Fim da guerra de Canudos completa 125 anos
O fim da guerra de Canudos completa 125 anos nesta quarta-feira (5). Um dos principais conflitos da história no país aconteceu em um vilarejo do sertão baiano, liderado por Antônio Conselheiro. O confronto entre os moradores da cidade de Canudos e o exército brasileiro deixou mais de 25 mil pessoas mortas.
A cidade de canudos fica a 400 quilômetros de Salvador no sertão baiano. A memória do beato Antônio Conselheiro está no comércio, igreja e monumentos, que se misturam ao belo cenário da caatinga.
A estátua de Conselheiro marca um dos fatos mais impressionantes da história do brasil. O religioso cearense peregrinou pelo sertão e chegou a Canudos, que era uma fazenda abandonada no interior da Bahia em 1893.
Aos poucos sertanejos pobres, a maioria agricultores e vaqueiros, se juntaram a Conselheiro no povoado batizado de Belo Monte.
Cidade de Canudos na Bahia — Foto: Reprodução/TV Bahia
Historiadores estimam que o vilarejo logo virou a terceira maior cidade da Bahia. O carisma de Antônio Conselheiro também incomodou a igreja e o estado e assim começou a guerra de Canudos, em 1896.
"Na verdade era um período agudo do estado brasileiro, que é nas proximidades, quando o Império é derrubado e surge a República", explicou o tenente Raimundo Marins, historiador da Polícia Militar.
O filme "Guerra de Canudos", do cineasta Sérgio Guerra, foi produzido no centenário da queda de Canudos. José Wilker interpretou Antônio Conselheiro.
A cabeça de Conselheiro usada no filme foi doada a Universidade Estadual da Bahia (Uneb). A instituição criou um memorial, um museu e o Parque Estadual de Canudos, onde se deu a guerra.
No memorial está o Jardim Euclidiano, homenagem ao escritor Euclides da Cunha, autor de "Os sertões", livro que mostrou a violência das batalhas.
"Lá se matou crianças, se matou velhos, e degolou. É um crime inominável, imprescritível e que até hoje não foi reparado pelo estado", contou o historiador da Uneb, Manoel Neto.
Fim da guerra de Canudos completa 125 anos nesta quarta-feira — Foto: Flávio de Barros
Estima-se que cerca de cinco mil militares e 20 mil sertanejos morreram na invasão de Canudos.
No aniversario de 125 anos da queda de Canudos, a cruz que ficava a frente da igreja construída por Conselheiro é a maior de todas as relíquias.
"Uma comunidade que foi erguida com os princípios da irmandade, do comunitarismo, onde se repartia, dividia o pão, onde a terra era de todos, onde se tinha escola, casa, comida, e o Estado, a República foi lá e tomou isso do povo sertanejo", afirmou o historiador do Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do Município (IPMC), João Batista Lima.
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