Existe uma linguagem universal que, em si mesma, nada mais é que o Verbo dos Ciclos Primitivos a que se refere São João: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus; Ele estava no princípio com Deus”. E Descartes: “Eu sou aquele que pensa”. E como pensar é falar interiormente, o Homem de Descartes pode dizer tal como o Deus de São João, o Evangelista: “Eu sou aquele em quem está e por quem se manifesta o Verbo”.

Indubitavelmente, é no Verbo Sagrado que reside toda a Ciência, desde a mais ínfima ciência de ordem física até á mais sublime das Ciências de ordem Divina ou Espiritual. Dele tudo é expressão, tudo traz no seu próprio nome, visivelmente escrito em sua forma, símbolo da sua natureza, desde o insecto até ao Sol, desde o Fogo Subterrâneo que devora toda a matéria até ao Fogo Celeste que absorve toda a essência.

A Manifestação e Expansão Cósmica, a Evolução, é complexa, porém, harmoniosa. Não existe confusão nem acaso, mas sim PRINCÍPIOS, LEIS, CAUSAS e EFEITOS.

O QUE EXISTE MANIFESTADO (DO LIVRO DIÁRIO ESTRANHO)

Considera-se manifestado o que existe do 2.º TRONO para baixo.

Os 4 Maharajas;
Os 4 Kumaras;
Os 4 Senhores da Evolução – MANU – YAMA – KARUNA – ASTAROTH.

Essas três Quadriplicidades deram origem aos doze (12) signos do Zodíaco, mais o valor do PAI-MÃE Cósmico (FOHAT-KUNDALINI). Encontramos os catorze (14) signos do Zodíaco esotérico, isto é, 12 visíveis e dois (2) invisíveis.

DO LIVRO O VELHO TEMA CÓSMICO

“No encadeamento das causas, as formas vitais da Mente Universal se detêm na região onde o Dragão das Eternidades dorme sete eternidades, para depois despertar. O seu rugido não se faz sentir na parte superior dessa região (Ata-Dharma-Meru: onde a Montanha da Lei alcança com o seu cume ou ápice, a morada do Quinto Kumara) que se divide em Duas Partes, e isto porque Ele dorme em cima e vigia em baixo; a sua forma se apresenta nas profundidades imensas onde Ele construiu o seu próprio leito.

“Macho e Fêmea Ele criou-se a si mesmo para, depois de eternidades sem conta, deixar sair de seu Seio os seus Sete Filhos, os Dragões Menores da Inteligência; cada um deles traz um Facho de Fogo na Pata Direita, e uma Coroa na Cabeça, sendo que cada uma delas, por sua vez, é um braseiro de inteligência. Com o passar do tempo, eles tomam forma e criam: mares, terras, vegetação, animais e seres da sua própria espécie; e cada uma dessas criações, por sua vez, possui inteligência própria; tudo isso vive na Consciência Única da Vontade Latente.

“Novamente se destrói o cenário das mágicas criações dos “Eternos Adolescentes”, surgidas intempestivamente do Corpo já criado do Ancião das Idades; novamente o Dragão dos Dois Lados dorme em cima e dorme em baixo; e a Roda dos Tempos começa a se mover, novamente, para que Ele assuma a dupla forma das Idades Moventes.”

Há um conceito fundamental para o entendimento da Cosmogénse, o conceito de Substância. Substância é toda aquela natureza que se manifesta, a base da Criação; é algo que não tem princípio nem fim, nem passado, nem presente e nem futuro, pois que transcende o tempo; é a única realidade incontigente. Espinoza foi o único filósofo ocidental que apreendeu o seu conceito esotérico, chamando a essa substância Causa Sui (Causa de Si mesma).

Substância é, portanto, um Princípio omnipresente, eterno, sem limites e imutável, transcende o poder da concepção humana; segundo o Mundaka Upanishad, é inconcebível e inefável. A Cabala dá-lhe o nome de Sem Fim, Ain Soph; é denominada pelos orientais de TAT (Aquilo); os hindus chamam-na de PARABRAHMA (superior a Brahma, ou o que está além de Brahma, a realidade sem atributos e sem par); o nosso Mestre JHS disse que PARABRAHMA, NA REALIDADE, APRESENTA UM DUPLO ASPECTO: O DE NÃO EXISTÊNCIA E O DA EXISTÊNCIA PERFEITA.

Só os atributos objectivos de Parabrahma são cognoscíveis, e o Logos Manifestado (Brahma) o vê como Mulaprakriti, isto é, como Raiz da Matéria; Mulaprakriti é o véu que encobre Parabrahma, e esse véu é a poderosa extensão da Matéria Cósmica.

O Sepher-Ha-Zohar, na 3.ª parte, diz: “Antes do Ancião dos Anciões, este que é o mais oculto dentro das coisas ocultas, ter preparado a forma dos Reis e as primeiras coroas, Ele não tinha nem limites nem fim. Assim, Ele pôs-se a esculpir essas formas, e a esboçá-las dentro da sua própria substância; Ele estendeu diante de si um véu, e foi dentro desse véu que ele esculpiu esses Reis”.

AS TRÊS HIPÓSTASES DO LOGOS ÚNICO

Quando Parabrahma se manifesta ciclicamente, a primeira fase da Manifestação é expressa pelo ponto no círculo (1.º Logos); o Espírito de Vida fecunda a Matéria Virgem, criando o germe da Polaridade (o chamado germe no Ovo). É a primeira fase – POLARIDADE GERMINAL.

Na segunda Manifestação (2.º Logos) dá-se a POLARIDADE ACTIVA: a realidade substancial eterna, obedecendo a uma lei cíclica, polariza-se em Espírito e Matéria, em PURUSHA e PRAKRITI, ou, em termos simbólicos, em pólos positivo e negativo da Manifestação. A Substância Primordial é o Não-Ser que, polarizando-se, transforma-se no Ser. Portanto, tudo o que existe, tudo o que é e há-de ser, necessariamente tem uma manifestação polar de algo que tem no outro pólo a sua contradição ou negação absoluta: Espírito e Matéria, Bem e Mal, Atracção e Repulsão, etc.

Da polaridade do Não-Ser surgiu PURUSHA, Espírito, Macho, Positivo, o Pai, Princípio metafísico da Existência e da Manifestação. Princípio activo (no ser humano é o Espírito, a Mónada, o Grande EU), é o estado de Consciência Cósmica manifestada.

PRAKRITI é Matéria, Feminina, Negativa, a Mãe, Substância Original, matéria que constitui os Planos Cósmicos inferiores, as formas de que se revestem as consciências para poderem se fazer conhecer.

PURUSHA-PRAKRITI, FOHAT-KUNDALINI, PAI-MÃE CÓSMICO, ADAM-KADMON. O 6.º dia do Sepher de Moisés (Génese, 1:26-17 – Final do 1.º capítulo).

ANÁLISE CABALÍSTICA DO NOME DE ADAM

O 6.º dia de Criação do 1.º Sepher de Moisés (Génese, 1:27).

“E Deus criou o Homem, no texto bíblico, mas Deus criou o ADAM e não o Isch” (palavra que em hebraico quer dizer “homem”, sendo que Isch ou “homem” só aparece no 3.º capítulo, Jardim do Éden).

ADAM é formado, em hebraico, de três (3) letras: ADM.

A – Número 1 – Arcano 1 = O Mago;
D – Número 4 – Arcano 4 = O Imperador;
M – Número 13 – Arcano 13 = A Morte ou A Mãe.

PAI – FILHO – MÃE.
Vejamos agora a explicação dos Arcanos Maiores transmitida pelo Anjo da Palavra, que é o 6.º, como no 6.º dia Deus criou Adam.

1 – A – Arcano 1 = Deus em movimento (começo das causas e coisas);
4 –  D – Arcano 4 = Os dois Aspectos Macho e Fêmea (no Senhor da Ronda);
13 – M – Arcano 13 = Comprometimento do Homem Cósmico (redenção do Sexo pela encarnação).

Parece-nos que o nome de ADAM oculta toda a Cosmogénese ao somarem-se os três números 1+4+13 = 18.

Arcano 18 = Duas Faces que se confundem: Amor e Rigor. As lutas cíclicas entre os dois Irmãos.

Somando o Arcano 18, 1+8 = 9, tem-se o Arcano 9 = Sabedoria e Santidade como Redenção; a Terra, Vitória dos Jivas.

9, o número do Iniciado, Fohat-Kundalini originando o Adepto Perfeito.

No homem, quando Fohat e Kundalini se encontram e equilibram, o mesmo se torna um Adepto Perfeito.

Da união de Fohat, Poder Criador do Pensamento Cósmico que se manifesta em todos os Planos (porque é a Energia do Logos, o Agente que liga indissoluvelmente o Espírito à Substância), e de Kundalini, Força Magnética ou Fohática latente no fundo da Matéria, nasce o TERCEIRO LOGOS. É o misterioso que une o activo com o passivo, é o Filho que participa do Pai e da Mãe: SURYA; o 3.º LOGOS é a terceira fase ou aspecto da Manifestação, o LOGOS ACTIVO.  Energia + Consciência + Substância, sempre intrinsecamente unidos, organizam o Cosmos: o Filho, a Mónada Cósmica, o Universo activo com as suas Legiões criadoras, as HIERARQUIAS.

Não há realmente três (3) Logos mas sim UM SÓ, o LOGOS ÚNICO E IMPESSOAL que é um Centro, um Nucléolo no seio do Espaço infinito, por onde a Vida Latente durante o Pralaya (Noite de Brahma) torna-se Activa durante o Manvantara (Dia de Brahma).

No Terceiro Logos (3.º) com os seus 7 Raios de Luz ou os dos Divinos Autogerados, nascidos de 7 encontros de Fohat e Kundalini, formam-se os 7 estados de Consciência do Uno-Trino. Os 7 ISHWARAS formam o primeiro Decão Cósmico, pode-se dizer a Lei do Tulkuísmo, o Homem Cósmico, o Carro da Mercavah da Cabala. E assim o Sol espiritual, de onde tudo procede, é Uno-Trino em essência e manifestação e sétuplo em evolução.

HIERARQUIAS DO RAIO DIVINO E DO RAIO PRIMORDIAL

A Ideação Cósmica latente projecta-se como os 7 Raios Divinos, os 7 Raios de Purusha, a NATURA NATURANTE – Espírito, Consciência.

Do Sol Oculto saem igualmente os 7 Centros ou Átomos Primordiais, ou Raios Primordiais que constituem Prakriti, a NATURA NATURADA – Matéria, Substância.

RAIO DIVINO: 49 Fogos de FOHAT.

RAIO PRIMORDIAL: 49 Fogos de KUNDALINI = Filhos de Fohat de onde saíram as 7 Hierarquias Criadoras.

OS ISHWARAS

Os Dirigentes das Cadeias Planetárias constitutivas dos Sistemas Solares, denominam-se de Logos Planetários (Logos significa, em grego, Verbo ou Palavra), sendo que o Logos surge pela Palavra do Supremo Ishwara, todos nascem da Sua Mente, do Seu Sacrifício. Deus divide-se para consumar o Supremo Sacrifício.

O primeiro sacrifício é a limitação de Si mesmo, a divisão de Si mesmo em Ishwara, nascendo, deste modo, como Senhor e Fonte das vidas individuais.

Há vários Ishwaras, sim, tantos como os Universos, porém, só há UM SUPREMO ISHWARA que é o mesmo Brahma; o Supremo Ishwara não conhece evolução alguma, está mais além de toda a Maya; os demais Ishwaras, os Logos, evoluem aperfeiçoando o Sacrifício mediante a criação dos Mundos, chegando à categoria elevada de Ishwara depois de prolongado combate e inumeráveis sacrifícios; deste modo, cada Ishwara é o impulso da Vontade do ISHWARA CENTRAL ou PRIMÁRIO, a sua Face, o seu Reflexo, e manifestando-se como TRINO.

A EVOLUÇÃO DOS ISHWARAS

O 1.º Ishwara, com a sua evolução, formou em PRAKRITI o Mineral Fogístico, a Energia Condensadora – TATWA PRITIVI, Mineral.

O Segundo Trono projectou-se como PURUSHA no 1.º Maharaja – DRITARASTHRA.

O 2.º Ishwara formou em PRAKRITI o Vegetal Fogístico, a Energia Liquidificadora – TATWA APAS, Água.

O Segundo Trono projectou-se como PURUSHA no 2.º Maharaja – VIRUDAKA.

O 3.º Ishwara formou em PRAKRITI o Animal Flogístico, a Energia Animadora – TATWA TEJAS, Fogo.

O Segundo Trono projectou-se como PURUSHA no 3º Maharaja – VIRUPAKSHA.

O 4.º Ishwara formou em PRAKRITI o Hominal Flogístico, a Energia Conscientizadora – TATWA VAYU, Ar.

O Segundo Trono projectou-se como PURUSHA no 4º Maharaja – VAISWARANA.

Os 4 Maharajas em torno de ADAM-KADMON.

O Bijam dos Avataras acha-se bem representado nas cinco (5) estrelas da constelação do Cruzeiro do Sul.

Como vimos, Purusha no 2.º Trono projecta-se como forma ideoplástica dando forma aos 4 Maharajas e, segundo o nosso Mestre JHS, Eles formam a Cruz Cósmica, a Cruz Gamada que assim se denomina por possuir quatro gamas ou braços recurvados; a Swástika aponta e segue o movimento da esquerda para a direita ou da evolução, que é aquele dos astros em torno do Sol, o mesmo movimento dos ponteiros de um relógio.

Os quatro (4) Maharajas movendo as Águas Akáshicas, isto é, toda a emanação que graças às suas influências espirituais espalham-se em abundância, descendo de Plano em Plano até ao Reservatório, o Trono de Deus, onde se reúnem no Sanctum Sanctorum da Mãe-Terra, reflectindo-se nos Kumaras:

Dyananda Kumara,
Kara Kumara,
Sanat Kumara e
Satya Kumara, respectivamente.

Os Kumaras são os Construtores materiais dos Planos e da Árvore da Vida; são os Filhos de Brahma nascidos da Sua Mente, derivados directamente do Princípio Supremo; são os Progenitores dos Princípios Superiores da Humanidade.

Rama-Krishna disse no Bhagavad-Gïta: “Pelo poder da ilusão da minha divina Maya, Eu criei a grande miragem dos Mundos, dos Seres Viventes”.

Rama-Krishna fala do Mundo Intermediário, que se acha entre o Mundo Superior e o Mundo Inferior, e que é denominado de Mundo Celeste: é o Mundo Criador propriamente dito, Mundo que une e desune um Plano do outro. O nosso Mestre JHS denominou este Mundo de SEGUNDO TRONO.

Fra Diavolo disse-nos: “Onde o tecto do Mundo termina, começa o tecto de outro Mundo; entre os dois, o cinzel do Grande Artista esculpiu a doce miragem que confunde os dois Mundos, um com o outro, no reflexo da Luz verdadeira com a falsa; nem Trevas, nem Luz, mas a Sonoridade extasiante de um agrupamento de formas palpitantes num vale sem limites, onde Água e Fogo se confundem pelo Poder Mágico do Sopro violento da Boca do Artista. Este lugar é onde o Nada se faz Tudo e o Tudo se faz nada, para que o Absoluto tome forma concreta na concavidade imensa do Concretismo Absoluto”. – Período da Vida, Fra Diavolo.

É nesse Mundo Intermediário que encontramos todas as Inteligências Cósmicas que constituem o Logos Criador. Daí surgem as Inteligências múltiplas como Hierarquias Construtoras, que são constituídas de Seres individualizados (Consciências individualizadas).

Esse é o Plano dos Egos, dos Entes, dos Deuses, dos Seres múltiplos.

No Segundo Trono, o Logos Criador transforma aquela Ideia do Plano Arquetipal do Ishwara nos vários Planos; Ele cria a miragem que confunde os dois Mundos, o verdadeiro e o falso; o de baixo é ilusão, porque nele predomina Maya; o de cima é o verdadeiro, porque já é o Ishwara na Sua plenitude, embora envolvido em Maya; Ele é o Senhor dos Opostos, aí a Luz verdadeira e a falsa se confundem, Luz no Mundo Superior e Trevas no Mundo Inferior; mas como o Logos está no Mundo Intermediário, não há para Ele nem Luz, nem Trevas, apesar de que Ele tenha uma face iluminada pela Verdade e a outra imersa no Mundo das Sombras da Ilusão Cósmica; aí se senta o Anjo da Palavra, é onde o Som se faz Palavra, onde o Verbo se faz Carne e onde se formam os Seres múltiplos, onde se criou a Multiplicidade; é a este Mundo Celeste que se refere São João.

TERCEIRO TRONO OU MUNDO NÃO SUPERIOR

A Energia Suprema, a Essência envolta pelo grande poder de ilusão ou Maya, criou o Mundo mais denso, o que denominamos de Universo não Superior ou Terceiro Trono. Neste Universo não Superior há a manifestação da Unidade na Multiplicidade; neste Mundo reina a multiplicação das causas, podemos chamá-lo de primeira oposição. É um contraste para o Mundo da Unidade, é o Universo sensível onde a manifestação da Unidade se processa através dos Sistemas Solares, Planetários, Planetas, Globos, Sistemas Geográficos, seres humanos, etc. Este Mundo sensível é expresso por um triângulo de vértice para baixo, e dentro dele há três princípios materiais: SATWA, RAJAS, TAMAS. Estes três princípios manifestam-se com os seus diferentes graus de densidade, predomínio e combinações. As consciências que daí promanam são denominadas de Jivas e de Jivatmãs.

GRANDES PLANOS CÓSMICOS

São 7, cada um com 7 sub-planos. TAT ou PARABRAHMA é o ABSOLUTO, o INFINITO, a Infinita Possibilidade de Vir a Ser – ELE SE LIMITA EM BRAHMA.

Os três primeiros Planos Cósmicos são os Três Aspectos de Brahma ou Pai:

1.º Plano – MAHAPARANIRVÂNICO – ADI-SHAKTI.

2.º Plano – PARANIRVÂNICO – PARA-SHAKTI.

3.º Plano – NIRVÂNICO – JNANA-SHAKTI.

É o Triângulo Indeformável SAT-CHIT-ANANDA, que é o próprio Parabrahma. Estes Planos são o TRÍPLICE ATMÃ – é o BRAHMA-NIRGUNA ou SEM ATRIBUTOS.

4.º Plano – ALAYA – ALMA ESPIRITUAL DO UNIVERSO – SEGUNDO TRONO – MUNDO DOS PRINCÍPIOS onde vibram os estados de Consciência dos 7 Autogerados – Ishwaras – que, no conjunto, formam o próprio BRAHMA. É o LOGOS MANIFESTADO, a IDEAÇÃO CÓSMICA, o Plano Arquetipal que se torna activo em Mahat pelas Hierarquias Construtoras emanadas dos 7 Arquétipos Primordiais. Neste Plano actua a MANTRIKA-SHAKTI, que é o Poder Místico dos Sons ou do Verbo, sendo o caminho do Belo, das Artes e da Harmonia.

5.º Plano – MAHAT – MENTE CÓSMICA como o Plano da Elaboração, da Ideação Cósmica, onde as Hierarquias Criadoras elaboram os Arquétipos; é o MUNDO DAS CAUSAS; ICHCHA-SHAKTI é a Energia responsável pela Criação concreta, porque está ligada à Vontade; é o poder da mente racional consciente.

6.º Plano – KAMA-FOHAT – ASTRAL CÓSMICO onde evoluem os Sóis que iluminam as Cadeias Planetárias. Neste Plano a Energia consciente – Fohat – vai dar Vida aos Arquétipos, modelando a forma de PRAKRITI; é o MUNDO DAS LEIS – KRIYA-SHAKTI é a Força que materializa o Ideal, é o Poder criador da MENTE, e de certo modo se relaciona com a devoção ou sentimento religioso.

7.º Plano – PRAKRITI – FÍSICO CÓSMICO como o Plano onde evoluem os Sistemas e o que neles existem; é o CORPO DO UNIVERSO, é o MUNDO DOS EFEITOS. KUNDALINI-SHAKTI é a Energia que adapta a essência interior à forma exterior, é a Força que permite ao Eu plasmar-se segundo a matéria física que o reveste; portanto, todas as energias relacionadas com o Plano Físico denso fazem parte dessa SHAKTI poderosa. É o caminho da Acção e Trabalho.

Esses quatro (4) Planos constituem BRAHMA-SAGUNA ou BRAHMA COM ATRIBUTOS.

O Plano Físico Cósmico divide-se em 7 sub-planos: ATMÃ, BUDHI, MANAS ARRUPA, MANAS RUPA, ASTRAL, ETÉRICO ou VITAL e FÍSICO.

O Físico do Físico, em si, também divide-se em 7 sub-planos que constituem a evolução da Matéria física: Sólido, Líquido, Gasoso, Radiante (parte mais densa do Físico), e Etérico, Subatómico e Atómico (que são a parte etérica do Físico).

Por sua vez, cada uma das SHAKTIS é setenária e assim, da Força Única Sem Causa, surgem através das sete Shaktis Primordiais 49 SHAKTIS menores, os 49 FOGOS DE KUNDALINI.

Os Universos solares evoluem somente no Plano Físico Cósmico, mas a evolução da Matéria ou Plano Físico é acompanhada pela evolução dos seus Princípios Superiores, isto é, dos demais Planos da Vida Manifestada.

Sob a influência de Fohat, as vidas ígneas condensadas são orientadas para pontos especiais neutros onde se podem fixar, que dizer, onde se transformam em astros com trajectória fixa. Esta é, pois, a origem dos astros ou Globos das Cadeias.

O Sistema Solar de que fazemos parte tem por Entidade Central um dos Sóis Espirituais, o qual à maneira do Uno-Trino emite os seus 7 Raios que são 7 DHYAN-CHOANS. Cada DHYAN-CHOAN dirige um Sistema Planetário, e assim 7 são os Sistemas Planetários do nosso Sistema Solar, sendo cada Sistema Planetário composto de 7 Cadeias e cada uma delas de 7 Globos. Cada Cadeia é dirigida por um Sub-Raio ou Logos Planetário emanado do Logoi ou Dhyan-Choan correspondente.

Há um perene Fluxo de Vida do Núcleo do Logos Impessoal, que está sempre transformando em actividade as Forças latentes da Natureza que dormem no seio de Parabrahma; são essas Forças activas que se manifestam através dos 7 Homens Celestes, e é a esse Fluxo de Vida perene que se dá, no sentido cósmico, o nome de PRANA, A VIDA QUE IRRADIA ATRAVÉS DO LOGOS ÚNICO.

O conjunto dos 7 Homens Celestes forma o GRANDE HOMEM CÓSMICO DOS CÉUS. Isto significa que o GRANDE HOMEM CÓSMICO É UMA OITAVA COISA, ou melhor, o ETERNO JAVA-AGAT, na linguagem esotérica, que age através de todos e de cada um particularmente, conforme a etapa evolutiva.

E assim, através dos Ciclos a Substância Eterna se polariza e despolariza, voltando ao Não Ser na sucessão daquilo a que a Sabedoria Oriental chamou de OS DIAS E AS NOITES DE BRAHMA.

O primeiro homem é formado pelo Hálito Divino transformado em VAYU… mas dele sai, pelo lado lunar, a sua companheira, na razão de APAS, como se revela nas duas narinas: IDA e PINGALA.

Vale aqui apontar, segundo o Diário Estranho, que HERMES-AFRODITE ou ADAM-KADMON se transforma em ADAM-HEVE, tomando por  base as três letras-mães: ALEPH – MEM – SHIN, ou seja, Ar – Água – Fogo.

Para terminar, transmitimos este excerto do documento A Fala do Verbo: “E ASSIM SENDO, QUE AS CENTELHAS SE UNAM À CHAMA, E AS CHAMAS, NO ALTAR DO TEMPLO, AOS CÉUS SE ERGUEM EM LÍNGUAS DE FOGO E PENETRAM NO CORAÇÃO DO ETERNO, OCEANO SEM PRAIAS, MAR DE ABSOLUTA SERENIDADE. A CHAMA É O PRÓPRIO HÁLITO DIVINO, E O ETERNO, A OITAVA COISA, É A BOCA MISTERIOSA QUE, AO EXPIRAR E PROJECTAR O SEU HÁLITO DE FOGO, CRIA OS MUNDOS POR MEIO DA CHAMA, LOGOS ACTIVO”.

São Paulo, 6-1-1971

– Revista Dhâranâ, N.º 1, Ano LIX, 1985 –