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Uma das principais artistas plásticas contemporâneas brasileiras, Beatriz Milhazes é reconhecida internacionalmente e mostra-se uma profissional versátil sendo pintora, gravadora, escultora, ilustradora e professora. Para além disso, ela fez parte da história da exposição “Como Vai Você, Geração 80?”, que falaremos mais adiante. 

Beatriz Milhazes: o início nas artes

A artista nasceu em 1960, mas inicialmente não escolheu o ramo das artes como sua primeira opção de curso. Isso porque iniciou no curso de Comunicação Social da Faculdade Hélio Alonso, no Rio de Janeiro no ano de 1978. Contudo, dois anos depois, ela resolveu estudar ao mesmo tempo artes plásticas na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, onde mais tarde lecionou e coordenou as atividades culturais. 

Vale dizer que mesmo já mais inclinada a seguir nas artes plásticas, ela ainda concluiu o curso de comunicação social em 1981. Seu ingresso especificamente nesta escola, acabou a colocando como uma das futuras participantes da já citada exposição “Como Vai Você, Geração 80?”, que veio a ocorrer em 1984. 

“Como Vai Você, Geração 80?” – uma exposição marcante para determinar as novas tendências da arte 

Cartaz da exposição

Em 1984, com curadoria de Marcus de Lontra Costa, Paulo Roberto Leal e Sandra Magger, ocorreu a exposição “Como Vai Você, Geração 80?”. A mostra veio como a explosão de um processo que já vinha de anos dentro da Escola de Artes Visuais do Parque Lage.  

Isso porque, através da coordenadoria, professores e alunos da Escola, tiveram o investimento em um plano educacional renovador e que promovia novas experimentações, mas com o objetivo de transformar o ensino e a divulgação das artes plásticas no Brasil. Isso veio em resposta a arte dos anos 70, que por conta da censura e repressão oriundas da ditadura, eram mais austeras. 

Esse processo acabou por tornar o local para manifestações há muito contidas pelos anos de chumbo e foi nesse período que surgiu o grupo “Geração 80”. Até então este era o nome que se dava a uma tendência artística brasileira durante a década, que teve seu ápice justamente com esta exposição, que reuniu um total de 123 artistas. 

A importância da exposição para entender a arte brasileira nos anos 80 

O que temos de mais marcante desse movimento é o retorno da pintura mais subjetiva. Entretanto, não havia nele o interesse em lançar manifestos, determinar modelos ou posturas unívocas. Ele tinha sim a intenção de mostrar algumas das tendências artísticas que se manifestavam no momento. 

Porém, tal intenção foi questionada justamente por ter ali apenas artistas da própria escola de Artes Parque Lage e alunos dos cursos de artes da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap). O fato de ser uma exposição “carioca com apêndice paulista” trouxe questionamentos sobre sua representatividade.  

Ainda assim, a exposição torna-se uma referência importante para a compreensão de algumas direções tomadas pelas artes visuais na década de 1980. Entre os principais nomes que expuseram lá, temos a própria Beatriz Milhazes, Daniel Senise, Luiz Pizarro, Karin Lambrecht, Alex Vallauri, Leonilson, Luiz Zerbini, Leda Catunda, Sérgio Romagnolo e Suzana Queiroga. 

Obra de Beatriz Milhazes: Radamés, após conquistar o Egito, Declara seu Amor para Aída (1984)

Sobre o movimento, temos algumas importantes análises dos curadores da exposição. Primeiramente Sandra Magger diz que “A nova arte reflete os novos caminhos da pintura da geração 80, distante da racionalidade da arte dos anos 70 – conceitual”. Mas a explicação mais detalhada vem de Frederico Morais: 

“Diferentemente das vanguardas dos anos 60 (artísticas ou políticas), que sonhavam em colocar a imaginação no poder, que acreditavam ser a arte capaz de transformar o mundo, que se iludiam com as utopias sociais, os jovens artistas de hoje descrêem da política e do futuro (…). E, na medida em que não estão preocupados com o futuro, investem no presente, no prazer, nos materiais precários, realizam obras que não querem a eternidade dos museus nem a glória póstuma”. 

A atuação como professora e o sucesso internacional de Beatriz Milhazes 

A importância de explicar esse evento está no fato que ele foi fundamental para alavancar a carreira de Beatriz Milhazes e colocá-la em evidência no cenário artístico brasileiro. Além disso, suas obras visavam justamente oferecer algo oposto ao que vimos nos anos 70 (se encaixando no conceito do movimento). Tanto que temos nelas, juntas, referências ao barroco, art déco, e pop art. 

Entre suas principais inspirações estão Tarsila do Amaral, o paisagista Burle Marx, o pintor francês Henri Matisse, o artista performático Hélio Oiticica e a pintora inglesa Bridget Riley. Ela atuou durante um bom tempo como professora na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, lecionando até 1996. 

No entanto isso não era impedimento para que ela seguisse produzindo obras ativamente, tanto que é justamente nessa década que ela começa a expandir sua carreira para o exterior. Foram diversas exposições coletivas, mas ela também teve diversas dedicadas apenas a suas obras. 

Entre as cidades pelas quais passou, podemos destacar Caracas, Nova York, Amsterdã, Lisboa, Cidade do México, Paris, Monterrey, etc. Tanto que suas obras passam a fazer parte do acervo de diversos museus mundo afora, como o Museum of Modern Art (MoMa), o Guggenheim e o The Metropolitan, em Nova York, a Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa e na Fondation Cartier, em Paris. 

A evolução em seu estilo artístico

Os anos 90 também trouxeram algumas variações em seu estilo artístico, pois foi neste período que ela ingressa no curso de gravura em metal e linóleo no Atelier 78, com Solange Oliveira e Valério Rodrigues. Ela o faz entre os anos de 95 e 96, sendo que um ano depois ilustra o livro As Mil e Uma Noites à Luz do Dia: Sherazade Conta Histórias Árabes, de Kátia Canton. 

Suculentas Beringelas (1996)

Nesta época que Beatriz Milhazes passa a optar preferencialmente por obras bidimensionais. Mas sem dúvida nenhuma, seu estilo de colagem é o que mais chama atenção. Ela prepara imagens sobre plástico transparente, que depois descola, como películas, e aplica na tela por decalque. Posteriormente aglomera as imagens, preenchendo o fundo e retocando a imagem final. 

Os motivos e cores são transportados para a tela por meio de sucessivas colagens, feitas com grande precisão. A transferência das imagens da superfície lisa para a tela faz com que a gestualidade seja quase anulada. Contudo, a matéria pictórica obtida por numerosas sobreposições não apresenta, nenhuma espessura. 

Com os motivos de ornamentação e arabescos postos em primeiro plano, leva-se o olhar do espectador a percorrer todas as imagens, acompanhando a exuberância gráfica e cromática presente em seus quadros. 

Outra coisa que chama atenção, é que Beatriz Milhazes trabalha especialmente com formas circulares sugerindo deslocamentos ora concêntricos, ora expansivos.  

Os anos 2000 e o começo das obras tridimensionais

A década seguinte trouxe mais um grande número de obras de sucesso. Tanto que algumas, como “O Mágico” (de 2001) e “O Moderno” (de 2002) foram leiloadas por mais de um milhão de dólares. 

Obra “O Mágico” (2001)

Neste período também começa a explorar outras formas como estrelas e espirais, além de as cores tornarem-se mais luminosas. Já na virada da década de 10, temos Beatriz Milhazes indo para o caminho da escultura, mas por conta de um cenário de uma peça.  

Trata-se da peça Gamboa (2010), uma espécie mobile concebida como cenário para um espetáculo de dança. Nessa peça, o universo de cores e ornamentos dos elementos pictóricos se materializa em um ambiente imersivo.  

Apesar de a própria não considerar uma escultura (justamente por fazer parte do cenário), ela adere a essa criação mais imersiva. Entre suas obras de destaque nessa nova área, temos Marola, Mariola e Marilola (todas de 2015) e também em serigrafias, como Mango and Passion Fruit in Lilac and Violet (2018) e Flower Swing (2019). 

Suas esculturas mantém uma forte conexão com suas telas e gravuras, pois trazem novamente motivos característicos, ornamentais, arabescos, flores, volumes, cores e transparência. A diferença fica justamente na relação mais corporal, física, entre elementos e espectador. Até hoje ela segue tendo a cor, a proporção e o ritmo no centro do seu pensamento estético, seja na colagem, escultura, arquitetura ou pintura. 

 

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