Cinema

Por Alysson Oliveira, do Cineweb, Reuters


Smurfete ganha protagonismo em 'Os Smurfs e a vila perdida' — Foto: Divulgação

Há uma regra clara para definir o público de “Os Smurfs e a vila perdida”, que estreia no Brasil nesta quinta-feira (6): esse filme não é destinado a quem tem idade suficiente para ir ao cinema desacompanhado de um responsável.

Não deve funcionar nem como nostalgia para quem cresceu, nos anos de 1980-1990, vendo as criaturinhas azuis no desenho da televisão. Tirando isso, o filme deve agradar ao seu público-alvo com facilidade, dados o colorido vibrante e os personagens fofinhos.

O terceiro longa protagonizado pelos Smurfs é inteiramente uma animação — os outros dois, de 2011 e 2013, contavam com atores, como Hank Azaria, no papel do bruxo Gargamel, o que não funcionava direito.

O diretor Kelly Asbury (“Gnomeu & Julieta”, “Shrek 2”) acerta ao colocar Smurfette, a única Smurf do gênero feminino, como protagonista.

O longa é uma jornada em busca de sua identidade. Tais como os anões da Branca de Neve, os Smurfs recebem nomes conforme sua característica mais marcante: o Gênio, o Desastrado, o Vaidoso, o Robusto.

Acontece que Smurfette foi uma criação de Gargamel, a partir de suas bruxarias, mandada para a vila dos Smurfs para ajudá-lo a encontrar a vila das criaturinhas. Ela, porém, acaba acolhida por eles, rebela-se contra seu criador, mas, ainda assim, nunca encontrou sua verdadeira “função”, o que a incomoda secretamente.

A descoberta acidental de uma nova vila, onde só vivem Smurfs do gênero feminino, pode ajudá-la a encontrar o seu lugar no mundo. Mas o local também desperta os interesses de Gargamel, que, com a ajuda de seu gato, vai tentar encontrar o vilarejo também.

Ao centro do filme — escrito por Stacey Harman e Pamela Ribon — está a jornada de Smurfette para descobrir sua identidade. Dessa forma, o longa se alinha com as discussões do presente sobre os papéis e aspirações das mulheres na sociedade.

No geral, como de costume com os filmes e desenhos para a televisão com os azuizinhos, “Os smurfs e a Vila Perdida” é ingênuo até a medula. Ainda assim, encontra espaço para um discurso que está cada vez mais em sintonia com os novos tempos — algo que a Disney já percebeu e capitalizou em cima há alguns anos.

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