Lucy Citti | Pinacoteca Municipal de Bauru

A Secretaria de Cultura de Bauru, por meio da Pinacoteca Municipal, apresenta a exposição Lucy Citti: Mais que um recorte na 34ª edição do evento Exposição, Mulher e Arte (EXMARTE), como parte da programação da Prefeitura de Bauru para o Dia Internacional da Mulher.

A exposição apresenta pela primeira vez as obras que foram doadas pela Pinacoteca do Estado de São Paulo ao acervo municipal de Bauru, percorrendo a longa vida artística, a obra e a história da artista paulista Lucy Citti Ferreira, compreendida hoje como uma forte personalidade feminina do modernismo brasileiro nas décadas de 1930 e 1940. A mostra apresenta em três fases a totalidade de obras da artista legadas a Bauru: sua formação no circuito de escolas da Beaux Arts francesa, seu retorno e efervescência em São Paulo e seu regresso à Paris que marca um segundo período de produção incansável.

A exposição apresenta um panorama da cena modernista, na qual Lucy Citti e outros artistas marginalizados ao movimento produziram, bem como os costumes e inspirações dos pintores da época, trazendo assim margem para analisar as distâncias que as relações de gênero impostas na época prolongaram na difusão desses artistas. Com recortes presentes na mostra, é possível ilustrar o papel negativo que a mídia de críticos de arte desempenhou na consolidação de artistas como Lucy.

Com 26 desenhos expostos, a curadoria reúne cronologicamente os conjuntos de retratos e autorretratos – retratos cotidianos ou retratos do corpo feminino nu – desenhados por Lucy Citti no período de 1935 a 1947, em São Paulo. Essa fase inicia com os bustos autorretratados, geralmente de perfil, como quem posa lateralmente para esboçar ou pintar e se estende até os autorretratos de corpo inteiro, com a apresentação de uma modelagem incomum e uma composição de objetos e móveis na cena. Era característico Lucy representar-se com cabelos longos e jogados para trás, com olhos grandes e escuros – embora os esboços não permitam tanto cuidado –, mãos expressivas e trajando longos vestidos. Em outro conjunto forma-se um núcleo com mais 13 pinturas, entre aquarelas e óleos, do período em que a artista se preparava para regressar à Paris com o fim da Segunda Guerra e onde produziria plenamente pelas próximas décadas.

A exposição carrega a responsabilidade de deixar esse acervo no imaginário da cidade e das pessoas como maneira de enfatizar o valor de artistas modernistas do interior, discutindo a ausência de muitas outras personalidades nos grandes circuitos, pensando uma narrativa de protagonismo para estes na história da arte nacional. A curadoria de Bruno Hartman parte de um processo de resgatar e integrar as memórias dos acervos que hoje detém obras de Lucy Citti sem uma biografia revisada, projeto cuja a pesquisa parcial, que leva o nome da exposição, foi apresentada no XXXV Congresso de Iniciação Científica da UNESP no ano de 2023.

 

Informações:

Classificação Livre / Entrada Gratuita

Agendamento de grupos pelo formulário online:

https://forms.gle/nhcq4iqqKoaRRMns7

 

 

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