"Não foi possível conter a multidão. Já passou em muito os 10 mil que a organização queria permitir, mas não tem o que fazer. Agora acionamos a CET [Companhia de Engenharia de Tráfego] e a polícia para interditar a avenida, para a segurança do público. Eles já estão fazendo isso", afirmou ao G1 Cesar Paci, integrante da produção do evento.

A Avenida Auro Soares de Moura Andrade, que passa sob a passarela do Memorial, estava parcialmente tomada pelo público que não conseguiu entrar na área onde está montado o palco.

A organização da festa informou que 120 homens trabalham na segurança do evento e que é praxe fechar os portões quando se atinge a capacidade máxima de público.

A PM, responsável pelo policiamento externo, diz que remanejou equipes ao saber do tumulto, para garantir a segurança dos foliões.

Houve grupos que conseguiram burlar a segurança e pular a grade do memorial.

O espelho d'água foi invadido por alguns foliões. Teve gente que levou roupa de banho para se refrescar.

Quem comandou a festa foram os blocos cariocas Bangalafumenga e Sargento Pimenta. O chamado “Carnaval na Praça” começou às 14h.

VEJA O GUIA DOS BLOCOS DE RUA

A cidade tem 381 blocos confirmados pela Prefeitura no Carnaval de 2017. Veja a lista completa, com os locais onde eles passam e escolha onde quer curtir a festa.

O primeiro bloco a passar foi o Bangalafumenga, às 16h. Com seus 220 ritmistas e o tema “O Mundo Mágico de Banga”, ele apresentou músicas brasileiras de sucesso dos mais diferentes estilos, como “Anunciação”, de Alceu Valença, “Sina”, de Djavan, “Sonífera Ilha”, dos Titãs, e “Zé do Caroço”, de Leci Brandão. Tudo com arranjos próprios.

Em seguida, a Praça do Memorial recebeu o Sargento Pimenta e seus hits dos Beatles adaptados aos ritmos brasileiros. Cerca de 100 integrantes formam uma grande bateria que acompanha a banda principal em novas versões das canções do quarteto de Liverpool. No bloco, “A Hard Day’s Night” vira funk, “I Want To Hold Your Hand”, samba, e “Here Comes The Sun”, música de quadrilha.

Alguns foliões chamavam atenção com fantasias inusitadas. Daniele Castilho, de 29 anos, estava havia 3 meses esperando a oportunidade para estrear a máscara e o cinturão de campeã de luta livre, compradas em uma viagem ao México em novembro do ano passado. “É tudo original, comprei lá já pensando no carnaval”, disse.

O trio de amigos Eduardo Previero, Phelipe Balões, ambos de 28 anos, e Marcos Rodrigues, de 36, há anos curtem o carnaval juntos com uma estratégia: escolhem uma fantasia juntos e tentam usá-la em todos os blocos aos quais vão.

“A gente desce a ladeira Porto Geral (na região da 25 de Março, centro popular de compras no Centro de São Paulo) e escolhe uma fantasia para os três. Este ano foi de ‘girafa triteta’, não tem muito sentido mesmo”, disse Eduardo. Segundo os amigos, a vantagem de repetir a fantasia é que algumas pessoas acabam reconhecendo-os em outros blocos.

No domingo (12), o desfile é do bloco Exagerado. A entrada também será gratuita.

Vendedores ambulantes (profissionais e de ocasião) que veem o carnaval como oportunidade para lucrar vendendo bebidas nas ruas de São Paulo criticaram a realização de blocos em locais fechados.

Os cinco ambulantes ouvidos pelo G1 e que estavam na porta do evento se disseram pessimistas em relação ao esquema montado pela Prefeitura para este ano, em que blocos foram proibidos de realizar trajetos em vias importantes da cidade onde já há alguns anos eram feitos, entre outras restrições.

Parcerias foram feitas e alguns blocos tradicionais saíram das ruas e passaram para locais fechados. O Bangalafumenga, por exemplo, no ano passado aconteceu na Avenida Tiradentes, na Luz.

“Este ano está pior para a gente, com certeza. Ano passado nos lugares abertos era bem mais fácil de vender. Aqui as pessoas só compram na entrada, ou podem sair para comprar, mas duvido que saiam”, comentou Roberto Alencar, de 34 anos, que é comprador por profissão mas vende bebidas na rua de vez em quando para ajudar nas contas.

Neudson de Brito, de 37 anos, se credenciou para trabalhar como ambulante pela patrocinadora oficial do evento, mas disse que o evento deste final de semana é fechado aos vendedores cadastrados. Aproveitou para oferecer bebidas irregularmente na entrada do evento, mas estava preocupado com a fiscalização. “Como credenciado eu começo na semana que vem, mas acho difícil ser tão bom quanto o ano passado, que deu pra fazer um bom dinheiro”, recorda.

Já no domingo, o Carnaval começa mais cedo. A partir das 12h, o bloco Exagerado comanda a festa. O nome do bloquinho é uma homenagem a Cazuza e, como não poderia ser diferente, as músicas do falecido cantor dão o tom da festa. Em vez do rock, no entanto, as canções ganham outros ritmos. Clássicos como “Por que a gente é assim?” e “Malandragem”, por exemplo, são tocadas na pegada do baião e do frevo.

Além dos blocos, para fechar o final de semana do “Carnaval na Praça” está prevista uma apresentação da banda BaianaSystem, que aposta em uma mistura de hip-hop, samba e reggae. Para que a festa não pare, os DJ’s Rodrigo Bueno, Thaisa Samahá e Thiagão se revezam nos intervalos entre um bloco e outro e antes do show do conjunto baiano.

Exagerado e Baiana System
Horário: 12h
Local: Memorial da América Latina
Endereço: Avenida Auro Soares de Moura Andrade, 664 - Barra Funda

Ensaio do Bloco Urubó
Horário: 14h
Local: Casa de Cultura Salvador Ligabue
Endereço: Largo da Matriz de Nossa Senhora do Ó, 215 - Freguesia do Ó

Ensaio Bloco Vai quem qué
Horário: 14h
Local: Centro Cultural Butantã -Av. Corifeu de Azevedo Marques, 1.882

Bloco do Asinha
Preço: Grátis
Horário: 14h
Endereço: Rua São Celso, 416, Vila Domitila

Bloco do Desmanche
Preço: R$ 10
Horário: 15h
Endereço: Rua Caio Prado, 103

Domingo Ela Agrada Gregos – Esquenta de Carnaval dos blocos Agrada Gregos e Domingo Ela Não Vai
Preço: R$ 30 a R$ 50
Horário: 14h
Local: Air Rooftop
Endereço: Rua Formosa, 157, Centro