1680-Filpo Ribeiro explora timbres e sonoridades peculiares da cultura nordestina em Arribação, primeiro disco solo em vinte anos de estrada

#mpb #músicalatinoamericana #musicainstrumental #músicanordestina #rabeca #viola #marimbau #pífano #culturapopular

*Com Tambores Comunicações, Assessoria de Comunicação

Violeiro e rabequeiro  usa também marimbau e pífano em novo álbum gravado com  parceiros da música instrumental como Nicolas Krassik, Teco Cardoso e Zé Pitoco

Filpo Ribeiro nasceu e cresceu no Rio Pequeno, bairro da periferia de São Paulo (SP). Nesta comunidade durante os anos 1980 e 1990 predominavam nas ruas o rap e o pagode que ele curtia com os parças, contudo sua formação musical deu liga mesmo  foi com o forró e o coco que embalam o Nordeste, mixados à cultura caipira e caiçara do Sudeste (como o fandango e folia de reis) e ao lundu do Norte mineiro. Esta mescla que passeia por um Brasil que esbanja ritmos está presente no seu novo álbum, o primeiro-solo, que ganhou o nome de Arribação, com distribuição pela Tratore  e já disponível nas plataformas digitais. Filpo Ribeiro toca instrumentos como viola, rabeca, marimbau e pífano e conta com as participações de Alisson Lima (percussão/cavaquinho) e Lincoln Pontes (violas de 7 e 11 cordas, violão e cavaquinho), além de expoentes da cena instrumental como Nicolas Krassik (violino), Teco Cardoso (pífanos/flautas) e Zé Pitoco (clarinete). 

O autor trabalha com pesquisa e toca há mais de 20 anos rabeca, viola caipira, marimbau e violão, singulares instrumentos da tradição popular brasileira, Além de produtor musical, constrói rabecas e marimbaus, predicados que o tornam também um às da luthieria. Como agente deste encantador universo, criou o grupo Jovens Fandangueiros do Itacuruçá, na Ilha do Cardoso, em Cananéia (SP. Por dois Ribeiro anos trabalhou junto ao grupo Paranapanema desenvolvendo pesquisas para formar repertórios baseados no samba paulista, congadas e batuques de umbigada. Nessas duas décadas também foi aluno da Universidade Livre de Música (Emesp) Tom Jobim e a Faculdade Alcântara Machado (FAAM), ambas na capital paulista, e participou de concertos e gravações com Sebastião Biano, Oswaldinho do Acordeon, Nelson da Rabeca, Naná Vasconcelos, Mestre Luiz Paixão, Zeca Baleiro, Siba, Ná Ozzetti, Ceumar, Comadre Fulozinha, Banda de Pífanos de Caruaru, Companhia Cabelo de Maria, Tião Carvalho, Socorro Lira, Di Freitas e Kátya Teixeira, entre outros.

Em 2012 Filpo Ribeiro gravou o programa Ensaio (TV Cultura) como membro do projeto solo de Sebastião Biano, da Banda de Pífanos de Caruaru (PE). Em outras áreas artísticas, protagonizou as performances musicais Audição, de Cinthia Marcelle (2012), na mostra O interior está no exterior, com curadoria do suíço Hans Ulrich Obrist, na Casa de Vidro de Lina Bo Bardi; e na performance Mbamba Mazurek, da artista polonesa Iza Tarasewicz, apresentada na 32ª Bienal de São Paulo (2016). Ao lado dos músicos Guluga (Recife/PE) e Rone Gomes (Olinda/PE) fundou o grupo Pé de Mulambo, cujo trabalho reúne composições próprias e temas tradicionais relacionados ao universo da rabeca brasileira e da viola de dez cordas, gravadas em Segura Essa Munganga aí, Menino!, (2011), e Giro Solto (2013). Em ambos, compartilhou a direção musical com Marcos Alma e o lançamento foi do Selo Cooperativa de Música, com distribuição da Tratore. O álbum de 2011 foi contemplado pelo edital ProAC (Programa de Ação Cultural) da Secretaria de Estado da Cultura e, em 2012, finalista do 23º Prêmio da Música Brasileira na categoria Melhor grupo de música regional. Em 2014 de sua iniciativa surgiu o grupo Filpo Ribeiro e a Feira do Rolo, Em 2016, participou do disco de Sebastião Biano e seu Terno Esquenta Muié, finalista do 27º Prêmio da Música Brasileira como melhor álbum instrumental.

Contos de beira d’água (2017), aprovado pelo edital ProAc, rendeu concertos de lançamento em diversas cidades paulistas e em junho de 2018 foi apresentado em Stuttgart, Alemanha, como atração do Festival Forró de Domingo, ao lado de Oswaldinho do Acordeon. Em outubro do mesmo ano e em dezembro de 2019, Filpo Ribeiro girou o Japão em apresentações, gravações e oficinas ao lado do maestro cravista Michio O’Hara (cravo). Entre as cidades visitadas constam Tóquio, Nagoya, Osaka, Komaki, Yokkaichi, Kasugai e Obu, onde a pauta girou em torno da música da rabeca desde sua origem, ainda na era medieval, até tornar-se ícone na MPB. Na mesma viagem, os concertos solo ganharam acompanhamento da percussionista Honami Kikawa e do violonista Yasuhisa Takada; além de participações com os grupo Forró Legal, Pífano Tóquio; e do duo formado pela cantora Mio Matsuda (Kyoto) e a pianista Mika Mori (residente em Nova Iorque). Em 2022 Filpo Ribeiro esteve no Festival Galícia Fiddle, em Vigo (Espanha) para protagonizar concertos, ao lado de Alisson Lima e ministrar oficinas sobre a rabeca brasileira.

O atual disco, Arribação, também foi contemplado pelo 6º Edital de Apoio à Música para a Cidade de São Paulo, o que revela o quanto os seus projetos agradam a crítica e sempre são bem recebidos, assim como ocorreu em 2019, temporada na qual recebeu o Prêmio Grão de Música ao lado de expoentes como  Rolando Boldrin, Marlui Miranda, Alessandra Leão, Josyara, Geovana, entre outros. O Prêmio Grão de Música é uma iniciativa coordenada pela cantora, compositora, escritora e produtora cultural Socorro Lira. No ano seguinte Ribeiro levou para a estante um dos troféus do 4º Prêmio Inezita Barroso, outorgado pela Comissão de Educação e Cultura (CEC) da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Idealizado pelo ex-deputado estadual Marcos Martins (PT), o Prêmio Inezita Barroso contemplar personalidades eleitas por parlamentares e pela sociedade civil que cultivam e divulgam a música caipira. Filpo Ribeiro o mereceu como recompensa à pesquisa e à difusão do fandango caiçara do Estado de São Paulo.

Arribação, com Ribeiro, Lima e Pontes explora os timbres e sonoridades peculiares da cultura popular brasileira ainda pouco conhecidos derivados da rabeca, do marimbau, da viola de dez cordas e do pífano. Em 2018, quando foi convidado para realizar concertos, gravações e oficinas no Japão ao lado de Ohara e de outros expoentes da música japonesa, descobriu novas possibilidades de combinar os quatro instrumentos em novas composições e arranjos inéditos instrumentais para algumas de suas canções. Deste processo é que veio à tona o disco que chegou em setembro às plataformas digitais. Como são escassos os registros e pesquisas comprometidos com a manutenção e divulgação dessa sonoridade, o álbum e os concertos que dele derivam possibilitam que os instrumentos destacados ocupem novos espaços no cenário musical nacional e internacional e que se promova trocas de saberes e seja instigada a curiosidade à medida que vão ganhando notoriedade. A sabedoria popular presente na cultura nordestina, caipira e caiçara, e a relação destas comunidades com a natureza e o ambiente à sua volta, influenciaram diretamente o projeto, que ainda bebe nas fontes da oralidade, do conhecimento empírico e do improviso, o que evidencia os processos de composição, de arranjo e do fazer artesão, posto que Filpo Ribeiro é construtor de rabecas e marimbaus.

Em todas as faixas de Arribação a simplicidade e sutileza dos temas instrumentais da música nordestina inspiram os arranjos. As músicas, todas autorais, foram compostas especificamente para os instrumentos empregados e, consequentemente, as apresentações do álbum possibilitam introduzir elementos da cultura popular e da música instrumental em salas de concertos e teatros normalmente restritos à música erudita, ao mesmo tempo em que simultaneamente agitam terreiros, feiras e quintais nos quais as manifestações tradicionais constumam ocorrer com mais ênfase.  

Bailarino e músico, Alisson Lima iniciou a carreira em Recife (PE) aos 14 anos e hoje acumula vivências em danças de matrizes populares e capoeira. Participou do curso de formação em Dança Contemporânea e Clássica no Grupo Experimental, realizou e foi coreógrafo em diversos espetáculos, além de desenvolver cinco projetos solos de dança com temáticas que perpassam o universo das manifestações populares brasileiras. Foi vice- campeão (2010) e campeão (2011) do Concurso de Passista de Frevo de Recife (PE); recebeu prêmio de melhor solo e bailarino do Festival Internacional de Dança Encut (2013); integrou comissões julgadoras de concursos e festivais de dança no Brasil, mais a curadoria do Festidança (2019).

Lima também ministrou cursos de frevo, capoeira e danças brasileiras em universidades e centros culturais nacionais e do Exterior e aulas de dança na Escola Municipal de Frevo do Recife, de 2009 a 2011. Atualmente, ministra aulas de danças populares brasileiras no Instituto Brincante. promove cursos livres de frevo, capoeira e danças brasileiras em universidades e centros culturais no território brasileiro e além mar; a lista inclui a Universidade Federal de Ouro Preto e a Universidade del Valle (Colômbia), por exemplo, e no curso de pós-graduação da Faculdade Rudolf Steiner (São Paulo/SP), unidades do SESC paulistas e mineiras. Desde 2011 atua como músico, percussionista e bailarino da banda do multiartista Antônio Nóbrega, integra a banda do multi-instrumentista Zé Pitoco, o grupo Filpo e a Feira e os projetos Forró Picadinho, do compositor Danilo Moraes, e Rendez-Vous, do músico francês Nicolas Krassik.

O violonista Lincoln Pontes já se apresentou ao lado de Tião Carvalho, Ana Maria Carvalho, Edmílson do Pife, Luiz Paixão, Cosme Vieira, Rafael Toledo, Henrique Araújo, Marcelo Pretto, Lincoln Antônio, Jonathan Silva, Juçara Marçal e Marcos César, entre outros músicos, e já subiu aos palcos da Casa de Francisca, Teatro Artur de Azevedo, Teatro Décio de Almeida Prado, Teatro Cacilda Becker, Casa Barbosa, Al Janiah, Paço do Frevo, Poço das Artes, SESI e Sesc, incluindo participação no projeto Sesc Instrumental Brasil, na unidade paulistana Consolação. Formou-se em violão popular pelo Conservatório Musical Beethoven, estudou Composição como aluno da Universidade Júlio Mesquita Filho (Unesp) e Harmonia com a pianista e arranjadora Sílvia Góes. Sua formação inclui, ainda, curso de Técnicas Avançadas para Cavaquinho (ministrado por Marcelo Cândido) e Prática Instrumental Avançada para Cavaquinho, ambos na Emesp.

Membro e um dos fundadores do grupo Baião Lascado, Pontes integrou como fundador o quarteto Fios de Choro. Sua experiência como músico inclui trabalhos em teatro, tanto como instrumentista, quanto iretor musical do Teatro VentoForte, Trupiscada e Companhia São Jorge de variedades. Acompanhante de Cássio Scapin e Laila Garin na Jornada do Patrimônio 2019, o violonista ainda idealizou o Projeto Dois Cavacos e Um Pandeiro com o intuito de expandir a cultura cavaquinística. Fora dos palcos, criou o Dicionário de Acordes para Cavaquinho. 

Alisson, Ribeiro e Pontes (Foto @daisy_aserena)

Leia e saiba mais sobre Filpo Ribeiro e conteúdos a ele relacionados aqui no Barulho d’água Música pelo link  https://barulhodeagua.com/tag/filpo-ribeiro/

Informações à imprensa: Tambores Comunicações: tamborescom701@gmail.com/ Whatsapp (11) 99966 9320/(11) 920007307

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1635 – Sempre inventivo e ousado, em Eternesense Lelo Nazario brinda público com suíte para piano e sons eletrônicos, da Utopia Studio

#MPB #MúsicaInstrumental #MúsicaEletrônica

*Com Irati Antonio (Utopia Studios)

Ícone da vanguarda instrumental  reconhecido em vários países, compositor fundador do lendário Grupo Um traz ao público uma suíte para piano e sons eletrônicos, dividida em quatro partes e e que tem por tema a busca da natureza pela perpetuação da vida.

Já está disponível nas plataformas digitais Eternesense, novo álbum solo do compositor, produtor musical e pianista Lelo Nazario, mais um lançamento do selo paulista independente Utopia Studios. Eternesense reafirma a trajetória de inventividade e ousadia de Lelo Nazario, com mais de 40 anos de carreira individual, e traz música inédita cujo tema é a resiliência dos organismos vivos em busca da perpetuação da vida. Em forma de suíte para piano e sons eletrônicos e dividida em quatro partes (infância, juventude, maturidade, velhice), a música constitui uma trilha imaginária para o grande espetáculo da natureza. A exemplo das modificações vitais que ocorrem ao longo de muito tempo na vida, apresenta um desenvolvimento mais lento que demanda audição mais atenta aos detalhes. A complexidade dos mecanismos naturais aparece na música na forma de timbres dos sintetizadores, na distribuição dos instrumentos no espaço, na maneira como os efeitos são aplicados ao piano.

A composição surgiu entre 2022 e 2023, com sintetizadores analógicos e virtuais, além de samples de vários instrumentos, timbres digitais, vozes, efeitos sonoros e sons da floresta. Em sua maior parte, a música é tonal, mas existem trechos atonais bastante expressivos e sons característicos da música eletroacústica contemporânea. Conhecido entre os principais nomes da cena instrumental brasileira, Lelo Nazario é fundador do Grupo Um, aclamado como um dos mais reverenciados conjuntos instrumentais do país. Reconhecido como ícone da vanguarda, o autor assina mais de 20 álbuns autorais e a experiência de tocar em companhia de Hermeto Pascoal, Edu Lobo, Gilberto Gil, Naná Vasconcelos, John Scofield, Márcio Montarroyos, Toninho Horta, entre muitos outros.

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1514 – Brasil e a cultura latino-americana perdem Míriam Miràh, eternizada em 1985 com a música Mira Ira, em sua homenagem

#MPB #MúsicaLatinoAmericana #MíriamMirah#RaícesdeAmérica #Tarancón #FestivaldosFestivais1985 #MiraIra

O Brasil perdeu uma das suas maiores cantoras e eu uma grande amiga: Míriam Miràh. O coração que recebia a todos e todas com imenso carinho não toca mais a melodia da alegria, que sempre foi a sua marca. Falar que deixará saudade é redundância e não dará a grandeza de sua importância. Para mim, além de uma das vozes mais lindas que conheci, ficarão as lembranças dos vários trabalhos que realizamos juntos, ela como cantora e eu como apresentador ou produtor. Foram momentos de extrema alegria, daqueles que são guardados para a eternidade (…)

Míriam, onde você estiver, continue fazendo os seus lindos shows…”

Franklin Valverde,escritor, jornalista, poeta e professor universitário

Hoje você fez sua travessia. Tão prematura, inesperada… E toda a sua música se foi. Levou com você todo seu amor, contagiante, por Victor Jara, Violeta Parra. Mas voce deixou filhotes… E nós, que aqui ficamos, aqui te saudamos: gratidão pela sua vida! Seguimos com a sua obra, te amando, como encantada nossa, Míriam Miràh! Boa noite, até amanhã!”

Nani Braun, atriz e arte-educadora

Fico assim, estarrecida, desentendida, partida ao meio. Descanse em paz, Míriam Miràh, e que essa luz imensa e generosa que você é continue a nos iluminar dos altos céus, onde você faz morada com as estrelas Meus mais forte abraço a todos os familiares.”

Grazi Nervegna, cantora, compositora e escritora

[Míriam Miràh] foi se encontrar com a querida Mariana Avena II para formar um belo dueto, quem sabe junto com Mercedes e tantas outras que partiram. Sem palavras. Bom retorno a pátria espiritual e obrigado por tudo.”

Zé Roberto Vaicenkovas

Míriam Miràh de Tarancón. Miriam Mirah de Raíces de América.Miriam Mirah de Gracias a La Vida, de Violeta Parra, de Mercedes, de Pablo Milanés. Miriam Mirah minha, nossa, de Mira Ira, de Lula Barbosa, de Jica Benedito e de todos que se iluminaram num palco de uma América Latina. Miriam Mirah, nossa dama latina, OBRIGADA! Siga pelos traços cintilantes da nossa América.

Seu sopro de luz ecoará sempre pelas matas e suas divindades.”

Márcia Cherubin, cantora e compositora

Morreu Míriam Miràh, uma das vozes responsáveis pela popularização do canto latino-americano no Brasil (…). Míriam trazia luz e leveza em sua voz.”

Cardo Peixoto, cantor e compositor

A apenas dez dias da data em que ela completaria 69 anos, o Brasil perdeu na terça-feira, 22 de março, Míriam Miràh. Cantora e compositora paulistana, vocalista a partir de 2002 do grupo Raíces de América e também uma das fundadoras do emblemático Tarancón, em 1972, Míriam, segundo informações da família, sofreu um infarto. Assim, calou-se uma das vozes mais marcantes do Cone Sul e de toda América Latina, à altura da argentina Mercedes Sosa e da chilena Violeta Parra, por exemplo – ambas, como a brasileira, identificadas com o compromisso de cantar como causa e sem amarras, apenas por valores imprescindíveis na cultura continental como liberdade, democracia, autonomia dos povos latino-americanos, respeito aos direitos humanos e das minorias (em cada canto do planeta), às causas populares, pela igualdade socioeconômica, valorização do trabalho e da fraternidade, com coragem e sem concessões aos modismos e aos apelos comerciais. Quem escolhe ouvir as canções que a tríade canta ou compôs (como verdadeiros legados) encontra, ainda, profundas e inadiáveis lições de amor ao próximo, independentemente de sua origem, em versos e letras marcados por engajamento, resistência, denúncia e protesto.

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1455- Heraldo do Monte (PE) ganha publicação com sua história, obras em partituras e coletânea em disco

#MPB #Violão #ViolãoInstrumental #Viola #QuartetoNovo #Recife #InstitutoÇare

O músico pernambucano Heraldo do Monte tem uma carreira tão extensa quanto importante para a história da música popular brasileira instrumental.  Aos 85 anos, o músico ganha agora uma publicação dedicada à sua obra: As cordas livres de Heraldo do Monte. O livro traz a sua história e a maneira como ela se confunde com a própria história da guitarra elétrica no Brasil. Traz também o conjunto completo de sua obra em partituras, além de um álbum coletânea que esboça sua trajetória musical. A publicação é a primeira da série Brasil de Dentro, criada pelo Instituto Çarê para sistematizar, editar e difundir obras de compositores brasileiros, e conta com a parceria da editora Contraponto. 

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1247 – 6º Prêmio Grão de Música será entregue na galeria do Centro Cultural Olido, em São Paulo

Idealizado por Socorro Lira (PB) como coletânea anual para destacar quinze artistas nacionais, cada um dos escolhidos recebe uma estatueta de 30 cm, em bronze, criada pelo artista visual Elifas Andreato.

Um dos mais importantes troféus do cenário musical da atualidade, o Prêmio Grão de Música (PGM) será entregue em 19 de outubro no Centro Cultural Olido, onde fica a Sala Olido, no antigo Cine Olido, situado na cidade de São Paulo. Já em sua sexta edição continua desde 2014, o PGM neste ano contemplará cantores e compositores de dez estados brasileiros em cerimônia prevista para começar às 17 horas, com entrada franqueada ao público mediante retirada de senhas. O PGM teve início em Salvador (BA), idealizado pela cantora, compositora, escritora e produtora cultural Socorro Lira (PB) como coletânea anual para destacar quinze artistas. Cada um dos escolhidos recebe uma estatueta de 30 centímetros de altura, em bronze, criada pelo artista visual Elifas Andreato. Além da cerimônia de entrega, o evento oferece a #MostraPGM, um concerto com três artistas dentre os premiados do ano. 

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1110 – Solano Ribeiro relança “Prepare seu coração” em noites de autógrafos em Sampa e no Leblon

Reedição da Kuarup atualiza os caminhos da MPB dos festivais à era digital,   revisada pelo autor à luz do cenário cultural do Brasil e do mundo em 2018

 

Responsável pela existência da sigla MPB (Música Popular Brasileira) e revelação do elenco, resultado de sua iniciativa, o ex-ator, ex-roqueiro, diretor, produtor e realizador Solano Ribeiro atualizou a pedido da Editora Kuarup o livro Prepare seu Coração — Histórias da MPB,  já à venda nas melhores livrarias e que terá noite de autógrafos  na loja do Shopping Leblon da Livraria da Travessa, no Rio de Janeiro,  em 2 de outubro, depois de ser lançado com a presença do autor em 18 de setembro na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, em São Paulo (veja guia Serviços)

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1012- Título de melhor rabequeiro do Brasil é pouco para reconhecer a contribuição de Zé Gomes (RS) à música do país

Desde a mudança da redação do Solar da Lageado, em Sampa, para o Parque Miraflores, em Itapevi, a maior parte dos álbuns do acervo de discos do Barulho d’água Música estava encaixotada pela falta de espaço. Com a chegada a São Roque, enfim, começamos a organizá-los e a fazer um inventário: colocamos todos no piso da sala e assim acabamos encontrando — mais do que uma tarefa burocrática —  perolas que nem mais nos lembrávamos que existiam no baú do tesouro. Resolvemos que poríamos alguns para tocar (antes de prosseguir fique publicamente registrado: o primeiro a ser tocado na nova residência foi Casa, por muitas e simbólicas razões além do nosso amor e admiração por Consuelo de Paula!), escolhendo, em ordem alfabética, pelo menos um de cada cantor, dupla ou grupo brasileiros. O mais lógico éramos seguir o sentido A-Z, mas invertemos a mão, pois no final da fila se destacavam dois instrumentais raros, de um autor dos mais criativos que a nossa música de qualidade independente já teve: o compositor, arranjador, luthier, maestro e pesquisador gaúcho José Bonifácio Kruel Gomes, internacionalmente conhecido por Zé Gomes.

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917 – Dois Joãos conhecidos pela alegria são atrações em tarde de sábado na Casa de Mário de Andrade

A Oficina Cultural Casa Mário de Andrade será palco neste sábado, 4 de março, para a apresentação dos músicos João Arruda e João Bá, dois expoentes e referências da música regional tanto dentro, quanto fora do estado de São Paulo. A cantoria da dupla programada para o imóvel no qual morou o escritor e poeta modernista deverá começar às 16h30, com entrada franca, de acordo com o produtor do evento, o poeta e compositor Paulo Nunes (MG), coordenador do Espaço Juca de Cultura, situado no bairro paulistano Sumaré. Durante o encontro, o público ouvirá canções de álbuns como Celebrasonhos e Venta Moinho (ambos de Arruda) e Cavaleiro Macunaíma, com o qual Bá comemorou seus 80 anos de idade. A plateia também poderá ouvir João Bá declamando poemas e contando várias de suas pitorescas histórias, possibilitando um momento de comunhão com a alegria e a irreverência que caracterizam ambos os protagonistas de duas gerações e representantes de regiões distintas do país, mostrando os elos entre e a continuidade de algumas de nossas mais belas tradições.

 

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839 – Três mestres e um pupilo inquieto promovem roda de cantoria em Barão Geraldo, distrito de Campinas (SP)

Mais do que um show, um descontraído encontro entre três mestres cantadores e um jovem artista e pesquisador que, juntos, no palco e no dia a dia, sempre celebram a união entre a sabedoria do mais velho e a inquietude do mais novo. Assim está sendo apresentada a 1ª Roda de Mestres entre poetas e brincantes populares que reunirá nesta sexta-feira, 1º de abril, Sinhá Rosária (80 anos, Campinas/SP), João Bá (82 anos, Crisópolis/Bahia), Tião Mineiro (72 anos, Boa Esperança/Minas Gerais) e João Arruda (29 anos, Campinas/ SP), prevista para começar às 20 horas, no Espaço Cultural Casarão do Barão, situado em Barão Geraldo, e que não terá cobranças de ingresso. 

A cantoria deriva dos trabalhos de direção musical que João Arruda empreendeu para produção dos álbuns autorais Acordar com os Passarinhos, de Tião Mineiro (2012), Cavaleiro Macunaíma, de João Bá (2013) e Eu sou Sinhá, de Sinhá Rosária (2015). Por meio de suas músicas e de suas histórias cada artista da roda nos levará a uma paisagem diferente, revelando universos culturais e existenciais particulares. Sinhá Rosária embalará a plateia por meio do samba de bumbo e do samba de lenço paulista, Tião Mineiro resgatará giros presentes em Folias de Reis e os temas das modas de viola caipira, enquanto João Bá oferecerá a poética encantada dos sertões nordestinos e do Norte de Minas Gerais. Assim, por meio da arte de cada um, os três partilharão sabedorias e conhecimentos ao mesmo tempo que espalham a mais leve alegria anciã.

João Arruda entra em cena munido de violas, violão e instrumentos de percussão. Com sua peculiar  descontração, o jovem músico deixa irrecusável o convite ao embarque para um passeio pelas águas que formam estes três grandes rios, ao passo que  costura o repertório que concentra e revisita várias das mais ricas tradições da cultura popular do Brasil. 

sinhá rosaria medalhaSabedoria que serena, alegria libertadora

Sinhá Rosária é cantora e compositora popular de Campinas, cofundadora do grupo Urucungos, Puítas e Quijengues, criado por Raquel Trindade, filha do poeta Solano Trindade, na Universidade de Campinas. Sinhá preserva e divulga cantos, ritmos e danças do samba de bumbo campineiro, samba de lenço rural paulista, jongo, coco, maracatu, samba de roda, bumba meu boi, baião, lundu entre outros. Celebrando 80 anos de vida, em 2015 lançou Eu sou Sinhá (FICC 2014), sob direção musical do violeiro João Arruda. Os gestos e palavras de Sinhá trazem a humildade rara daqueles que muito sabem. Seu canto convida a serenar, a ouvir o chamado das boas madrugadas, a vestir camisa de folha e calça de cipó, a sambar no terreiro, a pegar na enxada e abrir as portas de qualquer tipo de cativeiro com a força da alegria e da amizade.

 

 

sinha rosariaMestre-griô de sorriso maroto

Tião Mineiro é violeiro, cantor, compositor e mestre-embaixador de Folia de Reis da Companhia de Reis Azes do Brasil, formada há mais de 20 anos em Campinas. Nascido em Boa Esperança (MG), aprendeu com o pai as mais variadas tradições da cultura caipira e, em 2009, foi escolhido pelo Ministério da Cultura como Mestre-griô de Campinas, tornando-se guardião das tradições. Lançou em 2013 Acordar com os passarinhos (FICC 2012), gravado e dirigido por João Arruda, álbum que oferece uma viagem no tempo e no espaço da alegria, do encantamento e do sagrado com músicas que nos fazem silenciar. E é justamente isso que Tião Mineiro, com sorriso maroto e discurso firme, ensina: a força da fé, da amizade, da solidariedade e da alegria.

 

 

Dejoão bá medalhasde pequeno, forte e poeta

João Bá é poeta, ator, compositor e cantador. Tem oito álbuns gravados, todos eles de composições autorais, sendo o  mais recente Cavalheiro Macunaíma (PROAC 2012) sob direção musical de João Arruda e Levi Ramiro. Muitas de suas mais de duzentas músicas mereceram elogios e gravações por cantores que são referências no cenário musical brasileiro tais como Hermeto Paschoal, Almir Sater, Diana Pequeno, Dércio Marques, Doroty Marques, Rubinho do Vale e Marlui Miranda. “Quando caiu o meu primeiro dente, o pai disse assim: você já pode trabalhar, menino!”. E foi trabalhando no sertão da Bahia que João Bá aprendeu a observar a natureza e, ainda guri, começou a escrever e compor. Mais tarde, saiu do sertão e percorreu outros cantos do país, sempre de olhos e ouvidos atentos à diversidade cultural e à exuberância da natureza. Pesquisador da cultura popular brasileira, João Bá traz nas suas poesias e nas suas melodias um canto de resistência e de reverência às causas ambientais, um jeito simples de louvar a terra, a vida, o respeito à história e à memória de nossa cultura.

 

arrudinha medalha

Comprometimento e diversidade

Músico, cantor, percussionista, violeiro e produtor fonográfico,  mesmo já tendo legado importantes contribuições artísticas para o país, João Arruda também é rio dos mais caudalosos e pelo qual muita água boa ainda correrá devido ao seu comprometido com a valorização e a recriação de temas e canções da cultura popular brasileira, bem como de outros países. Sua diversificada obra enriquece mais de 15 álbuns nos quais atuou como artista convidado e produtor. Participou de mostras, festivais e programas de rádio e TV além de compor diversas trilhas sonoras para espetáculos, documentários, mostras e filmes. Sua trajetória inclui turnês pelo Brasil e exterior. Com o grupo de Pífanos Flautins Matuá Integrou o projeto Samarro´s Brazil realizando shows na França e Itália. Em trabalho solo, percorreu Argentina, Bélgica, França, Inglaterra e País Basco promovendo o show Entre violas e couros.  É idealizador e curador do projeto musical Arreuní, que promove encontros mensais com diversos artistas brasileiros e convidados estrangeiros. Em 2007  gravou o Celebrasonhos e seu mais novo trabalho solo é Venta Moinho, lançado em 2014.

O Centro Cultural Casarão do Barão fica na rua Maria Ribeiro Sampaio Reginato, s/nº, defronte ao bairro Vila Holândia, em Barão Geraldo, com entrada na altura do Km 15 da Estrada da Rodhia. Para mais informações há o telefone (19) 3287-6800

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