Por g1 BA


Hospital Martagão Gesteira suspendeu atendimentos em protestos por mais recursos — Foto: Divulgação

Com um déficit previsto de R$ 8,4 milhões para 2022, o Hospital Martagão Gesteira, em Salvador, aderiu à campanha nacional sobre crise nas filantrópicas do país que pede mais recursos para as unidades. Segunda a unidade hospitalar baiana, mensalmente o prejuízo é de R$ 700 mil.

Por conta da mobilização liderada pela Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB), o Martagão teve um dia de paralisação de atendimentos e reagendamento de consultas eletivas que estavam marcadas para a manhã desta terça (19).

De acordo com o gestão do Martagão, os pacientes afetados com a paralisação não ficarão sem atendimento, já que as consultas foram remarcadas. Outros procedimentos marcados para a manhã desta terça ocorreram normalmente.

Segundo a CMB, que representa 1.824 hospitais, a situação atual é a maior crise da história das filantrópicas do país.

O Martagão atende mais de 28 especialidades médicas, recebendo crianças de todo o estado da Bahia. São mais de 80 mil pacientes por ano e mais de 500 mil atendimentos realizados. De acordo com a gestão da unidade, antes mesmo da pandemia, os recursos obtidos pelo SUS já não cobriam as despesas do Martagão.

Ainda de acordo com o Martagão, com a pandemia, apesar de um financiamento voltado especificamente para o combate ao coronavírus, hospitais de todo o país enfrentaram a inflação, com aumento nos preços de equipamentos e medicamentos. Neste momento, apesar da redução dos casos de covid, os preços não retornaram à normalidade.

O presidente da Liga Álvaro Bahia Contra a Mortalidade Infantil, Carlos Emanuel Melo, diz que diante da crise, a unidade corre risco até de suspender os atendimentos.

“A partir do segundo semestre, no caso do Martagão, a situação fica cada vez mais difícil. As filantrópicas formam um apoio fundamental à rede pública do SUS. Não podemos permanecer em silêncio e corremos riscos futuros de termos que suspender serviços. Estamos falando de crianças de todo o estado, a maioria delas de família com menos de um salário mínimo de renda familiar, que dependem desses atendimentos”, ressalta Melo.

O gestor destaca que em diversas situações, o repasse pelo SUS não é suficiente para atender demandas hospitalares, como, por exemplo, em relação ao Transplante de Medula Óssea (TMO). Cada TMO custa, em média, R$ 80 mil, sendo que R$ 30 mil são repassados pelo SUS. Os outros R$ 50 mil restantes precisam ser obtidos por meio de parcerias e doações.

“É mais um desafio que enfrentamos. Não é fácil. Recentemente, tivemos o apoio de doadores. É graças aos nossos doadores que a situação ainda não se complicou de vez, mas a nossa preocupação, por exemplo, é com a continuidade de um programa como o de TMO do Martagão. Precisamos vislumbrar uma saída que possibilite a sua manutenção”, diz Melo.

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