O que é alexandrita, pedra preciosa usada como garantia para golpe contra Scarpa

Exchange de criptomoedas Xland alega usar mineral como lastro

Membros do elenco do Palmeiras entraram na Justiça para reaver investimentos supostamente convertidos em contratos de custódia de criptomoedas. Ao tentar resgatar seus depósitos, não foram bem-sucedidos.

Gustavo Scarpa (hoje no Nottingham Forest) e Mayke acusam seu ex-companheiro Willian Bigode de colaborar para um esquema que prometia grandes retornos financeiros e que agora não tem fundos para ressarci-los.

Uma das empresas acusadas, com o pomposo nome de Xland Holding, afirma ter R$ 2,1 bilhões de um mineral chamado alexandrita como garantia dos depósitos.

Mas o que é alexandrita?

A alexandrita é uma variedade de um duríssimo mineral chamado crisoberilo (BeAl2O4), um óxido de berílio e alumínio.

A alexandrita é muito apreciada por sua forte variação de cor, do vermelho (sob luz incandescente) ao verde (sob iluminação natural ou fluorescente). No mundo do luxo, diz-se que uma alexandrita é como um rubi de dia, uma esmeralda à noite.

Há controvérsias sobre o nome alexandrita. Uma delas conta que o explorador Nils Nordenskiöld encontrou o mineral nos montes Urais, na Rússia, em 1830 e homenageou seu achado com o nome do futuro czar Alexandre II Romanov.

Estudos mais recentes apontam o mineralogista Yakov Kokovin como real descobridor do mineral.

Preço exorbitante

Um quilate de alexandrita varia entre US$ 10 mil e US$ 70 mil dependendo da pureza e coloração. Variedades com tonalidades verde-vermelho são muito mais caras que as amarelo-marrom.

A alexandrita foi descoberta na Rússia, mas hoje é explorada em minas no Sri Lanka, Tanzânia, Madagascar, Zimbábue, Mianmar e Índia. No Brasil ela é encontrada principalmente em Minas Gerais e Espírito Santo.

Suas gemas dificilmente passam de 3 quilates (cada quilate pesa 0,2 gramas).

A maior pedra já encontrada tem 65,7 quilates e foi encontrada no Sri Lanka. Hoje ela faz parte do acervo do Museu de História Natural do Instituto Smithsonian, em Washington.

Outra peça do museu norte-americano é a alexandrita Whitney, de coloração framboesa para azul esverdeado. Já lapidada, ela pesa 17,08 quilates e foi encontrada na mina Hematita, em Minas Gerais.

A alexandrita é considerada uma das dez pedras preciosas mais valiosas da atualidade, junto com esmeralda, diamante, opala, musgravite, turmalina e grandidierite, entre outras.

Não se sabe se a Xland Holding ou seus sócios efetivamente possuem ativos ligados à alexandrita, sua exploração ou ligados à mineração.