LOR Luiz Oswaldo Carneiro Rodrigues

LOR Luiz Oswaldo Carneiro Rodrigues

 Luiz Oswaldo Carneiro Rodrigues LOR

 

Artista Mineiro

 

Naturalidade:

Jesuânia, MG- Brasil

Formação:

Faculdade de Medicina -UFMG

Autores:

Aparecida Magda Vieira
Hélio Otoni
Maria Marta Oliveira
Sandra Mara Vicente

 

Artista

Artista-médico, chargista, cartunista,escritor, ilustrador, autodidata em artes plásticas, professor de fisiologia do exercício na UFMG..

"Já trabalhei em vários jornais: Estado de São Paulo, Globo, Jornal do Brasil, Pasquim. Enfim, eu rodei na chamada grande imprensa circuito Rio- São Paulo – Belo Horizonte. Em Bh trabalhei em todos, todos os jornais de Belo Horizonte ... em Brasília, vários. Tive mais de onze jornais com tirinhas ao mesmo tempo."

 

Obras
 

Criação de um Cartoon

 

 

 

A entrevista com o médico e artista “LOR”, aparecem como uma metodologia em busca da valorização dos bens culturais a partir da energia criativa do artista e a manifestação material da sua produção (cartoons, charges, histórias em quadrinhos), que pretende levar à comunidade maior conhecimento a respeito da relevância de valorização e permanência desse gênero artístico.

 

“É bom separar as formas de artes que estão envolvidas nessa palavra cartoon. Na verdade nós somos várias artes dentro de uma, dentro de um nome só, que vamos chamar de “Desenho de Humor”, que a tradução seria desenhista de humor, que quer dizer Cartunista. O cartunista trabalha com o desenho de humor, o que é diferente do desenhista de história em quadrinhos que vai trabalhar com história realista, ele não é cartunista, ele tem senso de humor, mas ele não é crítico, e essa é uma característica muito importante. ” (LOR; entrevista em 28/02/2012).

 

“O cartunista puro clássico, que é um sujeito que faz o humor, com desenho, sem texto, atemporal... um desenho que vale hoje  que vai valer enquanto aquela cultura tiver aqueles valores. Este é o cartun puro. É um cara que numa charge, não está ligado a um tema específico, não é uma sequência de quadrinhos, não tem texto, pode ser visto em qualquer parte do mundo ... Agora a charge... a charge é esse cartoon localizado, no tempo e no espaço. Então eu vou fazer um comentário sobre a Dilma, numa situação X, referente ao programa Tal... pronto... fechado... então um desenho de humor... mas eu posso precisar da cara da Dilma, então eu vou acrescentar uma outra arte do cartoon que é a caricatura... tem gente que é caricaturista... tem gente que não faz cartoon, não faz charge, só faz caricatura, ou só quadrinhos ou só desenho de humor. Eu faço todas elas... São artes diferentes, elas tem perfis diferentes, as pessoas que as fazem são diferentes”. (LOR; entrevista em 28/02/2012).

 

O cartunista baseia-se, quase sempre, nos fatos políticos e faz suas inferências sobre a realidade, com o uso da imagem e do humor com o caráter cômico da ironia. De certa forma, o artista descarrega, também, a sua insatisfação com os acontecimentos, com os aspectos sociais e políticos. É dessa forma que se estabelece o contato entre o significante e o significado, algo que já é de conhecimento do leitor.

 

A criação das imagens vem de um impulso pueril que segundo o artista o conduz, coloca-o numa situação de êxtase e jovialidade. “Há  uma diferença porque eu desenho hoje e porque eu desenhava antes. O processo criativo continua sendo profundo e prazeroso. Quer dizer: é um processo de imersão, uma parte dele é inconsciente, eu não sei como funciona exatamente, mas quando acontece ele é muito prazeroso. Eu saio da criação revigorado, sabe assim... com a sensação de que eu tô vivo... que a vida vale a pena.... é muito gostoso... mesmo que seja por encomenda. É o que eu também sinto quando escrevo”. (LOR; entrevista em 28/02/2012).

 

A charge não se limita apenas a ironizar, mas acrescentar ao cômico, um dado singular: a crítica que leva a solidificar uma posição acerca de um determinado aspecto da realidade. No ponto de vista de LOR, quem faz o humor, charge ou cartoon, não pode ser levado a sério, porque senão não é humor.

 

Discutir a charge como manifestação política e cultural traz à tona aquilo que já é de conhecimento das pessoas. Dessa forma a charge e o cartoon, enquanto fio condutor constitui-se uma forma de revelar o que está dado na sociedade. LOR em seu colóquio evidencia que, “... no cartoon, se você achar graça é porque você concorda comigo. Porque é preciso que você entenda a piada. Se você já entende, você já concorda! Eu vou apenas revelar pra você um lado do mundo, mas você já sabia dele, se não você não ria. Se for uma coisa tão inédita você não ri... se você não achar que aquilo é verdade você não vai achar graça. É só isso que nós, cartunistas, fazemos. O humor é só isso”. (LOR; entrevista em 28/02/2012).

 

No processo educacional formal é importante provocar os estudantes a praticar atividades artísticas e a produzir significados inter-relacionados aos conteúdos de estudo. Utilizar a charge e o cartoon para promover identidades e aprendizagens é propiciar a ampliação do universo escolar, é forjar novas identidades e consciências nos sujeitos socioculturais.