Existem vários caricaturistas famosos como por exemplo:Antônio Gabriel Nassara, Kalixta,Lan, Paulo Caruso,etc...Praticamente a caricatura no Brasil é uma arte muito valiosa, legal e engraçada.
Paulo Caruso é um caricaturista famoso.
Paulo Caruso...
GRAÇAS AO HUMOR
Com desenho detalhista e cáustico, o
humorista Chico Caruso ataca os poderosos, critica as mazelas, faz rir e
pensar e garante que a esquerda tem preconceitos contra a charge. Chico Caruso é assim. Faz rir,
pensando, e pensando nos faz rir. Às vezes, irrita os donos do poder. Um
deles foi Itamar Franco que, num dia de bom-humor, saiu nos jornais
abraçando um palhaço e no outro, de péssimo humor, se viu no desenho de
Chico, o mesmo abraço, o topete ao ar e a expressão "ôi, colega!".
Depois,
saiu uma charge com o Lula com o mesmo traje sumário. O resultado foi uma
carta de Henfil, militante do PT, na qual sentenciou: "Você conseguiu
fazer o que nem a Polícia Federal, nem o SNI conseguiram: manchar a imagem
do Lula". Algum tempo depois, Chico encontrou-se com o líder do
Partido dos Trabalhadores e perguntou o que tinha havido. "Nós fizemos uma
reunião para saber como reagir e então foi escolhido o Henfil para
escrever o bilhete", respondeu Lula. A esquerda, como tem menos prática do
poder, considera caricatura quase como uma ofensa pessoal. Ela age como um
primitivo do século passado - explica o artista. Quando Chico foi trabalhar no "O Globo", o jornal mantinha nas segundas-feiras a primeira página em cor e o desenhista ofereceu ao Dr. Roberto Marinho a idéia de apresentar um desenho naquelas edições. - Ele topou na hora, - diz Chico - talvez porque ele foi do tempo em que o desenho saía na primeira página. "O Globo" trabalhou com Raul Pederneiras e com Calixto, por exemplo. Isso durou até
o governo Collor, que lhe forneceu um rico manancial de temas. Editores de
outros jornais despertaram para a potencialidade jornalística da charge
política e resolveram ter o melhor em suas páginas. "O Globo" não quis
dividir o seu principal chargista, imaginaram até entregar a ele um
suplemento de humor. Seus desenhos, quando primeira página já era, em
todas edições, colorida, começaram a ser estampados às segundas e
quintas-feiras; e hoje são reproduzidos na revista semanal "Veja". Seu
primeiro desenho na primeira página só podia ser uma alfinetada na
República de Alagoas: Collor chutando seu ministro do Trabalho, Rogério
Magri. - Foi a editora de Economia,
Sônia Rezende, que estava "fechando" o jornal da segunda-feira que
publicou. Talvez porque fosse de Economia e mulher, que pode esnobar a
tradicional foto de esporte que sempre sai nesse dia - explica.
- Eu descobri que a charge tem que ser usada como uma carga de canhão para criar um impacto equivalente à sua potencialidade - avalia. Senão, ela pode acabar se transformando numa simples vinheta. "E o domingo, heim". Esta frase tem um peso enorme, às quintas-feiras, nas redações dos jornais. É o dia no qual se "fecha" as edições dominicais. Num desses dias, os editores imaginaram fotografar o jogador de futebol, Ronaldinho, e o tenista Guga, o primeiro segurando uma raquete e o outro, uma bola. Chico deu a solução sem que os fotógrafos precisassem sacar seus passaportes. - A fotografia é o antiprocesso
da charge - ensina Chico. Chico diz que começou a desenhar
vendo o avô, um espanhol, pintor de domingo, autor de caricaturas de
amigos e de pinturas bucólicas, que copiava de estampas. Ele e o irmão
gêmeo, Paulo, atores e cantores de shows de esquetes cheios de humor, eram
vidrados no avô. Os dois hoje são caricaturistas famosos, Paulo Caruso
trabalhando no "Jornal do Brasil" e na revista "Isto É". - Meu irmão, quando pequeno, desenhava grandes batalhas, com muita gente. Até hoje, ele faz cenários de histórias em quadrinhos. No sentido físico de desenhar, ele desenha muito mais do que eu. Ele é mais prolixo, inclusive falando. O meu desenho de garoto era bandido e mocinho, sem muito entono. Seu método do trabalho é chamado de
"sopão": um cozido de leitura de mais de quatro jornais e a audição,
quando se dirige para "O Globo", de programas jornalísticos. Jornada que
começa pela manhã e termina às seis da tarde. Uma hora e meia depois, a
charge deve estar, pronta. Salvo uma eventualidade, a página "fecha" as
oito. - O FHC é uma cara com poucos detalhes e fica um pouco difícil desenhá-lo. Você acaba pegando "a alma" daquele que não tem elementos icnográficos. Há rostos de "cenários" áridos, embora muitos caricaturistas achassem que era fácil fazê-los. Na lista dos difíceis estão: Magalhães Pinto e Cesar Cals. - Eles são já caricaturas puras - diz o artista. Chico também sabe elogiar. Quando seu
patrão entrou para a Academia Brasileira de Letras, Chico desenhou-o com
um fardão e um chapéu feito com papel do jornal. Indecisão na redação.
Será que o Dr. Roberto iria gostar! Gostou. Ao levar a decisão a ele, Dr.
Roberto apenas disse: "Só posso considerar isso um elogio".
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"Cruzando
a Chegada", de Paulo Caruso (publicado originalmente na Folha de S. Paulo) |
"Obstáculo instransponível: a dinheirama
da Lunus", de Paulo Caruso (publicado originalmente na Folha de S. Paulo) |
"Reta
Final, Afinal!", de Paulo
Caruso (publicado originalmente na Folha de S. Paulo) |