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Brasil

Três metalúrgicos da CSN foram mortos pelo Exército durante greve, há 30 anos

Exército interveio em movimento de trabalhadores da CSN, em 1988

Por Ana Carolina Santos*

Fundada em 1941 e um dos maiores símbolos da Era Vargas (1930-1945), a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), localizada em Volta Redonda, no sul do estado do Rio de Janeiro, foi palco de uma grande greve de trabalhadores, em novembro de 1988, durante o governo de José Sarney, que terminou em tragédia. Iniciado no dia 7 daquele mês, o movimento dos metalúrgicos reivindicava a implementação do turno de seis horas diárias de trabalho e aumento salarial.

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Em Volta Redonda, no Sul Fluminense, houve confronto entre Exército e metalúrgicos

No primeiro dia de greve, houve confrontos entre os funcionários e a Polícia Militar. "Na confusão, o soldado Márcio perdeu seu revólver e o capitão Valadares ficou sem uma pulseira de ouro", contou a matéria do GLOBO do dia 8 de novembro. Naquele mesmo dia, o Exército interveio e ocupou a metalúrgica, então estatal, que estava em poder de mais de 10 mil trabalhadores.

Cartaz mostra repúdio dos trabalhadores às mortes provocadas pelo Exército

Uma tragédia se deu na noite do dia 9: três metalúrgicos morreram no confronto. Seus nomes eram Carlos Augusto Barroso, de 19 anos; William Fernandes Leite, de 22 anos, e Valmir Freitas Monteiro, de 27 anos. Centenas de trabalhadores ficaram feridos. A greve só terminaria no dia 23 de novembro, com as promessas de não punição aos grevistas, de adoção do reivindicado turno de seis horas dentro de 90 dias e do pagamento de um abono.

* Estagiária sob supervisão de Stéfano Salles 

Ação do Exército matou três metalúrgicos, além de ter deixado centenas de feridos

Cruz representa o luto pelos três trabalhadores que perderam a vida nos confrontos com o Exército

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