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Dona Lily Marinho morre, aos 89 anos, no Rio de Janeiro

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Dona Lily Marinho, viúva de Roberto Marinho, fundador das Organizações Globo, e Embaixadora da Boa Vontade da Unesco, morreu às 20h05 desta quarta-feira (5), aos 89 anos, de falência múltipla dos órgãos.


Ela estava internada na Clínica São Vicente, na Gávea, Zona Sul do Rio, desde o dia 13 de dezembro, com infecção respiratória. Duas semanas atrás, Dona Lily foi transferida para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da clínica.


Roberto Marinho e Lilly Marinho

O velório será nesta quinta-feira (6) pela manhã, no cemitério São João Batista, em Botafogo, também na Zona Sul.


Filha de uma francesa e de um inglês, Lily Monique de Carvalho Marinho nasceu em Colônia, na Alemanha, mas foi criada na França. Em 1938, a beleza da jovem impressionava. Lily Monique foi miss Paris, aos 17 anos de idade. Foi em Paris que conheceu o primeiro marido, o empresário Horácio de Carvalho. Casou-se e adotou o Brasil como pátria. Com Horácio de Carvalho , teve um filho, Horacinho, que morreu num acidente de automóvel, aos 26 anos de idade. Tempos depois, adotou um menino, que lhe deu quatro netos.


Dona Lily e Roberto Marinho se conheceram em 1941. Quase cinquenta anos mais tarde, quando a reencontrou, já viúva, Doutor Roberto se lembrava de como ela estava vestida quando se encontraram pela primeira vez.


"Quando esse mesmo homem confessa que, durante 44 anos, nunca esqueceu o primeiro encontro, quando diz achá-la bela... Como não se sensibilizar?", recordou ela no livro "Roberto & Lily", lançado em 2004. Eles se casaram em setembro de 1991. Roberto Marinho tinha 86 anos, e Lily, setenta.


Com Doutor Roberto, Dona Lily ajudou a trazer pela primeira vez ao Brasil grandes exposições de artistas franceses, como Monet e Rodin. Pelo apoio e pela promoção da cultura, Dona Lily foi condecorada pelo governo da França com a Legião de Honra e homenageada pelo Ministério da Cultura do Brasil. Dona Lily é também Embaixadora da Boa Vontade da Unesco, o braço da ONU para educação e cultura.


Quando Roberto Marinho morreu, em 2003, a cerimônia de despedida foi na casa do Cosme Velho. E foi lá que ela viveu até ser internada. "Não poderia viver em outro lugar. Com sua ausência, viverei com saudade até o fim", disse certa vez.


Ela tinha o hábito de organizar reuniões na sua casa no Cosme Velho, também na Zona Sul. Em julho do ano passado, ofereceu um almoço à então candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff. Foram convidadas personalidades da política e da sociedade carioca para o encontro, como a economista Maria da Conceição Tavares, e escritora Nélida Piñon, Jandira Feghali, Maria Lúcia Horta Jardim, Magaly Cabral, Consuelo Paes, Marcela Temer e Lucy Barreto.


Em nota, a presidente Dilma Rousseff lamentou a morte de Dona Lily e elogiou a dedicação dela aos mais necessitados.


O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, destacou que Dona Lily "marcou sua trajetória pela elegância no viver e no amor à arte".


O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, afirmou que a "solidariedade e dedicação" dela "servem de inspiração e orgulho". "A morte de Dona Lily é uma grande perda para todos os cariocas, que se despedem de alguém que amava a nossa cidade com toda sua elegância e generosidade", afirmou o prefeito na nota oficial.


Vincent Defourny, representante da Unesco no Brasil, divulgou nota na qual diz que "expressa seu profundo pesar pelo falecimento de D. Lily Marinho". A nota acrescenta: "D. Lily teve relevante papel no incentivo à cultura e apoiou projetos sociais voltados aos menos favorecidos. Colaborou de forma incansável para aproximar as diferentes culturas e pessoas, sempre levando uma mensagem de tolerância e paz. A forma dedicada com que tratava assuntos culturais e sociais do país ficará registrada em nossas memórias".



Fonte: G1

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