Cururu e o siriri são danças típicas da cultura de Mato Grosso (Foto: Flávio André/Acervo Secretaria de Cultura de Cuiabá)
A cidade de Cuiabá realiza o 7º Festival Cururu Siriri no período desta quinta-feira (28) até domingo (31). Cerca de 15 mil visitantes diários são esperados pela prefeitura municipal, que organiza o evento.
O cururu é uma dança folclórica típica da região Centro-Oeste do país, principalmente Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Segundo a organização, é tradicionalmente praticada por homens. Já o siriri é uma dança tipicamente protagonizada por mulheres, que usam saias rodadas, e também por crianças. Quando dançam, os homens usam chapéus de palha.
Segundo Mário Olímpio Medeiros Filho, secretário de cultura de Cuiabá, os participantes do festival são originários de 16 cidades do estado. "Serão quatro grupos de cururu e outros 24 de siriri. "O nosso objetivo é difundir a cultura popular, que está se tornando um dos símbolos do folclore cuiabano. É uma tradição de mais de 200 anos".
O espaço reservado para o evento é a praça que leva o nome do
festival, no bairro Porto, e tem 6,4 mil m². Além das
apresentações dos grupos o evento ainda oferece um festival
gastronômico e de artesanto.
De acordo com Medeiros, o festival surgiu em 2001,
mas era competitivo. "A idéia original foi de Valdemir
Taques, conselheiro de cultura de Cuiabá naquela época. Só
na quarta edição que o evento mudou o perfil. A fórmula deu
certo e recebemos 35 mil pessoas em três dias de evento no ano passado."
O cururu e o siriri
As duas danças são consideradas pela organização do evento como as mais antigas manifestações da arte e da cultura de Mato Grosso. "Há 300 anos, vieram os portugueses, os bandeirantes paulistas e os escravos africanos para a região. O objetivo deles era dominar a fronteira oeste do país, principalmente por causa do ouro. Eles encontraram com uma grande tribo de índios bororos no local. Da miscigenação e desse convívio acabou surgindo o cururu, que é uma dança embalada por tocadores de viola", disse Medeiros.
O secretário de cultura disse ainda que o cururu é cantado apenas por homens. "É a música caipira e é como se fosse o pai do hap. A música lembra um repente, um desafio entre dois cantadores. São toadas curtas, um desafiando o outro", afirmou Medeiros.
O siriri são canções longas, mais poetizadas e acompanhadas pela percussão do mocho. "Por isso se formam as rodas de danças com mulheres. Apesar disso, o siriri também é praticado por homens e crianças", disse o secretário.