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Golden Guitar



Nome: Renato Fortuna
Licenciador: sem licenciador
Criado por: Anísio Torres, Frank Sieminsky

Lista de revistas com participação de Golden Guitar

    Primeira aparição no:
  • Brasil
    Golden Guitar  n° 1 - Graúna
Em 1967 o pessoal da Jovem Guarda estava em alta. Era o tempo de expressões do tipo “É uma brasa, mora?”, “Essa garota é papo-firme”, “Morou ou boiou?”, dos Beatles, Roberto Carlos, da série de TV “Mod Squad” e outros “bichos”. Tudo meio ingênuo e muito datado hoje, mas na época era um “barato”. Para aproveitar a “onda” da Jovem Guarda e para substituir a série “Archie”, que tinha dificuldades de importar dos Estados Unidos, a editora paulistana Graúna, formada por uma equipe do “Jornal da tarde”, resolveu lançar um super-herói que encarnasse aquele espírito dos simpáticos “teenagers”.

Golden Guitar era um herói mascarado de uniforme no estilo “mod-londrino”. Não possuía superpoderes, mas em compensação tinha como arma uma guitarra dourada cheia de truques, que atirava “mil trecos” (servia como metralhadora, arpão, zarabatana...), e um “carrão” Abarth “hi-tech” estilo “Astor Martin” do 007 que podia fazer “com facilidade 260 km/h”.

A turma da Graúna era liderada por Ulisses Alves de Sousa e pelo diretor de arte Rivaldo Macedo (o autor do “Zé Latinha”). Este último é apontado como o criador do herói junto a Anísio Torres. Os roteiros do Golden Guitar, criados em equipe, narravam as aventuras do cantor de iê, iê, iê Renato Fortuna (calcado em Roberto Carlos) que, auxiliado por seu mordomo Oliver, se transformava em super-herói para combater o mal. GG tinha como inimigos “figuras” como “Cabeleira — o Barra Suja” (um careca usando peruca, no n° 1), “O Violinista” (no n° 2), um vilão que tocava o instrumento favorito dos “coroas”, e “Hydra”. Na identidade de Renato, nosso jovem herói era acompanhado por sua banda — Os Taiobas — formada por Bolha, Beto e o balofo Bolão (eles tiveram uma HQ solo, no no. 2) e por sua “mina”, Verinha. Mas o único que conhecia o segredo de Golden Guitar/Renato mesmo era o fiel mordomo Oliver.

Essa deliciosa e verdadeira capsula do tempo era desenhada pela dupla Apa (José Aparecido da Silva, que fazia os desenhos a lápis) e Rubens Cordeiro (responsável pela arte-final). A exceção foi o quarto e último número, que teve arte exclusiva de Cordeiro e roteiro solo de Luscar.

As revistas tinham 32 páginas, preto e branco e capas coloridas. Nas últimas capas, cada revista trazia uma linda ilustração de um calhambeque, produzida por Omar Grassetti. Além da revista de linha, teve também um almanaque onde o herói é chamado de “Capitão Guitarra” e o “Superalmanaque 3 heróis” — uma publicação de encalhe que reuniu em um único volume as revistas-sobras do “Homem-Fera”, “Mistyko” e “Golden Guitar”.

Como bem notou uma revista paulista dos anos 90, Golden Guitar é um dos primeiros super-heróis brasucas totalmente originais, e não um mero plágio dos heróis americanos, como era praxe naqueles anos 60.

Em depoimento no Facebook, Tony Fernandes lembrou que, em 1993, ele e seus colegas da Phenix Editorial, pensaram em ressuscitar o personagem. “Reynaldo de Oliveira tinha os originais e os levou até a mim”, lembrou Fernandes. “Mas, os textos eram muito Jovem Guarda, cheios de gírias ultrapassadas. Daí desistimos desse incrível herói teen”. Em julho de 2000 uma revista paulista anunciou que havia planos para Golden Guitar e outros super-heróis brasucas dos anos 60 voltassem em “edições especiais”. Porém, nada de concreto aconteceu. Em 2008, Emir Ribeiro trouxe rapidamente GG no n° 2 de “Velta: 35 Anos”, numa rápida participação/homenagem.

- Antônio Luiz Ribeiro


Notas e fontes —
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  • Antônio Luiz Ribeiro
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    Antônio Luiz Ribeiro
    em 17/09/2009 20:53:00