Santo Amaro da Purificação – Um giro pelas cidades do Recôncavo Baiano


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Aproveitando essa nossa permanência prolongada em Salvador, resolvemos fazer umas excussões terrestre pelo interior da Bahia para conhecer melhor a baianidade e a cultura desse povo tão cheio de sincretismo religioso, cultural, racial e filosófico. Planejamos começar pelas cidades que cercam a Baía de Todos os Santos e que fazem parte da região conhecida como Recôncavo Baiano. Como ponta pé inicial, pegamos a estrada e tiramos direto para a não menos famosa cidade de Santo Amaro da Purificação, que fica a 79 quilômetros de Salvador, e reconhecida como a cidade dos artistas Caetano Veloso, Maria Bethânia e da matriarca dos dois, Dona Canô, de saudosa memória. Logo na saída do Aratu Iate Clube fomos indagados por um amigo que queria saber onde iriamos tão cedo, falamos que estávamos indo a Santo Amaro e perguntamos o que ele nos aconselhava conhecer por lá. Ele foi taxativo e seco respondendo assim: Nada! Aquilo lá não tem mais nada para ver. Demos uma tremenda risada, desconversamos e seguimos o nosso caminho, mas sempre lembrando  das palavras daquele amigo tão cético. Como queria que ele estivesse errado, pois fomos munido de uma revista editada pela Bahiatursa que entoava loas de orgulho as cidades baianas.

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logo na entrada da cidade começamos a querer acreditar nas palavras do amigo, pois caminhamos por ruas mal conservadas, sujas, desarrumadas e desembocamos no entristecido e derrotado Rio Subaé, envolvido em um manto de descaso e imundice. Mas ainda assim não perdemos as esperanças de que tudo não passava de ilusão de ótica. Era Sábado, e por isso dia de Feira Livre, e como somos piolhos de Feira não perdemos a oportunidade de caminhar entre as bancas. De cara, já vimos que aquilo passava longe de qualquer tipo de organização e asseio, mas deu para sentir a alma do povo e aprender um pouco sobre a vida do povo santoamarense.

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Porém, Santo Amaro tem sim muita beleza para mostrar em sua bela arquitetura colonial, nos monumentos encravados na Praça da Purificação, nas igrejas e nos desenho de suas ruas e vielas. Falta sim, uma administração pública que valorize sua história e que resgate toda uma cultura abafada pelos desmandos. Não consigo concordar com a sentença do meu amigo, quando diz que lá não tem nada, pois a cidade de Santo Amaro da Purificação é um poço rico e maravilhoso de história, basta apenas se reencontrar no tempo.

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Valeu, e muito, ter conhecido a cidade dos antigos índios tapuias e de Dona Canô, e deixo a dica para outras pessoas irem até lá. Digo mais: Não se atenham aos meus comentários impopulares, pois sou apenas um pretenso e metido saudosista, que se acha no direito de querer que a história não caia na vala comum do desuso e do esquecimento.  

 

   

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