Xamanismo Urbano

por | 6 jan, 2022 | 0 Comentários

Xamanismo na cidade

O Xamanismo urbano é realizado no cotidiano das pessoas que vivem nas zonas urbanas. Porém, para que adquiram a capacidade de fazer uso de ferramentas disponibilizadas pelo Xamanismo, é preciso valorizar a ligação com a natureza, mantendo contato com ela, sempre que possível.

Quando se vive no campo, a possibilidade de contato com a natureza existe a todo instante, porém, nem sempre essa oportunidade é aproveitada, pois, para que ocorra o reabastecimento de energia, tudo depende de estarmos vivendo o momento presente. Uma pessoa que vive no campo pode se sentir tão desgastada quanto uma pessoa que vive na cidade. Não apenas o contato físico com a natureza se faz necessário, mas também o contato mental, pois se não estamos no AGORA, as energias sutis não entrarão em ressonância com a nossa alma e com a nossa mente.

Dentro das tradições nativas, existem as Cerimônias Sagradas de cura. É um rito de passagem utilizado por algumas nações indígenas da América do Norte. Trata-se de uma Cerimônia que acontece nos locais de poder. Alguns desses lugares são conhecidos como chackras do planeta. Lá, o buscador, em contato com a natureza, permanece dias e noites à procura de uma visão que possa auxiliá-lo em sua jornada de cura. Um exemplo de um lugar mágico é a montanha.

Praticar Xamanismo urbano não é ir para a mata ou apenas ter contato físico com as plantas dentro dos apartamentos. Isto é importante, mas o Xamanismo Urbano tem uma proposta que vai além. Com ele, aprendemos que é possível ter, dentro de nós, o espírito de respeito pela natureza, de ampliar a consciência, de se tornar uma pessoa mais atenta e de reconhecimento da nossa divindade interior.

É válido e importante voltar a fazer coisas que antigamente fazíamos, como, por exemplo, lavar a própria roupa, preparar a horta, fazer trabalhos manuais (artesanatos). São formas de focar a atenção e de limpar a mente do excesso de pensamentos, ou seja, formas de estar no agora. Quem não está no agora só pode estar no passado ou no futuro. Todo trabalho xamânico é baseado na busca por um estado de maior percepção sensorial e extrassensorial. Por isso, devemos nos libertar e evitar distrações que atrapalham nossa percepção. Os xamãs têm uma capacidade bastante desenvolvida de se maravilhar com a natureza e de perceber as sincronicidades das situações.

O xamanismo e a física quântica

Para acessar o mundo invisível, os xamãs usam um estado alternativo de consciência e, através desse acesso, fazem mudanças na energia encontrada no ambiente de uma maneira que possa diretamente afetar o mundo físico. Eles estão divididos entre o “mundo das coisas vistas” e o “reino oculto”, transitando em ambos com muita facilidade. Mesmo separados, os dois mundos coexistem e exercem influência um sobre o outro. O que é alterado no mundo invisível reflete na matéria.

Os animais xamânicos e sua simbologia

  • Águia: visão interior e exterior com coragem e elevação do espírito a grandes alturas.
  • Alce: auto-confiança, abundância, desapego, resistência e responsabilidade.
  • Antílope: cautela e consciência mística
  • Beija-flor: mensageiro da cura, sorte e suavidade.
  • Bode: é símbolo de virilidade e prosperidade. Aumenta o passo firme e sem pressa. Um passo de cada vez.
  • Borboleta: sensualidade, auto-transformação, novas etapas e liberdade.
  • Cavalo: força e clarividência.
  • Cachorro: lealdade, amor incondicional e estar a serviço.
  • Cervo: criatividade, adaptação e renovação
  • Cobra: rejuvenescimento
  • Condor: o maior pássaro da terra vem nos trazer o poder da visão e revelar o caminho da luz do Sol. considerado imortal, ele é o mensageiro dos deuses que sopra os ventos do despertar da humanidade.
  • Cisne: fidelidade, poderes intuitivos.
  • Coruja: habilidades ocultas, para observar melhor, ver na escuridão e sabedoria antiga.
  • Corvo: guardião da magia, conhecimento mágico , transcende as limitações do corpo físico, predições. mensageiro, assistência e mistério. O corvo é sinônimo de persistência e comanda a situação para conseguir o que deseja.
  • Gato: entendimento sobre mistérios, poderes mágicos, independência ( pode ser evocado para a liberdade de andar só) e visões místicas.
  • Lobo: amor, relacionamentos saudáveis e ensinamento.
  • Tigre: aproximação lenta, aproveitar as oportunidades.
  • Veado: delicadeza, sensitividade, conexão coração e espírito.
  • Dragão: potência, fecundação e força vital.
  • Fênix: renascimento, imortalidade da alma e purificação.
  • Unicórnio: rapidez, pureza e espiritualidade.

Representação das penas dos pássaros

Quando encontramos penas de pássaros, devemos refletir sobre ela. Embora uma pena transmita uma mensagem única para cada pessoa, há mensagens universais que podem ser decifradas.

  • Pena de águia : agilidade, força, coragem, associada à energia Yang (masculina)
  • Pena de gaivota: paz, tranquilidade.
  • Pena de coruja: sabedoria, associada à energia Yin (feminina)
  • Pena de corvo: conhecimento intuitivo, também é visto como um mensageiro de morte
  • Pena de pavão: proteção e clarividência, também representa o amor e o prazer sexual

Algumas dicas para praticar o xamanismo urbano

  • Mantenha-se no agora a maior tempo possível. Conecte-se no que estiver fazendo.
  • Espiritualize-se para não se desgastar emocionalmente. A pessoa espiritualizada se conhece melhor.
  • Valorize suas vitórias e aproveite para se tornar mais otimista.
  • Não entre em discussões improdutivas. De nada adianta falar para quem não quer ouvir.

O Xamanismo não é religião, é um conjunto de crenças ancestrais. São ensinamentos milenares passados de geração em geração pelos nativos das quatro raças, a amarela, a vermelha, a preta e a branca. A prática do Xamanismo permite estabelecer contato com outros planos de consciência, com a finalidade de obter conhecimentos que possam servir na caminhada da vida de cada pessoa.

A palavra xamã tem sua raiz na Sibéria, o xamanismo é encontrado em todas as partes do mundo: Sibéria, América do Norte, América do Sul, África, China, Índia, Tibete, etc. O termo xamã foi adotado pelos antropólogos ao referirem-se a curandeiros e feiticeiros. Vindos da Sibéria, os xamãs teriam emigrado durante as grandes glaciações, e espalhando-se pelos continentes.

Temos muito a aprender com o xamanismo, e que é um erro crer que ele só pode ser praticado em meio à natureza. os habitantes das cidades e sentem a necessidade de se conectar com o natural, mesmo que no momento estejam afastados da natureza. O esforço exigido na criação de uma consciência ecológica nas florestas de concreto de nossas grandes cidades pode nos ajudar a concentrar nossas energias a nossa intenção com maior eficácia. Os cuidados com as energias da terra, das áreas verdes que chamamos de parques, é parte integrante da consciência xamânica.

O homem urbano pensando unicamente em si, faz uso de plantas alucinógenas partindo de critérios egoístas, pois quer apenas descobrir algo pra si ou obter algum benefício- a suposta ampliação de sua consciência, já que ele acessa partes do seu ser que provavelmente não se revelariam espontaneamente. Depois acaba não sabendo o que fazer com as informações que obtém. Agora imagine o papel exercido por um xamã entre as pessoas do seu povo: suponhamos que ele viesse a fazer uso de alguma substância alucinógena. É fácil compreender que na grande maioria das vezes não faria esse uso em função das suas necessidades pessoais, ou seja para resolver seus problemas internos, mas para auxiliar outros indivíduos de seu povo.

A razão pela qual não temos todas as nossas habilidades psíquicas disponíveis é porque estamos guardando muitos ressentimentos e rancores, tanto os que criamos, quanto os que foram transferidos para nós por meio da ancestralidade. Leva-se tempo, espaço e energia para manter esses ressentimentos na nossa vida e além disso, as áreas do cérebro estão sendo ocupadas por essas energias e acabam perdendo a capacidade de gerar prosperidade e paz.

Os celtas praticavam o xamanismo nas ilhas da Grã- Bretanha e Irlanda. O xamanismo celta trata das práticas dessa cultura. Apesar de não ser apenas um caminho apenas para àqueles que trazem nas veias a ancestralidade celta, também muitos ocidentais aderiram esses cultos ancestrais.

Podemos enxergar que somos a continuação de nossos ancestrais. Eles estão presentes em todas as células do nosso corpo. As pessoas costumam pensar que os nossos ancestrais estão mortos, mas isso não é verdade. Se estamos vivos, nossos ancestrais continuam vivos dentro de nós. Podemos convidar todas as células do nosso corpo a viver um momento de paz durante uma meditação ou contemplação e, nesse momento, nossos ancestrais de todas as gerações poderão de alguma forma sentir. Se soubermos ouvir, a paz penetrará em todas as células do nosso corpo. Talvez na vida dos seus ancestrais, eles tenham passado por grandes sofrimentos, sem oportunidades para serem livres e felizes. Dentro de nós, eles terão essa oportunidade.

Instrumento de Poder

Os xamãs sempre se utilizam de objetos mágicos. Descrevo a seguir alguns dos mais conhecidos:

  • O tambor: os nativos norte americanos associam o toque do tambor as batidas do coração da Mãe Terra e também ao som do útero. Nenhum trabalho xamânico acontece sem o tambor, os sons monótonos permitem o xamã alterar sua consciência. A velocidade de toque para uma jornada xamância varia de 150 a 200 batidas por minuto.
  • Pedras e cristais: no xamanismo norte-americano são chamados de Seres Pedra, detentores dos registros da mãe terra. A roda medicinal dos nativos é composta de 36 pedras.

A memória ancestral se fragmenta em duas: a raça humana, que traz a questão genética, e a de todo o ser vivo que há no planeta. Dentro de nós, existem vários universos: vegetal, mineral e animal. Várias memórias vibram em nós, a primeira memória que vibra no nosso centro é a dos nossos pais e nossos avós. A cura nativa nos leva ao encontro do sagrado que há em nós.+

Para o xamanismo, a morte é como uma estação do ano

Tudo o que existe nessa Terra passa por ciclos. Tudo está em constante transição, nascendo, morrendo e renascendo.

Depois da morte, as informações que se manifestaram em nós durante a vida na terra tornam-se integrantes dos registros akáshicos. Akasha é um termo metafísico para designar o éter, ou energia cósmica, que impregna no universo. Na morte, cada um de nós tornar-se parte do campo cósmico como um pacote de energia ou feixe de informação.

BY Paula Carneiro

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