Elefantes podem ser extintos em dez anos

A caça ilegal pode extinguir os elefantes em dez anos. Os animais são vítimas de caçadores impiedosos, que arrancam seus chifres para revender no mercado negro. A Avaaz está em campanha para barrar a venda de produtos de marfim.

Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), 54 elefantes morrem, em média, por dia na África. Um quilo de marfim vale cerca de US$ 3 mil. O tráfico movimenta até US$ 20 bilhões por ano e financia confrontos em países africanos. O grupo al-Shabaab, o braço somali da al-Qaeda, obtém US$ 600 mil por mês com esta atividade econômica. Estudos realizados nos últimos cinco anos estimam que as guerras civis na República Democrática do Congo e na República Centro-Africana erradicaram de 50% a 90% da população de elefantes destes países. O mesmo ocorreu décadas antes em Moçambique, Namíbia, África do Sul, Zimbábue e Angola.

Mas agora temos a chance de fechar as portas de um dos maiores mercados de marfim: a Europa. Depois que especialistas descobriram que o comércio europeu de “antiguidades” servia de fachada para o massacre diário de elefantes, a União Europeia abriu uma consulta pública solicitando evidências dessa relação. Se a UE conseguir as provas, a proibição total será possível.

A plataforma de campanhas virtuais Avaaz entrou nessa luta. Ela se aliou a Universidade de Oxford e especialistas internacionais em vida selvagem para coletar produtos de marfim por toda Europa e realizar testes científicos para identificar sua idade e origem. “Isto pode fornecer provas categóricas para proibir esse comércio”. Para isso, a instituição está fazendo uma campanha de financiamento coletivo para bancar as pesquisas.

Nunca houve momento mais propício: Estados Unidos e China já proibiram o comércio de marfim. Hong Kong definiu a suspensão total até 2021. A UE proibiu apenas o comércio de presas, mas estão considerando maiores restrições.

“Houve uma época na qual 25 milhões de elefantes percorriam a África. Agora estamos prestes a dizimar toda uma espécie em apenas uma década! Isso mostra o quanto estamos desconectados com a natureza. Vamos reverter essa tragédia e tirar os elefantes do abismo da extinção”, conclama a organização.

Mais de 34 mil pessoas já fizeram sua doação. A plataforma sugere doações de quatro a 20 reais, ou outros valores. A Amda já doou, e você? Reúna os amigos em defesa dos elefantes! Não deixa que essa criatura magnífica desapareça!

Curiosidades

Os elefantes se assemelham bastante aos homens no que diz respeito à morte. Eles entendem o que está acontecendo e homenageiam aqueles que se foram tocando suavemente seus ossos com as patas. Quando passam pelo lugar em que outro elefante morreu, eles param e ficam em silêncio por alguns minutos.

– Existem três espécies principais de elefantes no mundo: o asiático, o africano das savanas e o africano das florestas. Até 12 mil anos atrás, havia também o gênero mamute;

– O elefante africano é o maior animal terrestre, pesando, em média, cinco toneladas;

– Um elefante adulto consome mais de 150 quilos de comida e até 160 litros de água por dia;

– Elefantes não enxergam muito bem, mas têm o melhor faro do reino animal. Eles podem sentir o cheiro da água a até 20 quilômetros de distância;

– Elefantes podem pressentir chuva a 240 quilômetros de distância;

– O grito de um elefante, chamado de barrito, pode chamar outros animais que estejam a até oito quilômetros de distância;

– Para evitar queimaduras de sol, os elefantes cobrem o corpo com areia ou lama;

– A gestação dos elefantes dura de 20 a 22 meses (quase dois anos!);

– A tromba do elefante é uma mistura de nariz com lábio superior e é usada para segurar alimentos e absorver água. Quando o animal está dentro d’água, a tromba serve como um snorkel, permitindo a respiração;

– O elefante é o único mamífero que não consegue pular.