Peritos do Instituto de Criminalística (IC) do Estado do Paraná
fizeram uma vistoria na manhã desta quarta-feira (6) para
avaliar os danos provocados pelo
incêndio que atingiu o campus Champagnat da Universidade
Tuiuti do Paraná (UTP), em Curitiba, na noite de terça-feira
(5). Segundo o perito criminal Antônio Siqueira, que será o
responsável pelo laudo apontando a causa do fogo, o resultado
deverá ser divulgado em 20 dias.
"Passamos a manhã dessa quarta-feira no
prédio e coletamos informações e elementos importantes para a
elaboração do laudo. É precipitado falarmos em hipóteses neste
momento. Vamos fazer várias análises do material colhido no
local, vamos estudar a planta do prédio e só assim poderemos
montar o quebra-cabeça para afirmar com exatidão qual foi a
causa do fogo", afirmou o perito.
Segundo Siqueira, os peritos coletaram parte da fiação elétrica do prédio para examiná-la com ajuda de microscópio. "O exame a olho nu é pouco conclusivo. Vamos avaliar cuidadosamente a fiação para saber se houve um curto-circuito, já que o prédio é quase centenário e as instalações elétricas são bem antigas", disse o perito.
O prédio que abriga o campus Champagnat da Universidade Tuiuti do Paraná é histórico. Segundo a assessoria de imprensa da universidade, uma parte dele foi construída em 1926 e outra na década de 40. Antes de passar a abrigar os cursos da área médica e biológica da universidade (a partir de 1972), o local abrigava uma espécie de seminário.
Das quatro construções principais, uma e meia foram totalmente destruídas. Segundo a assessoria, apesar de uma boa parte do prédio estar preservada, os 3.200 alunos que tinham aulas nesta unidade serão remanejados para outros prédios da instituição para evitar riscos de desabamento ou de fogo. Segundo a assessoria, o início das aulas está mantido para segunda-feira (11) e um comunicado com as informações sobre a mudança de endereço do curso será divulgado na internet até sábado (9).
De acordo com a assessoria de imprensa da universidade, a
instituição ainda não contabilizou o prejuízo causado pelo fogo,
já que as salas destruídas no incêndio abrigavam a diretoria do
campus, as secretarias dos cursos, laboratórios e salas de aula.
As informações acadêmicas dos estudantes foram preservadas
porque ficam armazenadas no campus Birigui, onde também fica
instalada a reitoria.
Segundo o major Carlos Alberto Mascarenhas Machado, subcomandante
do Corpo de Bombeiros de Curitiba e responsável pela operação
que controlou o fogo, 60 homens e 18 carros da corporação foram
deslocados para o local e mais de 500 mil litros de água foram
usados para apagar o fogo. Como o local estava fechado em
virtude do feriado de Carnaval, não houve nenhum ferido.
"O fogo começou por volta das 19h e só foi
totalmente controlado por volta das 23h30, quase meia-noite. A
partir dali entramos no prédio para apagar os pequenos focos de
fogo que restavam para eliminar qualquer risco de haver outro
incêndio. Houve destruição total dos prédios atingidos, pois o
fogo se alastrou facilmente por se tratar de uma estrutura
antiga com piso e forro de madeira", explicou o major.
O prédio é o segundo maior da universidade, que tem cerca de 11
mil alunos. No local funcionam os cursos de ciências biológicas,
biomedicina, enfermagem, farmácia, fisioterapia, fonoaudiologia,
nutrição, medicina veterinária, psicologia e terapia
ocupacional.