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Bate-papo com Amaury De Lima

Com uma carreira que abraça tanto a atuação quanto a música, Amaury De Lima é um verdadeiro talento multifacetado. Nesta entrevista exclusiva para o nosso blog, teremos o privilégio de mergulhar na trajetória inspiradora de Amaury De Lima que integra o casting da EVC Talentos, da Emplacar Você.

A jornada artística de Amaury De Lima é marcada por uma diversidade de talentos e conquistas que transcendem os limites da atuação e da música. Com formação de ator pela CAL-Casa das Artes de Laranjeiras e registro profissional como cantor popular na Ordem dos Músicos do Brasil, Amaury é uma verdadeira força criativa.

Sua presença na televisão é notável, tendo participado de várias produções icônicas. Na Rede Globo, ele deixou sua marca em séries como “Cheias de Charme” e “Geração Brasil”, bem como em participações em sucessos como “Viver a Vida”, “Paraíso”, “Cordel Encantado”, “A Favorita”, “Império”, “Cara e Coragem” e “Arcanjo Renegado”, entre outras. Na Record, Amaury também fez sua presença ser sentida em séries como “A Lei e o Crime”, “Chamas da Vida” e “Ribeirão do Tempo”.

Amaury de Lima também é uma figura imponente nos palcos teatrais, tendo participado de produções notáveis como “A Era da Comunicação???”, “São 100 Vinícius”, “E Agora, Drummond?” e “Quintana e Outros Gaúchos”. 

Essa jornada multifacetada revela o espírito criativo de Amaury de Lima, que não apenas domina a arte da atuação, mas também encontra expressão em sua carreira como cantor popular. No final das contas, a trajetória de Amaury de Lima é um testemunho da paixão pelo ofício e da dedicação à arte. 

O que gosta de fazer quando não está atuando?

Confesso que gosto muito de ver televisão, principalmente as nossas novelas (Globo), por dois motivos: um deles é pra observar como aqueles que admiro fazem as cenas, até aquelas de texto incoerente, e a outra é para estar por dentro do que está acontecendo, caso seja chamado para alguma participação. Como hobby e também um outro trabalho, dou aulas de Dança Solta, uma vez por semana, numa academia em Laranjeiras. Hobby porque o ganho é pequeno, mas o divertimento é garantido.

O que mudou na sua vida e rotina quando decidiu viver deste universo? Precisou abrir mão ou interromper alguma coisa?

O que mudou? Me tornei um apaixonado por este universo e, do jeito que posso, luto pra conquistar meu espaço… e isso tem acontecido desde 1983, ou seja, 40 anos. Nesse período, vibrei, chorei, pensei em desistir, fiquei um tempo sem fazer nada, mas não teve jeito, amo a possibilidade de fazer e sonho em “ganhar” o suficiente pra viver disso, ainda hoje.

Cada papel é um recomeço. Um novo preparo, um novo estudo, um mergulho em uma nova identidade. Como é para você viver esse processo e como encara cada novo projeto?

Um recomeço, um novo preparo… e uma nova esperança de que as portas se abrirão a partir daí…Ainda não recebi um personagem para defender que me levasse a um estudo profundo de comportamento, mas considero cada oportunidade como uma chance valiosa e procuro fugir daquilo que já tenha feito, seja através da postura, voz ou forma de dizer o texto, claro, quando isso é possível e o diretor da cena permite. Mas tenho feito esse exercício no estudo do texto que recebo, tanto o que meu personagem vai falar, a fala dos outros personagens e o universo onde a cena acontece. Tem dado certo!

Com tantos anos de carreira e trabalhos especiais, considera importante que o artista se recicle?  

Sim, muito importante, mas minha reciclagem, nesse momento, está se dando só pela minha observação e conscientização. Se os trabalhos vierem, o prazer será grande e, com certeza, o interesse em sempre melhorar virá junto.

Do seu primeiro trabalho para cá, como enxerga a sua evolução?

No começo de tudo há uma inocência de que tudo será mais fácil, mas o tempo vai mostrando que a luta é grande, portas se fecham, brechas se abrem e requer uma garra e resistência pra não desistir. Junto a isso, a minha percepção desse universo também foi se reestruturando e fortalecendo, e minha construção das personagens também. A nossa vivência ajuda nesse estofo e base das construções.

Você tem um extenso currículo de atuações em novelas, fale um pouco de como foi atuar no sucesso “Cheias de Charmes” fazendo parte do núcleo do Marcos Palmeira?

“Cheias de Charme” foi um presente em minha vida! Fui contratado como “elenco de apoio” e, antes da estréia, ganhei esposa, filha e o nome que tinha escolhido (MOFADO) mantido. O personagem cresceu muito no decorrer da novela e, segundo os autores, “eles escreviam, eu correspondia e daí eles foram aumentando a minha participação”.

E o Marcos Palmeira? Outro presente! Simpático, acessível, parceiro e professor. O tempo todo disposto a nos ajudar, a me ajudar e aprendi muito com ele. Os “toques” que ele dava, quando “acatados” eram certeiros! E não só ajudava, como ainda dava feedback, tanto do que fazíamos quanto quando ouvia algum comentário favorável sobre meu trabalho.Na festa da despedida da novela fiquei muito feliz ao chegar e ouvir dele, apoiado por duas diretoras, de que “eu tinha sido quem melhor aproveitara a oportunidade”…O lado chato é que diante de tanto elogio eu pensei que outras breves oportunidades apareceriam… o que não aconteceu! Lutando sempre!

Já no teatro participou do espetáculo E agora, Drummond? Como foi a experiência?

Uma experiência incrível! Foi um espetáculo concebido para ser feito como “Projeto Escola”, expandiu-se para bibliotecas e, algum tempo depois, se tornou espetáculo teatral… e tudo ao mesmo tempo! Nesse espetáculo eu também cantava. Chegamos a mais de 100 apresentações e funcionava assim: nas escolas eu cantava acompanhado por um violonista; nas bibliotecas, sem o músico, eu cantava à capela, mas a sequência do espetáculo era a mesma. Quando chegou no teatro, aí entraram os textos eróticos e a sequência do espetáculo, e as marcações de cena, foi toda alterada. Às quartas-feiras, normalmente, eu fazia escola de manhã, com músico, à tarde, à capela e à noite no teatro, com todas as alterações. Foi um baita exercício! 

Duas curiosidades:

1ª- Como eram muitas apresentações cada um do elenco tinha um stand in, só que a loucura aumentou, porque cada um de nós podia fazer com dois outros atores diferentes e acabamos com a possibilidade de nove elencos… e cada um com sua característica de interpretação…

2ª- No final da temporada, a Maria Pompeu, atriz e produtora do espetáculo, organizou um jantar num restaurante, e ali apresentamos o espetáculo, só que dessa vez com todos os atores… e aí os presentes é que ficaram “doidos”, porque um ator aparecia fazendo um dos textos e, de repente, do outro lado entrava o outro ator, do mesmo papel, completando o texto. Foi uma loucura e, pra nós, muito divertido!

Consegue escolher o que mais gosta de fazer entre teatro, cinema e TV? De que forma enxerga essas três práticas na sua vida e como concilia tantas atividades?

Das três linguagens a que menos tive contato foi o cinema. Meu “relacionamento” mais estreito tem sido com a TV, mas ainda longe do que gostaria. No teatro ainda sonho com um personagem único, pra poder construir o início, meio e fim de uma trajetória. Se acontecerem situações simultâneas, sou muito organizado e, espero, conseguir conciliá-las, ou, se tiver que optar, faça a melhor escolha.

Você além de ator é cantor profissional (popular), com registro na ordem dos músicos do Brasil. Conta um pouco como surgiu sua ligação com música.

Em 1974 eu me tornei evangélico (fiquei até 1983) e lá passei a participar de corais e aí considero o meu início, efetivamente, com a música. Antes cantava, mas sozinho no meu canto. Nos corais fui expandindo minhas possibilidades, seja no grupo ou como solista, e esse convívio se deu por mais de 20 anos, saí da igreja mas continuei por corais fora dela.

Daí veio a possibilidade de cantar em espetáculos, mesmo que não fossem musicais, e aí, como já disse, fui fazer a prova da Ordem dos Músicos pra que ninguém dissesse que estava tomando o lugar de um cantor. E assim tem sido!

Já te acharam parecido com algum ator, artista ou celebridade?

Não, pelo menos nunca me falaram. Agora eu acho que eu tenho o tipo e até o timbre vocal parecido com o do Jorge Aragão. O que já aconteceu é acharem minha voz, cantando, parecida com a de grandes cantores (graças a Deus!) , tipo Emílio Santiago, Milton Nascimento, Caetano Veloso…

Que personagem gostaria de interpretar?

No teatro, já disse, um personagem único num espetáculo…

Na TV adoraria ter um personagem maquiavélico, frio, até assassino, porque ainda que tenha “escolhido” ser ético, todos temos essas perversidades dentro de nós.

No cinema, um personagem que tivesse algo a dizer e fazer o espectador pensar.

Projetos futuros?

Tenho um espetáculo de “contação de histórias” que abrange as fases da vida, onde conto histórias e canto músicas, ou parte delas.Tenho ainda um outro projeto, que dependeria de alguém que fizesse o roteiro final, de um show que chamei de “Olhar FeMenino”, que se compõe de músicas escritas para o universo feminino, tipo “Palavra de Mulher” e outras na mesma vibe e alguns trechos de textos, igualmente femininos. A intenção é um espetáculo feminino, visto pela ótica masculina, respeitando o universo feminino. 

Equipe de Conteúdo Emplacar Você Produções

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