78

ANOS CINECLUBE DO PORTO

Abril, como já é hábito, é sinónimo de celebração no Cineclube do Porto.

No mês que festejamos 78 anos damos grande destaque ao cinema português, com as exibições de sete filmes nacionais.

Abrimos o mês com o filme Guerra, da dupla José Oliveira e Marta Ramos, que receberemos no sábado dia 1.

Em abril fechamos o nosso ciclo feito em parceria com a AIP – Associação de Imagem Portuguesa, onde recebemos diretores de fotografia e exibiremos filmes onde trabalharam, colocando o foco numa área artística do cinema para além da realização. Manuel Pinto Barros, Rui Poças e Acácio de Almeida marcam presença para conversar sobre a profissão e para vermos cinema feito em Portugal.

No dia 13 de abril, dia em que o Clube Português de Cinematografia- Cineclube do Porto faz 78 anos exibiremos um dos primeiros filmes do mestre da comédia Ernst Lubitsch antes de trocar a Alemanha pelos Estados Unidos.

A Princesa das Ostras é nas suas palavras o primeiro filme que indicava em esboço o seu estilo pessoal.

A fechar o mês receberemos a realizadora Eva Ângelo que nos apresentará o seu documentário Morada, sobre mulheres, cinéfilas, cineclubistas.

Não percam abril, há muito para festejar!

Sábado, 1 de abril – 18h00

GUERRA

José Oliveira, Marta Ramos

PORTUGAL | 2020 | FIC | 105’ | M/12

com a presença dos realizadores


A partir da rememoração de um professor de Língua Portuguesa na actualidade, vamos seguir Manuel, o seu pai, ex-combatente da nossa guerra colonial e constantemente atormentado por essas lembranças. Iremos com ele até ao fundo dos lugares físicos que o obcecam – dos quartéis da formação até aos lagos e jardins da sua juventude e enamoramento – bem como ao abismo da sua memória – a guerra e a paixão juntas, indestrinçáveis, numa batalha que pergunta ou grita as imemoriais dúvidas existenciais.

Quinta-feira, 6 de abril – 21h30

SESSÃO ESPECIAL AIP

BOCA DO INFERNO de Luís Porto (PT | 2020 | FIC | 38’ | M/12)

ENTRE SOMBRAS de Alice Guimarães e Mónica Santos (PT/FR | ANI | 13’ | M/12)

FOCUS MANUEL PINTO BARROS

Nesta quarta sessão dedicada a diretores de fotografia com origens ou residentes do Porto, exibiremos duas curtas-metragens também elas filmadas no Porto e fotografadas por Manuel Pinto Barros que estará presente na sessão. Boca do Inferno conta a história real do breve encontro entre Fernando Pessoa, Aleister Crowley e Hanni Larissa Jaeger e a animação Entre Sombras passa-se num mundo surreal onde os corações podem ser depositados num banco, a protagonista atravessa vários perigos que a conduzem a um dilema: dar o seu coração ou guardá-lo para si.

Sábado, 8 de abril |18h00

SESSÃO ESPECIAL AIP

ALMA VIVA

Cristèle Alves

PT/ FR/BELG | 2022 | FIC | 85’ | M/14

FOCUS RUI POÇAS

Nesta quinta sessão dedicada a diretores de fotografia com origens ou residentes do Porto, recebemos o diretor de fotografia Rui Poças.

Exibiremos um dos filmes mais recentes onde trabalhou: Alma Viva que conta a história da pequena Salomé que regressa à aldeia natal da sua família, como faz todos os Verões, nas montanhas de Trás-os-Montes, para passar as férias. É um tempo de festa e de descontração, mas de repente a sua adorada avó, morre.Enquanto os adultos se disputam por causa do funeral, Salomé é assombrada pelo espírito daquela que na aldeia era vista como uma bruxa, a sua avó.

Quinta-feira, 13 de abril | 21h30

ESPECIAL ANIVERSÁRIO

A PRINCESA DAS OSTRAS

DIE AUSTERNPRINZESSIN

Ernst Lubitsch

ALEMANHA | 1919 | FIC | 58’ | M/6


Se foi The Marriage Circle (1924) que crismou o “Lubitsch touch”, de 1919, A Princesa Das Ostras foi considerado pelo próprio Lubitsch o primeiro filme que indicava em esboço o seu estilo pessoal. Ele está na caraterização da personagem da caprichosa princesa e na fabulosa construção do argumento, ou ainda, no erotismo da cena do banho de Ossi. E Lubitsch “introduz aqui um elemento capital da sua obra: a indiscrição pelo buraco da fechadura. Se todo o seu cinema encena o desejo de um voyeur, é aqui que este se representa na sua pose lubitschiana por excelência: o indiscreto perante os segredos de alcova”

(Manuel Cintra Ferreira). Texto: Cinemateca Portuguesa

Sábado, 15 de abril | 18h00

SESSÃO ESPECIAL AIP

TRÁS-OS-MONTES

António Reis e Margarida Cordeiro

PORTUGAL | 1976 | 111’ | M/12

FOCUS ACÁCIO DE ALMEIDA


A sexta sessão dedicada a diretores de fotografia com origens ou residentes no norte, recebemos o diretor de fotografia Acácio de Almeida.

Acácio de Almeida é um dos mais prolíficos diretores de fotografia em Portugal, com colaborações com realizadores como João César Monteiro, Rita Azevedo Gomes, Teresa Vilaverde, José Fonseca e Costa entre outros. Para o recebermos vamos exibir o filme Trás-os-Montes de António Reis e Margarida Cordeiro, uma das mais singulares obras do cinema português.

Quinta-feira, 20 de abril | 21h30

COMPETIÇÃO OFICIAL

COMPETENCIA OFICIAL

Mariano Cohn, Gastón Duprat

ES/ ARG | 2021 | FIC | 114’


Quando um empreendedor multimilionário decide impulsivamente criar um filme icónico, ele exige os melhores e recruta a conhecida realizadora Lola Cuevas para orquestrar a sua ambiciosa proposta. A completar um elenco de estrelas são escolhidos dois atores de enorme talento, e egos ainda mais colossais: o grande galã de Hollywood Félix Rivero e o radical ator de teatro Iván Torres. Embora sejam lendários no ramo, os dois não são propriamente grandes amigos. Sujeitos por Lola a uma série de testes cada vez mais excêntricos, Félix e Iván têm de se confrontar não só um com o outro, como também com os seus próprios legados. Qual deles restará quando a câmara começar finalmente a filmar?

Sábado, 22 de abril | 18h00

SESSÃO ESPECIAL AIP

LOBO E CÃO 

Cláudia Varejão

PORTUGAL | 2022 | FIC | 111’ | M/12

FOCUS RUI XAVIER

A última sessão dedicada a diretores de fotografia com origens ou residentes no Porto será dedicada ao diretor de fotografia Rui Xavier. Exibiremos um dos meus mais recentes trabalhos: Lobo e o Cão, realizado pela também portuense Claudia Varejão. Nas palavras da realizadora, Lobo e Cão fala sobre “o que é ser jovem num território cercado pelo mar e, nestes contextos em particular, de bastantes dificuldades económicas e sociais”, onde a ambição de “atingir outros lugares, outros conhecimentos, para concretizar o sonho, está mais comprometida”. O filme foi rodado com elenco totalmente amador na vila de Rabo de Peixe,  nos Açores.

Quinta-feira, 27 de abril | 21h30

AFTERSUN

Charlotte Wells

UK/EUA | 2022 | FIC | 102’  


Numa estância de férias em decadência, Sophie (interpretada, em jovem, pela revelação Frankie Corio), com 11 anos, disfruta de um raro período que tem para passar em junto com o pai, Calum (Paul Mescal, num pujante momento de carreira). Enquanto o mundo da adolescência se anuncia para Sophie, fora do seu olhar Calum soçobra sob o peso da vida fora da paternidade. Vinte anos mais tarde, as ternas memórias de Sophie (em adulta, interpretada pela multitalentosa Celia Rowlson-Hall) das suas últimas férias juntos transformam-se num poderoso e desolador retrato da sua relação, enquanto tenta reconciliar o pai que conheceu com o homem que lhe permanece um desconhecido, neste soberbo e emocionalmente abrasador filme inaugural de Charlotte Wells.

Sábado, 29 de abril | 18h00

MORADA

Eva Ângelo

PT | 2022 | DOC | 86’

com a presença da realizadora

Espectadoras de cinema, de si próprias, de uma cidade.Porto de uma “história do cinema”, de um lugar, de um país mas também de um mundo em mudança.

Um documentário realizado por Eva Ângelo, que conversa com um grupo de cinéfilas, de idades compreendidas entre os 70 e os 90 anos, que falam sobre a sua experiência como espectadoras assíduas dos cineclubes. Esses locais, que ainda hoje existem espalhados pelo país, tiveram especial importância no período de repressão política, altura em que os seus espaços estavam associados à cinefilia mas também à resistência política.

bilhete normal: 3,5€ | bilhete estudante / +65 anos: 2,5€ | bilhete sócio CCP: 0,5€

A bilheteira abre meia-hora antes de cada sessão.

Não se fazem reservas.

SOBRE

O Cineclube do Porto, na sua origem intitulado de Clube Português de Cinematografia, é fundado por Hipólito Duarte no Liceu Alexandre Herculano no ano de 1945 tornando-se o primeiro Cineclube do país. Após a fundação pioneira o seu trajecto torna-se fulgurante com as suas sessões anti regime. Desde 2013 que mantém , em parceria com a DRCN, o projeto de “Cinema na Casa das Artes” com duas sessões semanais. Desde janeiro de 2023 regressa ao Batalha com as Matinés do Cineclube em sessões quinzenais aos domingos de manhã.

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