06/11/2010 19h22 - Atualizado em 07/11/2010 12h27

Estudante lamenta erro de impressão na folha de respostas do Enem

Jovem diz que não foi informado e preencheu questões de forma invertida.
Presidente do Inep diz que ninguém será prejudicado.

Milene Rios*Do G1, em São Paulo

Luan preencheu folha de respostas de maneira invertidaLuan preencheu folha de respostas de maneira
invertida (Foto: Milene Rios/G1)

O estudante Luan Estrela Pietro, 18 anos, levou um susto ao saber do erro na impressão na folha de respostas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). "Eu não sabia de nada. Estou surpreso. Na minha sala, os fiscais não informaram nada, tanto é que respondi o gabarito pela ordem do caderno. A questão número 1, por exemplo, de ciências humanas, estava na folha de resposta na posição número 46”, relatou. Ele fez a prova na Estácio UniRadial, na Zona Sul de São Paulo.

Depois da prova, Luan disse que ficou com "muita raiva e muito nervoso por ter entregado a prova invertida". Ele está no cursinho e pretende prestar vestibular para medicina. "Na minha sala, ninguém questionou e o fiscal não falou nada. Para usar o Enem no curso que eu quero preciso praticamente gabaritar a prova."

Segundo estudantes ouvidos pelo G1 , no caderno de questões, os primeiros 45 itens eram de ciências humanas e suas tecnologias e os outros 45, de ciências da natureza e suas tecnologias. No caderno de respostas, o primeiro subtítulo, referente às primeiras 45 respostas, era de ciências natureza. E, depois, havia o anúncio das respostas de ciências humanas. O Ministério da Educação admitiu que houve erro na ordem dos subtítulos do caderno de respostas.

A assessoria do ministério informou ainda que os fiscais haviam sido orientados a falar para os alunos a seguirem a ordem das questões, de 1 a 90, e desconsiderar os subtítulos errados. Mas, em São Paulo, os alunos reclamaram da falta de informações.

Prova do Luan. Sem saber da falha, o estudante anotou do lado de cada questão o número que teria que colocar na folha de respostasProva do Luan. Sem saber da falha, o estudante anotou ao lado de cada questão o número que teria que colocar na folha de respostas e entregou o resultado invertido (Foto: Milene Rios/G1)

Lucas da Silva Leite, de 18 anos, disse que não recebeu recomendações. "Na minha sala, nada foi informado e, para falar a verdade, eu nem percebi. Mas segui pela ordem das perguntas...ainda bem", comentou.

A namorada dele, Luana Siqueira Martins, de 18 anos, contou que o fiscal não parecia informado sobre o assunto. "Eu tinha percebido, mas não falei na hora porque estava concentrada na prova. Outra menina percebeu e perguntou para a fiscal, que foi falar com a supervisora. Depois, ela voltou e pediu para seguir pelos números das questões", contou.

Outros estudantes disseram que houve confusão dentro da sala, por causa do erro no caderno de respostas. "Na metade da prova, a fiscal nos informou que era para seguir pela ordem das questões no caderno de respostas. Uma menina que já tinha começado a preencher o gabarito ficou revoltada e discutiu com a fiscal, falando até em processo", afirmou Loren Gomes Maia Pereira, de 18 anos.

EstudantesLoren, Lucas Abe e Lucas Silva comentaram erro na prova do Enem (Foto: Milene Rios/G1)

 

"Na minha sala, só falaram para quem ia perguntar. O fiscal ia até as mesas de quem tinha dúvidas e acabou causando um burburinho", relatou Lucas Oliveira Silva, de 18 anos.

Lucas Issamu Abe, de 17 anos, disse que reparou a falha e procurou pelo fiscal. "E então eles [monitores] pediram para que ninguém preenchesse o gabarito até que confirmassem a falha. Foi o que fizemos", falou.

Alguns alunos minizaram o problema. "Só veio errado o gabarito, com os nomes trocados. Nada significante", disse Bruna Piccaro, de 17 anos.

As irmas Érika e Carla Hitara, de 22 e 18 anos, disseram que pessoas das salas delas chegaram a preencher a folha de respostas antes de notar o problema. "Não percebi nada, só vi quando [os monitores] avisaram. Uma menina já tinha preenchido [a folha de respostas], mas o próprio fiscal falou que não tinham problema", comentou Carla.

Correção invertida
Em entrevista no fim da tarde, o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Joaquim José Soares Neto, disse que nenhum estudante vai ser prejudicado por causa do erro na impressão no caderno de respostas do Enem. De acordo com ele, quem se sentir prejudicado pode reclamar no site do Enem, a partir da semana que vem. Os casos serão analisados separadamente e, se necessário, haverá uma correção invertida da prova.

*(Colaborou Caroline Hasselmann)


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