Vista aérea da área central de Uberlândia — Foto: Via Drones/Divulgação
O crescimento populacional das regiões intermediárias de Uberlândia e Uberaba está acima do ritmo estimado para Minas Gerais e para o Brasil. A informação é de um levantamento feito pelo Centro de Estudos, Pesquisas e Projetos Econômico-Sociais da Universidade Federal de Uberlândia (Cepes/UFU) divulgado na quinta-feira (27).
O estudo, feito a partir do banco de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), analisou a evolução populacional das cidades do Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e Noroeste. Somadas, as regiões ultrapassam a marca de 2,8 milhões de habitantes.
Veja abaixo informações sobre a região de Patos de Minas. Ainda sem os dados do Censo 2022, as estimativas feitas pelo Cepes podem servir de parâmetro para o desenvolvimento de políticas públicas nas regiões.
De acordo com o estudo, entre 2010 e 2021 os 24 municípios que compõem a região intermediária de Uberlândia cresceram em média 1,11% ao ano, enquanto que o crescimento das 29 cidades da região de Uberaba foi de 1,34%. Como comparação, no mesmo período Minas Gerais cresceu 0,81% e o Brasil, 1,03%.
Em 2021, estimativa feita pelo IBGE apontou que Uberlândia continua como a segunda mais populosa do estado com 706.597 habitantes. Já Uberaba chegou a marca de 340.277 habitantes.
“Uberlândia sempre apresentou uma dinâmica socioeconômica bem mais intensa do que outras regiões do estado. O trabalho na cidade é mais dinâmico e atrai muitas pessoas entre 20 e 50 anos. O sistema de ensino também atrai muitas pessoas, tanto para nível médio quanto para superior”, afirmou o economista do Cepes, Luiz Bertolucci.
O administrador de empresa Daniel Henrique é uma das pessoas atraídas pelas oportunidades proporcionadas pela cidade. Há 10 anos ele mora em Araguari, mas se desloca diariamente para trabalhar em Uberlândia.
“Hoje, se eu comparar o que gasto com despesa nestes trajetos com o custo com aluguel, escola, entretenimento, demais despesas de rotina familiar, a minha decisão é bastante vantajosa”, disse Henrique.
Ainda segundo Luiz Bertolucci, a característica é um pouco diferente em Uberaba. Mesmo sendo um município polo, não concentra tanto a população da região.
“A gente observa que Araxá, Frutal, Iturama e outros municípios continuam crescendo e conseguem reter a população”, acrescentou.
Vista do Bairro Mercês, em Uberaba — Foto: Reprodução/TV Integração
O Alto Paranaíba também foi analisado pelo Cepes, e Patos de Minas ao lado de outros 33 municípios que compõem a região intermediária, o crescimento foi de 0,83% ao ano. Comparada à Uberlândia e Uberaba, a região cresce de forma mais lenta e gradual.
Patos de Minas é a cidade mais populosa da região. São cerca de 155 mil habitantes.
Políticas públicas
Até que os dados do Censo 2022 sejam divulgados, as informações do levantamento do Cepes/UFU podem servir como parâmetro para o desenvolvimento de políticas públicas por parte dos municípios. Conforme Bertolucci, estudos assim são fundamentais para o planejamento do futuro.
“É importante que a gente saiba o tamanho, a transição populacional, idade desta população que aqui residem para que se possa fazer um bom planejamento, ter uma boa estratégia de políticas públicas”, concluiu o economista.