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31/07/2017 10h50 - Atualizado em 27/09/2017 16h42

Pioneiro do abstracionismo, Antonio Bandeira ganha exposição individual no Espaço Cultural Unifor

Mostra apresenta ao público um conjunto de 91 obras do artista, abrangendo diversos períodos de sua produção.

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Antonio Bandeira traçou sua carreira pautada na oposição ao academicismo, tornando-se precursor do movimento abstracionista no Brasil. (Foto: Ares Soares/Unifor)Antonio Bandeira traçou sua carreira pautada na oposição ao academicismo, tornando-se precursor do movimento abstracionista no Brasil. (Foto: Ares Soares/Unifor)

O pintor, desenhista e gravador cearense Antonio Bandeira trilhou um caminho único na arte brasileira. Averso ao academicismo, abandonou a arte figurativa de seus anos iniciais e tornou-se pioneiro do abstracionismo do país. A partir de 10 de agosto, o Espaço Cultural Unifor, localizado no campus da Universidade de Fortaleza, apresenta um pouco da trajetória deste artista ímpar na exposição Antonio Bandeira: um abstracionista amigo da vida. Com a realização da Fundação Edson Queiroz e organização da Base7 Projetos Culturais, a mostra tem curadoria de Regina Teixeira de Barros e Giancarlo Hannud.

A exposição reúne um conjunto de 91 obras que abarca diferentes momentos de sua produção artística, das primeiras pinturas figurativas, de caráter social, às grandes telas com densas tramas, tão comuns em seus últimos anos."Os delicados guaches e aquarelas, nos quais a sutileza e a poesia imperam, pontuam a trajetória do artista e se contrapõem, na década de 1960, aos trabalhos mais experimentais, realizados com materiais não tradicionais como miçangas, fitas adesivas e tinta automotiva", aponta Regina. “Bandeira permaneceu sempre à margem de escolas e estilos, jamais emprestando seu nome às declarações de fé estética tão em voga naquele momento”, completa Giancarlo, que também coordenou todo o levantamento de obras do artista e a pesquisa para o catálogo raisonné parcial.

“Seguindo sua missão de apoiar e difundir a produção de artistas cearenses, a Fundação Edson Queiroz realiza uma exposição inédita de Antonio Bandeira, que reúne alguns de seus trabalhos mais importantes. Um marco da mostra será o lançamento do catálogo raisonné de Bandeira, patrocinado pela Fundação Edson Queiroz, a ser lançado no Espaço Cultural Unifor. Ao apresentar exposições e ao mesmo tempo apoiar publicações da relevância de um catálogo raisonné, a exemplo do que realizou com Leonilson no primeiro semestre deste ano, a Universidade de Fortaleza, mantida pela Fundação Edson Queiroz, cumpre seu papel de aliar arte e educação como forma de promover o conhecimento, alcançando não só sua comunidade acadêmica, mas toda a sociedade”, afirma o vice-reitor de extensão da Unifor, prof. Randal Pompeu.

Definido por seus pares como um artista sério, lacônico e metódico, Bandeira deixou como legado uma produção surpreendente pela qualidade e sensibilidade de suas obras. Parte das obras apresentadas nesta exposição é pouco conhecida do público e até mesmo pelo circuito da arte, pois muitas foram localizadas graças às pesquisas para o catálogo raisonné parcial do artista.

O artista é expoente de uma vertente abstrata que privilegia a gestualidade e a expressão da experiência poética. Em seus trabalhos, traços, cores, tramas, manchas e respingos, todos aparentemente abstratos, na verdade estampam o mundo interior que o artista abrigava dentro de si. Por meio deles, Bandeira sugere a seu espectador uma infinidade de lembranças e emoções. Não por acaso, os títulos de suas obras evocam paisagens urbanas e cenas do cotidiano, abrindo caminho para interpretação lírica dessas composições.

Nas palavras do próprio artista, seus traços retratam “paisagens, marinhas, árvores, portos marítimos, cidades, enfim, apontamentos de viagem. Parto do realismo e, depois, vou aparando a ramaria até chegar ao ponto que minha sensibilidade exige. (...) A natureza foi e será, sempre, o meu celeiro”, dizia. Esse compromisso alegre com a vida pautou sua aproximação e assimilação da linguagem internacional da arte abstrata.

O artista
Antonio Bandeira nasceu em Fortaleza, em 1922. Iniciou-se na pintura com a professora Mundica, bastante conhecida na cidade de Fortaleza, cujo método de ensino era a cópia. Em 1941, participou da criação do Centro Cultural de Belas Artes, entidade que nos anos seguintes deu origem à Sociedade Cearense de Artes Plásticas.
Em 1945, mudou-se para o Rio de Janeiro, cidade que recebeu sua primeira exposição individual. Contemplado pelo governo francês com bolsa de estudos, mudou-se para Paris em 1946, onde frequentou a École Nationale Supérieure des Beaux-Arts e a Académie de la Grande Chaumière.

Em Paris, o jovem artista entrou em contato com o abstracionismo lírico. A partir dessa aproximação, a gestualidade, já reconhecida nas suas primeiras figurações expressionistas, ganhou destaque ainda maior quando ele passou a se dedicar à abstração.

Bandeira participou das duas primeiras edições da Bienal de São Paulo, em 1951, ano que retornou ao Brasil, e em 1953. A segunda edição lhe rendeu um Prêmio Fiat, motivo que o levou novamente à Europa em 1954. Lá, permaneceu até 1959, passando pela Itália e Inglaterra.

Ao retornar ao Brasil, dedicou-se a uma atividade artística intensa, participando de importantes exposições, no Brasil e no exterior. Bandeira voltou a Paris em 1965, onde permaneceu até sua morte, dois anos depois.

O raisonné
Com patrocínio da Fundação Edson Queiroz, mantenedora da Universidade de Fortaleza (Unifor) e do Espaço Cultural Unifor, e coordenação da Base7 Projetos Culturais, a catalogação será editada e publicada como Catálogo Raisonné Parcial, em dois volumes com cerca de 500 páginas.

Valioso material de pesquisa e estudo colocado à disposição do público, o catálogo constitui uma ferramenta de acesso à abrangência e profundidade da obra do artista, de toda sua trajetória. O projeto contribuirá ainda para a disseminação e permanência do legado Bandeira a gerações futuras, funcionando como documento relevante para consultas de críticos de arte, historiadores, pesquisadores, estudantes público de arte e interessados em geral.

Com a publicação, Bandeira se junta ao seleto grupo de artistas brasileiros que já tiveram suas obras catalogadas em raisonné: Alfredo Volpi, Candido Portinari, Iberê Camargo, Tarsila do Amaral e, mais recentemente, Leonilson. Atualmente, a obra de Bispo do Rosário também tem sido revisitada e catalogada.


Serviço
Exposição - Antonio Bandeira: um abstracionista amigo da vida
Curadoria: Regina Teixeira de Barros e Giancarlo Hannud
Abertura: 10 de agosto, a partir das 19h
Período expositivo: de 11 de agosto a 10 de dezembro
Local: Espaço Cultural Unifor (Av. Washington Soares, 1321, Bairro Edson Queiroz)
Horário de funcionamento: de terça a sexta, das 9h às 19h; sábados e domingos, das 10h às 18h
Mais informações: (85) 3477.3319 | espacocultural@unifor.br

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