É o Bicho

Por Juliana Gorayeb, G1 Grande Minas


Quando expressar todo o amor sentido pelos animais de estimação não cabe em palavras, "lambeijos" e ações, ainda há o que fazer? Engana-se quem pensa que não. Os tutores dos bichinhos não medem esforços para demonstrar tudo o que sentem, e investem mesmo! Prova disso é que artigos de moda relacionados aos peludos estão em alta e agradam muito aos lojistas.

Chaveiros e outros acessórios foram apostas da empresária Daianny Brito — Foto: Daianny Brito/Arquivo pessoal

A empresária Daianny Brito sabe bem que o amor pelos pets é quase uma unanimidade e tem investido nisso de uma forma diferente. Ela tem uma rede de lojas de moda em Montes Claros e Francisco Sá e garante que o que não falta nas prateleiras são roupas ou mimos relacionados aos animais.

Daianny garante que sempre que viaja para fazer compras para as lojas, olha com carinho para peças que estampam os peludos com muita fofura. “Eu não deixo de levar uma blusinha, uma bolsa, ou mesmo um chaveiro que tem como tema um cachorrinho, ou um gatinho, às vezes até uma ave. É impressionante o quanto as pessoas se identificam. Se você tem um bulldog e encontrar uma blusa de bulldog, você vai acabar levando para casa”, acredita a empresária.

A lojista afirma ainda que é uma forma que as pessoas encontram de expressar o amor que sentem. “Notamos que sempre que os clientes compram, eles saem felizes e às vezes ainda postam fotos com os bichinhos usando as peças, fazendo declarações, é uma coisa muito legal e interessante”, comenta Daianny.

Estudante se identifica tanto com os gatos que tem acessórios e roupas com estampas dos pets — Foto: Damaris Almeida/Arquivo pessoal

A estudante de Jornalismo, Damaris Almeida, é uma prova que o mercado com carinha de pet tem tido crescimento. Tudo porque ela tem gatinhos que resgata nas ruas de Bocaiuva, cidade em que mora, e o amor pelos bichinhos a motiva a usar blusas com estampas dos pets, arco de cabelo com orelhinhas de gato, entre outros; nem o papel de parede do celular escapa.

Damaris tem três gatos: Maria, de sete anos, Kira, de cinco meses, e Loki, de dois meses. Todos foram resgatados. “Eu já perdi a conta de quantos eu já resgatei, mas a maioria passou por aqui apenas por lar temporário e foram para adoção. Sou apaixonada por gatos”, conta a estudante.

O ato de resgatar e cuidar dos bichinhos já é uma prova de amor enorme, mas ela não para por aí. Damaris é quase uma investidora da moda pet. “Eu não posso ver nada que seja minimamente relacionado a gatinhos que eu já logo penso ‘que coisa fofa, eu preciso disso’. Sinto como se fosse uma representação da paixão que tenho pelos meus e pelos que resgato. Se eu vejo em alguma vitrine, ou eu sempre compro ou faço sozinha e uso até virar pó”, brinca.

Damaris resgata gatinhos das ruas da cidade onde mora — Foto: Damaris Almeida/Arquivo pessoal

Um amor que se explica (ou não!)

Um clássico da MPB diria que “para o amor não existe fronteiras”. O amor dos tutores pelos pets comprova esta teoria a ponto de movimentar o mercado da moda. Mas e para a psicologia? Este amor sem limites merece cautela?

A psicóloga Mayra Aquino acredita que sim. Para ela, não deixa de ser saudável usar as roupas, ou expressar o amor de varias maneiras diferentes, mas com limites. “Todo limite ou excesso é muito relativo e pessoal. Me parece normal que o dono queira expressar seu amor pelo bichinho, mas se for em excesso pode sim fazer mal. O ideal é observar”, afirma.

Mayra explica, ainda, que o ato de querer vestir a carinha do animal é uma expressão da relação afetiva. “A relação afetiva que há entre animais de estimação e seus donos, em muitos casos desperta em seus donos o sentimento de que quererem se expressar além do carinho e cuidados diário, e esse amor pode ser traduzido na maneira de se vestirem, de decorarem suas festas, por meio de adesivos nos carros. Tudo porque os bichinhos são uma fonte de apego e afeto e desempenham papéis para o indivíduo e para o círculo familiar”, conclui a psicóloga.

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