Minhas histórias tipográficas 2006–2016

e outras memórias relacionadas até jul. de 2016

Diego Maldonado
25 min readJul 25, 2016

*Escrevo este texto como um início de exercícios pessoais, pretendo escrever coisas mais interessantes do que minha vida posteriormente, prometo.

Letras que caligrafei no workshop com Jean François Porchez durante o DiaTipo SP 2015

Eu poderia dizer que minha história com a tipografia começa com meus avós, um foi tipógrafo, outro tinha cuidado caligráfico ao escrever no dia-a-dia, mesmo que de maneira informal, mas isso seria forçar a barra. Porém, por curiosidade, uma vez durante uma conversa com meu avô tipógrafo, ele me contou que nos tempos da oficina tipográfica em que trabalhava o pessoal dizia que a tinta entrava nas veias e aquilo virava vício. Me identifico completamente. Inclusive acrescento que a tinta subiu de minhas veias e apareceu na pele. Até o momento que escrevo, tenho quatro manchas tipográficas que surgiram em meu corpo.

Meu avô Gilberto Maldonado (o tipógrafo) na Oficina Tipográfica São Paulo

2006/2007: Final da faculdade

Meu interesse direto com a tipografia começa na faculdade de Desenho Industrial, não tive aulas específicas sobre o assunto, mas a professora Zuleica Schincariol dava ênfase à matéria durante suas aulas de design editorial no Mackenzie e comecei a me interessar pela tipografia. A professora mostrava revistas como Emigre e Matiz entre outras que davam grande importância ao universo das letras.

Um outro amigo meu também estava interessado na área durante a faculdade e sempre trocávamos ideias, o Rafael Nagamine, carinhosamente apelidado de Pedrinha (não entrarei em detalhes sobre este apelido) que já tinha experiência em pixação e insistia pra fazermos um curso de caligrafia juntos, o qual nunca fizemos. Pedrinha também foi o cara que me apresentou a revista Tupigrafia, que posteriormente teria uma participação importante na minha trajetória (o TCC dele foi uma tipografia inspirada na pixação de São Paulo, chamada Bom Dia SP).

A Zuleica foi minha orientadora no TCC, desenvolvi uma revista sobre animação e motion design, juntando grandes interesses que eu tinha no final da faculdade num projeto de design editorial. Ela me forçou a estudar tipografia pra valer. Antes do TCC eu já havia lido o Elementos do Estilo Tipográfico, mas a Zuleica me indicou livros como Typographie, do Emil Ruder, edições da revista Tupigrafia, as revistas Novum, Eye, entre outras paradas que iam além do básico do estudante de tipografia na faculdade de Design. Aquilo começou a me interessar cada vez mais.

2010.1: A primeira virada

Após terminar a faculdade, meu interesse tipográfico continuou, me mantive estudando por conta, lendo livros e pesquisando revistas. Em 2010, a Renata Masini, minha parceira de trabalhos na faculdade, depois no mundo profissional e amiga de todas as horas (❤), falou de um workshop de Caligrafia Expressiva que iria rolar pelo Tipocracia (que eu ainda não conhecia na época), com o Matheus Barbosa.

Minha experiência com penas até então era apenas em desenho, eu já gostava de utilizar um bico fino para fazer a arte final das HQs que fiz nas aulas do Luiz Gê e do Jubran durante a faculdade, mas não tinha (nem tenho) grande técnica com a ferramenta. No workshop com o Matheus, tive contato pela primeira vez com a Cola Pen. Adorei.

Eu e Matheus — foto: Henrique Nardi — https://www.flickr.com/photos/tipocracia/albums/72157624412011624

Uma coisa que sempre achei legal, mesmo fora da caligrafia, era nanquim espirrado no papel. Lembro-me de uma palestra que assisti com o quadrinista Marcelo Campos, onde ele mostrou a técnica de atirar nanquim com uma escova de dente na folha e achei aquilo lindo.

Depois deste que foi meu primeiro workshop, eu estava decidido a continuar estudando a prática tipográfica e não apenas a teoria.

No final do mesmo ano, a Renata me questionou se eu havia visto que haveria um evento chamado DiaTipo Natal. Eu respondi que sim, mas achei que ele seria em Natal. Ela disse que não, que era em São Paulo mesmo, na Belas Artes. Então nós dois nos inscrevemos para o DiaTipo, e essa é a primeira virada nesta história.

DiaTipo Natal 2010, hoje vejo várias pessoas nessa foto que eu viria a conhecer depois — https://www.flickr.com/photos/tipocracia/albums/72157625743721493

2010.2: O DiaTipo Natal 2010

Vou contar mais sobre minha relação com o DiaTipo ao longo deste texto, este seria apenas o começo. A primeira palestra do evento foi do Crystian Cruz e do Fernando Caro, mostrando que eles estavam puxando os limites da tecnologia OpenType com a fonte Brasilêro Profissa — na época eu nem entendia direito o que era OpenType, mas achei aquilo muito impressionante. Em seguida uma palestra com o Julio Giacomelli, que mostrou capas de livros lindas feitas pelo Eugênio Hirsch, depois veio Ricardo Esteves, Maria Helena Werneck, Gustavo Lassala, e Dado Queiroz — outra palestra que me impressionou fortemente, por diversas vezes no meu começo de estudos em Lettering tentei, sem muito sucesso, aplicar as técnicas que ele mostrou — então Fernando Esteller e Andréa Branco.

Projeto do Dado Queiroz para o Type Directors Club — veja no Behance
Andréa Branco — https://www.flickr.com/photos/tipocracia/albums/72157625743721493

A Andréa foi um baque para mim, como era lindo tudo o que ela mostrou. Eu já tinha ouvido falar dela, mas minha pesquisa em caligrafia não era muito aprofundada. Após a Andréa, Marcelo Pliger comentou sobre a Folha de S. Paulo e em seguida, fechando o evento, Alejandro Paul, que ainda estava no começo da Sudtipos — aqui a parada ficou séria, era isso que eu queria fazer, era com isso que eu queria seguir, minha nova meta era ser type designer. Eu fiquei extremamente arrependido de não ter feito o workshop que ele havia dado antes das palestras do evento. (Confesso que colei a programação do site do DT2010, não lembrava todas, muito menos a sequência de cabeça)

“Aqui a parada ficou séria, era isso que eu queria fazer, era com isso que eu queria seguir, minha nova meta era ser type designer.”

Alejandro Paul — http://www.tipocracia.com.br/diatipo/SP/natal10/category/diatipo-natal-2010/

No ano seguinte, comprei uma fonte pela primeira vez e não por acaso ela era da Sudtipos, a Affair foi a escolhida. Não tinha nenhum projeto específico para ela, comprei para o início de uma coleção.

2011.1: O convite

Mais ou menos no meio de 2011 eu estava trabalhando numa revista chamada Vivabeleza, que faz parte do grupo Ikesaki, o escritório (não dá pra chamar de editora, pois havia apenas um título sendo produzido) ficava na Av. Paulista. Meus estudos em lettering estavam rolando, eram meio caligráficos com influências do Dado Queiroz no acabamento, ou seja, tudo aquilo que eu vira no DiaTipo Natal 2010. Eu publicava-os no meu Flickr, junto com ilustrações, que era algo que eu gostava de fazer.

Nessa época eu fazia um curso de extensão no IED chamado Tipográficas, ministrado pelo Claudio Rocha. Adivinha quem fazia esse curso comigo? A Renata e outros amigos, o Lucas Romano, a Maura Mello, e o Luiz Amorim–que também tem participação nesta história mais pra frente.

Continuando minha coleção tipográfica, entrei em contato com o Tony de Marco (eu nunca falara com ele antes, não lembro nem como consegui o email), queria comprar a Samba. Ele me disse que tinha uma versão melhorada dela em relação à que estava disponível no site da Linotype, então eu podia comprar direto com ele ou pela Linotype a versão antiga. Não foi uma escolha muito difícil. Quando me enviou a fonte, pediu para que eu mostrasse o que eu fizesse com a tipografia. No mesmo dia, cheguei em casa e fiz uma imagem usando um pouco das técnicas de volume do Dado Queiróz compondo com a letra “A” da Samba Expert, subi no Flickr, e enviei o link ao Tony. Aqui, sem querer, eu acertei e acertei bonito.

Pseudo pôster com a fonte Samba de Tony & Caio de Marco

O Tony olhou todo o meu Flickr, e por acaso ele estava procurando por um novo aprendiz de feiticeiro, ele respondeu meu email perguntando se eu topava a empreitada. Eu surtei de alegria, sem querer querendo, surgiu a chance de eu me tornar um type designer.

Eu surtei de alegria, sem querer querendo, surgiu a chance de eu me tornar um type designer.

2011.2: A Just in Type

O esquema não era como eu tinha pensado a priore, eu achei que a Just in Type funcionava como um escritório qualquer de design, mas não era bem assim. Quando eu disse que topava e perguntei como funcionava, o Tony me explicou que seria uma vez por semana, não tinha salário, mas ao lançar as fontes juntos, dividiríamos os lucros. Eu topei. Continuei trabalhando na Vivabeleza por um tempo e a Samira, diretora de arte naquela época, me liberou às quintas pela manhã, então eu ia nesse horário pra casa do Tony que é relativamente perto da Paulista.

Me lembro muito bem do primeiro dia. Cheguei lá e de cara gostei, o número 61 do apartamento em vez de ser tradicional, era uma peça de dominó 6|1. Fiquei impressionado com a bagunça da sala (o Tony deixava todo o material de pixação lá). Ele e a Egly, então esposa dele, estavam tomando café da manhã e me ofereceram se eu queria algo, mas eu nunca fui de comer de manhã. Ela me ofereceu um chá, eu aceitei e pela primeira vez tomei um chá de caramelo.

Porta do apartamento do Tony decorada para o Natal

Em seguida fomos até o escritório do Tony e ali eu fiquei de queixo caído, ele possui uma biblioteca tipográfica de alto nível. Neste dia ele me mostrou várias referências e mais tarde como funcionava o FontLab. De novo eu tive a mesma sensação do final do DiaTipo Natal 2010 — É isso que eu quero fazer, quero ser type designer.

2011.3: Primeiro contato com OpenType

Quando comecei a trabalhar com o Tony ele já tinha um projeto em andamento, chamava-se Jujubalin. A fonte seria uma homenagem ao Herb Lubalin, type designer e designer gráfico americano dos anos 60/70. Depois de já com alguma convivência junto ao Tony, falei que aquela fonte tava legal, mas não tinha nada de Herb Lubalin, que ele simplesmente estava dando o nome em homenagem. Então começamos a estudar as ligaturas da Avant Garde, e também alguns glifos icônicos da mesma e introduzimos os conceitos na nossa nova fonte.

Mapa de caracteres da Garoa Bold

Não sabíamos programar OpenType features. Comecei a pesquisar sobre o assunto, mas na época eu não encontrei muita coisa ensinando passo-a-passo. Encontrava informações diferentes, em sites diferentes e mais para o lado do usuário do que do programador. Aí peguei a Affair do Ale Paul, joguei-a no FontLab e olhei como ele fazia a programação (hoje sei que não se deve fazer isso, mas na época eu não fazia ideia do que era um EULA). O Tony faz parte do Garoa Hacker Clube, e lá ele conseguiu pegar o livro Fonts and Encodings, por Yannis Haralambous, da editora O’Reilly, o livro também me ajudou. Com isso aprendemos o básico e fizemos a programação OpenType da Jujubalin, que no fim, mudou seu nome para Garoa. Bem depois disso, por não encontrar as informações sobre OpenType reunidas, eu criei a minha apostila online, que hoje tem versão em português e espanhol (gracias Manuel Corradine e Deia Kulpas).

2011.4: O DiaTipo Natal 2011

Eu e o Tony falamos com o Henrique Nardi, organizador do DiaTipo (e amigo do Tony), se poderíamos lançar a Garoa durante o evento. Ele nos deu dez minutos pra subir ao palco e mostrar o projeto. Ela possui uma versão simplificada e Open Source chamada Garoa Hacker Clube e para o DiaTipo, criamos uma url hospedada no site do clube homônimo com a fonte para ser baixada. Mandamos fazer um carimbo com ele, apresentamos a fonte no palco, carimbamos geral e essa foi minha primeira experiência no DiaTipo sem estar apenas sentado na platéia.

No evento, o Tony me apresentou à outra pessoa que posteriormente teria uma participação importantíssima na minha vida profissional tipográfica, Marina Chaccur. Ela também havia sido aprendiz do Tony alguns anos antes — lembra daquela versão melhorada da Samba? Foi a Marina quem melhorou o desenho das curvas.

O DiaTipo de 2011 teve como tema Ensino de Tipografia. As palestras de Catherine Dixon, Francisco Martins, Crystian Cruz, Marina Chaccur, Sarah Stutz e outros contaram suas experiências estudando e lecionando dentro e fora do Brasil. O palestrante principal desse ano era o Ken Barber, da House Ind. Hoje a House ainda é uma das minhas foundries preferidas, acredito não precisar dizer mais sobre o que achei da palestra.

Pôster do DiaTipo Natal 2011

2012.1: Type Designer

Em 2012 eu já me sentia mais seguro como principiante de type designer e resolvi dar início a um projeto solo. Senti que precisava daquilo para aprender mais. Foi assim que comecei a Comic Typewriter, o nome vinha de uma mistura de Comic Sans com American Typewriter, a ideia inicial era fazer uma fonte simples e divertida, grátis, pra ver se haveria um número bom de downloads, posteriormente a fonte mudaria seu nome para Sapeca.

O desenho dela foi todo feito com um tablet no Illustrator e depois portado para o FontLab. O plano de distribuir gratuitamente mudou quando comecei a desenhar ligaturas e mais ligaturas e o projeto demorou um ano para ficar pronto (claro que num ritmo baixo de trabalho, eu era freelancer em revistas na maior parte do tempo). Neste ano, o Tony me promoveu a sócio da Just in Type, por que ele me achou legal, sei lá.

Pôster exercício de quando a Sapeca ainda se chamava Comic Typewriter, na época eu ainda não sabia se seria lançada pela Just in Type, Fondue Tipo era o nome que eu havia pensado para a minha foundry (este url não existe).

2012.2: Type Camp, mais uma virada

A Renata (de novo) me disse que ficara sabendo de um evento que aconteceria chamado Type Camp, eram 4 dias de retiro tipográfico. Seria em Campinas e teria nomes como Shelley Gruendler, Stephen Coles, Marina Chaccur e Laura Serra como professores durante estes dias. Neste momento eu conhecia apenas a Marina entre estes, mas não estava me importando muito, eu achei demais a ideia de um intenso workshop 24hs por 4 dias. Eu me inscrevi, a Renata também, assim como o Luiz Amorim, então namorado e hoje marido dela.

Por um problema com vistos aconteceu um mal que veio para o bem. O Stephen e a Shelley não puderam vir e por conta disso, a Marina chamou o colombiano César Puertas, o uruguaio Vicente Lamónaca e o chileno Felipe Cáceres para se juntarem à ela e à italiana Laura Serra como professores. O Vicente não pode ir e indicou o Fernando Díaz. Os deuses tipográficos escreveram certo com matrizes tortas, tudo foi muito bom. Grandes amigos surgiram deste Type Camp, inclusive o César e o Fernando que a priori não eram para estar lá. Estavam também neste evento, Bernardo Faria, Henrique Beier e o Filipe Negrão, nos tornamos mais próximos ao longo do tempo, hoje são pessoas muito queridas (Bernardo in memorian). Outras pessoas incríveis, como Juliana Moore, Rafael de Azevedo, Teo Menna e mais participaram do estudo tipográfico lúdico que fizemos nesses quatro dias. Ao final, nos cumprimentamos dizendo “nos vemos no DiaTipo”. Então a Marina disse que o evento não aconteceria, por quê o Nardi estaria organizando outra conferência maior para o começo de 2013 e não teria tempo para fazer ambos.

Participantes do Type Camp

Eu, na maior das brincadeiras de todas falei “vamos fazer nóis”, a Marina olhou seriamente pra mim dizendo “VAMOS, eu ajudo vocês”. Eu olhei para o Luiz e disse “vamos?”, ele confirmou. Isso era domingo, 9 de setembro.

2012.3: DiaTipo São Paulo 2012

Na segunda-feira liguei para o Nardi, como a Marina me instruiu. Naquele momento a gente já se conhecia, mas não muito bem. Contei toda a situação e ele deu um ok, estávamos oficialmente autorizados a organizar o DiaTipo naquele ano. Ele alertou que não teria muito tempo de nos ajudar por conta do outro evento, disse que poderia nos encontrar para dar algumas diretrizes, e no fim das contas fez muito mais que isso. A Marina era nossa mentora, nem eu, nem o Luiz havíamos organizado um evento antes na vida, FOI TRETA.

A primeira coisa que gostaríamos de fazer era mudar o nome de DiaTipo Natal para DiaTipo São Paulo, afinal o evento já acontecia em outras cidades com o nome delas — DiaTipo Brasília e DiaTipo Salvador por exemplo, já haviam sido realizados — Então, aquela confusão do DiaTipo Natal não ser em Natal era algo que podia ser resolvido. Todos concordaram, inclusive o Nardi, que era uma boa. (O nome Natal era uma referência à época natalina, ele era o DiaTipo perto do Natal)

A ideia inicial era chamar o pessoal do Type Camp para dar as palestras, o que funcionou parcialmente e claro que precisava de mais gente. Queríamos um tema que atingisse um público abrangente, entramos com Tipografia Editorial (o que também facilitava por que era a área que eu trabalhava há mais tempo). A Marina estudou na KABK (em Haia, na Holanda) e por coincidência, seu ex-professor Paul van der Laan havia feito recentemente uma versão da Futura para o jornal USA Today, então fomos atrás dele e ele topou. O César Puertas, que estava no Type Camp, também havia feito uma tipografia para o jornal colombiano La República e entrou pro line-up. Vicente Lamónaca, que era para ter ido para o Type Camp, compilava naquela época um livro sobre tipografia latino-americana com um complexo projeto gráfico que envolvia múltiplas fontes e entrou no jogo também. Neste ponto, o Rafael Nepô entrou para a organização, ele havia assistido uma palestra da Mariana Ochs com o Nardi no Rio e sugeriu o nome dela, que também topou. A Marina sugeriu a Thea Torlaschi e o Marcio Freitas, que recentemente haviam reformulado o projeto gráfico da Folha de S. Paulo.

Enquanto pensávamos em palestrantes, a Marina arranjou um encontro de bar entre alguns jovens type designers para falar sobre o assunto, eles eram Daniel Sabino, Marcelo Magalhães e Bruno Mello, foi assim que eu conheci os três. Desta conversa surgiu a ideia de chamar o Daniel Trench e para fechar o time, convidamos o Crystian Cruz para ser o mestre de cerimônia e fazer uma palestra de introdução ao evento, afinal, design editorial é onde ele se sente mais em casa.

Muita coisa deu errado, inicialmente o evento seria no Mackenzie e depois que já tínhamos flyers impressos e ingressos vendidos, eles deram pra trás. Ficamos desesperados. Entre muitas ligações com o Nardi e outras muitas com a Marina, pegamos o contato de tudo quanto era coordenador de curso de design tentando conseguir uma nova sede para o evento. Nessa época, Nardi e Marina estavam desenvolvendo o projeto para a pós-graduação em tipografia pelo Senac, eles conversaram sobre nosso problema com o Alécio Rossi, coordenador geral da pós-graduação, que foi quem acolheu o evento e nos ajudou com muito mais do que isso (somos eternamente gratos).

Coffee break durante o DiaTipo São Paulo 2012, no Senac Consolação

No fim, deu tudo maravilhosamente certo. Em mais ou menos três meses fizemos o evento acontecer. Os ingressos se esgotaram dias antes da data limite e no dia tudo correu conforme o esperado. As palestras podem ser assistidas no canal do DiaTipo no YouTube. No fim do evento, a Marina nos chamou ao palco e pediu que batessem palmas para nós, que sem nunca ter organizado um evento, havíamos conseguido montar aquele. O Nardi gritou da platéia — E vão continuar fazendo! — Aquilo me preocupou de leve.

Não comentei antes, mas a então KAS Eventos, hoje Modale, nos ajudou a estruturar a parte de produção como coffee breaks, banners, brindes, etc.

2013.1: Tpc10 e o efeito “até amanhã”

Então o evento que o Nardi estava organizando aconteceu. Foram quatro (ou mais?) dias de workshops, palestras e bar. Eu nunca havia participado de um evento tão longo de design, nunca fui ao N, nem ao R, nem nenhum destes eventos organizados por galera da faculdade, fui ao JUCA (Jogos Universitários de Comunicação e Artes) mas não conta.

Duas coisas que me encantaram no Tpc10 foi conhecer pessoas e poder dizer “até amanhã”. Esta frase foi algo que fez diferença. Num evento de dia único, você se despede das pessoas que moram longe com um “até ano que vem”, mas a ideia de passar alguns dias se encontrando era muito interessante. Foi aí que conheci o Eduilson Coan, conheci melhor o Fabio Haag (que até então eu havia falado poucas vezes, e mais “profissionalmente”, pois a Dalton Maag havia patrocinado o DiaTipo SP no ano anterior). Também durante o Tpc10, fiz o lançamento da Sapeca, minha primeira fonte desenvolvida sozinho. Conversei com o Nardi e consegui um espaço no coffee break para expôr alguns cartazes que convidei amigos para fazer utilizando a fonte, e no final do evento sorteei alguns.

Foto no coffe break do Tpc10 e os cartazes da Sapeca ao fundo

Passado algum tempo, voltei a conversar com o Nardi sobre o DiaTipo, perguntei-o se estava certo do que tinha dito no final do ano anterior, se realmente seguiríamos organizando o evento. Ele disse que se quiséssemos, continuaríamos. Nós quisemos.

2013.2: DiaTipo São Paulo 2013, é sério.

Voltei a conversar com o Luiz sobre o DiaTipo, ele foi em um dia do Tpc10, mas por motivos trabalhísticos não conseguiu ir a todos. Eu comentei sobre a experiência do “até amanhã” e decidimos então que o DiaTipo São Paulo 2013 teria dois dias. Nos juntamos novamente com a Marina pra comer um temaki e discutir sobre como montaríamos o line-up de palestrantes, alguns nomes surgiram, eu desacreditava que eles topariam.

Nós éramos pessoas sem muitos conhecidos ainda — mas a Marina, ela conhece todo mundo. Três nomes surgiram de cara, Vincent Connare, Erik van Blokland e Matthew Carter. A Marina entrou em contato com o Matthew, que agradeceu ao convite porém ele não poderia na data em questão, mas pediu para que o convidássemos em outra oportunidade (já conto essa história). Entramos em contato com o Vincent Connare, com a ajuda do Fabio Haag, seu companheiro de Dalton Maag na época e ele topou. Eu desacreditava que traríamos o cara que fez a Comic Sans para o evento, já estava muito feliz com isso, quando o Erik van Blokland também topou.

Erik van Blokland mostrando que é possível provar plágio em type design, durante o DiaTipo SP 2013

Aquilo era surreal para o meu universo, eu estava entrando em contato com as pessoas que eu estudei e admirava fortemente (se você acha que tudo que o Vincent Connare fez foi a Comic Sans, assista à palestra dele no DiaTipo aqui, se você não conhece o Erik van Blokland, clique aqui).

Decidimos que o DiaTipo SP 2013 teria então palestras das mais variadas possíveis dentro do tema tipografia. Chamamos a Silvia Cordero, de Buenos Aires, para falar sobre seu trabalho caligráfico extremamente autoral; Henrique Nardi para falar sobre os 10 anos de história do projeto Tipocracia; Volnei Matté para falar sobre o curso de design gráfico com a maior carga horária em tipografia do Brasil, na federal de Santa Maria–RS; Leonardo Buggy para contar sobre o ensino tipográfico em Caruaru–PE; Fabio Lopez, do Rio, para mostrar seus projetos de design para selos; J.R. D’Elboux para apresentar seu projeto de mestrado com uma análise das tipografias nos prédios do centro de São Paulo; Felipe Yung, ou Flip, para falar sobre letras pixadas nas ruas; Léo Neguin pra mostrar sobre letras nas tatuagens (inclusive, o Bernardo Faria e o Thiago Bellotti foram tatuados ao vivo no palco); Dimitre Lima (que depois descobrimos que havia sido aluno do Volnei) para contar sobre seus experimentos com tipografia e programação; Bruno D’Angelo, Gabriel Bá e Fábio Moon pra falar sobre quadrinhos; além dos já comentados Erik van Blokland e Vincent Connare. Tivemos também curtas apresentações de novos projetos que aconteceram naquele ano: Marina Chaccur & Crystian Cruz apresentaram a tipografia que criaram para o UOL, Gustavo Soares & Eduilson Coan apresentaram a tipografia que criaram para a revista Veja, o Crystian apresentou também seu projeto relacionando a tipografia e censura, que no momento deste post, ainda está em andamento e por fim, a Marina apresentou sua pesquisa em ornamentos tipográficos.

O Tony de Marco fez um stand-up comedy (sentado) antes da palestra do Vincent Connare chamado “Seria Comic se não fosse Sans”, onde ele quebrou o gelo total e tirou gargalhadas da platéia antes que o Vincent entrasse no palco. Para apresentar o evento, convidamos o polêmico Luli Radfahrer, que durante o Tpc10 havia levantado vários pontos interessantes durante a última mesa redonda.

Vincent Connare no palco do DiaTipo SP 2013

O evento foi novamente um sucesso e ao trazer as atrações internacionais deste porte, começamos a chamar atenção de outros países na América do Sul. Os chilenos Luciano Vergara e Coto Mendoza, da Latinotype, além do uruguaio Fernando Díaz, já citado antes, vieram conferir o evento.

Não resistimos a tentação, toda a comunicação do evento foi feita em Comic Sans, com a frase de assinatura “é sério” para que as pessoas não achassem que aquilo fosse piada. Muita gente entrou na brincadeira e se divertiu com a identidade, outras pessoas ficaram revoltadas e disseram que não devíamos fazer isso, que era uma ofensa aos designers (mimimi).

Crachás do DiaTipo São Paulo 2013

Em 2013, antes do DiaTipo, aconteceu a conferência da ATypI (Associação tipográfica Internacional) em Amsterdã, eu não fui, mas babei nas fotos que o Nardi postou. Uma em especial me tocou mais, esta abaixo, com o Paul van der Laan e o César Puertas me mandando um “oi”. Mais pra frente isso tem importância.

Screen shot do Instagram de Henrique Nardi

2014.1: Matthew Carter, Stephen Coles e um DiaTipo para ficar na memória

Em fevereiro de 2014 mandamos novamente um email pro Matthew Carter, desta vez, ele topou. Só de receber um email dele iniciando com “Dear Diego” eu já fiquei em êxtase, minha vontade era de sair gritando na rua loucamente. Não podia crer que antes do carnaval já tínhamos confirmado para o evento que seria em dezembro, um dos nomes mais importantes da história da tipografia. Eu e o Luiz estávamos histéricos neste ponto. Mais cedo do que nunca, começamos a planejar o evento. Para o DiaTipo SP 2014, agregamos o Érico Lebedenco e a Milena Melguiso à equipe, o evento estava crescendo e precisávamos de ajuda. Em julho abrimos as inscrições, com o tema Histórias Tipográficas. Já haviam mais palestrantes confirmados, Tony de Marco, o primeiro type designer da era digital no Brasil e Alexandre Wollner – Estávamos histéricos de novo, um dos mais, talvez o mais importante designer gráfico da história brasileira havia topado participar, o Érico então foi até a casa dele para conversar sobre tudo (rolou invejinha).

Com um DiaTipo maior, queríamos um auditório maior, o Senac havia nos ajudado muito, mas não tinham um auditório muito grande em um local acessível para a maioria. Falamos então com a FAAP que já estava em negociações para sediar a ATypI São Paulo, que comentarei mais pra frente.

Com Matthew Carter no escopo, tínhamos força pra chegar em patrocinadores, outros palestrantes e tudo mais. Ter aquele trunfo de cara era muito forte. Isso novamente trouxe atenção internacional para o evento, fomos notícia até num site japonês, e no fim de semana do evento, o Matthew foi capa da Ilustrada na Folha de S. Paulo.

Convidamos também o Stephen Coles — aquele que era pra ter vindo para o Type Camp em 2012, mas não pode vir. Desta vez ele topou e tirou o visto a tempo, veio para o Brasil e deu uma das palestras mais sensacionais que já assisti. Stephen veio com sua atual esposa Laura Serra, que eu já conhecia do Type Camp, ela deu o workshop mais concorrido do DiaTipo. Eles vieram antes do evento e aproveitaram para conhecer São Paulo e eu aproveitei para sair com eles e conhecê-los melhor, duas pessoas incríveis.

Palestrantes, organizadores e equipe de apoio do DiaTipo SP 2014

O evento foi apresentado por Marina Chaccur e ainda envolvia Rodolfo Capeto, Gustavo Ferreira, Ramiro Espinoza, Fernando Díaz, Priscila Farias, Cecília Consolo, Fernanda Martins, Crystian Cruz, Daniel Sabino, Henrique Beier, Marcos Mello, George Dimitrov, Pérsio Guimarães, Darcy Calegari, e até eu durante uma mesa redonda. Pessoas vieram de todo o Brasil e América do Sul para assistir. Foi absolutamente sensacional.

Vídeo durante o DiaTipo São Paulo 2014 onde perguntamos aos participantes o que era o DiaTipo pra eles

2014.2: DiaCrítico

Simultâneo ao DiaTipo SP 2014, nós da organização queríamos planejar algo que durasse o ano todo, que lembra-se as pessoas que o DiaTipo existe e que pudesse trazer conteúdos mais aprofundados. O Luiz já era grande fã de podcasts na época, e foi uma de nossas primeiras ideias. Havíamos participado do Anticast em 2013 (e depois participaríamos em 2014 também) para falar sobre DiaTipo e tinha sido super bacana. Mas chegamos a conclusão que um podcast exigiria um investimento inicial em equipamentos meio alto, então optamos pelos Hangouts no YouTube. Ainda não sabíamos qual seria a periodicidade, nem se daria certo, mas faríamos tudo pelo canal do DiaTipo, onde já haviam as palestras dos anos anteriores.

Primeiro episódio do DiaCrítico, aqui já levado para o novo canal

Queríamos estrear com um grande buzz, então optamos por fazer o primeiro programa com o tema “Caligrafia Hoje”, tema que estava e ainda está em alta (inclusive até hoje é um dos mais assistidos) e chamamos algumas pessoas que havíamos conhecido em eventos e workshops e possuíam grande apelo para a divulgação. Jackson Alves, Thiago “Tipocali” Reginato e um calígrafo mais novo que os outros dois no rolê, mas com grande estilo, Diogo Delog. A estréia foi sucesso, muita gente (para os nossos padrões) assistindo ao vivo, nós estávamos meio atrapalhados, mas no fim deu tudo certo. Depois optamos por fazer com que o programa fosse mensal e assim é até hoje. Depois falo mais sobre DiaCrítico.

2014.3: ATypI Barcelona

Em setembro, antes do DiaTipo, eu fui para o meu primeiro congresso internacional, a ATypI Barcelona. Quando em 2013 o Nardi me mandou aquela foto, eu decidi que iria pra ATypI no ano seguinte, que eu queria reencontrar aquelas pessoas, que eu queria conhecer a galera.

Foto do Instagram do Henrique Nardi com a turma em frente à Sagrada Família, em Barcelona

Então, eu, Crystian Cruz, Marina Chaccur, Paulo Moretto, Rafael Neder Eduilson Coan e Henrique Nardi alugamos um apê próximo ao evento onde ainda encontramos com o Claudio Rocha, Fernando Mello, Gui Menga, Andrey Furlan e uma brasileira que não conhecíamos até então, a Camila Sousa. Era a ATypI com mais brasileiros na história. Esta foi mais uma virada para mim, participar de uma ATypI é uma experiência única para os apaixonados por tipos. Pessoas do mundo inteiro apresentam seus melhores projetos para uma platéia em que a maioria poderia dar palestra ali também.

Com nós todos num mesmo apê, a experiência se tornou ainda mais intensa. Nossas discussões após o evento eram tão relevantes, ou mais, quanto as que aconteciam no palco, respirávamos tipografia 24 horas por dia. Com um fuso extremamente conturbado de seis horas a frente, era realmente um desafio não dormir em algumas palestras, foi mais forte que nós, mal.

“Com todos num mesmo apê, a experiência se tornou ainda mais intensa. Nossas discussões após o evento eram tão relevantes, ou mais, quanto as que aconteciam no palco”

Lá, ficamos sabendo que de fato a próxima ATypI seria realizada em São Paulo, eu e o Crystian fomos convidados para entrar na equipe organizadora junto à Marina, o Nardi, o Claudio Rocha e naquele momento o Billy Bacon. Nós topamos.

Subimos no palco, anunciamos a ATypI 2015 em São Paulo e o Nardi de surpresa pediu para eu falar sobre o DiaTipo São Paulo, eu falei. Por este motivo, o DiaTipo ainda apareceu em mais algumas mídias internacionais, como na extinta Typo Magazine, o que fez com que nossa página do Facebook ganhasse muitos seguidores da noite pro dia. Logo depois, negociei com o Simon Daniels, da Microsoft, o patrocínio para o DiaTipo São Paulo, que fechou para 2014 e 2015.

Enfim, a ATypI Barcelona foi muito importante pra minha vida de tipógrafo e organizador de eventos tipográficos.

Os brasileiros na ATypI Barcelona + a brasileira de coração, Catherine Dixon (faltou o Andrey)

2015: ATypI São Paulo e mais.

Quando aceitei fazer parte da organização da ATypI São Paulo, eu sabia que não ia conseguir tocar dois eventos, trabalhar no dia-a-dia e ter uma vida. Então tive que abrir mão da organização do DiaTipo SP. O que não foi muito feliz para mim por quê a gente se apega, mas era necessário.

A equipe local da ATypI, não tinha muito de local. Eu e o Crystian morávamos em São Paulo, mas a Marina mora na Holanda, o Nardi nos EUA e o Claudio na época, morava na Inglaterra. O Billy, que mora no Rio, teve que sair da equipe por motivos de trabalho. Nossas reuniões aconteciam religiosamente às quartas de manhã, 9h no horário de São Paulo. Com pessoas muito mais experientes do que eu no quesito organização de eventos, percebi o quão amadores nós éramos no DiaTipo. Além de uma estrutura muito maior, principalmente se tratando da parte de patrocínios, a ATypI possui uma secretária (a única pessoa na associação que recebe salário) que cuida de toda a parte burocrática e financeira, ou seja, a parte mais treta do rolê.

Com isso confesso que organizar a ATypI ao longo do ano foi mais fácil do que eu imaginava, a parte complicada apareceu quando chegou perto mesmo, os dias que antecederam e o primeiro dia do evento foram bem tensos.

Equipe organizadora e palestrantes da ATypI São Paulo — foto: Luke Garcia

Mas como nos outros eventos, deu tudo certo, foi lindo, e com o DiaTipo SP 2014 e a ATypI SP 2015 consagramos São Paulo no mapa da tipografia mundial, agora todo o planeta, literalmente, sabe que temos um cenário forte surgindo por aqui, com direito a texto no blog da FontShop por Yves Peters. Durante a ATypI, foi lançado o 365Typo uma parceria da Typo Magazine com a própria ATypI, mapeando as 365 histórias mais importantes do ano de 2014 no cenário mudial. O DiaTipo São Paulo e Ceará (que também aconteceu em 2014) e a inauguração da pós-graduação em tipografia no Senac eram duas delas.

Em 2015 ainda apareciam reflexos do que estava sendo feito em São Paulo, surgiu o DiaTipo Campinas e o DiaTipo Rio Grande do Sul, pude ir a ambos, ao primeiro como participante e ao segundo como palestrante. Foram demais =D — coincidentemente ou não, em ambos haviam participantes do Type Camp na organização, o Filipe Negrão em Campinas e o Henrique Beier em Porto Alegre.

Ainda neste ano eu publiquei duas novas fontes, a Pasta Script e a Sorvettero, desde 2013 que eu não publicava nada mas meus encontros com o Tony não pararam. Ele e o Bernardo Faria desenvolveram a Terrorista, um projeto que partiu do Bernardo.

Pôster da Pasta Script (lembram daquele estilo 3d do Dado Queiroz? Olha ele aqui de volta)

O DiaCrítico continuou e em um determinado momento, eu e o Érico acabamos assumindo o programa. Achamos que era melhor sair do canal do DiaTipo e ao conversar com o Luiz e a Milena, eles concordaram que parecia uma boa ideia. Assim, criamos o nosso próprio canal no YouTube e no Facebook. O DiaCrítico é algo extremamente interessante, além dos papos divertidíssimos, tive a chance de conhecer algumas pessoas sensacionais e reencontrar outras que eu já havia cruzado em algum evento mas ainda não conseguira ter a chance de conversar direito.

Todos os vídeos já publicados no canal do DiaCrítico até o momento deste post

2016.1: Deixando o posto de organizador de eventos, focando em Type Design

Em 2016 resolvi que iria focar no type design, para me ajudar nessa decisão, a Sorvettero, que lancei em dezembro de 2015, entrou pra Bienal de Tipos Latinos 2016.

Eu já estava com essa ideia desde o final de 2015, então entrei no novo ano de cabeça e hoje, passo a maior parte do meu tempo sendo type designer. Porém, até o momento não é o que paga minhas contas, mas ainda tem chão. Lancei uma nova tipografia em 2016, a Befter Sans e tem mais no forno.

2016.2: Continua…

Dedico este texto à todas as pessoas citadas acima, mas em especial ao Nardi, Tony e Marina, muito obrigado por tudo até agora. E claro, a minha namorada Carol que me aguentou por todo este tempo.

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Diego Maldonado

Tipógrafo e type designer tentando aprender a escrever