Arte

Por Gala Mora


A arte contemporânea está cada vez mais em ascensão, e isso reflete também em seus preços, já que tanto as pinturas como as esculturas da segunda metade do século 20 estão sendo vendidos pelos maiores preços da história. Mas será que eles são adquiridos realmente por amantes e colecionadores de arte?

De acordo com um estudo "A arte de investir" do banco BBVA, “97% dos compradores de arte confessam que sua primeira motivação de compra é por um aspecto puramente emocional, enquanto 49% mencionam ser impulsionado pelo retorno do investimento, uma porcentagem deste último que aumentou acentuadamente nos últimos anos”. Isso aparece também no relatório de outro banco, desta vez o americano Citi, que tem a certeza de que "o mercado de arte a nível mundial tem registrado um crescimento anual de 13% desde 2000, razão pela qual, nos últimos dez anos, as obras de artistas contemporâneos obtiveram grande rentabilidade”.

Abaixo, listamos 12 exemplos de transações de grande porte envolvendo essas obras de arte. Conheça:

1. Interchange, Willem de Kooning

Interchange, de Willem de Kooning — Foto: Divulgação
Interchange, de Willem de Kooning — Foto: Divulgação

Esta pintura foi feita em 1955 e faz parte do estilo do expressionismo abstrato. É um óleo sobre tela e por muitos anos foi a venda mais cara da história da arte, já foi adquirida por US$ 300 milhões em 2015 por um comprador particular. A obra desafia os limites entre abstração e figuração, fazendo aquela pintura gestual característica. Willem de Kooning, seu autor, morreu em 1997 sem saber a loucura que veio a ser paga por ela mas, considerando que seu primeiro trabalho foi vendido por US$ 4 mil, estaria pensando que isso já poderia ter acontecido em vida.

2. Nude with Joyous Painting, de Roy Lichtenstein

 — Foto: Christies
— Foto: Christies

Essa Pop Art pintada em 1994 foi leiloada por US$ 46,2 milhões no grande leilão online ONE , organizado pela Christie's, e atingiu o recorde de venda de obra de arte mais cara do ano de 2020. A série Nudes, de meados da década de 1990, foram as últimas obras de Roy Lichtenstein e impulsionou a fama do movimento até os dias de hoje.

3. Rabbit, de Jeff Koons

 — Foto: Getty Images
— Foto: Getty Images

Em maio de 2019, essa obra foi vendida no leilão da Christie's, em Nova York, por US$ 91,1 milhões, tornando-se o trabalho mais caro já vendido por um artista vivo em leilão. A enorme escultura é feita de um inox brilhante datado de 1984, e imita um coelho de prata inflável que se tornou um ícone da arte do século XX. O comprador, aliás, é o colecionador bilionário Steve Cohen.

4. Portrait of an Artist (Pool with two figures), de David Hockney

 — Foto: Christies
— Foto: Christies

A casa de leilão Christie's chamou essa peça de "uma das grandes obras-primas do nosso tempo", e deveria ter sido, porque foi vendida, após menos de 10 minutos de licitação por US$ 90,3 milhões. É uma pintura a óleo feita em 1972 e foi feita com uma técnica refinada que se aprofunda nos detalhes com muito brilho e forte paleta de cores. É a obra mais característica do autor, que aos 81 anos vive feliz na Inglaterra.

5. Abstraktes Bild, de Gerhard Richter

  — Foto: Widewalls
— Foto: Widewalls

O pintor alemão nunca escondeu seu desconforto com o mercado e a especulação de que sua obra sofre, porque garante que "fala-se cada vez mais em dinheiro e menos de arte, e não há muito que possamos fazer para evitar isso." Essas declarações surgiram como resultado da venda na Sotheby's de Londres, em 2015, de uma tela de sua série Abstraktes Bild, de 1986, por US$ 46 milhões, preço que o próprio artista afirma multiplicar o custo original por cinco mil.

6. Três estudos de Lucian Freud, de Francis Bacon

 — Foto: Christies
— Foto: Christies

Essa obra é uma série pintada em 1969 e leiloada por US$ 142,4 milhões de dólares em 2013. A pintura do artista europeu retrata Lucian Freud, seu amigo e rival artístico, com quem fez amizade a ponto de criarem obras um para o outro. "A distorção das formas, a convulsão expressiva no rosto e o esquematismo de tudo o que não é uma figura humana caracterizam estas três pinturas consecutivas", asseguram os especialistas.

7. Balloon Dog (Orange), de Jeff Koons

 — Foto: Christies
— Foto: Christies

Sim, temos que incluir Koons novamente nesta lista porque a hipervalorização do seu trabalho quebrou vários recordes e, antes do coelho, havia um cão, que foi vendido na Christie's de Nova York por US$ 58,4 milhões em 2013 e, claro, naquela época, fez história. A obra tem três metros de altura e faz parte de uma série de cinco esculturas de cachorros que parecem feitas com balões, assim como o Coelho, e que Koons criou entre 1994 e 2000. Ficou tão famosa que chegou a aparecer no telhado do Metropolitan Museum of Art em Nova York , no Grande Canal em Veneza e até no Palácio de Versalhes, em Paris.

8. L’Homme qui marche, de Giacometti

 — Foto: Wikimedia Commons
— Foto: Wikimedia Commons

Esta enorme e incrível escultura de bronze do artista suíço Alberto Giacometti feita em 1961 foi leiloada na Sotheby's em 2010, pelo preço nada desprezível de US$ 104,3 milhões, uma verdadeira fortuna que marcou a história. Icônica, é uma das peças escultóricas mais dinâmicas e importantes da era moderna. "Após oito minutos de batalha de lances rápida e furiosa entre dez compradores, a peça, que pertencia ao banco alemão Commerzbank, foi para mãos anônimas que estavam ao telefone", disse a casa de leilões na época. A peça pertence à fase madura do artista e representa o ponto culminante da experimentação do escultor com a figura humana.

9. Untitled, de Jean-Michel Basquiat

 — Foto: Sotherby's
— Foto: Sotherby's

Pintada em 1982 pelo inigualável Jean-Michel Basquiat, esta obra sem título foi vendida em 2017 na Sotheby's de Nova York por US$ 110,49 milhões, até então o recorde de leilão para um artista dos Estados Unidos. A tela tem dimensões de 183 centímetros de altura por 173 centímetros de largura e mostra um perfil em forma de caveira, em tinta acrílica, lápis de cera e aerossol, sendo um marco no artista com vida complicada e que morreu de overdose aos 27 anos. A obra foi comprada pelo empresário e colecionador de arte japonês Yusaku Maezawa , fundador da gigante do comércio online “Star Today”.

10. Complements, de Brice Marden

 — Foto: Christies
— Foto: Christies

O pintor minimalista Brice Marden pintou Complementos entre 2004 e 2007. Foi vendido por US$ 30,9 milhões no leilão da Christie's em julho de 2020, tornando-o o artista vivo mais procurado do ano, à frente de David Hockney.

11. The last supper, de Zeng Fanzhi

 — Foto: Sotherby's
— Foto: Sotherby's

Zeng Fanzhi é o rei indiscutível da cena de arte contemporânea chinesa. Desde o início de sua carreira, suas obras foram vendidas por quantias impressionantes de dinheiro e, em 2013, sua pintura a óleo intitulada “A Última Ceia”, feita em 2001, foi vendida no leilão da Sotheby's em Hong Kong por US$ 23,3 milhões, estabelecendo um novo recorde para uma obra de arte contemporânea asiática. A pintura faz referência ao mural de Da Vinci com o mesmo nome - mas, neste caso, os personagens de Zeng usam máscaras, que mostram a falsidade das relações sociais.

12. The grand snowing mountains, de Cui Ruzhuo

 — Foto: Artnet
— Foto: Artnet

A obra do artista chinês Cui Ruzhuo é composta por oito painéis com montanhas nevadas, pintadas com tinta sobre papel com traços simples, e foi vendida em Hong Kong em 2016 pela casa de leilões Poly Auction. Seu preço de US$ 39,5 milhões foi um marco para a Ásia e o trabalho delicado, cuidadoso e meticuloso nos detalhes, tornou-se referência no cenário da arte contemporânea chinesa.

* Matéria originalmente publicada em Architectural Digest Espanha
Tradução: Ana Beatriz Hoffert

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