Trens de alta velocidade no Brasil

Acho que poucas pessoas se lembram desse projeto. O trem de alta velocidade (TAV Brasil) que deveria estar pronto para a Copa de 2014 e ligaria Campinas – São Paulo – Rio de Janeiro. Agora, o que será que aconteceu com o projeto e quanto ele já nos custou, mesmo sem sair do papel, é um assunto pouco abordado pelas mídias. Aproveitei o fato do Japão estar apostando em velocidades recordes até 2027 para seus trens-balas, como são popularmente conhecidos os TAVs, para abrir um espaço e relembrar a trajetória do TAV Brasil. Afinal, não devemos demorar muito a ouvir sobre ele novamente nos noticiários.

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Tudo começou em 2008/2009, quando a então Ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, apresentou o projeto do trem-bala que ligaria os estados de São Paulo e Rio  durante o 7º balanço do PAC. As promessas eram de que o projeto sairia ainda para a Copa de 2014, no entanto, apesar de algumas cidades já possuírem tecnologias semelhantes a mais de 100 anos, o tempo para conclusão do projeto era limitadíssimo.

Apesar de pouca demanda, e outros aspectos que precisam de um investimento com mais urgência, o projeto do TAV Brasil não acabou. O que vem acontecendo é a falta de interesse de empresas em realizar o projeto. Em agosto de 2013, o governo cancelou pela terceira vez o leilão de concessão da obra, que deve ser retomado no segundo semestre desse ano. O Ministro dos Transportes, César Borges, espera que empresas como Renfe e Siemens, além da empresa Alstom, que foi a única participante do leilão anterior, marquem presença no próximo processo.

Mesmo sem sair do papel, o projeto do trem-bala brasileiro irá custar pelo menos R$1 bilhão de reais aos cofres públicos. Isso inclui gastos com estudo de viabilidade econômica da obra, contratação de consultoria e principalmente a estimativa de gasto da Empresa de Planejamento e Logística (EPL) com o projeto executivo, que gira em torno de R$900 milhões. Com o final do mandato da presidente Dilma a obra deixou de ser prioridade, no entanto, se o próximo leilão ocorrer na segunda metade de 2014, as obras terão início na primeira metade de 2015, com previsão de término em 2020.

Alguns estudiosos acreditam na viabilidade do projeto, que está orçado em R$35 bilhões, outros acreditam que o Brasil tem outras prioridades, principalmente na melhoria dos transportes públicos das cidades. Na minha opinião o mais correto é investir na melhoria do que já temos para depois pensar em trazer uma tecnologia como essas para o Brasil, mesmo com a promessa de redução do movimento das estradas. A linha do projeto conta com 503 quilômetros de comprimento e atenderia um público de quase 30 milhões de pessoas, com uma velocidade aproximada de 360km/h, que reforça a complexidade de sua execução. Outro ponto negativo é que para se ter um preço competitivo com outros transportes, os TAVs são pouco lucrativos, tornando grande a espera por retorno do investimento para a população.

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Uma coisa interessante de notar é que os estados Unidos ainda não possuem essa tecnologia. Os países que possuem TAVs são Alemanha, Canadá, Chile, China, Coreia, Espanha, França, Taiwan, Itália, Japão, Noruega, Portugal, Reino Unido e Suécia. Países que tem em comum a cultura de transporte através de ferrovias. No entanto, ao cogitar a possibilidade de construir um trem bala na Califónia, ligando San Diego a Sacramento, muito se foi questionado. O trecho é curto, o custo é alto, a segurança é baixa e haveria disputa de terras privadas para a construção do trem, que teria previsão para ficar pronto em 2029. Com isso o chefe-executivo da Tesla Motors, Elon Musk, apresentou nos EUA um modelo novo de transporte de alta velocidade movido a energia solar, o Hyperloop. Para quem não conhece, a Tesla foi uma  das primeiras empresas a comercializar carros elétricos, e vem incentivando sua comercialização tornando mais prático e viável seu abastecimento. Confiram mais notícias sobre o Hyperloop e a “popularização” dos carros elétricos aqui, aqui (inglês) e aqui (Inglês).

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Uma consideração sobre “Trens de alta velocidade no Brasil”

  1. Infelizmente o brasil é o pais que promete mais não cumpre, muitas coisas vão ficar pendentes antes e durante a copa e não serão concluidas o que foi prometido

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