1706 (20/24) Luiz Cláudio (PA) “brinca de cantar” e marca estreia como letrista em O Som É Cruel*

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Com Adriana Bueno | whatsapp | adribuenocomunicacao@gmail.com

O Som É Cruel, disco que acaba de ser digitalmente disponibilizado, é o primeiro com letras próprias assinadas por Luiz Cláudio, paraense de Belém radicado em São Luís (MA) desde o começo dos anos 1980, mestre em percussão brasileira, em especial dos ritmos tocados nos estados do Pará e do Maranhão e conhecido por inovar ao mesclar música eletrônica às sonoridades da cultura popular amazônica. Em quase 30 anos de música, Luiz Cláudio já tocou e gravou com expoentes da cena musical brazuca, além de realizar oficinas de ritmos maranhenses em espaços e eventos como o Percurssive Arts Society Internacional Convention (Pasic) 2023, em Indianápolis (Estados Unidos da América). Ao resolver “colocar pra fora algumas coisas” que escrevera, quis fazer valer a experiência como produtor musical e “brincar de cantar”, mas afirma: não tem pretensão de abraçar a carreira de cantor de ofício, pois em O Som é Cruel apenas soltou a voz para favorecer o próprio trabalho como arranjador, compositor e percussionista conhecido por acompanhar expoentes como Nelson Ayres, Ceumar, Chico Saraiva, A Barca, Flávia Bittencourt, Zeca Baleiro, Rita Benneditto, Trio Manari, Naná Vasconcelos e Rubens Salles.

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1680-Filpo Ribeiro explora timbres e sonoridades peculiares da cultura nordestina em Arribação, primeiro disco solo em vinte anos de estrada

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*Com Tambores Comunicações, Assessoria de Comunicação

Violeiro e rabequeiro  usa também marimbau e pífano em novo álbum gravado com  parceiros da música instrumental como Nicolas Krassik, Teco Cardoso e Zé Pitoco

Filpo Ribeiro nasceu e cresceu no Rio Pequeno, bairro da periferia de São Paulo (SP). Nesta comunidade durante os anos 1980 e 1990 predominavam nas ruas o rap e o pagode que ele curtia com os parças, contudo sua formação musical deu liga mesmo  foi com o forró e o coco que embalam o Nordeste, mixados à cultura caipira e caiçara do Sudeste (como o fandango e folia de reis) e ao lundu do Norte mineiro. Esta mescla que passeia por um Brasil que esbanja ritmos está presente no seu novo álbum, o primeiro-solo, que ganhou o nome de Arribação, com distribuição pela Tratore  e já disponível nas plataformas digitais. Filpo Ribeiro toca instrumentos como viola, rabeca, marimbau e pífano e conta com as participações de Alisson Lima (percussão/cavaquinho) e Lincoln Pontes (violas de 7 e 11 cordas, violão e cavaquinho), além de expoentes da cena instrumental como Nicolas Krassik (violino), Teco Cardoso (pífanos/flautas) e Zé Pitoco (clarinete). 

O autor trabalha com pesquisa e toca há mais de 20 anos rabeca, viola caipira, marimbau e violão, singulares instrumentos da tradição popular brasileira, Além de produtor musical, constrói rabecas e marimbaus, predicados que o tornam também um às da luthieria. Como agente deste encantador universo, criou o grupo Jovens Fandangueiros do Itacuruçá, na Ilha do Cardoso, em Cananéia (SP. Por dois Ribeiro anos trabalhou junto ao grupo Paranapanema desenvolvendo pesquisas para formar repertórios baseados no samba paulista, congadas e batuques de umbigada. Nessas duas décadas também foi aluno da Universidade Livre de Música (Emesp) Tom Jobim e a Faculdade Alcântara Machado (FAAM), ambas na capital paulista, e participou de concertos e gravações com Sebastião Biano, Oswaldinho do Acordeon, Nelson da Rabeca, Naná Vasconcelos, Mestre Luiz Paixão, Zeca Baleiro, Siba, Ná Ozzetti, Ceumar, Comadre Fulozinha, Banda de Pífanos de Caruaru, Companhia Cabelo de Maria, Tião Carvalho, Socorro Lira, Di Freitas e Kátya Teixeira, entre outros.

Em 2012 Filpo Ribeiro gravou o programa Ensaio (TV Cultura) como membro do projeto solo de Sebastião Biano, da Banda de Pífanos de Caruaru (PE). Em outras áreas artísticas, protagonizou as performances musicais Audição, de Cinthia Marcelle (2012), na mostra O interior está no exterior, com curadoria do suíço Hans Ulrich Obrist, na Casa de Vidro de Lina Bo Bardi; e na performance Mbamba Mazurek, da artista polonesa Iza Tarasewicz, apresentada na 32ª Bienal de São Paulo (2016). Ao lado dos músicos Guluga (Recife/PE) e Rone Gomes (Olinda/PE) fundou o grupo Pé de Mulambo, cujo trabalho reúne composições próprias e temas tradicionais relacionados ao universo da rabeca brasileira e da viola de dez cordas, gravadas em Segura Essa Munganga aí, Menino!, (2011), e Giro Solto (2013). Em ambos, compartilhou a direção musical com Marcos Alma e o lançamento foi do Selo Cooperativa de Música, com distribuição da Tratore. O álbum de 2011 foi contemplado pelo edital ProAC (Programa de Ação Cultural) da Secretaria de Estado da Cultura e, em 2012, finalista do 23º Prêmio da Música Brasileira na categoria Melhor grupo de música regional. Em 2014 de sua iniciativa surgiu o grupo Filpo Ribeiro e a Feira do Rolo, Em 2016, participou do disco de Sebastião Biano e seu Terno Esquenta Muié, finalista do 27º Prêmio da Música Brasileira como melhor álbum instrumental.

Contos de beira d’água (2017), aprovado pelo edital ProAc, rendeu concertos de lançamento em diversas cidades paulistas e em junho de 2018 foi apresentado em Stuttgart, Alemanha, como atração do Festival Forró de Domingo, ao lado de Oswaldinho do Acordeon. Em outubro do mesmo ano e em dezembro de 2019, Filpo Ribeiro girou o Japão em apresentações, gravações e oficinas ao lado do maestro cravista Michio O’Hara (cravo). Entre as cidades visitadas constam Tóquio, Nagoya, Osaka, Komaki, Yokkaichi, Kasugai e Obu, onde a pauta girou em torno da música da rabeca desde sua origem, ainda na era medieval, até tornar-se ícone na MPB. Na mesma viagem, os concertos solo ganharam acompanhamento da percussionista Honami Kikawa e do violonista Yasuhisa Takada; além de participações com os grupo Forró Legal, Pífano Tóquio; e do duo formado pela cantora Mio Matsuda (Kyoto) e a pianista Mika Mori (residente em Nova Iorque). Em 2022 Filpo Ribeiro esteve no Festival Galícia Fiddle, em Vigo (Espanha) para protagonizar concertos, ao lado de Alisson Lima e ministrar oficinas sobre a rabeca brasileira.

O atual disco, Arribação, também foi contemplado pelo 6º Edital de Apoio à Música para a Cidade de São Paulo, o que revela o quanto os seus projetos agradam a crítica e sempre são bem recebidos, assim como ocorreu em 2019, temporada na qual recebeu o Prêmio Grão de Música ao lado de expoentes como  Rolando Boldrin, Marlui Miranda, Alessandra Leão, Josyara, Geovana, entre outros. O Prêmio Grão de Música é uma iniciativa coordenada pela cantora, compositora, escritora e produtora cultural Socorro Lira. No ano seguinte Ribeiro levou para a estante um dos troféus do 4º Prêmio Inezita Barroso, outorgado pela Comissão de Educação e Cultura (CEC) da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Idealizado pelo ex-deputado estadual Marcos Martins (PT), o Prêmio Inezita Barroso contemplar personalidades eleitas por parlamentares e pela sociedade civil que cultivam e divulgam a música caipira. Filpo Ribeiro o mereceu como recompensa à pesquisa e à difusão do fandango caiçara do Estado de São Paulo.

Arribação, com Ribeiro, Lima e Pontes explora os timbres e sonoridades peculiares da cultura popular brasileira ainda pouco conhecidos derivados da rabeca, do marimbau, da viola de dez cordas e do pífano. Em 2018, quando foi convidado para realizar concertos, gravações e oficinas no Japão ao lado de Ohara e de outros expoentes da música japonesa, descobriu novas possibilidades de combinar os quatro instrumentos em novas composições e arranjos inéditos instrumentais para algumas de suas canções. Deste processo é que veio à tona o disco que chegou em setembro às plataformas digitais. Como são escassos os registros e pesquisas comprometidos com a manutenção e divulgação dessa sonoridade, o álbum e os concertos que dele derivam possibilitam que os instrumentos destacados ocupem novos espaços no cenário musical nacional e internacional e que se promova trocas de saberes e seja instigada a curiosidade à medida que vão ganhando notoriedade. A sabedoria popular presente na cultura nordestina, caipira e caiçara, e a relação destas comunidades com a natureza e o ambiente à sua volta, influenciaram diretamente o projeto, que ainda bebe nas fontes da oralidade, do conhecimento empírico e do improviso, o que evidencia os processos de composição, de arranjo e do fazer artesão, posto que Filpo Ribeiro é construtor de rabecas e marimbaus.

Em todas as faixas de Arribação a simplicidade e sutileza dos temas instrumentais da música nordestina inspiram os arranjos. As músicas, todas autorais, foram compostas especificamente para os instrumentos empregados e, consequentemente, as apresentações do álbum possibilitam introduzir elementos da cultura popular e da música instrumental em salas de concertos e teatros normalmente restritos à música erudita, ao mesmo tempo em que simultaneamente agitam terreiros, feiras e quintais nos quais as manifestações tradicionais constumam ocorrer com mais ênfase.  

Bailarino e músico, Alisson Lima iniciou a carreira em Recife (PE) aos 14 anos e hoje acumula vivências em danças de matrizes populares e capoeira. Participou do curso de formação em Dança Contemporânea e Clássica no Grupo Experimental, realizou e foi coreógrafo em diversos espetáculos, além de desenvolver cinco projetos solos de dança com temáticas que perpassam o universo das manifestações populares brasileiras. Foi vice- campeão (2010) e campeão (2011) do Concurso de Passista de Frevo de Recife (PE); recebeu prêmio de melhor solo e bailarino do Festival Internacional de Dança Encut (2013); integrou comissões julgadoras de concursos e festivais de dança no Brasil, mais a curadoria do Festidança (2019).

Lima também ministrou cursos de frevo, capoeira e danças brasileiras em universidades e centros culturais nacionais e do Exterior e aulas de dança na Escola Municipal de Frevo do Recife, de 2009 a 2011. Atualmente, ministra aulas de danças populares brasileiras no Instituto Brincante. promove cursos livres de frevo, capoeira e danças brasileiras em universidades e centros culturais no território brasileiro e além mar; a lista inclui a Universidade Federal de Ouro Preto e a Universidade del Valle (Colômbia), por exemplo, e no curso de pós-graduação da Faculdade Rudolf Steiner (São Paulo/SP), unidades do SESC paulistas e mineiras. Desde 2011 atua como músico, percussionista e bailarino da banda do multiartista Antônio Nóbrega, integra a banda do multi-instrumentista Zé Pitoco, o grupo Filpo e a Feira e os projetos Forró Picadinho, do compositor Danilo Moraes, e Rendez-Vous, do músico francês Nicolas Krassik.

O violonista Lincoln Pontes já se apresentou ao lado de Tião Carvalho, Ana Maria Carvalho, Edmílson do Pife, Luiz Paixão, Cosme Vieira, Rafael Toledo, Henrique Araújo, Marcelo Pretto, Lincoln Antônio, Jonathan Silva, Juçara Marçal e Marcos César, entre outros músicos, e já subiu aos palcos da Casa de Francisca, Teatro Artur de Azevedo, Teatro Décio de Almeida Prado, Teatro Cacilda Becker, Casa Barbosa, Al Janiah, Paço do Frevo, Poço das Artes, SESI e Sesc, incluindo participação no projeto Sesc Instrumental Brasil, na unidade paulistana Consolação. Formou-se em violão popular pelo Conservatório Musical Beethoven, estudou Composição como aluno da Universidade Júlio Mesquita Filho (Unesp) e Harmonia com a pianista e arranjadora Sílvia Góes. Sua formação inclui, ainda, curso de Técnicas Avançadas para Cavaquinho (ministrado por Marcelo Cândido) e Prática Instrumental Avançada para Cavaquinho, ambos na Emesp.

Membro e um dos fundadores do grupo Baião Lascado, Pontes integrou como fundador o quarteto Fios de Choro. Sua experiência como músico inclui trabalhos em teatro, tanto como instrumentista, quanto iretor musical do Teatro VentoForte, Trupiscada e Companhia São Jorge de variedades. Acompanhante de Cássio Scapin e Laila Garin na Jornada do Patrimônio 2019, o violonista ainda idealizou o Projeto Dois Cavacos e Um Pandeiro com o intuito de expandir a cultura cavaquinística. Fora dos palcos, criou o Dicionário de Acordes para Cavaquinho. 

Alisson, Ribeiro e Pontes (Foto @daisy_aserena)

Leia e saiba mais sobre Filpo Ribeiro e conteúdos a ele relacionados aqui no Barulho d’água Música pelo link  https://barulhodeagua.com/tag/filpo-ribeiro/

Informações à imprensa: Tambores Comunicações: tamborescom701@gmail.com/ Whatsapp (11) 99966 9320/(11) 920007307

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1635 – Sempre inventivo e ousado, em Eternesense Lelo Nazario brinda público com suíte para piano e sons eletrônicos, da Utopia Studio

#MPB #MúsicaInstrumental #MúsicaEletrônica

*Com Irati Antonio (Utopia Studios)

Ícone da vanguarda instrumental  reconhecido em vários países, compositor fundador do lendário Grupo Um traz ao público uma suíte para piano e sons eletrônicos, dividida em quatro partes e e que tem por tema a busca da natureza pela perpetuação da vida.

Já está disponível nas plataformas digitais Eternesense, novo álbum solo do compositor, produtor musical e pianista Lelo Nazario, mais um lançamento do selo paulista independente Utopia Studios. Eternesense reafirma a trajetória de inventividade e ousadia de Lelo Nazario, com mais de 40 anos de carreira individual, e traz música inédita cujo tema é a resiliência dos organismos vivos em busca da perpetuação da vida. Em forma de suíte para piano e sons eletrônicos e dividida em quatro partes (infância, juventude, maturidade, velhice), a música constitui uma trilha imaginária para o grande espetáculo da natureza. A exemplo das modificações vitais que ocorrem ao longo de muito tempo na vida, apresenta um desenvolvimento mais lento que demanda audição mais atenta aos detalhes. A complexidade dos mecanismos naturais aparece na música na forma de timbres dos sintetizadores, na distribuição dos instrumentos no espaço, na maneira como os efeitos são aplicados ao piano.

A composição surgiu entre 2022 e 2023, com sintetizadores analógicos e virtuais, além de samples de vários instrumentos, timbres digitais, vozes, efeitos sonoros e sons da floresta. Em sua maior parte, a música é tonal, mas existem trechos atonais bastante expressivos e sons característicos da música eletroacústica contemporânea. Conhecido entre os principais nomes da cena instrumental brasileira, Lelo Nazario é fundador do Grupo Um, aclamado como um dos mais reverenciados conjuntos instrumentais do país. Reconhecido como ícone da vanguarda, o autor assina mais de 20 álbuns autorais e a experiência de tocar em companhia de Hermeto Pascoal, Edu Lobo, Gilberto Gil, Naná Vasconcelos, John Scofield, Márcio Montarroyos, Toninho Horta, entre muitos outros.

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1614 – Álbum inédito do paulistano Grupo Um, guardado desde 1975, é lançado pelo selo inglês Far Out Recordings

#MPB #MúsicaInstrumental #SãoPaulo #Inglaterra #SescInstrumental #UtopiaStudios #FarOutRecordings #ProdutoraeGravadoraKuarup

Starting Point marcaria o início de um dos conjuntos instrumentais mais ousados do Brasil, quando, há quase 50 anos, os autores ainda formavam um trio que, como outros artistas na época, não encontrou gravadora

* Com Irati Antonio, Utopia Records

Uma raridade formada por seis faixas instrumentais, inédita desde 1975, acaba de ser gravada em formato laser e vinil pela gravadora inglesa Far Out Recordings¹: o disco Starting Point, que, apesar de enfim receber por um selo gringo merecidíssima atenção quase 50 anos depois, é do Grupo Um, formado naquele ano pelos irmãos Lelo Nazario e Zé Eduardo Nazario e que convidaram Zeca Assumpção para se juntar às suas experiências musicais. Na época, os Nazario e Assumpção já integravam a patota de Hermeto Pascoal ao lado do guitarrista Toninho Horta e do saxofonista Nivaldo Ornelas. O trio formava a seção rítmica (piano, baixo e bateria) e ficou conhecido como “cozinha paulista” do Bruxo dos Sons, pois eram os únicos do estado de São Paulo.

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1598 – Fabio Bergamini (SP) mescla música étnica, world music e improvisos do jazz em seu álbum de estreia

#MPB #MúsicaÉtnica #WordMusic #Escolados7Portões #Campinas #Belic

As oito faixas instrumentais de Nandri estão gravadas no primeiro disco do selo Belic Music com a participação de vários músicos brasileiros e de renome internacional

O instrumentista e compositor Fabio Bergamini, paulista de Campinas, lançará Nandri, primeiro álbum de sua carreira e que inaugurará o portifólio do selo Belic Music na quinta-feira, 8 de dezembro, data na qual as oito faixas já estarão disponíveis em todas as plataformas digitais e, também, do concerto de lançamento, a partir das 19 horas, na Escola dos 7 Portões (E7P Urbana), situada no bairro paulistano Sumaré. O evento incluirá apresentações de Bergamini para audição ao vivo do repertório de Nandri, espaço livre para os músicos presentes tocarem ou cantarem (jam session) e videoclipes.

Nandri é todo instrumental, bebe nas fontes da world music e da música étnica e prima por arranjos que conduzem a paisagens sonoras e visuais, em total harmonia com a complexidade de improvisos do jazz. Com três décadas de carreira, Bergamini já protagonizou turnês pelo mundo com o grupo português de projeção global Madredeus e outros renomados músicos. Em seu álbum de estreia, ele insere instrumentos que para os leigos ocidentais seriam exóticos, dos mais diversos cantos do planeta, promovendo um trabalho original e sem fronteiras, ao mesmo tempo brasileiro e universal.

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1479 Renato Teixeira (SP) e Fagner (CE) gravam Naturezas, disco inédito registrado em estúdio inaugurado pela Kuarup

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Artistas celebram  amizade de anos com lançamento de álbum e parceria de músicas captadas no porão onde fica o endereço atual da gravadora que, por coincidência, foi residência de Renato nos anos 1970.

A amizade entre Renato Teixeira e Raimundo Fagner vem de longa data. Os músicos compõem juntos há alguns anos e resolveram colocar como prioridade o desejo de lançar um álbum em dupla, ideia que surgiu com a troca de mensagens (e-mails) e tomou forma com o surgimento dos aplicativos de áudios e de textos que permitem e facilitam a troca de músicas e de letras. O projeto ganhou vida na Kuarup, gravadora com mais de 40 anos de estrada, que tem seis álbuns de Renato Teixeira em seu catálogo e que ele costuma chamar com carinho de sua casa fonográfica e sua antiga casa por uma inexplicável coincidência de endereços. Outro evento que tornou possível a realização de Naturezas, as gravações, ensaios e o lançamento do trabalho foi a inauguração do estúdio da Kuarup, espaço para atender artistas contratados e parceiros da gravadora.

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1442 – Acatum se apresenta ao vivo na Casa Museu Ema Klabin (SP)*

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Com diferentes instrumentos, vozes e sopro, o grupo realiza composições espontâneas a partir dos sinais do regente

Cristina Aguilera, Mídia Brazil Comunicação Integrada

O Grupo Acatum vai se apresentar ao vivo como atração do Programa Tardes Musicais da Casa Museu Ema Klabin e da 15ª Primavera de Museus neste sábado, 25 de setembro, a partir das 16h30. O espetáculo restrito a menores de 16 anos terá transmissão gratuita pelo Canal do Youtube do Museu situado na cidade de São Paulo (SP) . Durante cerca de 60 minutos, os integrantes do Acatum combinarão guizos, chocalhos e atabaque para tecer um diálogo criativo entre o regente, seus gestos e os músicos/intérpretes. Para o público será possível ouvir música orgânica e espontânea, representante da pluralidade e riqueza dos ritmos.

O Acatum reúne brasileiros, argentinos, chilenos, uruguaios e equatorianos, pluralidade que reflete diretamente na sonoridade. É idealizado e dirigido pelo músico, compositor e educador Gui Augusto Pacheco desde 2017 e tem como referência trabalhos de Fernando Barba (1971-2021), do grupo Barbatuques, reconhecido internacionalmente pela linguagem única de percussão e música corporal, além de outros nomes da música como Naná Vasconcelos, Airto Moreira, Uakti e, especialmente, o músico argentino e fundador do grupo La Bomba del Tiempo, Santiago Vazquez.

Na Casa Museu Ema Klabin o Acatum terá em cena Remi Barbosa Chatain, Renata Fernanda Espoz Jerez, Domingo Duclos Aguilar, Wellington Conceição Santana, Victória Ferreira Alves, Bruno Duarte e Gabriel Draetta.   O espetáculo tem apoio cultural do Governo do Estado de São Paulo, por meio do ProAC ICMS da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, e patrocínio da Klabin S.A.

1400 – Tavinho Limma (PE/SP) mergulha na obra de Fagner e lança homenagem em treze faixas ao cearense

#MPB #MúsicaBrasileira #Fagner #RaimundoFagner #CulturaPopular #MúsicaNordestina

Com participação de Paulinho Pedra Azul, treze perolas do repertório do controvertido músico nordestino fazem parte do nono álbum do ex-integrante da Banda Pau e Corda

As audições matinais aos sábados aqui no Solar do Barulho, onde fica a redação do Barulho d’água Música, na Estância Turística de São Roque (SP), começaram neste dia 5 de junho com O Mundo de Raimundo, disco lançado em 2020 por Tavinho Limma e disponibilizado em plataformas digitais pela produtora e gravadora Kuarup. O álbum em homenagem ao cantor e compositor cearense que com voz rascante e timbre árabe tanto embalou este jornalista na juventude (e até hoje o admira) traz 13 canções do eclético repertório de Raimundo Fagner. Se hoje muitos na crítica torcem o nariz para Fagner e o riscaram do caderninho por conta de posições artísticas e políticas mais recentes, outros tantos zeram tais observações e, deixando de lado a patrulha ideológica, reconhecem com justiça — como este blogueiro — a inegável qualidade da sua contribuição à música e à cultura populares brasileiras, fazendo dele um dos mais luminosos astros entre os quais podem se citar, ainda, Milton Nascimento, Chico Buarque, Caetano Veloso, Alceu Valença, Geraldo Azevedo e, para ficarmos apenas nas vozes masculinas, já fora deste plano Gonzaguinha, Dominguinhos e Belchior.

Desde 1971 até 2020, Fagner já brindou os inúmeros fãs de ao menos três gerações com cerca de 40 álbuns solo — sem contar aqueles nos quais participa, por exemplo, ao lado de outras referências luminares como Ney Matogrosso, Zé Ramalho, Luiz Gonzaga, Zeca Baleiro e até o craque Zico, entre outros trabalhos que mesclam em uma primeira e inventiva fase desde a poesia e composições de Ferreira Gullar, Garcia Lorca, Pablo Milañes, Antonio Machado, Fernando Pessoa, Patativa do Assaré e Florbela Espanca ao rock rural e ritmos latinos e mouros às raízes nordestinas; duetos icônicos com Mercedes Sosa, Joan Manoel Serrat e Rafael Alberti, por exemplo, antes da bem sucedida guinada na década dos anos 1980, quando, para agradar um público menos intelectual e exigente, plateia pouco afeita a estéticas e linguagens inovadoras, assumiu perfil romântico, até explodir em trilhas sonoras de novelas da Rede Globo.  Muito mais do que uma borbulha de sabão que o vento dissolve como espuma, continua firme e dentro do seu atual estilo, formando o time daqueles que já emplacaram a casa dos 70 anos de vida nesta estrada que, atualmente, ninguém sabe onde nos levará, seja pela perseguição e pelo esvaziamento da cultura, seja pelo negacionismo da pandemia da Covid-19 em meio a retrocessos  de todas as ordens que, como cebola cortada, tanto nos fazem chorar.   

Nesta esteira que já chega aos 50 anos de história, Fagner perdeu a unanimidade entre quem lá atrás foi bicho-grilo, mas os “bregaldos” os amam e consagrou compositores como Abel Silva, Petrúcio Maia, Manassés, Sueli Costa, Clodo, Climério & Clésio e Fausto Nilo, mostrando que somos um celeiro inesgotável quando o assunto é música. E parte de seus álbuns arrebataram sucessivamente discos de ouro (vendas acima de 100 mil cópias) e platina (acima de 500 mil), superando em 1987, com Romance no Deserto (“eu tenho a boca que arde como sol, o rosto e a cabeça quente”…) mais de 1 milhão!. Joia rara, seu primeiro filho solo, Manera Fru Fru Manera (1973), incluiu em sua primeira versão Canteiros, sucesso baseado no poema A Marcha, de Cecilia Meireles, com música de Fagner, até hoje cantado em rodas de violões depois de ecoar por todo o Brasil — um verdadeiro “balaço” que vem riscando o tempo saído do disco produzido por Roberto Menescal e pelo próprio cantor, com arranjos de Ivan Lins e participações especiais de Nara Leão, Naná Vasconcelos e Bruce Henry. Dois anos depois, Fagner foi eleito por jornalistas paulistas o Cantor do Ano. Em 1990, o Prêmio Sharp de Música Popular o reconheceu como Melhor Cantor, autor do Melhor álbum (O Quinze), da Melhor canção (Amor Escondido, parceria com Abel Silva) e, de quebra, o quarto troféu: Melhor disco regional (Gonzagão e Fagner Vol. 2.)

Tavinho Limma pinçou cuidadosamente deste baú as pedras que resolveu polir e, apesar de um disco sintético/enxuto diante de tão copioso tesouro, conseguiu alinhavar as duas facetas do polêmico Fagner, deixando na boca de quem ouve um gosto de quero mais. Zeca Baleiro, junto com o mineiro Chico Lobo, tornou-se um dos padrinhos de O Mundo de Raimundo: ambos demonstraram que ao mirar, sabiam no que apostavam, que não errariam, que seria mesmo um tiro bem dado. O projeto que Tavinho Limma primeiro concretizou por meio de uma concorrida vaquinha virtual para produção dos discos físicos não deu nem para o cheiro: virou ouro em pó! Por sorte, a Kuarup topou disponibilizá-lo em versão eletrônica, já que as tiragens do cedê se esgotaram rapidamente e acessando ao linque logo abaixo desta linha será possível ouvir o disco na íntegra.

As 13 faixas começam com A canção brasileira, com participação do mineiro Paulinho Pedra Azul, depois rememoram clássicos como Mucuripe, parceria entre Fagner e o conterrâneo Belchior, que Roberto Carlos, Elis Regina e Amelinha também interpretam; Noturno e Pedras que Cantam, temas das novelas Coração Alado (1980) e Pedra Sobre Pedra (1992); Guerreiro Menino, de Gonzaguinha, também tocada em Voltei Pra Você (1983), todas da Rede Globo; mais perolas tais como Espumas ao Vento, Astro Vagabundo, Cebola Cortada, Ave Coração e Revelação.

Natural de Recife (PE), radicado em Ilha Solteira (SP), Tavinho Limma é cantor, compositor e produtor de eventos. Ex-integrante da Banda de Pau e Corda, apresentou-se em vários eventos tradicionais pernambucanos como carnavais (em O Galo da Madrugada) e Festas Juninas de Caruaru e Recife. Sua discografia possui nove discos solos, lançados desde o primeiro elepê em 1989 — Intenções, da Gravadora Continental/Colibri, em cujas faixas Tavinho Limma interpreta canções de Oswaldo Montenegro, Fátima Guedes e Beto Mi. Entre os parceiros musicais e artísticos ao longo da carreira, destacam-se nomes como Jane Duboc, Tetê Espíndola, Antonio Calonni, Martha Medeiros, Paulinho Pedra Azul, Chico Lobo, Oswaldinho do Acordeon e Ivan Vilela. Como produtor de shows, esteve também com Tetê Espíndola, além de Dani Black e Grupo Voz.

Por diversas vezes, Tavinho Limma se apresentou na Capital bandeirante, cidades da Grande São Paulo e do Interior paulista, seja como atração de edições da Virada Cultural, festivais, projetos culturais ou em concertos solo, passando por Osasco, Cunha (Festa do Pinhão), Concurso de Marchinhas de São Luiz do Paraitinga, Festival de Música de Avaré (Fampop), Festival de Música de Tatuí, Festival de MPB de Ilha Solteira, entre outros eventos. Em 2012, participou da trilha sonora da novela Carrossel, do Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), com a canção Malfeito, dele e de Rita Altério, tema do personagem Firmino. Também esteve no palco do Bar Brahma para o Projeto Talento MPB, dirigido por Lenir Boldrin.

1357 – Filpo Ribeiro e A Feira do Rolo (SP) destacam em apresentações online “Contos de beira d’água”*

#Rabeca #MúsicaNordestina #MúsicaBrasileira #CulturaPopular

*Com Tambores Comunicações

As tradicionais audições matinais aos sábados, aqui no cafofo do Barulho d’água Música, em São Roque (SP), começaram no dia 20 de janeiro com Contos de beira d’água, álbum gravado em 2017 e que tem distribuição pela Tratore, de Filpo Ribeiro e A Feira do Rolo. O grupo paulista, na estrada desde 2014, vai protagonizar várias apresentações virtuais ao vivo (as chamadas “lives”) dentro do projeto Rabecada a partir de hoje e até 20 de março, sempre aos sábados e aos domingos, conforme agenda publicada ao final desta atualização, com apoio e divulgação da Tambores Comunicações. Para assisti-los, basta entrar no canal do grupo cujo endereço é https://www.youtube.com/c/FilpoRibeiroeaFeiradoRolo.

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1277 – Álbum Sons Sobre Tons, da OCAM, traz homenagens a Tomie Ohtake

Disco tem regências de Gil Jardim, Filipe Fonseca e Enrico Ruggieri e traz entre novos compositores os vencedores de concurso inspirado na artista plástica japonesa

O álbum Sons sobre Tons – Criações Musicais sobre Ideias Visuais (distribuição Tratore), da Orquestra de Câmara (OCAM) da Escola de Comunicação e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP), é  reflexo de uma determinada cena de compositores da cidade de São Paulo. A primeira parte, gravada em 2016, traz componentes da OCAM daquele ano, executando obras de Alexandre Lunsqui e Valéria Bonafé. A outra parte, de 2019, mostra os vencedores do Concurso de Composição Musical Tomie Ohtake, promovido em, 2019: Wellington Gonçalves, Paulina Łuciuk e Yugo Sano Mani. O exemplar que ouvimos enquanto escrevíamos esta atualização nos foi gentilmente enviado pelos jornalistas da cidade de São Paulo Beto Priviero e Moisés Santana, da Tambores Comunicações, aos quais somos gratos e agradecemos por apoiarem nosso trabalho.

Considerada um dos principais organismos artísticos da USP, a OCAM tem 25 anos e confirma, com este lançamento, a diretriz de praticar programação aberta e eclética, explorando universos sonoros plurais. Nestas mais de duas décadas, tornou-se referência no âmbito das orquestras profissionalizantes, promovendo trabalho caracterizado pela qualidade de performance musical e concepção arrojada com que desenvolve suas ações. Criada pelo maestro Olivier Toni (1926/2017) em 1995, possui um corpo sinfônico de 45 músicos, selecionado entre alunos do Departamento de Música da USP e instrumentistas ligados à orquestra via cursos de extensão. Desde 2001, é dirigida pelo maestro Gil Jardim, que procura fazer com que os alunos interajam com a amplitude de possibilidades musicais.

Gil Jardim à frente da OCAM (Foto: Marcelo Macauê)

Gil Jardim, cuja versatilidade tem permitido desenvolver trabalhos na área erudita e popular, é autor do livro O estilo antropofágico de Heitor Villa-Lobos (2006) e lançou O Soprador de Vidro (1999), escrito para o Balé do Teatro Castro Alves (Salvador/BA), e Villa-Lobos em Paris (2006). Este recebeu os prêmios Diapason d’Or e Prime (Revista Bravo). E produziu, fez arranjos atuou em espetáculos e discos de Milton Nascimento, Gilberto Gil, Naná Vasconcelos, John McLaughlin, Branford Marsalis e outros.

CD ‘Sons sobre Tons’

Em 2016, foram gravadas as obras Fibers, Yarn and Wire e Carreteis II, de Alexandre Lunsqui, e A menina que virou chuva, de Valéria Bonafé. Lunsqui é professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e considerado único pela forma com que constrói seus discursos musicais. Valéria oferece obra de densidade dramática, um pequeno ‘réquiem’ dedicado a uma sobrinha que viveu poucos minutos. 

As gravações de 2019 trazem os vencedores do Concurso Tomie Ohtake. Em parceria com o Instituto do mesmo nome, a OCAM organizou o evento com objetivo de fomentar a criação entre estudantes. Realizado em três categorias, cada uma foi inspirada em uma obra da artista japonesa, naturalizada brasileira, Tomie Ohtake (1913-2015). Os vencedores foram Wellington Gonçalves, com Dinâmica de fluidos/ensemble, Paulina Łuciuk, Afterimage. Homage to Tomie Ohtake/orquestra de câmara) e Yugo Sano Mani A escuridão, o corpo vermelho e o fascínio/orquestra de cordas). Gil Jardim é responsável pela regência, mas atuam também os regentes Filipe Fonseca (Carretéis II) e Enrico Ruggieri (A escuridão, o corpo vermelho e o fascínio).

Obras de Othake que inspiraram os vencedores do concurso todas sem títulos

Gonçalves, 30 anos, foi membro do estúdio PanAroma, importante centro de pesquisa e difusão de música eletroacústica. Com relação à obra ele disse: “todo material contínuo se deforma quando submetido a uma força”. 

Sano Mani, 26, que faz mestrado em Sonologia/Processos de Criação Musical na USP, comentou: “Quis viver um processo no qual vem o fascínio gerado pela visão que me atingiu, não uma interpretação hermética”.

A polonesa Paulina, 26, Mestre em Composição pela Academia de Música de Cracóvia (Polônia), vive há dois anos no Brasil, e comentou:  “É uma ilusão de ótica na qual a imagem continua aparecendo mesmo após a exposição à imagem real ter terminado. É uma ‘pós-imagem’.”

Leia sobre Tomie Othake em:

http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa4437/tomie-ohtake

Artista: OCAM–ECA/USP (Orquestra de Câmara da Escola de Comunicações e Artes da USP)
CD: Sons sobre Tons – Criações Musicais sobre Ideias Visuais
Regência: Gil Jardim, Filipe Fonseca e Enrico Ruggieri
Distribuição Tratore – www.tratore.com.br – (11) 3085 1246 – Preço: R$ 30, (em média)
Disco digital disponível para download ou streaming: iTunes, Google Play, Spotify, Deezer, Apple Music

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