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Rafael Sica estreia na literatura infantojuvenil com “Ninguém dormia”

  • Literatura

Quadrinista gaúcho empresta traço rústico para história sobre menina que nina fantasmas

Estranhazinha lê para ninas fantasmas e fazer todos em casa dormirem tranquilos (Foto: Reprodução)

Por Leon Sanguiné – leon@cidadeinvisivel.art.br

Nas paisagens pitorescas e no traço imprevisível de Rafael Sica, nasce uma história infantil assustadoramente intimista. É Ninguém dormia, estreia do autor na literatura infantojuvenil. O livro, lançado pela ÔZé Editora, está em pré-venda com 30% de desconto no site.

Sica é quadrinista conhecido por produções adultas como Fachadas e Triste, publicadas pela editora Lote 42. O mais recente lançamento foi Brasil, onde traça uma visão apocalíptica da monocultura no país. O autor, entretanto, não entende como diferente pensar a publicação para esse novo público. “Era uma história que estava guardada já fazia um tempo. Ano passado acabei relendo e praticamente refazendo tudo”, conta.

Sica vê o atual momento como um dos mais interessantes do quadrinho nacional (Foto: Igor de Mello)

A protagonista é Estranhazinha, uma garota que não tem medo dos fantasmas do passado e conta histórias para acalentar a família. Dessa forma, ela espanta e nina fantasmas que se escondem pela casa e moram dentro do armário. Uma  história sobre insônia, sono, barulho, silêncio, susto, sobre morte e medo. “O livro fala sobre o poder que o conhecimento tem de jogar luz no desconhecido. O saber amansando o medo, botando pra dormir a ignorância. O fantasma ali é a representação de um passado que só assusta porque se sabe pouco sobre ele”, comenta.

Ainda que o momento seja de se aventurar em outra área, Sica não titubeia ao analisar o atual momento da produção dos quadrinhos no Brasil. Na visão do artista, eles estão muito mais interessantes do que há 10 ou 20 anos. “Acho que hoje eu gosto mais de quadrinhos do que gostava há 10 ou 20 anos. Hoje o quadrinho nacional é muito mais representativo, com uma diversidade muito maior de autoras e autores. Se há 20 anos você reunisse 10 desenhistas, oito seriam homens e brancos. Hoje é diferente e isso mostra um amadurecimento e um enriquecimento na produção do quadrinho que se faz hoje no Brasil. É de fato o Brasil conversando mais com o Brasil.”

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