Fotografia na Bahia

 

O desenvolvimento da fotografia foi lento e gradual. Suas raízes remontam ao uso da câmara escura, um equipamento que facilitava a reprodução paisagística e já era conhecida no século 11. No Brasil, essa técnica foi utilizada, no século 18, pelo ilustre engenheiro baiano José Antônio Caldas.

É possível que o primeiro daguerreótipo, um sistema primitivo de fotografia, tenha sido realizado em Salvador, em 1839, pelo abade Louis Compte, que esteve na Cidade por alguns dias, no mês de dezembro, antes de seguir para o Rio de Janeiro, como conta Maria Guimarães Sampaio (A Fotografia na Bahia, 1839-2006). Infelizmente, apenas os exemplares realizados no Rio de Janeiro chegaram até nossos dias. Segundo a mesma autora, o primeiro registro conhecido de realização de daguerreótipos na Bahia data de julho 1843, em um anúncio no O Commercio, Folha Mercantil, Política e Litteraria. Tirava-se retratos no salão do Theatro.

Outros anúncios desse tipo seguiram-se a esse nos anos seguintes. Nem sempre o nome do profissional era indicado. Ao que se sabe, eram todos retratistas e realizavam seus serviços em ambientes fechados, mas bem iluminados.

Em 1848, chegou em Salvador o daguerreotipista estadunidense Charles de Forest Fredricks (1823 - 1894), que passou algum tempo na Cidade como professor de daguerreotipia e retratista. Quando esteve em Recife, Fredriks tirou algumas fotografias paisagísticas da Cidade. Em Salvador, um de seus daguerreótipos foi a base de uma bela litografia da Cidade de Alfred Martinet.

 

Trecho do antigo Porto de Salvador, com sua Alfândega e o Elevador Lacerda, em fotografia de Guilherme Gaensly, por volta de 1875. Gaensly tinha um estúdio fotográfico em Salvador e trabalhou com outros fotógrafos famosos, também na Bahia, como Henschel, Schleier e Lindemann.

 

Fotografia

 

No início dos anos 1850, já existiam alguns profissionais da fotografia (daguerreotipistas) estabelecidos em Salvador, como C. L. Micolai, Francisco Napoleão Bautz, João Francisco Pereira Regis e João Goston.

No final dos anos 1850, apareceram os fotógrafos paisagistas, como Victor Frond e Ben Mulock. No início dos anos 1860, chegam Camilo Vedani e Rafael Castro y Ordoñez. A Bahia começou a ser registrada sem os toques artísticos das pinturas e ilustrações.

Posteriormente, outros fotógrafos importantes abriram estúdios em Salvador, como Alberto Henschel, Joseph Schleier, Guilherme Gaensly, Rodolpho Lindemann e outros.

Na segunda metade do século 19, vários fotógrafos estrangeiros e brasileiros passam por Salvador e registram cenas da Cidade.

No final do século, começam a surgir os editores de bilhetes postais, com fotos de Salvador. A editora baiana J. Mello & Filhos foi uma das primeiras na Cidade (1885).

 

O Largo do Theatro, em fotografia de 1859, durante a chegada de D. Pedro II.

 

 

Almeida Irmão

 

Photographia Pedro Gonçalves da Silva. Esse fotógrafo português tinha um estúdio em Feira de Santana, em 1877. Em 1881, estava em Salvador, na Rua Carlos Gomes, 116, sucedendo a Eduardo del Vechi. No ano seguinte, transferiu seu estúdio, a Photographia Nacional, para a Rua Direita do Palácio, atual Rua Chile, onde funcionou até por volta de 1920.

 

Fotografia do estúdio do alemão Alberto Henschel (1827-1882). Nos anos 1860, a Photographia Allemã ficava no Largo do Theatro, 57, atual Praça Castro Alves.

 

Loja da firma Almeida & Irmão, que publicou muitos cartões postais de Salvador, no início do século 20. Fotografia publicada, em 1909, na revista Fon-Fon (anno III - N. 28), com o seguinte texto: Os interesses de Fon-Fon na Bahia, o berço das tradições brazileiras, estão confiados á respeitavel firma Almeida & Irmão. Os activos negociantes acabam de reformar luxuosamente seu bello estabelecimento, á rua d'Alfandega, 37 ...

 

Largo do Teatro

 

Photographia
Alberto Henschel

 

Século 19

 

Salvador Antiga

 

Fotografia Gaensly

 

Fotografia na Bahia

 

Salvador Antiga

 

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Por Jonildo Bacelar