Doença de Chagas: Transmissão, diagnóstico e tratamento

Keila Nascimento

Neste 14 de abril, dia alusivo ao Dia Mundial da Doença de Chagas, o Centro de Patologia e Medicina Laboratorial lembra que a doença muitas vezes negligenciada, segundo informações do site da FioCruz, não é transmitida apenas pela picada do barbeiro, mas também pela transfusão de sangue, ingestão de alimentos contaminados, transmissão vertical e pelo transplante de órgãos.

Por conta das migrações de indivíduos infectados provenientes de áreas endêmicas, a enfermidade chega a regiões não endêmicas como na Europa e na Ásia. Em países onde a doença de Chagas é endêmica, o teste para diagnóstico é obrigatório para prevenir a transmissão através da transfusão de sangue. Estima-se que 90% dos infectados desconhecem que são portadores do Trypanosoma cruzi, pela falta de diagnóstico da doença que é endêmica em 21 países das Américas.

Para confirmação laboratorial é necessário a realização do exame de sangue (parasitológico – para visualização do parasito no esfregaço sanguíneo e ou sorológico – dependendo da fase da doença) este último é realizado gratuitamente, aqui no Centro de Patologia e Medicina Laboratorial por indicação médica normalmente demandada pelos médicos do Hospital Escola Helvio Auto, unidade hospitalar assistida por este centro, informou Geone Pimentel responsável técnica do CPML.

Sendo o teste de ELISA, um dos métodos mais comum para avaliar a presença da doença, que consiste numa pesquisa imunológica que detecta a presença de anticorpos específicos existente no paciente infectado pelo T.Cruzi.

De acordo com o Ministério da Saúde, a doença apresenta uma fase aguda que pode ser sintomática ou não, podendo evoluir para as formas crônicas caso não seja tratada precocemente com medicamento específico. Superada a fase aguda, aproximadamente 70% dos infectados evoluirão para uma forma indeterminada, sem nenhuma manifestação clínica da doença de Chagas e com exames complementares sem alterações. Os demais desenvolverão formas clínicas crônicas, divididas em três tipos de acordo com as complicações apresentadas: cardíaca, digestiva ou cardio-digestiva como megacólon e megaesôfago.

A doença pode apresentar sintomas distintos nas duas fases, que são a aguda e a crônica. Na fase aguda, os principais sintomas são: febre prolongada (mais de sete dias); dor de cabeça; fraqueza intensa; inchaço no rosto e pernas. No caso de picada do barbeiro, pode aparecer uma lesão semelhante a um furúnculo no local.

Deve ser dispensada uma atenção especial à gestante com os fatores de risco acima, devendo ser realizado o exame para doença de Chagas durante o pré-natal, já que a doença pode ser transmitida de mãe para filho.

Curiosidades da transmissão: A Doença é transmitida pelas fezes do barbeiro. O nome do parasita foi dado por seu descobridor, o cientista Carlos Chagas, o barbeiro tem hábitos noturnos e vive nas frestas das casas de pau-a-pique, ninhos de pássaros, tocas de animais, casca de troncos de árvores e embaixo de pedras. A doença de Chagas não é transmitida ao ser humano diretamente pela picada do inseto, que se infecta com o parasita quando suga o sangue de um animal contaminado (gambás ou pequenos roedores). A transmissão ocorre quando a pessoa coça o local da picada e as fezes eliminadas pelo barbeiro penetram pelo orifício que ali deixou.

Diagnóstico e período de incubação: O período de incubação vai de cinco a 14 dias após a picada e o diagnóstico é feito através de um exame de sangue, que deve ser prescrito, principalmente, quando um indivíduo vem de zonas endêmicas e apresenta os sintomas acima relacionados. Como a minoria dos indivíduos com sorologia positiva para T. cruzi desenvolve evidências clínicas da doença crônica, as informações restadas pelo laboratório clínico tornam-se decisivas no diagnóstico etiológico.

Tratamento: A medicação é dada sob acompanhamento médico nos hospitais devido aos efeitos colaterais que provoca, e deve ser mantida, no mínimo, por um mês. O efeito do medicamento costuma ser satisfatório na fase aguda da doença, enquanto o parasita está circulando no sangue. Na fase crônica, não compensa utilizá-lo mais e o tratamento é direcionado às manifestações da doença a fim de controlar os sintomas e evitar as complicações.

Recomendações: A pessoa que esteve numa região de transmissão natural do parasita deve procurar assistência médica se apresentar febre ou qualquer outro sintoma característico da doença de Chagas;

Fonte: site da Fiocruz e MS