• Laura Raffs
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Tanto o MDF quanto o MDP são feitos do mesmo material: madeira reflorestada de pinus ou eucalipto. A grande diferença entre eles é que um é formado por fibras e o outro por partículas de madeira.

MDF e MDP: afinal, existe um melhor? (Foto: Divulgação Placas do Brasil)

Este quarto, projetado pelo arquiteto João Jantorno, possui marcenaria em MDF (Foto: Divulgação Placas do Brasil)

A sigla MDF significa Medium Density Fiberboard – ou Painel de Fibra de Densidade Média, em português. Isso quer dizer que ele é um painel de madeira reconstituída, formado por fibras de madeira e resina sintética, o que resulta em um material bem uniforme. Já o MDP (Medium Density Particleboard ou Painel de Partícula de Média Densidade) é composto por partículas de madeira ligadas entre si, através de resinas, possuindo maior resistência estrutural.

Uma vantagem comum aos dois materiais é seu valor mais baixo, sendo mais barato que a madeira maciça, além da versatilidade do produto, utilizado de várias formas pela marcenaria.

Existe um melhor?

Especial cozinhas (Foto: Marco Antonio)

A cozinha Urbano, da marca brasileira Moss, possui armários feitos de MDP (Foto: Marco Antonio)

Diferente do que muitas pessoas pensam, não existe um melhor entre o MDF e o MDP. O ponto-chave da questão é entender para quais tipos de peças cada um é mais indicado.

O MDF é um material denso, plano e uniforme. “Uma de suas vantagens é a manuseabilidade, facilidade de corte em vários sentidos e a capacidade de suportar trabalhos de usinagem”, comenta João Jantorno, arquiteto e designer da indústria de MDF Placas do Brasil. Ou seja, o MDF dá mais espaço à criatividade, sendo utilizado para designs mais modernos, de cantos arredondados e acabamentos mais precisos, com riqueza de contornos e detalhes.

Portanto, ele é mais utilizado para móveis sofisticados, berços, painéis e roupeiros. Ainda, é o melhor para quem deseja dar um acabamento à peça com a aplicação de tintas e revestimentos, por conta de sua superfície homogênea.

Especial cozinhas (Foto: Marco Antonio)

Os projetos também podem usar MDF e MDP no mesmo móvel, como nesta cozinha feita pelo escritório Edgar Casagranda Arquitetura (Foto: Marco Antonio)

Por outro lado, o MDP tem como pontos positivos a sua estabilidade e resistência, apesar de ser mais leve. “Ele é constituído por três camadas, uma mais grossa no miolo e duas finas nas superfícies. Essa composição torna o material mais robusto e bem estruturado, pronto para receber mais peso que o MDF”, explica Natália Veronezi, arquiteta da Vero Conceito, de móveis planejados. Por isso, ele é muito utilizado para portas, prateleiras, armários e bancadas, por exemplo, além de ser 10% a 30% mais barato.

Outro ponto interessante: o MDP é mais resistente à umidade. Por isso, seu uso é indicado para áreas úmidas, como banheiros e cozinhas, enquanto o MDF é ideal para móveis da sala e quarto, com acabamentos mais refinados, sendo também mais resistente à atritos.

“Ambos são materiais muito bons. Antigamente, tinham preconceito com o MDP, mas ele não tem nada a ver com o antigo aglomerado, formado por resíduos de madeira”, esclarece Natália Veronezi.

Para preservar

MDF e MDP: afinal, existe um melhor? (Foto: Divulgação Placas do Brasil)

Projeto assinado pelo arquiteto João Jantorno, com marcenaria em MDF (Foto: Divulgação Placas do Brasil)

Para garantir a durabilidade do MDF e MDP, alguns cuidados devem ser seguidos. Antes de tudo, é importante ter atenção para não molhar os materiais, até mesmo o MDP que é mais resistente à umidade, evitando o empenamento ou distorção da madeira. Por isso, para a limpeza, o indicado é utilizar um pano úmido seguido de pano seco, além de evitar produtos abrasivos, como o cloro. Além disso, procure reduzir a exposição constante e direta desses materiais ao sol.

Outra dica é investir no selamento do MDF e do MDP. “É como uma camada de proteção, que os torna mais resistentes à intempéries, previne o envelhecimento e oferece mais durabilidade ao móvel. Isso pode gerar até uma economia financeira no futuro”, arremata o arquiteto Michael Zanghelini.