A Santa Igreja nos recomenda vivermos a modéstia católica. Encontramos essas recomendações extensivamente na Bíblia, na tradição expressa no Catecismo da Igreja Católica, documentos e cartas, bem como no Código do Direito Canônico. Um convite tão expressivo não pode ser ignorado, como muitas vezes vemos hoje em dia.

Entenda onde o chamado à modéstia católica se expressa, o que é, como vivê-lo em sua vida.

A Modéstia Católica nos Documentos

Há tanta referência à modéstia católica que seria excessivo e exaustivo compilar tudo neste artigo. Porém irei citar as principais referências, a começar pela Bíblia. Já no antigo testamento este comportamento era louvável aos olhos de Deus.

“Não te afastes da mulher sensata e virtuosa que te foi concedida no temor do Senhor; pois a graça de sua modéstia vale mais do que o ouro.”

Eclesiástico 7,21

No novo testamento, na carta à Timóteo capítulo 2, São Paulo ressalta que a modéstia pode ser a salvação para a mulher. Aliás, o próprio Cristo, Nosso Senhor, nos instruiu, de maneira mais ampla, sobre os perigos dos escândalos.

De forma geral, as Sagradas Escrituras apresentam a modéstia como sendo uma forma de evitar escândalos ou orgulho. Além é claro, do cuidado e amor ao próximo, que se reflete na modéstia por evitar que seu irmão peque com os olhos: “Eu, porém, vos digo: todo aquele que lançar um olhar de cobiça para uma mulher, já adulterou com ela em seu coração” Mt 5, 28.

Trazendo para o contexto moderno, o Catecismo da Igreja Católica (CIC) ressalta que “pudor é modéstia” e assim, associando estas duas palavras avançamos na consciência de que a modéstia católica não só é a ausência de vaidade como também o recato e a discrição.

O catecismo ainda, explica muito bem o que é pudor: “o pudor preserva a intimidade da pessoa. Consiste na recusa de mostrar aquilo que deve ficar escondido. Está ordenado à castidade, exprimindo sua delicadeza. Orienta os olhares e os gestos em conformidade com a dignidade das pessoas e de sua união”  Parágrafo 2521 – CIC.

Modéstia Católica no Vestir

Seguindo a doutrina da Igreja, podemos voltar nossos olhares para a maneira como nos vestimos. Assim como de forma geral a modéstia prevê evitar escândalos, ao nos vestirmos não devemos exagerar nos enfeites e cores e estampas de maneira que poderíamos estar se destacando do natural. Isso não significa que não possamos vestir-nos com roupas fashion e com algumas tendências da moda. Apenas deve-se prezar para que não fique algo exagerado e escandaloso.

A palavra-chave para a modéstia católica é o equilíbrio. Então, cuidando sempre do look completo para que fique equilibrado (cores, estampas, acessórios…) estaremos exercendo a temperança e assim, a modéstia. Vale ainda lembrar que nosso corpo é templo do Espírito Santo, então nesse equilíbrio também entra o não vestir-se mal e desleixada.

Por vezes podemos pensar que o equilíbrio está em nos vestirmos como a moda ou os outros se vestem. De fato os costumes locais devem ser levados em consideração ao escolher os vestimentos. Entretanto, o CIC nos exalta a cuidarmos com a relativização.

“O pudor inspira um modo de viver que permite resistir às solicitações da moda e à pressão das ideologias dominantes.”

Catecismo da Igreja Católica 2523

Quanto Devo Cobrir?

Assim, chegamos a parte mais difícil de se compreender e até de aceitar, ao decidir viver de maneira modesta. Um vídeo muito elucidativo do Pe. Paulo Ricardo, explica alguns aspectos sobre esta questão. O Vídeo está disponível abaixo caso deseje assistí-lo.

Amor ao Próximo

Somos chamados a amar ao próximo e como já foi dito, muitas vezes nossas roupas podem despertar pecados em outras pessoas. Independente de sermos homens ou mulheres, nós podemos estar provocando uma atitude imoral. Isto não significa, porém, que somos culpados pela falta do outro. Porém nosso amor nos leva a querermos o bem do próximo.

No vídeo acima o Pe. Paulo Ricardo nos explica que algumas partes do corpo não despertam atenção nem sentimentos específicos. Partes como a mão e os pés, por exemplo, não geram nenhum tipo de reação e por isso podem ficar expostas sempre.

Outras partes são diretamente reservadas à intimidade matrimonial, nestas se destacam as partes íntimas. Portanto, estas partes devem sempre estar completamente cobertas pois sempre são associadas à sexualidade.

Finalmente há o terceiro grupo que são as partes intermediárias. Por si, estas partes não são exatamente íntimas, porém elas “convidam” a outra pessoa a pensar sobre o que vem depois. Um exemplo muito claro e comum é a coxa feminina. Ao ver a coxa de uma mulher, principalmente nas partes mais altas, um homem tende a imaginar o glúteo, o que pode levar imediatamente a pensamentos impuros.

É justamente neste grupo que surgem mais dúvidas.

O Comprimento Ideal

Por serem partes que não são diretamente ligadas à sexualidade, mas que ao mesmo tempo podem levar a essa conclusão, fica difícil entender o limite de quanto pode-se mostrar destas partes. Assim, uma recomendação poderia ser pensar o quanto mostrar pode ser tentador para pessoas que já sofrem na luta contra o pecado da luxúria.

Entretanto, como um homem saberá quais partes são tentadoras para uma mulher, e ainda, como uma mulher poderá saber quais partes serão tentadoras à um homem?

Então a modéstia católica nos aconselha sempre para sermos mais cautelosos deixando a vaidade de lado. São justamente nestas partes que a cultura local pode influenciar. Há países, por exemplo, que não se deve mostrar mais do que os tornozelos. Porém no Brasil, cobrir os joelhos já é suficientemente modesto.

O mesmo ocorre para outras partes, como os braços. Em algum locais talvez seja imodesto mostrar a parte alta dos braços, já para nós, o ideal é que ao menos se cubra os ombros.

Posso estar soando injusta em falar para cobrir os ombros, evitando alcinhas e principalmente (e especialmente) tomara-que-caias, uma vez que isso é comum em nossa cultura. Mas aqui retomo o parágrafo 2523 do CIC, que citamos acima. Apesar de ser moda, não é uma moda modesta. Regata pode ser aceitável quando não muito exagerada, mas também é preferível evitá-las.

Logicamente que também depende muito do local onde você se encontra. O ambiente poderá influenciar levemente para mais ou para menos. Futuramente farei um artigo falando sobre locais específicos, como a praia e a igreja, por exemplo.

Conclusão

Viver a modéstia católica é primeiramente um ato de amor à Deus que nos fez para sermos puros, ao Espírito Santo que habita em nós, ao Filho que é Nosso Senhor e por isso somos servos dEle e finalmente, aos nossos irmãos aos quais preservamos das tentações do pecado.

Conheça nossas roupas que seguem todos estes princípios de modéstia católica sem deixar de ressaltar a feminilidade dada por Deus como presente para nós mulheres.