28/09/2013 09h40 - Atualizado em 28/09/2013 09h40

Zoológico de Goiânia registra 57 nascimentos desde a reabertura

Parque ficou fechado por quase três anos em função da morte de animais.
Após readequação, equipe celebra a reprodução dos bichos em cativeiro.

Fernanda BorgesDo G1 GO

Filhote de anta, chamado Gilberto, nasceu há pouco mais de um mês no parque (Foto: Fernanda Borges/G1)Filhote de anta nasceu há pouco mais de um mês e é a sensação do parque (Foto: Fernanda Borges/G1)

O Parque Zoológico de Goiânia registrou o nascimento de 57 animais desde a reabertura, em maio de 2012. O local ficou quase três anos fechado para readequações, após a morte de vários animais de grande porte como hipopótamo, leão, onça e girafa. “Tivemos diversas mudanças, como o reforço do efetivo, que desenvolve um trabalho continuado com os bichos e, por isso, conseguimos o êxito de ter a reprodução em cativeiro”, explicou o diretor do parque, Raphael Cupertino.

Nesse período, algumas crias não resistiram e morreram, como um bebê de veado-catingueiro. No entanto, a maioria cresceu e já está na fase juvenil. É o caso de quatro filhotes de tigre de bengala, sendo dois machos e duas fêmeas, filhos do casal Paola e Kael. “Eles se desenvolveram muito bem e hoje já estão do tamanho dos pais. Comem uma vez por dia, de cinco a sete quilos de carne, que varia entre músculo, frango e presas vivas”, explicou a zootecnista e diretora técnica-operacional do parque, Rita Figueiredo.

No total, foram registrados os nascimentos de animais de 13 espécies diferentes, sendo 10 filhotes de ema, três furões, quatro tigres de bengala, três aoudads (uma espécie parecida com carneiro), seis jabutis, 11 cabras de malta, dois cervos-dama, dois veados-catingueiro, nove serpentes da espécie corn snake, um pavão, uma jaguatirica, dois jacus-verdadeiro e um cateto.

Filhotes de tigre de bengala completaram um ano e estão do tamanho dos adultos (Foto: Fernanda Borges/G1)Tigres de bengala completaram um ano e estão do tamanho dos adultos (Foto: Fernanda Borges/G1)

Mas a verdadeira sensação do zoológico é um filhote de anta, chamado Gilberto, que nasceu no último dia 17 de agosto. Ele ainda apresenta algumas listras no corpo, que vão sumir ao longo do tempo, e atrai a atenção de todos que visitam o local. “A mãe dele o rejeitou no começo e partimos para o reforço da alimentação com mamadeiras. Porém, depois de alguns dias, ela decidiu cuidar do bebê e passou a amamentá-lo”, afirmou a veterinária e tratadora do bebê, Viviane Silva Borges.

Segundo ela, Gilberto já come frutas, verduras e capim, mas o leite ainda será oferecido por mais um tempo. “Ele ainda está na fase em que precisa mamar, mas logo passará a receber a alimentação semelhante a dos demais animais. Mas ele está super bem”, reforça a veterinária.

Há cerca de um mês também nasceram quatro filhotes de ema, que já estão em exposição. “Por enquanto os animais estão separados dos adultos, pois precisam de cuidados especiais. Mas o público já pode vê-los”, explicou Rita.

Reprodução em cativeiro
O zoológico conta com 181 recintos, espalhados em uma área de 280 mil metros quadrados. Estão no local 521 animais, de 154 espécies diferentes - entre mamíferos, aves e répteis. Segundo a administração, cerca de oito mil pessoas visitam o local aos finais de semana.

De acordo com Raphael Cupertino, três pontos são fundamentais para o nascimento dos filhotes no parque. “Primeiro é preciso ter um recinto adequado para cada espécie, onde o animal se sinta confortável. Depois vem a questão da nutrição, pois é importante que eles recebam os alimentos certos e, em terceiro, tem o quesito de afinidade entre os bichos. Mas aí também é uma questão de sorte, pois o macho e a fêmea precisam se entender. Felizmente temos conseguidos bons resultados”, disse.

No total, seis jabutis nasceram após reprodução em cativeiro (Foto: Fernanda Borges/G1)No total, seis jabutis nasceram após reprodução em cativeiro (Foto: Fernanda Borges/G1)

Cupertino ainda ressaltou que, durante o período em que o parque ficou fechado, a equipe realizou visitas a outros zoológicos do país para agregar boas experiências. “Fizemos uma espécie de laboratório para conhecer diferentes tecnologias e conceitos para aplicar aqui. Um dos pontos que o público pode notar é a retirada das grades dos recintos de alguns animais e a colocação de vidros. Isso traz um resultado muito positivo, pois é gerada uma barreira acústica e os bichos não ficam incomodados com o movimento das pessoas. Por outro lado, também facilita a visualização e tira a impressão de que o animal está em uma prisão”, explicou o diretor.

Um zootecnista também foi contratado para focar, exclusivamente, na nutrição dos bichos. “O profissional passou a analisar as necessidades de cada espécie, que varia de acordo com a estação do ano, e isso fortaleceu a saúde deles”, destacou Cupertino.

A atuação dos técnicos também foi apontada como importante para a recuperação do parque, pois eles acompanham os animais diariamente e conseguem perceber qualquer mudança de comportamento. “Com isso, caso algum esteja doente, já podemos avaliar e iniciar a melhor forma de tratamento. Para algumas espécies isso é muito difícil, mas os resultados têm sido satisfatórios”, concluiu.

O parque fica localizado na Alameda das Rosas, no Setor Oeste, e funciona das 8h às 17h, de terça-feira à domingo. Os ingressos custam R$ 2.

Quatro filhotes de ema nasceram há um mês e estão em exposição (Foto: Fernanda Borges/G1)Quatro filhotes de ema nasceram há um mês e estão em exposição (Foto: Fernanda Borges/G1)

 

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