Cultura

Conselho Estadual de Cultura lamenta a morte de Antônio Cedraz

VEJA NOTA DO CC
Ascom CC , Salvador | 11/09/2014 às 17:34
Tira do Xaxado de Cedraz
Foto: ILS
O Conselho Estadual de Cultura registra imenso pesar pelo falecimento, na manhã desta quinta-feira, 11, do quadrinista Antônio Cedraz, 69. Nascido no município de Miguel Calmon, no interior da Bahia, Cedraz será sempre lembrado pela sua incansável batalha pela valorização da cultura nordestina.

Sua criação mais conhecida é a Turma do Xaxado, com personagens irreverentes e que mostram como a cultura do Nordeste pode ser disseminada em linguagem acessível. Outras obras eram elaboradas por meio do Estúdio Cedraz, cujo foco era produzir para revistas e jornais conteúdo como ilustrações e animações. Cedraz recebeu diversos prêmios ao longo de sua carreira, com reconhecimento que ultrapassou as fronteiras da Bahia e do Brasil.

No Conselho Estadual de Cultura, mantinha uma forte amizade com o conselheiro Aurélio Schommer, curador da Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica).  “A Bahia perde um homem de integridade ímpar, que lutou por nossa arte e nossa literatura. Cedraz esteve engajado nas batalhas dos autores baianos, na Câmara Bahiana do Livro, da qual foi diretor, em todas as bienais, na Flica, nas feiras de livro do vão do Teatro Castro Alves, no Campo Grande”, comenta Schommer.

O conselheiro lembra que em 2013, durante a Flica, os trabalhos da Turma do Xaxado ganharam espaço entre o público que prestigiou a Fliquinha, dedicada às crianças. "Fizemos questão que ele ficasse todos os dias expondo seus personagens. Era o que ele mais gostava de fazer. Incansável nas lutas pela valorização da literatura baiana, era fã de Maurício de Sousa, queria reproduzir na Bahia o encanto de sedução sobre crianças e adultos da linguagem dos quadrinhos, linguagem da qual foi dos mais destacados mestres”, afirma. 

Schommer acredita que as memórias deixadas pelo artista jamais serão esquecidas. “A cultura baiana está triste com a morte de Antônio Cedraz, mas, graças à passagem dele por nós, seguirá alegrada pela Turma do Xaxado, criação nobre de um baiano completo. Era um entusiasta das histórias de sua terra, lugar de diálogo com todo Nordeste, expressão de uma sabedoria sertaneja que via graça no labutar cotidiano, no viver inspirado, de suas gentes e das gentes do mundo todo”, completa Schommer.