Antes de começar, vou pedir a vocês encarecidamente que vão até o fim desse post porque ele não vai terminar com um simples “adeus mês de março”.
Mas enfim, chegamos ao último post da ação do mês da mulher, “Bendito é o fruto da nossa mente”. Começou como uma ideia simples: apresentar os perfis de algumas mulheres que não fossem restritas apenas a escritoras mas abrangesse toda a cadeira literária, apresentar editoras comandadas por mulheres, trazer uma entrevista de fechamento, apresentar influencers literárias e postar resenhas de livros escritos por mulheres.
Quase deu certo. Aliás, quase deu certo porque deu mais certo do que eu poderia imaginar. Explico: eu recebi TANTO material de mulheres da literatura que entre, compilação do material, leitura, redação dos perfis, configuração dos posts e publicação, não deu tempo MESMO de fazer resenhas.
Mas todo plano com um mês de duração está sujeito a sofrer as consequências do destino e, no meio dessa ação que estava sendo muito bem recebida, entramos em um período apocalíptico. Pandemia, medo, incerteza, quarentena. As visualizações do blog caíram pela metade, algumas pessoas que integrariam a programação do mês não conseguiram me enviar o material.
Parece estranho pensar que, em quarentena, fechados em casa, metade dos leitores parou de acessar os perfis ou algumas mulheres que vivem na correria, justamente nessa parada obrigatória, não conseguiram enviar o material, mas aí o que pesou foi o emocional: não faltou tempo, faltou clima.
Eu mesma perdi a conta de quantas vezes trabalhei nos posts chorando, ou quantas vezes minha mãe sentou do meu lado me incentivando a não parar porque, embora eu tenha genuinamente amado executar essa ação, teve dias que eu não queria sair da cama, quanto mais escrever textos à altura das mulheres aqui apresentadas.
O que me consola é que eu não desisti nem deixei cair a qualidade dos posts, então o registro fica pra o que sobrar da nossa sociedade quando tudo isso terminar. Os currículos delas podem mudar com a passagem do tempo, mas seguirão sendo maravilhosas e merecendo sua leitura.
Alguns dados:
- Foram publicados 164 perfis de mulheres que trabalham com literatura entre escritoras, editoras, professoras, pesquisadoras, contadoras de histórias, bibliotecárias, livreiras, ilustradoras, designers e coordenadoras de iniciativas de incentivo à leitura. Todas as mulheres que enviaram seu material foram publicadas.
- Tivemos perfis de mulheres de todas as regiões do país, bem como todas as etnias, além de três estrangeiras residentes no Brasil: Argentina, Portugal e Japão.
- Tivemos perfis de mulheres brasileiras que residem nas mais diversas partes do mundo.
- Contemplamos os mais variados gêneros: literatura indígena, LGBT, romântica, ficção científica, policial, erótica, fantasia, infantil, terror, entre outros. Também tivemos prosistas e poetas dos mais variados estilos.
- Conhecemos melhor o trabalho de uma influencer que mistura literatura e teatro.
- Apresentamos 4 editoras comandadas por mulheres.
- Divulgamos o projeto “Laudelinas”, em homenagem à Laudelina de Campos Melo
Retrospectiva
Perdeu algum? Tudo bem, abaixo tem link para cada post com alguns detalhes do conteúdo, é só clicar!
01.03 Post de apresentação do projeto
02.03 Carolina Bernardes, Nara Vidal, Sharon Caleffi
03.03 Soraya Pamplona, Lucia Morais, Sandra Rodrigues, Vanessa Ratton, Teresa Garbayo
04.03 Germana Zanettini, Claudia Hackbart, Leila Rosane Silveira, Isadora Bersot, Aila Magalhães
06.03 Julie Dorrico, Débora Mestre, Alexia Morgan, Sílvia Lazzaretti, Letícia Ávila, Amanda Aniceto
06.03 Tarcila Tanhã, do canal Vra Tatá
10.03 Adriane Garcia, Adrienne Myrtes, Aldirene Máximo, Aline Bei, Amanda Vital, Ana Elisa Ribeiro
11.03 Helena Arruda, Helena Lahis
12.03 Ester Silva, Mariana Basílio, Isabela Sancho, Pilar Bu, Sabrina Dalbelo
13.03 Nanete Neves, Nany Rodrigues, Nayara Christina, Nazaré Bretas, Nic Cardeal
14.03 Alice Martins, Sol Mendonça, Jéssica Balbino, Ágata Benício, Amanda Velloso, Patrícia Alberti
16.03 Cinthia Kriemler, Christiane Angelotti, Camila Assad, Micheliny Verunschk, Rafaela Kawasaki
18.03 Auritha Tabajara, Juliana Berlim, Rita Queiroz, Denise Freitas, Claudia da Cunha
20.03 Ursulla Mackenzie, Jennifer Trajano, Regina Porto, Layla Loli
24.03 Érika Batista, Ines Lempek, Wanessa Santos, Príncia Béli, Daniela Stoll
30.03 Entrevista com Maria Valéria Rezende
Perfil 165
Muito prazer, eu sou Maya Falks. Na verdade eu sou Márcia Bastian Falkenbach, adotei o nome artístico em meados de 2008. Nasci em julho de 1982, na serra gaúcha onde vivo até hoje – com breve intervalo de 4 anos na capital Porto Alegre. Comecei a ditar histórias com 3 anos, escrevi meu primeiro livro aos 7, o segundo aos 11, mesma idade com que comecei a poetizar. Aos 13, enviei uma carta ao escritor Pedro Bandeira com uma sugestão para um livro. Eram folhas e mais folhas contando a minha ideia. Semanas depois recebi um retorno dele sugerindo que eu me tornasse escritora. Minha primeira publicação veio aos 32 anos, de um livro escrito aos 24. Aos 25 ganhei o primeiro dos meus 22 prêmios entre contos, crônicas e poesias. Sou graduada em Publicidade – área onde atuei por quase 20 anos -, Jornalismo e sou estudante de Letras. Nesse meio do caminho, fiz especialização em Marketing e cheguei a cursar 2,5 anos de Direito. Comecei a resenhar depois da formação em jornalismo cuja pesquisa foi em jornalismo literário. Sou autora dos livros “Depois de Tudo”, “Versos e outras insanidades”, “Histórias de Minha Morte” e “Poemas para ler no front”. Esse ano lanço “Santuário” e já tenho um romance aprovado com lançamento previsto para 2021, além de ter textos publicados em mais de 10 antologias e em algumas das principais revistas literárias digitais.
SAIDEIRA
Esse país é tão vasto e rico que não consegui, nesse mês contemplar sequer todas as mulheres que tenho em meu Facebook e trabalham com literatura. Estabeleci como critério publicar as mulheres que me enviassem material, e a vida as vezes é cruel com a gente, a gente esquece, não dá tempo, enfim, por mil motivos tantas mulheres acabaram não integrando os perfis desse projeto.
Mas só para aliviar um pouco do peso na consciência por não poder de fato abrir espaço pra TODAS, resolvi encerrar o mês da mulher do Bibliofilia Cotidiana com uma última homenagem; um pequeno mosaico com algumas mulheres que não estiveram nos perfis.
Muito obrigada pela audiência, pela participação, pelos elogios e pelo apoio. Continuem propagando esse conteúdo porque ele jamais deixará de ser importante. E a partir de amanhã o Bibliofilia retorna com sua programação normal.