O quadro chamado "Dama com Arminho", de Leonardo Da Vinci, onde a personagem original aparece com o animal silvestre, conhecido popularmente como “furão”, foi uma das inspirações. A aluna Letícia Rodrigues, de 18 anos, substituiu o bicho por um gato na nova representação da arte.

A proposta surgiu durante aula de linguagens e códigos da escola, que “desafiou” os estudantes a recriarem, com os itens que tivessem à disposição, obras de artistas renomados, tais como Tarsila do Amaral, uma das principais figuras do movimento modernista no Brasil, no século 20.

Letícia Rodrigues, que recriou a performance com o “bichano”, contou que a tarefa a ajudou a entender um pouco mais sobre manifestações culturais. Ela comentou que não gostou muito das opções sugeridas na atividade e, por isso, buscou na internet uma obra que lhe agradasse.

"Pensei em pegar um urso de pelúcia, só que minha prima tem esse gatinho, que na verdade é uma fêmea, que se chama Raru. Então decidi bater a foto com ela porque achei bem parecida com o animal que tá na obra de arte. Daí peguei um vestido, fiz um recorte, e peguei um colar da minha mãe", detalhou.

A aluna Stephany Brito, de 18 anos, retratou a obra "Menina na Janela", de Salvador Dalí. Até fazer o trabalho, ela achava que as obras não tinham nenhum significado relevante. Após realizar pesquisas sobre as artes, começou a compreender a importância delas.

"Achei que essa era uma obra bem simples, porém com um significado bom, pois o pintor, em sua obra, revela o comportamento das mulheres de antigamente, dentro de suas casas, envolvidas em seus afazeres, contemplando o mundo apenas de dentro de seus lares, sem muitos conhecimentos, enquanto aos homens cabia a vida lá fora, em meio ao trabalho e ao divertimento. Isso chamou muito minha atenção, um dos motivos de eu ter escolhido essa obra", destacou.

Segundo a professora Gracimara Miranda, que propôs a ideia, o exercício fez com que os estudantes observassem o contexto social, político, econômico e filosófico que estão inseridos, para se expressarem de forma artística. Ela falou que quase 20 alunos fizeram o trabalho.

"A proposta era que eles notassem a importância da leitura e reconhecimento das linguagens. Repassei no conteúdo de apoio para que eles usassem o material que tivessem em casa, para que eles representassem a realidade deles”, destacou a professora Gracimara.

A docente reforçou que a prática da releitura de obras não deve ser tratada como cópia, mas como uma maneira de instigar a criatividade dos alunos, com o intuito de torná-los cidadãos mais críticos e conscientes na sociedade em que vivem.

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