QUADRINHOS

Por que debater HQs e liberdade de expressão

A transformação do quadrinho erótico pautada por temas como feminismo e sexismo estará em destaque

Adriana Giachini/ Correio Popular
29/01/2021 às 15:33.
Atualizado em 22/03/2022 às 09:43
Cena de Menage, ?lbum de Laudo Ferreira, Germana Viana e Marcatti (Importação)

Cena de Menage, ?lbum de Laudo Ferreira, Germana Viana e Marcatti (Importação)

Quadrinhos, charges, cartuns sempre foram uma forma de expressão efetiva - muitas vezes de maneira sutil e em outras, demolidora – para contar histórias, promover a reflexão e fazer a crítica da sociedade. “Neste sentido, são um símbolo de liberdade de expressão em nosso país desde o século 19, com os primeiros trabalhos de Angelo Agostini, sendo fundamental discutir esse tema em um Brasil em que no ano passado, pela primeira vez na história, um presidente acionou a Lei de Segurança Nacional por causa de uma charge”, analisa cartunista e jornalista DJota Carvalho.

Criador da série Só Dando Gizada (publicada em anos anteriores pelo Correio Popular), ele será mediador de uma das conversas sobre liberdade de expressão do festival de Campinas, no dia 14. “Muitos dos artistas desta edição do Dia Nacional do Quadrinho trabalharam em plena ditadura militar ou sofreram com a lacração nas redes sociais”, completa.

No dia 28/02, às 19h (lembrando que a transmissão será online) o destaque da programação é um debate sobre “Quadrinhos Eróticos e Liberdade de Expressão: A sexualidade nos quadrinhos é inflamável?”, que reunirá Chairim Arrais e o trio Germana Viana, Laudo Ferreira Jr. e Francisco Marcatti (da revista Menáge), com mediação de Lais Bicudo.

O tema promete ser ainda mais polêmico uma vez que, ao falar da liberdade de expressão, debate-se também a liberdade na sexualidade. “O quadrinho erótico vem se transformando ao longo dos anos pautado por discussões que envolvem o feminismo ou o sexismo e que são extremamente válidas”, diz Laudo Ferreira, famoso pela criação da personagem Tianinha. “Se você olhar para ela, vai diferenciar duas fases. A primeira, entre os anos 2000 e 2009, quando era publicada na Revista Sexy. E a segunda, a partir de 2017, quando ela retorna como uma mulher que sabe lidar mais naturalmente com os seus desejos”.

A programação do Dia Nacional do Quadrinho tem encerramento previsto para o dia 25/02, com a a exposição vitual "50 Anos da 1ª exposição de Quadrinhos de Campinas"

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