Coleção Nº1: Entre Acasos e Intencionalidades – Parte 2

Coleção de primeiras capas de histórias em quadrinhos.

Do ESPM | O Inusitado em Constante Movimento

Alegria e Companhia, Turma do Barulho, Mangá Brasil, Mangá Booken e Luluzinha

Luluzinha (1982), de Marjorie Henderson BuellESPM | O Inusitado em Constante Movimento

José Francisco Queiroz, publicitário, reuniu primeiros exemplares de revistas impressas editadas entre 1940 e 2010. Doada à ESPM, a coleção nº1, composta por 995 fascículos, integra a memória editorial do país. Esta exposição é também uma das ações para comemorar os 70 anos da ESPM.

Infâncias plurais

As revistas de histórias em quadrinhos ficaram conhecidas, no Brasil, pelo nome de gibi – uma gíria dos anos 1940 para garoto. Esta associação de quadrinhos com crianças parece estar presente desde o surgimento das primeiras publicações do gênero por aqui, com histórias e personagens dirigidas aos pequenos leitores.

Os títulos reunidos aqui trazem representações deste espírito juvenil e falam das infâncias múltiplas que habitam nossas cidades, nossos tempos, nossas memórias e nosso imaginário. Que nos lembram que não existe um só modo de representar (e de viver) a infância.

Alegria e Companhia (1983), de Desenvolvido pela divisão infantil da editora Abril e pela equipe coordenada por Waldyr IgayaraESPM | O Inusitado em Constante Movimento

Alegria e Companhia

Produzida pela Editora Abril a partir de 1983, a primeira edição da revista quinzenal Alegria e Companhia tinha como objetivo aproximar os pais de seus filhos, com enfoque nas crianças pequenas.

Para cumprir com esse objetivo, a revista contava, em cada número, com uma história, um “clássico em versinhos”, uma história clássica contada por meio de 23 ilustrações e alguns versos. 

Explicações sobre o funcionamento do mundo, passatempos, 
brincadeiras, uma página de humor e encarte-brinquedo.

Como personagem principal, a revista apresentava o palhaço Alegria,
 desenvolvido pela divisão infantil da editora e pela equipe coordenada por Waldyr Igayara. 

O palhaço, após a revista Alegria e Companhia, teve um gibi solo intitulado Alegria em Quadrinhos que contou com 57 edições entre março de 1986 e julho de 1989, além de um almanaque em dezembro de 1988.

O personagem apareceu ainda na revista Misto Quente, também da Editora Abril, uma publicação que misturava álbum de figurinhas, quadrinhos e reportagens.

Turma do Barulho (1996), de José Roberto de Carvalho e Sandra Helena Alves PereiraESPM | O Inusitado em Constante Movimento

Turma do Barulho

Turma do Barulho foi um gibi infantil/pré-adolescente criado pelo desenhista José Roberto de Carvalho, o Jótah, em parceria com a produtora e colorista Sany que teve apenas 12 edições. 

TDB conta as aventuras de um grupo de adolescentes no universo escolar,
porém com posturas ousadas, irreverentes e demolidoras.

Palavrões, pichações em muros, aulas cabuladas, colas em provas, brigas, bullying e um arsenal de hábitos pouco dóceis faziam da TDB antípoda da infância bem comportada representada nos gibis infantis.

A sexualidade à flor da pele de personagens de 10 anos, 
como Milu e Babi, sinalizava mudanças geracionais.

Com a saída de Maurício de Sousa, a editora Abril
 acolheu projetos de HQs nacionais para compor
 o selo Abril Jovem, como o de Jótah.

Produzida no estúdio Jota & Sany, na Rua Direita, centro de São Paulo, a TDB exibia uma diagramação com cenas soltas, algumas sem requadro e com cores contrastantes graças a um time de artistas vindos da animação cuja contribuição fez da TDB um projeto inovador.

Distribuída nas bancas desde abril de 1996, o lançamento oficial se deu após muita pesquisa junto a crianças em idade próxima a das personagens e ocorreu no número 5, cercado por reportagens da Folhinha e da Tevê Globo.

Entretanto, no dia seguinte, a editora Abril, em crise,
 engavetou vários títulos, entre eles, a TDB,
 embora já tivesse publicado seis edições.

Relançadas durante o ano de 1997 pela pequena editora Press, as personagens da TDB sobreviveram por mais seis números. Ainda assim, a HQ destacou-se no mercado artístico e editorial dos quadrinhos.

Mangá Brasil (1998), de Eduardo MüllerESPM | O Inusitado em Constante Movimento

Revista Mangá Brasil

A Revista Mangá Brasil #1 - Ano 1 foi lançada pela editora Kingdom Comics no ano 2000.

Com 32 duas páginas e formato de 13,5cm x 19,0cm, apresentava uma história original intitulada INTRON.

Produzida pela Deadline Studios, com roteiro e desenhos de Eduardo Müller, arte-final de Eduardo Müller e Mártin Flores e cores de Daniel HDR e Eduardo Müller. 

A revista também trazia a história BAD DOLL 
com roteiro e arte de Rogério Hanata. 

No total, a Mangá Brasil teve somente duas edições, 
tendo sido finalizada na Revista Mangá Brasil #2 - Ano 1.

Mangá Brasil ANIPARO (2000)ESPM | O Inusitado em Constante Movimento

Revista Mangá Brasil Aniparo

A Revista Mangá Brasil Aniparo | Canal #1 - Ano 1 foi lançada pela editora Kingdom Comics no ano 2000. Possuindo 32 páginas e formato de 13,5cm x 19,0cm,  Aniparo    | Canal #1 - Ano 1 trazia um torneio de luta entre personagens de animes e videogames da época.

Os leitores participavam enviando cartas com a escolha do personagem vencedor e, como incentivo, concorriam a um videogame Nintendo 64.

Aniparo   teve um total de três edições, sendo as duas seguintes:
 a  Aniparo    | Canal #2 - Ano 1 e a  Aniparo    | Canal #3 - Ano 1.

Mangá Booken (1998), de Vários autoresESPM | O Inusitado em Constante Movimento

Revista Mangá Booken

A Revista Mangá Booken | Ano 1 – Nr 1 foi lançada pela M & C - Mídia e Comunicação Editora no ano de 1998. Em formato magazine (21,0cm x 26,5cm) e 76 páginas, a Mangá Booken trazia tanto informações sobre animes e mangás quanto histórias originais.

A Mangá Booken teve um total de quatro edições: a Mangá Booken | Ano 1 – Nr , Mangá Booken | Ano 1 – Nr 2, Mangá Booken | Ano 1 – Nr 3 e Mangá Booken | Ano 1 – Nr 4.

Luluzinha (1982), de Marjorie Henderson BuellESPM | O Inusitado em Constante Movimento

Luluzinha

Nesta exposição, Luluzinha n°100 traz a “1ª história da Lulu”. Luluzinha (ou Little Lulu) é personagem da cartunista norte-americana Marge ou Marjorie Henderson Buell (1904-1993).

Em 1935, o jornal The Saturday Evening Post
publica a primeira charge de Luluzinha nos EUA.

Nela, a garota, que tem traços franzinos, arremessa cascas de banana no chão de uma igreja. A imagem retrata a travessura de Luluzinha já que as madrinhas e os noivos vão escorregando enquanto passam pelo corredor central da cerimônia de casamento. 

As charges, integralmente desenhadas por Marge, 
compõem o jornal norte-americano até meados de 1940.

Naquele momento, surge a primeira revista em quadrinhos da Luluzinha, editada pela Dell Comics/Western Publishing, que conta com a participação do também cartunista John Stanley na elaboração dos roteiros e das personagens.

Com o sucesso da publicação, Stanley convida Irving Tripp para desenhar parte das edições. A dupla transforma os traços da garota de Marge na Luluzinha que conhecemos. 

No Brasil, a revista chega às bancas em 1955 pela editora O Cruzeiro. 

Nos anos 1960, a turma da Luluzinha conquista o público brasileiro, quando a música de Erasmo Carlos e Roberto Carlos, Festa do Bolinha, ganha a interpretação do Trio Esperança, grupo vocal carioca de doo-wop e soul.

Luluzinha (1982), de Marjorie Henderson BuellESPM | O Inusitado em Constante Movimento

Na década de 1970, Luluzinha estreia na editora Abril 
em edições mensais, temáticas e almanaques. 

Nesta exposição, Luluzinha n°100 traz a “1ª história da Lulu”. A personagem Luluzinha ou Little Lulu é criação da cartunista norte-americana Marge ou Marjorie Henderson Buell (1904-1993).

Nos anos 1990, o estúdio Cinar lança o desenho animado The Little Lulu Show. Exibida pela primeira vez no Brasil em 1998, a série volta às telas da Netflix, onde fica disponível até o início de 2021.

Créditos: história

Obra protegida pela Lei 9.610/98. Proibida a reprodução total, parcial ou divulgação comercial deste conteúdo sem prévia autorização.

Doação

José Francisco Queiroz

Tratamento do acervo
Biblioteca/ PPGCOM-ESPM

Curadoria
Cátedra Memória Instituto Cultural ESPM
Grupo de Pesquisa MNEMON (ESPM/CNPq)
Grupo de Pesquisa LEMBRAR (ESPM-Rio/CNPq)

Curadoria e Pesquisa Editorial
Ana Lúcia Gimenez Ribeiro Lupinacci 
Carolina Aranha Guimarães Oliveira 
Cristina Helena Pinto de Mello 
Débora Regina Bacega
Lucia Santa Cruz 
Mônica Rebecca Ferrari Nunes 
Pedro de Assis Pereira Scudeller 
Wagner Alexandre Silva 

Identidade Visual da Exposição
Ana Lúcia Gimenez Ribeiro Lupinacci 

Tratamento da Informação
Debora Cristina Bonfim Aquarone 
Débora Matos da Silva 
Karina Yoshida
Matheus Felipini Fernandes da Silva 
Regiane Aparecida Correia Melo 
Santiago Mendes Araújo 

Os exemplares da Coleção N.1 estão disponíveis para consulta na Biblioteca ESPM - SP. Acesse aqui o catálogo da exposição.

Créditos: todas as mídias
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