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Exposição  “Oráculos” de Marina Caverzan
Exposição

Exposição “Oráculos” de Marina Caverzan

Exposição

  • Nome: Exposição “Oráculos” de Marina Caverzan
  • Abertura: 30 de junho 2023
  • Visitação: até 19 de agosto 2023

Local

  • Local: LURIXS: Arte Contemporânea
  • Evento Online: Não
  • Endereço: Rua Dias Ferreira, 214 – Leblon Rio de Janeiro

A LURIXS: Arte Contemporânea tem o prazer de apresentar “Oráculos” de Marina Caverzan, com texto de Christiane Laclau.



A abertura acontecerá na quinta-feira 29 de Junho, a partir das 18h, na rua Dias Ferreira 214. Marina Caverzan. Geomantic Body (2023). Montagem de 16 pinturas. Acrílica sobre tela. 15 x 10 cm (cada pintura) © Marina Caverzan.


Em sua 1ª exposição individual na galeria, Caverzan ocupa as duas salas expositivas do prédio para apresentar mais de 30 pinturas inéditas.


Como aponta Laclau: “A nova temática demonstra o interesse sólido de Marina Caverzan pelo visível e o invisível, campo em que as relações entre matemática e espírito são prolíficas. Diante da multiplicidade de significados, é notável a capacidade de síntese da artista”.


Oráculos, de Marina Caverzan

Christiane Laclau


Oráculos apresenta a obra recente de Marina Caverzan, na qual são cruzados diferentes sistemas oraculares, como o tarô, a Cabala, a geomancia, o I Ching e a quiromancia. Eles envolvem uma série de padrões matemáticos que fundam procedimentos para alcançar determinada verdade, se realizados adequadamente durante um transe ou uma investigação. Essa matemática do invisível soma-se ao conjunto da produção da artista que tem o construtivismo como referência e alia, de forma original, rigor formal e emanação espiritual.


Em Geomantic Body (2023), 16 símbolos da geomancia se tornam 16 pinturas. Montada em círculo, a simetria e as dimensões apontam o tarô. A racionalidade enigmática, os hexagramas do I Ching. Caverzan constrói uma espécie de sincretismo oracular, buscando convergências entre sistemas oculares e desconstruindo seus símbolos, mas sem questionar suas eficácias. Dessa conjugação entre a precisão e o mistério, a obra de Marina nos convida a penetrar no desconhecido. O resultado é uma paisagem mental inédita, que parece ter sido sempre possível e ficava perdida entre o distanciamento das simbologias.


A nova temática demonstra o interesse sólido de Marina Caverzan pelo visível e o invisível, campo em que as relações entre matemática e espírito são prolíficas. Diante da multiplicidade de significados, é notável a capacidade de síntese da artista. No vídeo Mal me quer, mal me quer (2023), ela segura o caule de uma planta com espinhos. O gesto mínimo constrói triângulos no lugar dos espinhos. Quando eles são arrancados, vemos a linha. Parece uma experimentação anterior ao ato da pintura, com se Marina testasse a alteração da forma a partir da separação de seus elementos.


Em uma espécie de geometria transcendental, a artista configura um desvio no pensamento construtivo historicamente masculino. Em Papisa (2023), há uma subversão da Cabala, tradicionalmente transmitida por homens - Moisés, Abrãao, Ezequiel. Marina destaca do tarô a carta feminina que representa a sabedoria. Na instalação Pítia (2023), os instrumentos de aconselhamento e previsão da Suprema Sacerdotisa de Delfos – cidade célebre de Apolo – são contornados por mãos femininas, algumas com linhas nas palmas, indicando a quiromancia e a quirologia.


Em boa parte das pinturas, há uma combinação de triângulos e círculos. Por vezes, estão próximos ou se tocam, como em Madame Blavatsky (2022). Em outras, estão distantes, como em Mercúrio (2023). Já na obra Séance (2023), estão integrados. Nesta, um círculo é formado por vários pequenos triângulos. Com um olhar atento, encontramos uma abertura em um ponto do círculo. Ou seja, ele não é um totalmente fechado. Trata-se de um contraste entre formas regulares e simétricas, que terminam por compor um conjunto poroso. O título da obra faz referência a sessões de espiritismo, nas quais um grupo de pessoas estimula espíritos a se manifestarem por meio de objetos ou do corpo de um dos vivos, entrando em seu círculo.


Percebemos como a artista trabalha o tema do visível e do invisível associado a perguntas sobre vivos e mortos. Ainda em Séance (2023), alguns triângulos parecem ocultos, pois são do mesmo preto do fundo da pintura, mas estão em relevo. Se escondem pela cor e aparecem pela textura. Talvez Marina Caverzan tenha como uma orientação para a produção dessas obras uma experimentação de intercâmbios entre aquilo que parece morto e que pode estar vivo e aquilo que parece vivo, mas está morto. As fronteiras que separam uma coisa da outra são borradas, o que provoca um questionamento a percepções estanques.


Em Psychographie (2023), há linhas de um texto descontrolado e, abaixo da tela, repousa uma pedra. Aqui, a artista dialoga com as preocupações atuais em relação ao futuro do planeta e à proteção da natureza. A obra parece indicar que a pedra está morta e que ela é também um ser convocado em uma sessão espírita. Como escutá-la? Que médium poderá nos trazer a mensagem da pedra morta? Entre tantas outras questões que a obra mobiliza, a artista imagina futuros e aponta para possíveis novas formas de mediunidade, incluindo a natureza como um ser que também devemos convocar para a mesa.


Em seu sincretismo oracular, Marina Caverzan alcança um pensamento geométrico expandido, cruzando símbolos para criar imagens estranhas e familiares. Como diz o ditado em latim que a artista encontrou no início de iniciava seus estudos sobre oráculos: “Nostis Omnia Perdet Omnia”. Ou seja, saber tudo é perder tudo.


Sobre a artista


Nasceu em Leme, 1981. Vive e trabalha em São Paulo-Brasil


Graduada em Artes Visuais pela Faculdade Santa Marcelina (FASM), São Paulo. Através do olhar para diversos campos do pensamento humano — como a alquimia, esoterismo, matemática, física, arquitetura e literatura — unidos a elementos de linguagens simbólicas e pesquisas sobre a presença da astronomia e rituais sagrados em diversas culturas, cria espaços ocultos e simbólicos em seus trabalhos. Utiliza estruturas formais da geometria, desdobradas em linguagens bi e tridimensionais, onde questiona noções de perspectiva e ordens espaciais, tensionando por meio de índices visuais a tradição construtivista e as dimensões entre o interior e exterior, público e secreto.


Possui obras integrando coleções públicas e privadas, a exemplo de Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro–BR; Centre Pompidou–FR; Pinacoteca do Estado de São Paulo–BR; Ludwig Museum (Koblenz)–DE; ASU Art Museum USA; Museu Oscar Niemeyer–BR; Es Baluard Museu d’Art Modern i Contemporani de Palma–ES; Universidade de Coimbra – CAPC, Círculo de Artes Plásticas de Coimbra–PT; Coleção Gilberto Chateaubriand–BR; Fundação Biblioteca Nacional–BR; Coleção Ateliê de Gravura da Fundação Iberê Camargo–BR; Coleção Dulce e João Carlos Figueiredo Ferraz/Instituto Figueiredo Ferraz–BR; Coleção João Sattamini/MAC Niterói–BR; Instituto Itaú Cultural–BR; MAM Bahia–BR; MAC Paraná–BR; Culturgest–PT; Benetton Foundation–IT/CAC Málaga-ES; MOLAA–USA; Ella Fontanal Cisneros–USA; Universidade Cândido Mendes–BR; MARCO de Vigo–ES; Brasilea Stiftung–CH; Fundo BGA–BR, entre outras.


Serviço

MARINA CAVERZAN ORÁCULOS

Abertura: Quinta-feira 29 de junho, das 18h às 21h

Exposição: 30 de junho a 19 de agosto de 2023

Local

LURIXS: Arte Contemporânea

Rua Dias Ferreira, 214 – Leblon

Rio de Janeiro, Brasil – 22431-010

www.lurixs.com www.facebook.com/lurixs @lurixs

Horário

De segunda à sexta: das 11h às 19h

Sábados sob agendamento

Entrada franca

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