 1953); e A Polaquinha, 2002, de Dalton Trevisan (1925). Leciona gravura em metal no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – Masp, em 1951; litografia na Escola Nacional de Belas Artes – Enba, no Rio de Janeiro, entre 1955 e 1957; e na Faculdade de Artes Plásticas da Fundação Armando Álvares Penteado – Faap, em São Paulo, de 1961 a 1964. Entre 1968 e 1969, realiza painéis como os do Palácio dos Arcos, sede do Ministério das Relações Exteriores, em Brasília.

CLARICE JAEGER (1945, Brasil / Rio Grande do Sul / São Leopoldo)
Graduação em ARTES PLÁSTICAS – PINTURA – Instituto de Artes da UFRGS
Licenciatura em Artes Plásticas (não concluído),UFRGS, Arquitetura (não concluído), UNISINOS
CURSOS: GRAVURA com Armando Almeida, Atelier livre, Carlos Martins, Instituto de artes UFRGS Herculano Ferreira, Espíndola e Quaglia, GRAVURA no Festival de Inverno de Ouro Preto e Diamantina, Minas Gerais, Educação Artistica no Festival de Verão de Areias, Paraíba, DESIGN GRÁFICO com Joaquim Fonseca, MUSEU DE ARTE – RS , V Festival de Arte Cidade de Porto Alegre, com Hamilton Galvão e VI Festival de Arte Cidade de Porto Alegre com Charles Watson,X Festival de Arte de Porto Alegre com Nina Morais, aquarela com Frank Shoffero Museu de Arte do Rio Grande do Sul, Ícones Russos – REITORIA da UFRGS.

Antonio Maia (Carmópolis/SE, 1928 – Rio de Janeiro/RJ, 2008)

Pintor, desenhista, gravador, ilustrador. Vive a infância no interior sergipano, o que contribui para o desenvolvimento de uma temática sua ligada à religiosidade popular do Nordeste. Transfere-se para o Rio de Janeiro em 1955, ali exercendo a atividade de pintor e adotando como estilo o abstracionismo informal. Faz pesquisas de textura entre 1955 e 1963. Realiza sua primeira exposição individual em Cataguases MG, em 1960. Ganha prêmio de viagem aos Estados Unidos em 1968, patrocinado pela galeria do Instituto Cultural Brasil-Estados Unidos. Obras suas são adquiridas pelo Museu de Ontario, Canadá, em 1973.

Fonte: Itaú Cultural.

Antonio Batista de Souza (Aldeia de Santa Cristina da Pousa, Braga, Portugal 1925 – Goiânia GO 2010). Escultor, pintor, ceramista.  Imigra com a família para São Paulo em 1926. Mais tarde, reside em Araguari e Uberlândia, em Minas Gerais, onde inicia a atividade de ceramista, realizando peças utilitárias. Monta duas fábricas de cerâmica, que vão à falência, e passa um longo período entre os índios na Ilha do Bananal, em Goiás. Passa a residir em Goiânia. Em 1957, adota o apelido de Antonio Poteiro por sugestão da folclorista Regina Lacerda, que o orienta a assinar seus bonecos de barro. Gradualmente passa a apresentar, em suas obras, motivos regionais e temas bíblicos. Em 1972, já como conhecido ceramista, é estimulado a pintar por Siron Franco (1947) e Cleber Gouvêa (1942). Expõe seus trabalhos em mostras no Brasil e no exterior. Leciona cerâmica no Centro de Atividades do Sesc e nas cidades de Hannover e Düsseldorf, na Alemanha. Em 1985, recebe o prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte – APCA, na categoria escultura. Em 1997, é homenageado com a Comenda da Ordem do Mérito Cultural, do Ministério da Cultura, Brasil.

(http://www.itaucultural.org.br/aplicExternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=artistas_biografia&cd_item=1&cd_idioma=28555&cd_verbete=1122)

Aloysio Emílio Zaluar (Rio de Janeiro RJ 1937)

Pintor, gravador e cineasta. Estuda pintura na Escola Nacional de Belas-Artes, entre 1956 e 1961; e aprende gravura com Goeldi e Darel Valença Lins. Em 1964, realiza sua primeira mostra individual na Galeria Santa Rosa, no Rio de Janeiro. Participa também em várias edições do Salão Nacional de Arte Moderna, Rio de Janeiro, entre 1958 e 1967. Em 1965 é um dos fundadores da Escola de Belas-Artes de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Dentre as exposições de que participa, destacam-se: Arte Contemporânea Brasil-Senegal, no MAM/RJ, 1975; Panorama das Artes Gráficas Brasileiras, no MAM/SP, 1977; Bienal Latino-Americana de São Paulo, no Parque do Ibirapuera, 1978; Universo do Futebol, no MAM/RJ e na Acervo Galeria de Arte, Rio de Janeiro, 1982; Retrospectiva, no CCBB, Rio de Janeiro, 1993. Além dessas atividades, atua como autor do filme O Clóvis Vem Aí, em 1977.

Fonte: Itaú Cultural.

 
 

Alice Ardohain Soares (Uruguaiana/RS, 1917 — Porto Alegre/RS, 2005)

Foi pintora e desenhista. Filha de mãe uruguaia, Domingas Ardohain, e do médico baiano Deodoro Álvares Soares, incorporado ao Exército Brasileiro, Alice Soares morou em Santa Maria, Florianópolis, Rio de Janeiro e Recife. O contato com a arte começou na infância, estimulada pelos pais, que lhe entregavam como distração o papel e o caderno de desenho. Diplomou-se em pintura em 1943, e em escultura em 1945, pelo Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). No mesmo ano da formatura começou a lecionar no Instituto de Artes e, em abril de 1980 recebeu o título de “professor emérito” da UFRGS.

A busca pelo aprimoramento foi um objetivo constante na trajetória da desenhista e pintora. Fez curso de cerâmica com Wilbur Olmedo, gravura em metal com Iberê Camargo e curso com Horácio Juarez, em Buenos Aires. Participou da 1ª Bienal Internacional de Arte de São Paulo no início dos anos 1950 e realizou mostra individual de pinturas e desenhos no Museu de Arte do Rio Grande do Sul, em 1959. Participou de salões e conquistou vários prêmios.

Foi presidente da Associação Rio-Grandense de Artes Plásticas Francisco Lisboa em 1963, e fundadora e primeira diretora da Escolinha de Artes da UFRGS em 1964. Em 2003, Alice Soares recebeu o Prêmio Líderes & Vencedores, na categoria Expressão Cultural, oferecido pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. Na maior parte de sua vida, trabalhou no ateliê que dividia com a amiga, também pintora, Alice Brueggemann. Em mais de 60 anos de dedicação à arte, “as meninas” foram o tema constante de sua obra. Faleceu em Porto Alegre, dia 21 de março de 2005.

Fonte: Galart.

Alice Esther Brueggemann (Porto Alegre/RS, 1917 – 2001)

Pintora, desenhista e professora gaúcha. Formou-se no Instituto de Artes da UFRGS e desde os anos 50 é uma presença constante em salões e mostras da capital gaúcha, iniciando sua carreira em uma época em que a atividade artística feminina era desacreditada, sendo uma das primeiras mulheres a se intitular “artista plástica profissional”. Manteve por várias décadas um atelier em conjunto com Alice Soares, e durante muito tempo foi desenhista do SESI. Realizou inúmeras individuais no estado e no Brasil, participando também do Panorama da Arte Atual Brasileira, no Museu de Arte Moderna de São Paulo.

Quando Alice Brueggemann começou a ter aulas de desenho e pintura, no início dos anos 40, nem ela própria poderia imaginar que sua longa vida estaria para sempre imantada pela arte, numa história de persistência e fidelidade. Era ainda impossível acreditar na carreira artística como atividade capaz de prover a sobrevivência material de alguém. Para as mulheres, então, uma opção deste tipo tinha um forte caráter de diletantismo.

Entretanto, as descobertas que fez durante sua formação no Instituto de Belas Artes – especialmente como discípula de Ado Malagoli –, numa época em que se confrontavam violentamente os valores acadêmicos e os modernos, tocaram-na, a ponto de acreditar na possibilidade de fazer do ofício de artista uma profissão. Assim, foi buscando caminhos próprios, fazendo escolhas, definindo sua identidade e dando vazão à riqueza de seu universo pessoal, sempre de modo parcimonioso. Para sustentar-se e manter a autonomia de sua pesquisa artística, trabalhou como desenhista para o SESI (Serviço Social da Indústria) durante vinte e oito anos, sem jamais perder o fio que a conduzia invariavelmente de volta à arte.

Sua participação num sistema artístico ainda não inteiramente constituído, que apenas ensaiava formas de inserção no mercado, deu-se pela fiel parceria com amigos, como Alice Soares, sua alma gêmea, com quem dividiu por mais de quatro décadas um ateliê. Aliás, sua geração sempre incentivou a organização grupal como forma de superar as dificuldades de todos. Também atuou como professora na Escolinha de Arte criada pela amiga, a primeira no gênero no Estado, divulgando a importância da experiência artística e da fruição estética na formação integral do ser humano.

Embora tenha se mantido fiel à arte figurativa, aprendeu a capturar para suas pinturas e desenhos o que havia de mais misterioso no espírito moderno. E suas obras foram sendo impregnadas por uma melancolia ímpar, por uma atmosfera onírica, que, na maturidade das últimas décadas, tornou-se metafísica. Dotou suas magníficas naturezas-mortas de tamanha imaterialidade, que delas parece emanar luz. Alguns de seus quadros são configurações de tal forma simbólicas que extrapolam a dimensão do visível.

Passagem obrigatória para quem deseja tomar contato com a melhor parcela das artes visuais rio-grandenses, a beleza da poesia de Alice Brueggemann não pode ser relegada ao esquecimento. Sua parte nesse contrato ela já cumpriu: dedicou-se inteiramente a alimentar de transcendência nosso cotidiano difícil, nossa impossibilidade de comunicação com os outros, nossos dilemas diários. Deixou-nos seu olhar melancólico sobre o mundo, sua tristeza indisfarçável, sua densa introspecção.

As próximas gerações têm todo o direito de conhecer essas obras serenamente arquitetadas, que compõem um único projeto de vida. O compromisso que pesa sobre os ombros de todos os que se sentem responsáveis pela conservação e divulgação de obras de arte, como as de Alice Brueggmann, que se tornaram patrimônio público, é sempre o mesmo: fazer com que continuem existindo, com o mesmo vigor, e da forma como foram concebidas, e que possam periodicamente ser visitadas, como se visita um amigo querido, de quem temos muita saudade.

Fonte: Neiva Bohns, professora e crítica de arte – Jornal do MARGS, nº 67, abril de 2001.

Hector Julio Páride Bernabó (Lanús/ARG, 1911 – Salvador/BA, 1997)

Pintor, gravador, desenhista, ilustrador, mosaicista, ceramista, entalhador, muralista. Freqüenta o ateliê de cerâmica de seu irmão mais velho, Arnaldo Bernabó, no Rio de Janeiro, por volta de 1925. Entre 1941 e 1942, viaja por países da América do Sul. De volta à Argentina, traduz com Raul Brié, para o espanhol, o livro Macunaíma, de Mário de Andrade (1893 – 1945), em 1943. Nesse mesmo ano, realiza sua primeira individual na Galeria Nordiska Kompainiet, em Buenos Aires. Em 1944, vai a Salvador, e se interessa pela religiosidade e cultura locais. No Rio de Janeiro, auxilia na montagem do jornal Diário Carioca, em 1946. É chamado pelo jornalista Carlos Lacerda (1914 – 1977) para trabalhar no jornal Tribuna da Imprensa, entre 1949 e 1950. Em 1950, muda-se para Salvador para realizar painéis para o Centro Educacional Carneiro Ribeiro, com recomendação feita pelo escritor Rubem Braga (1913 – 1990) ao secretário da Educação do Estado da Bahia, Anísio Teixeira (1900 – 1971). Na Bahia, participa ativamente do movimento de renovação das artes plásticas, ao lado de Mario Cravo Júnior (1923), Genaro (1926 – 1971) e Jenner Augusto (1924 – 2003). Em 1957, naturaliza-se brasileiro. Publica, em 1981, Iconografia dos Deuses Africanos no Candomblé da Bahia, pela Editora Raízes. Ilustra livros de Gabriel García Márquez (1928), Jorge Amado (1912 – 2001) e Pierre Verger (1902 – 1996), entre outros.

Desde de 1950, quando fixa-se definitivamente em Salvador, Carybé interessa-se especialmente pela religiosidade e pelos costumes locais e também pelo cotidiano de pessoas humildes, como pescadores, vendedores ambulantes, capoeiristas, lavadeiras e prostitutas, temas constantes em sua produção. Como aponta o crítico Flávio de Aquino, o artista apresenta, em suas aquarelas, cores mais rebaixadas e esmaecidas, que se avivam nos quadros a óleo, como, por exemplo, naqueles em que representa as feiras populares do interior da Bahia.

Para o historiador da arte José Roberto Teixeira Leite, Carybé é um desenhista que possui agilidade de execução e consegue captar em seus trabalhos o essencial de uma forma ou de um movimento. O artista realiza ainda diversos painéis, a exemplo do que se encontra no Aeroporto J. F. Kennedy, de Nova York, no qual trabalha com materiais diversos, e daquele realizado para o Banco da Bahia, composto por 27 pranchas esculpidas em cedro representando os orixás do candomblé

Fonte: Itaú Cultural.

Rubem Fortes Bustamante Sá (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1907 – Idem 1988)

Pintor, desenhista e professor. Estudou na Escola Nacional de Belas Artes, onde foi aluno de Amoedo e Rodolfo Chambelland. Em 1931, integrou o grupo fundador do Núcleo Bernardelli, em cujo aprendizado teve orientação de Manoel Santiago. No Salão Nacional de Belas Artes, conquistou, entre outros prêmios, o de viagem ao país em 1938 e o de viagem ao estrangeiro em 1949 (este na Divisão Moderna). Com o prêmio de viagem, estudou em Paris na Academia Julian, de 1950 a 1952. Integrou o júri do Salão Nacional de Arte Moderna nos anos 60, e realizou individuais em galerias do Rio de Janeiro e de São Paulo. Entre 1976 e 1977, expôs na Venezuela, na Grécia, no Canadá e nos Estados Unidos. A MCR Galeria de Arte, de Salvador, realizou mostra póstuma do artista em 1995. Em 1936, ganha a medalha de prata do SNAM e, em 1938, o prêmio de viagem ao país, graças ao que visita Salvador, Recife, Porto Alegre, Curitiba e São Paulo, registrando as paisagens locais. Em 1949, recebe o prêmio de viagem ao estrangeiro. Vai a Lisboa, Madri e Paris. Nesta última cidade, freqüenta a Académie Julian, sob a orientação de Chaplain-Midy e André Planson. Quando volta ao Rio de Janeiro, em 1952, participa novamente do SNAM. Realiza exposições pelo Brasil e algumas no exterior, como, em 1974, Salônica, na Grécia, Toronto, Nova York e países da América do Sul. É professor da Associação Brasileira de Desenho, que ajuda a fundar, e do Instituto Nacional de Educação de Surdos, pelo qual se aposenta. Em 1986, o pintor e crítico Quirino Campofiorito (1902 – 1993) lança um livro sobre sua pintura.

Fonte: Catálogo das artes.

Antonio Bandeira (Fortaleza/C, 1922 – Paris/FR, 1967)

Pintor, desenhista, gravador. Inicia-se na pintura como autodidata. Em 1941, em Fortaleza, participa, ao lado de Mário Baratta (1915-1983), entre outros, da criação do Centro Cultural de Belas Artes – CCBA, que dá origem, em 1943, à Sociedade Cearense de Artes Plásticas – SCAP. Em 1945, transfere-se para o Rio de Janeiro e, no ano seguinte, realiza sua primeira exposição individual, no Instituto dos Arquitetos do Brasil – IAB/RJ. Contemplado pelo governo francês com bolsa de estudos, permanece em Paris de 1946 a 1950. Freqüenta a École Nationale Supérieure des Beaux-Arts [Escola Nacional Superior de Belas Artes] e a Académie de la Grande Chaumière, mas, em busca de uma arte não acadêmica, deixa essas instituições.

Entre 1947 e 1948 participa de dois importantes eventos: o Salon d’Automne e o Salon d’Art Libre. Em Saint-Germain-des-Près toma parte em reuniões de artistas como Camille Bryen (1907 – 1977) e Bernard Quentin. Com Bryen e Wols (1913-1951), de quem se torna amigo, forma o Grupo Banbryols (ban de Bandeira; bry de Bryen; e ols de Wols), que dura de 1949 a 1951. De volta ao Brasil, em 1951, instala-se no ateliê do amigo escultor José Pedrosa (1915-2002), onde também trabalha o pintor Milton Dacosta (1915-1988) e apresenta-se na 1ª Bienal Internacional de São Paulo. Em 1952, cria um mural para o Instituto dos Arquitetos do Brasil – IAB/SP, em São Paulo. Retorna a Paris em 1954 em razão do Prêmio Fiat, obtido na 2ª Bienal Internacional de São Paulo, mas não deixa de expor no Brasil. Permanece na Europa até 1959, passando pela Inglaterra e Bélgica, onde, em 1958, realiza um painel para o Palais des Beaux-Arts.

Ao retornar ao Brasil tem uma atividade artística intensa, participa de importantes exposições, em paralelo a mostras em Paris, Munique, Verona, Londres e Nova York. Em 1961, edita um álbum de poemas e litogravuras de sua autoria, e, no mesmo ano, João Siqueira realiza um curta-metragem sobre a obra do pintor. Volta a Paris em 1965, onde permanece até sua morte.

Fonte: Itaú Cultural.

Natural de Tucunduva, RS (1954) Arnaldo Buss iniciou cedo na pintura, tendo como mestra Mïrka H de Almeida em Santa Rosa. É representante comercial de profissão, trabalhando em empresa fabricante de tintas para artesanato e pintura artística. Também é professor de História com especialização em cultura afro-asiática e História Contemporânea. Formado em Artes Visuais pela ULBRA  há muitos anos é colecionador de artes, principalmente de pinturas. Participou em inúmeras feiras de artesanato e artes, onde recebeu troféu como apoiador das Artes no RS. Fez inúmeras reportagens sobre história e artes em diversos paises, Canada, India, Tibet, China, Colombia, Uruguai, Chile, França, Portugal, USA, América Central Marrocos, Tanzania, Kenia para Revista Dartis. Fez curso de pintura na Escola Krapoc 2001 a 2002, e de 2004 a 2009 passa a frequentar aulas no Atelier Livre da PMPA, tendo como orintadora a professora a artista gaúcha Daisy Viola. Fez várias exposições coletivas e individuais na Assembléia Legislativa de Porto Alegre, RS em 2008 e também no Centro Cívico de Santa Rosa em 2009, mas acaba afastando-se da pintura e dedicando-se aos estudos teóricos, faz curso de Curadoria no Atelier Livre da PMPA com o professor Francisco Alves em 2014. Atualmente é colaborador da Galeria Duque, vive e trabalha em Porto Alegre, RS.

Beatriz Balen Susin (Caxias do Sul, 1946) Tem formação superior em Artes Plásticas e Música pela Universidade de Passo Fundo, RS. Estudou com Ado Malagoli, Vidoc Casas, Walter Zanini, Júlio Plaza,Tomoshige Kusuno, Mary Dristchel, João Grijó, Fernando Baril, Danúbio Gonçalves, Mara Caruso, Prof. Millo Bortoluzzi, em Pádova – Itália. Atuou de 1980 a 2003 como professora do Departamento de Artes da Universidade de Caxias do Sul – UCS e também como professora do Atelier Livre da mesma universidade. Já realizou inúmeras exposições individuais e coletivas.

Fernando Baril (Porto Alegre/RS, 1948 – 2023)

Pintor, professor e desenhista. Inicia em 1959 estudos de desenho e pintura com Vasco Prado(1914-1998). Em 1967 ajuda a organizar e participa da 1ª Feira de Artes Plásticas de Porto Alegre. Na década de 60, viaja para a Europa e Israel diversas vezes a fim de estudar. Em 1971 inicia curso de arquitetura. Cursa xilogravura e pintura no Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre em 1973. Dedica-se exclusivamente à arte a partir de 1977. Paralelamente aos estudos realizados na década de 70, inicia atividades docentes, ajudando a formar um grupo de artistas rio-grandenses. Leciona no Ateliê Encontro de Arte, onde se constitui, no início da década de 80, o Grupo Pigmento, formado por artistas interessados em dar continuidade aos estudos iniciados com Baril. Entre 1978 e 1980, mora em Madri e cursa pós-graduação em pintura e procedimentos pictóricos, na Facultad de Bellas Artes de San Fernando. Em 1982 viaja aos Estados Unidos e ao Canadá para realizar cursos de arte em Los Angeles e Vancouver. Durante a década de 1990, assessora o Grupo da Quinta e leciona no Museu de Arte do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre. Em 2001 dá curso de criatividade e técnica de pintura, no Estúdio Arte Integrada, na cidade de Novo Hamburgo.

Cândido Portinari (1903-1962) foi um pintor brasileiro, um dos principais nomes do Modernismo cujas obras alcançaram renome internacional, como o painel Guerra e Paz, na sede da ONU em Nova Iorque e a série, Emigrantes, do acervo do Museu de Arte de São Paulo (MASP). Este grande artista nasceu na cidade de Brodowski (interior do estado de São Paulo), em 29 de dezembro de 1903. Destacou-se também nas áreas de poesia e política.  Durante sua trajetória, ele estudou na Escola de Belas-Artes do Rio de Janeiro; visitou muitos países, entre eles, a Espanha, a França e a Itália, onde finalizou seus estudos.

No ano de 1935 ele recebeu uma premiação em Nova Iorque por sua obra “Café”. Deste momento em diante, sua obra passou a ser mundialmente conhecida. Dentre suas obras, destacam-se: “A Primeira Missa no Brasil”, “São Francisco de Assis” e Tiradentes”. Seus retratos mais famosos são: seu autorretrato, o retrato de sua mãe e o do famoso escritor brasileiro Mário de Andrade.

No dia seis de fevereiro de 1962, o Brasil perdeu um de seus maiores artistas plásticos e aquele que, com sua obra de arte, muito contribuiu para que o Brasil fosse reconhecido entre outros países. A morte de Cândido Portinari teve como causa aparente uma intoxicação causada por elementos químicos presentes em certas tintas.

http://www.suapesquisa.com/biografias/portinari.htm

Arlete Cousandier Santarosa (Bento Gonçalves/RS, 1945)

Vive e trabalha em Porto Alegre. Estudou entre 1970 e 1994 no Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre. Uma artista muito ativa na sua comunidade, dirigiu por várias vezes o Núcleo de Gravura do RS. Fez parte do Conselho de Cultura do Estado do RS por 4 anos de 2004 a 2007. Ela tem muitas obras espalhadas pelo Brasil e exterior. Sua última exposição foi em 2018 no MARGS , Porto Alegre.

Criou e editou o boletim “Gravura em Notícia” desta entidade; de 2001 a 2005 e participou da diretoria da Chico Lisboa, gestão 2002/2003. Em Porto Alegre, coordenou dois grandes eventos interativos com o público: Em 2002-”Arte nos Trilhos” patrocinado pelo Ministério dos Transportes junto ao TRENSURB  e em 2004, coordenou as oficinas de gravura do Santander Cultural, paralelas à mostra “Impressões-Panorama da Gravura Brasileira”. Integrou o Conselho Estadual de Cultura, como representante eleita do segmento de Artes Visuais, nos períodos de 2004/05 e 2006/07, Também no mesmo período foi conselheira do Museu de Arte Contemporânea do RS. Como artista plástica tem várias obras em acervos particulares e públicos, no Brasil e no exterior. Realizou várias  exposições individuais e coletivas.

Atualmente, reside em Porto Alegre, onde trabalha principalmente com xilogravuras no seu atelier particular e faz parte da diretoria do Núcleo de Gravura do RS.

Fonte: Artsoul.

Angelo Cannone (Abruzzo/IT, 1899 – Rio de Janeiro/RJ, 1992)

Pintor e desenhista. Estuda no Instituto de Belas Artes de Nápoles com Paolo Vetri. Vive em Roma durante quatro anos com uma pensão conquistada em um concurso. Ganha uma série de prêmios em decorrência de suas exposições. Leciona desenho no Instituto Técnico. Em fins de 1947, vem ao Brasil, reside algum tempo em São Paulo e depois muda-se para o Rio de Janeiro, onde se radica. Pinta o retrato do Papa Pio X, em tamanho natural, que está na Igreja dos Italianos, na mesma cidade.

Fonte: Itaú Cultural.

Anestor Tavares (Camaquã/RS, 1919 – Porto Alegre/ RS, 2000)

Atuou nos anos 60 como funcionário do Ateliê Livre da Prefeitura de Porto Alegre, onde em contato diário com Xico Stockinger e posteriormente com Danúbio Gonçalves começou a trabalhar em xilogravura com um repertório de cenas do cotidiano. Foi professor de xilogravura na mesma instituição. Fez parte da “Mostra de Gravura” em 1966 na Embaixada do Brasil em Tóquio, em 1972 participou da Trienal de Capri, na Itália, onde recebeu medalha e em 1974 integrou a Bienal Internacional de São Paulo. No ano seguinte executou o álbum “5 GRAVADORES” com os artistas Almeida, Peres, Brasil e Jair em Porto Alegre.

Fonte: UFRGS | Acervo das Artes.

André Venzon (Porto Alegre/RS, 1976)

Artista visual, curador e gestor cultural. Especialista em Gestão e Políticas Culturais pela Universidade de Girona e mestre em Poéticas Visuais pelo IA-UFRGS. Dedica-se à pesquisa dos tapumes na paisagem urbana, de elemento arquitetônico a significante de operações poéticas. Apresenta os resultados de seus estudos e criações em exposições, congressos, seminários, palestras e curadorias. Diante de sua forma de perceber a arte como atributo social foi presidente da Associação Riograndense de Artes Plásticas Francisco Lisboa (2006-2010), conselheiro Estadual de Cultura (2008-2010/2016-2018), membro do Colegiado Nacional de Artes Visuais (2010-2012), diretor do Museu de Arte Contemporânea do RS (2011-2014/2019-2021), coordenador da galeria da Fundação ECARTA (2018-) e diretor artístico do Instituto Cultural Laje de Pedra em Canela/RS (2022-). É autor do monumento da I Imigração Judaica organizada para o Brasil, no Parque Farroupilha, em Porto Alegre; membro da Comissão Técnica Permanente de Avaliação de Projetos de Obras de Arte, Monumentos e Marcos Comemorativos (COMARP) da Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre e integra o Comitê de Curadoria do Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo, em Pelotas/RS.

Fonte: André Venzon | Site oficial.

Ana Luiza Tostes Alegria (Porto Alegre/RS, 1947)

Pintora, gravadora, desenhista. Formada em letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), ingressa em 1969 no curso de artes plásticas da mesma universidade, em Porto Alegre, onde estuda desenho com Vasco Prado e gravura em metal com Iberê Camargo. Abandona o curso em 1970. Freqüenta o 8º Festival de Inverno de Ouro Preto, onde estuda com Assunção de Souza. No Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre, estuda com Paulo Peres (1935) e Romildo Paiva (1938). Aprende a técnica de papel machê com Donato Vellaca e Antônia Eiriz.

Fonte: Itaú Cultural.  

 

PAULO CÉSAR BRASIL DO AMARAL  Membro da ACADEMIA BRASILEIRA DE BELAS ARTES – Órgão Consultivo do Governo Federal, conf. Lei nº 1101, de 12 de maio de 1950, Cadeira Livre 45, patronímica de Emiliano Di Cavalcanti.

Paulo Amaral (Bagé, 1950) foi Diretor Geral do MARGS ( Museu de Arte do Rio Grande do Sul ) no período entre abril de 1997 e dezembro de 1998, quando se realizaram as reformas de recuperação física completa do prédio que abriga o museu. Em 1994 recebeu a Comenda da Ordem do Mérito das Belas Artes, RJ, no grau de Curador de exposições de artes plásticas, destacando-se as Mostras FREUD PARA TODOS, realizada no Espaço Santander Cultural de Porto Alegre, RS em 2003, O BRASIL DOSGAÚCHOS, realizada no Espaço Correios no Rio de Janeiro, RJ e CHARQUEADAS,exposição alusiva à missão governamental do RS na Espanha ( Espaços La Casa de América – Palácio de Quiñares e La Casa do Brasil – Colégio Mayor Universitário, Madrid ), 2003 Exposição sobre arte do RS em papel, Galerie Mansart, Paris, França, 2005. Articulista e autor de inúmeros textos críticos em livros, jornais e de apresentação de Participou como jurado de vários salões de arte, destacando-se certames do Salão do Jovem Artista, promovido pelo grupo RBS, do RS, o Salão de Cerâmica do RS, o Prêmio Gaúcho de Fotografia, realizado pela Secretaria de Estado da Cultura do RS, o Salão de Artes de Pelotas, o Salão da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, o II Prêmio João Simões Lopes Neto, de Pelotas ( coordenador do certame ) e o 61º Salão de Artes do Paraná. Foi diretor institucional pelo Estado do Rio Grande do Sul da I BIENAL DE ARTES PLÁSTICAS DO MERCOSUL, realizada em 1997, em Porto Alegre, RS, e Conselheiro da mesma entidade da III à IX edições do evento. Entre janeiro de 2003 e janeiro de 2007 foi novamente diretor do MARGS. Em 2004, é nomeado curador da Saison Brésil-France ( Ano do Brasil na França ) para as atividades do Rio Grande do Sul na França. Em 2006, recebe o título “ CIDADÃO HONORÍFICO DA CIDADE DE PORTO ALEGRE “, conferido pela CÂMARA DE VEREADORES DE PORTO ALEGRE. Em 25 de abril de 2007, é nomeado pela Prefeitura de Pelotas, em solenidade presidida pelo Prefeito da cidade, Dr. Adolfo Antônio Fetter Júnior, no Museu Parque da Baronesa, ConsultorEspecial para o referido museu, nos termos do Decreto Municipal no. 4.727/2005. Em março de 2010 é eleito para a ACADEMIA BRASILEIRA DE BELAS ARTES, RJ, para ocupar a Cadeira Livre número 45, patronímica de Emiliano Di Cavalcanti, Representou a Galerie d’Art François Mansart, de Paris, para seleção e curadoria de artistas Em 2015, é convidado, e aceita voltar a dirigir o MARGS.

EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS:

1978 – Galeria do Centro Comercial de Porto Alegre, P.Alegre/RS

1979 – Galeria Independência, P.Alegre/RS

1980 – Escritório de Artes, Pelotas/RS

1982 – Museu de Artes do Rio Grande do Sul (MARGS), P.Alegre/RS (Cidades Mineiras)

1984 – FENARROZ – Cachoeira do Sul/RS (Artista Convidado)

1985 – Museu da Gravura Brasileira – Fundação Attila Taborda Universidade de Bagé- Bagé,

1987 – Ponto D’Arte Galeria – Santana do Livramento/RS – Exposição Itinerante de Serigrafias

1987 – Jeanine Galeria de Arte, Santa Maria/RS -Exposição Itinerante de Serigrafias

1987 – Delphus, P.Alegre/RS – Exposição Itinerante de Serigrafias

1987 – Delphus, Brasília/DF – Exposição Itinerante de Serigrafias

1987 – Gestual Galeria de Arte, São Leopoldo/RS – Exposição Itinerante de Serigrafias

1988 – Fundação Cultural Uruguaianense Dr. Pedro Marini, Uruguaiana/RS – Exposição

1988 – Petróleo Brasileiro S/A (Petrobrás) Planetário José Baptista Pereira, P.Alegre/RS –

Exposição Itinerante de Serigrafias –

1988 – “Pelos Caminhos do Poeta Quintana”, Porto Alegre, RS

1988 – Casa de Cultura, Santo Angelo/RS – Exposição Itinerante de Serigrafias

1988 – Casa de Cultura de Bagé, Bagé/RS – Exposição Itinerante de Serigrafias

1989 – Galeria Da Vera (Associação Leopoldina Juvenil), Porto Alegre/RS,Tema: Espanha

1989 – Hotel Serra Azul – Gramado/RS – Exposição Itinerante de Serigrafias

1990 – Modernidade Galeria Arte Aplicada, Novo Hamburgo/RS, (Inauguração da Galeria)

1990 – Centro Municipal de Cultura – Canela/RS – Exposição Itinerante de Serigrafias

1993 – Galeria Alencastro Guimarães – Porto Alegre/RS Tema: Paris

1994 – Museu de Artes de Santa Maria, S.Maria/RS – (Serigrafias)

1995 – Ridderzaal, Belfort de Aalst, Bélgica – Tema : Aalst

1996 – Galeria Marisa Soibelmann – Tema: Cidades do Leste – Porto Alegre/RS

1998 – Casa do Brasil, Madrid, Espanha – Exposição de Serigrafias

1998 – Galeria Gravura, Porto Alegre, RS – Serigrafias e Aquarelas

1998 – NAVI ( Núcleo de Artes Visuais ) e Universidade de Caxias do Sul

Exposição comemorativa dos 10 anos do NAVI – Serigrafias

1998 – Fundação Cultural Uruguaianense Dr. Pedro Marini – Uruguaiana, RS

Exposição de Serigrafias

1998 – Museu da Gravura Brasileira, Universidade de Bagé, Bagé, RS

Exposição e doação de serigrafias

1998 – Instituto Cultural Brasileiro Norte-Americano, Porto Alegre/ RS – Serigrafias

1999 – Cacco Zanchi Kunstgalerij, Aaalst, Bélgica – Tema: Detalhes de Outrora / Deuren &

2000 – Aalst voor de Aaltenaars, Caco Zanchi Gallery, Aalst, Bélgica

2006 – Galeria Malmann, Porto Alegre, RS – Tema: Cidades Vazias

2007 – Sala Antônio Caringi, Pelotas, RS – Retrospectiva

2008 – Museu da Gravura Brasileira, Bagé, RS – Retrospectiva da coleção de Serigrafias no

2008 – Espaço Cultural do TRT, 4ª. Região, Porto Alegre, RS – Tema: Cidades

2011 – Galeria Paulo Capelari, Porto Alegre, RS – Tema: Städte

PRINCIPAIS EXPOSIÇÕES CONJUNTAS:

1979 – Dunas Hotel, Torres/RS (Exposição com José de Curtis)

1980 – Atelier 66 – P.Alegre/RS (Inauguração do Atelier com Pericles Gomide, Nathaniel

Guimarães, Ivan Pinheiro Machado e Graça Cerutti).

1980 – Galeria do Clube do Comércio, P.Alegre/RS (Exposição com Wilson Cavalcanti e

Regina Ohlweiler).

1981 – Associação Leopoldina Juvenil, P.Alegre/RS (Comemoração dos 118 anos da

Associação com o Grupo do Atelier 66)

1984 – Galeria Fininvest, Pelotas/RS (Exposição com Nathaniel Guimarães e Pericles Gomide)

1985 – Galeria Contemporânea, com Nathaniel Guimarães, Novo Hamburgo/RS Tema: Novo

PRINCIPAIS EXPOSIÇÕES COLETIVAS:

1967 – Oxnard Chamber Of Commerce, Oxnard – Califórnia – USA

1973 – III Expoarte Universitária da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul,

1978 – VI Feira de Artes de Rio Pardo, Rio Pardo/RS

1979 – VII Feira de Artes de Rio Pardo, Rio Pardo/RS

1979 – Prefeitura Municipal de Pelotas, Pelotas/RS (Tema: Pelotas, a Tradição Revivida).

1983 – Museu de Arte do Rio Grande do Sul, P.Alegre/RS (35 Anos de Independência de

1982 – Sala de Artes da Universidade Federal de Santa Maria/RS (Uma seleção especial)

1983 – Delphus, P.Alegre/RS – Arte sobre papel

1983- Cambona Centro de Artes, P.Alegre/RS (Do Passado ao Presente As Artes Plásticas do

1984 – Delphus-Unibanco, P.Alegre/RS (Arte Sobre Papel)

1986 – Bolsa de Arte de P.Alegre, P.Alegre/RS “O Automóvel faz 100 anos”

1987 – Projeto ” Pintando o 87 – A Constituinte” – Tunel da Conceição – P.Alegre/RS

1987 – Espaço Sulina, P.Alegre/RS – Seis Aquarelistas

1988 – Atelier de Arte Cristina Gonzàles, Porto Alegre/RS Tema: Casarios

1988 – 27 – Mostra e Encontros, Floph – Florianópolis/SC

1991 – Katata, Província de Shiga – Japão

1993 – Alencastro Guimarães Galeria de Arte, P.Alegre/RS

1994 – Agência de Arte, P.Alegre/RS – Exposição Comemorativa 30 anos Zero Hora

1996 – PANORAMA Van Braziliaanse Kunst – Ridderzaal, Belfort, Aalst-Bélgica.

1996 – Cacco Zanchi – Kunstgalerij, Aalst, Bélgica – Tema: The Spirit of Lost Dreams

1997 – Cacco Zanchi – Kunstgalerij, Aalst, Bélgica – Tema: The Mysterious Face of Art

1997 – Espaço Cultural Banco do Brasil Europe, Bruxelas, Bélgica.

1998 – Panorama de Arte Brasileira, Berlin, Alemanha.

1998 – MARGS ( Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli ) –

Tema : Arte Erótica

1999- Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo, Pelotas, RS – Tema : Arte Erótica

2000- Bezoek aan Belgie, Expo Gent, Gent, Bélgica

2000- Brazilian Art – Hotel Crowe Plaza, Bruxelas, Bélgica

2000 – Kunst uit Zuid, Braszilie-Cultureel Centrum van Ninove, Ninove, Bélgica

2000- Art of Brazil, Caco Zanchi Art Gallery, Aalst, Bélgica

2003 – Biennal Ï Maleri, Estocolmo, Suécia

2003 – Väsby Konstall, Estocolmo, Suécia

2003 – Gallery Infra, Estocolmo, Suécia

2003 – Galeria de Artes do GNU, Porto Alegre, RS

2003 – Galeria Graffiti, Uruguaina/RS – Exposição Aniversário da Galeria

2006 – Galeria da VERA, Porto Alegre, RS – Trajetória

2007 – Espaço Arte & Eventos “ Zilah Costa ”, Pelotas, RS, como participante especial da

exposição “ Portas também contam a história de Pelotas ”

2008 – Galeria Da VERA, Porto Alegre, RS – Exposição comemorativa dos 145 anos da ALJ

2008 – FUNDACINE – Associação Riograndense de Artes Plásticas Francisco Lisboa – Da

2009 – MARGS, Porto Alegre, RS – Coleção APLUB

2009 – Galeria Livio Abramo, Embaixada do Brasil em Assunção, Paraguai – Exposição

Grabados del Sur de Brasil

2010 – Galeria Delphus, Porto Alegre, RS – Exposição de Pequenos Formatos

2011 – Galeria DAVERA, Porto Alegre, RS – Tema: 25 anos da Galeria DAVERA

2012 – DA VERA, ARTE E CULTURA, Porto Alegre, RS – Coleção 2012

( faltam algumas daqui para a frente )

OUTRAS PARTICIPAÇÕES:

1978 – Salão de Artes de Pelotas, Pelotas/RS (3º Prêmio)

1979 – II Salão de Arte Sacra, Rio Pardo/RS (Artista Convidado)

1979 – III Salão de Artes de Pelotas, Pelotas/RS

1983 – I Clube da Gravura – Tekne, P.Alegre/RS

1984 – II Clube da Gravura – Tekne Ponto de Arte, P. Alegre/RS

– Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS), P.Alegre/RS

– Pinacoteca Aldo Locatelli, P.Alegre/RS

– Pinacoteca Aplub, P.Alegre/RS

– Museu da Gravura Brasileira, Bagé/RS (Coleção de Serigrafias)

– Stedelijke Museum van Aalst, Aalst, Bélgica

– Coleções Particulares – No Brasil e Exterior

Ado Malagoli (Araraquara/SP 1906 – Porto Alegre/RS, 1994)

Muito jovem, deixou sua cidade e partiu para São Paulo para aprimorar sua formação profissional. Aos dezesseis anos, já trabalhava como ajudante de Francisco Rebolo, pintando florões, guirlandas e pequenas cenas que decoravam as paredes das mansões no início do século XX.

No período inicial de sua carreira, entre 1922 e 1927, Malagoli estudou na Escola Profissional Masculina e, mais tarde, no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo. Nessa época estreitou relações com Rebolo, Volpi e Mário Zanini, artistas que, em 1935, formariam o Grupo Santa Helena. Aos vinte e um anos, mudou-se para o Rio de Janeiro, ingressando na Escola Nacional de Belas Artes, em 1927. Entre 1931 e 1942, fez parte, juntamente com Edson Motta, João José Rescalla, Bustamante Sá e outros artistas do grupo chamado Núcleo Bernardelli. Ao lado de suas atividades artísticas, dedicou-se ao retoque de fotografias, à crítica jornalística e à publicidade. Enquanto isso escalava passo a passo, os prêmios da Escola Nacional, até chegar ao mais elevado, que era o da viagem ao exterior. Em 1943, partiu para estudar nos Estados Unidos. Três anos depois, retornou ao Brasil, já mestre consagrado, com sua primeira exposição individual em Nova Iorque, onde vendeu todos seus quadros.  Malagoli, além de pintor maduro, tornou-se também restaurador de pintura. Entregou-se com afinco às tarefas acadêmicas, alargando seus conhecimentos de História da Arte e das técnicas de restauro pictórico, nas universidades de Nova Iorque e Columbia.

Entre 1946 e 1952, de volta ao Brasil, Malagoli, com uma vida financeiramente instável, trabalhou em ateliês de amigos e lecionou desenho na Associação Brasileira de Belas Artes (ABBA), na Associação Brasileira de Desenho (ABD), no Rio de Janeiro, e ainda em Juiz de Fora, Minas Gerais. Em 1949, arrebatou o prêmio de viagem ao país do Salão Nacional de Belas Artes. Foi quando conheceu outro ítalo-paulista, Ângelo Guido, radicado em Porto Alegre e professor do Instituto de Belas Artes, que o convidou para trabalhar nessa mesma instituição de ensino.

Malagoli mudou-se para Porto Alegre, em 1952 e com Ângelo Guido e Fernando Corona, buscou construir o sistema das artes no Rio Grande do Sul. A chegada de Malagoli no Instituto de Belas Artes (IBA) estimulou a atualização dos conhecimentos artísticos e trouxe inovações metodológicas ao ensino da pintura. Em 1954, foi nomeado Diretor de Artes da Divisão de Cultura da Secretaria de Educação do Estado. Nesse cargo, propôs e recebeu apoio para a fundação de um Museu de Arte, a exemplo do que se fizera há pouco em São Paulo e Rio de Janeiro. Em 27 de julho de 1954, foi criado o atual Museu de Arte do Rio Grande do Sul, instalado em 1957, provisoriamente, no Theatro São Pedro. Malagoli foi seu primeiro diretor, permanecendo no cargo até 1959.

Na década de 60, o artista dedicou-se mais às atividades de professor e de pintor. Em 1969, convidado a participar dos festivais de Ouro Preto, estabeleceu laços estreitos com os artistas locais, obtendo reconhecimento pela excelência de seu trabalho e freqüentando vários festivais da região.

Ao longo de sua vida artística, Malagoli realizou diversas exposições coletivas e individuais no Rio Grande Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Minas Gerais, Argentina, França e Estados Unidos, além de inúmeras participações nos Salões do Núcleo Bernardelli e Salões Nacional e Paulista de Belas Artes. Malagoli também conquistou diversas medalhas, entre eles a Menção Honrosa na Exposição Internacional promovida pela Guggenheim Foundation, com patrocínio da UNESCO (NY, EUA, 1956).

Até as vésperas de sua morte, em 4 de novembro de 1994, Malagoli participou de momentos de consagração por seu trabalho como professor e artista: em 1976, na comemoração de seus 70 anos de idade, em 1982, em comemoração aos 60 de atividade artística, quando recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e, em 1986, quando completou, junto com o poeta Mário Quintana, seus 80 anos de vida.

Fonte: Museu MARGS.

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