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Cândido Portinari - Análise de Obras

Análise das Obras "Retirantes" e "Guerra e Paz"

 

Retirantes

Ficha Técnica:

-Ano: 1944

-Dimensões: 190 x 180

-Técnica: Óleo sobre tela

-Localização: Acervo MASP, Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand

Interpretação da obra:

O pintor brasileiro Cândido Portinari sempre se revelou atento as condições sociais do nosso país. Pode-se observar tal preocupação através de suas inúmeras e admiradas telas, cujos temas era muitas vezes relacionados a miséria e infeliz vida do trabalhador daquela época. A obra em estudo, denominada “Retirantes” faz parte da “Série Retirantes”, composta também pelas obras “Criança Morta”, “Emigrantes” e “Enterro na Rede”. Formada por nove personagens cadavéricos, esta obra é uma denúncia social, com traços impressionistas. O grupo é formado por quatro adultos e cinco crianças, o idoso que leva um cajado lembra uma figura de esqueleto, o garoto na direita da composição provavelmente possui a doença esquistossomose, adquirida pela má condição de saneamento básico. O homem de chapéu carrega uma trouxa e um sofrido garoto. A esquerda do homem estão duas crianças, provavelmente clamando por socorro e no centro da pintura encontra-se a mulher, cuja expressão é de sofrimento e amargura, ela carrega uma trouxa e um bebê extremamente magro, remetendo a uma figura descarnada. A obra reproduz a triste vida de famílias afetadas pela seca e que assim resolveram migrar para outros lugares. Esta obra divide-se entre o sagrado e o profano, o sagrado da “Sagrada Família” e o profano da morte, matando os miseráveis cujas condições não possibilitam outras alternativas.

 

Guerra e Paz

Ficha técnica:

-Localização: Sede das Nações Unidas, Nova York, Estados Unidos

-Ano:1952-1956

-Técnica: Óleo madeira compensada

-Tamanho: Guerra - 1.400cm x 1.058cm; Paz - 1.400cm x 953cm

-Movimento: Modernismo

Interpretação da obra:

Os painéis Guerra e Paz atualmente se encontram na sede da ONU, em Nova York, nos Estados Unidos. Eles foram feitos para serem entregues de presente do Brasil para a ONU. Através de linhas retas, geométricas e sem abranger noção de profundidade, Portinari retratou neste painel a divisão entre o mal e o bem, entre a guerra e a paz. Do lado da guerra, são representadas pessoas com aparente sofrimento, suas expressões são amarguradas e exalam desespero, são retratados itens comuns de uma guerra. São utilizadas poucas e sombrias cores. No lado contrário, o da paz, há um contraste enorme com o primeiro, pois os personagens retratados são alegres, vívidos. Portinari utilizou elementos de sua infância para construir essa parte do painel, como se sabe, a infância de Portinari foi bem marcada pelas brincadeiras e alegria, durante toda sua vida ele sempre representou itens infantis em suas obras, e não foi diferente com o painel de paz, onde ele retratou brincadeiras comuns de seu cotidiano, como a capoeira, por exemplo. As cores são vivas e chamam a atenção de quem as observa.

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