Hilton Berredo | Casa Museu Eva Klabin

Após mais de um ano fechada, a Casa Museu Eva Klabin, na Lagoa, reabre ao público no domingo, dia 27 de junho, seguindo todos os protocolos de segurança determinados pela Prefeitura do Rio e com um presente para os cariocas. O projeto Respiração Fachada #1 apresenta uma instalação inédita do artista plástico Hilton Berredo denominada Grafites Orgânicos. A visita à casa e a exposição da instalação acontece até o dia 09 de janeiro de 2021 mediante o agendamento das visitas, de 5ª a domingo, pelo site da Casa Museu Eva Klabin. O espaço reabre também o seu Jardim revitalizado, após a conclusão de obras realizadas na parte externa da casa para favorecer a acessibilidade, a todo o primeiro andar, com rampas e banheiros.

“É com grande alegria que estamos reabrindo a Casa Museu ao público e oferecendo à cidade um novo programa de arte contemporânea. Além de um compromisso com a arquitetura e acessibilidade, as transformações na Casa durante o tempo em que ficou fechada são grandes presentes para o Rio. A Casa Museu reabre oferecendo à cidade um equipamento com enorme ganho cultural”, conta Marcio Doctors, curador da Casa Museu Eva Klabin.

O Respiração Fachada é o novo projeto de arte contemporânea da Casa Museu Eva Klabin e, assim como o Projeto Respiração, realizado desde 2004, se propõe a trazer manifestações contemporâneas para um museu de arte clássica. Em 2016, a artista Regina Silveira criou uma intervenção na fachada da casa em seu trabalho Insolitus, edição #21 do Respiração. Desde então o curador Marcio Doctors alimenta o sonho de transformar essa iniciativa em um programa regular. Com a pandemia e com o afastamento social que se impôs, o Respiração Fachada, em um movimento de expiração do Projeto Respiração, se transformou em uma saída cultural apropriada para o momento e as circunstâncias atuais.

“A obra de Hilton Berredo é um entrecruzamento de linhas de força. Combina um procedimento matematicamente rigoroso de corte serial das placas de borracha que, quando penduradas, adquirem multiplicidade de formas tridimensionais determinadas pelo acaso. Podemos vislumbrar nelas, a um só tempo, tanto a pintura quanto a escultura, o rigor da construção, a intensidade do barroco e a imaginação surrealista. É um artista poderoso pela múltipla síntese que consegue estabelecer entre as principais questões da arte moderna e da arte contemporânea, como a pintura dos anos 80 e a tradição da ruptura pós-neoconcreta.  Certamente, o resultado das formas inusitadas de seus Grafites Orgânicos, no Respiração Fachada, surpreenderá pela força de sua imaginação inventiva”, explica Marcio Doctors, curador da Casa Museu Eva Klabin.

Com a escolha do Rio de Janeiro como Capital Mundial da Arquitetura e sede do UIA 2021 RIO | 27º Congresso Mundial de Arquitetos, o eixo curatorial para a intervenção deste ano voltou-se para a cidade e suas transformações paisagísticas e urbanísticas. Por isso, o convite ao Hilton Berredo, também professor de arquitetura, para iniciar o projeto foi natural. O carioca ficou conhecido nos anos 1980 por suas borrachas pintadas, expostas no Brasil e no exterior, mas sua trajetória profissional explora uma variedade de técnicas tanto tradicionais quanto tecnológicas. Sua arte está presente em diversas publicações no Brasil e integra o acervo do MNBA, do MAM Rio, do MAC Niterói, MAC/USP, e do Stedelijk de Amsterdã, além de diversas coleções particulares. O artista também já expôs em eventos como Brasil Já, exibida em cinco museus da Alemanha, Modernidade – Art Brésilien du 20eme siècle no Musée d’Art Moderne de la Ville de Paris e a XX Bienal Internacional de São Paulo.

“A borracha é um material maleável em todos os sentidos e por conta dessa característica eu consigo construir formas tridimensionais através da manipulação, do contato dela com o meu corpo, durante a criação. É uma relação quase simbiótica e muito importante, sem a qual não existiria a obra. Me inspirei na própria Casa Museu Eva Klabin em relação à Lagoa, em como fazer um trabalho que pudesse ser um marco festivo para essa localização da cidade. E também no vento, que foi meu maior aliado para a concepção desse projeto, que ressalta as linhas da casa com um movimento orgânico”, conta Hilton, que entre o planejamento e a execução do projeto levou 5 meses.

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